Tanto Arrow quanto The Flash estão desenvolvendo outros heróis além de seus protagonistas. A série do Arqueiro, desde o início desta temporada, promete a transformação de Ray Palmer no Eléktron e já mostrou Laurel Lance combatendo o crime como a nova Canário. Para a adaptação do velocista escarlate, ficou a tarefa de apresentar o Nuclear, complexo herói que envolve dois personagens diferentes dividindo o mesmo corpo. Apesar de Palmer ser carismático e Laurel convencer como justiceira em treinamento em Arrow, The Flash fez um trabalho muito mais interessante, que culmina neste Fallout, outro ótimo episódio do seriado.
As histórias por trás de Ronnie Raymond e Martin Stein tem vários paralelos, principalmente no que diz respeito às suas vidas fora dos laboratórios onde trabalhavam antes do acidente com o acelerador de partículas. Talvez a motivação romântica de ambos seja suficiente para gerar ao espectador certa identificação, mas não é só isso. Se nas semelhanças os personagens são interessantes, nas diferenças reside o grande atrativo. Como Ronnie vem sendo desenvolvido desde o começo da temporada, a chegada um tanto tardia de Stein não atrapalha a experiência e o que a série entrega se torna uma bela história de origem, focada nas angústias de dois personagens impossibilitados de ficarem com as mulheres que amam e lutando para chegarem a um denominador comum ao se unirem, mesmo quando têm um mesmo objetivo, mas com anseios e formas de agir conflitantes.
Assim como no episódio da semana passada, o foco de Fallout não é a ação, mas o drama das duas metades do Nuclear. Apesar disso, a série oferece seus típicos momentos de quadrinhos quando coloca o General Eiling na história, como o militar interessado nos poderes do novo herói para a criação de supersoldados. A subtrama funciona também como amostra de como esse mundo, que havia começado pé-no-chão em Arrow, escalou para algo “impossível”, como Barry diz na introdução toda semana, e que diferentes pontos de vista podem causar um conflito em larga escala. Pessoas que não estão preparadas para os superpoderes e as que estão, ou pensam que estão, tratando os meta-humanos como ameaça.
Ao introduzir uma trama paralela envolvendo Iris investigando Ronnie e os Laboratórios STAR, o seriado pode retornar a esse tema conforme a moça for descobrindo mais sobre os meta-humanos. Como ela irá encarar viver em um mundo repleto de pessoas com habilidades especiais? E, sendo uma jornalista, qual seu papel em um eventual conflito entre esses superseres e a população comum? Talvez a série nem tenha a pretensão de tocar nesses temas, mas seria interessante, já que a adaptação preferiu, até agora pelo menos, focar em relacionamentos e no desenvolvimento de seus personagens.
E esse mundo do impossível criado em The Flash começa a tocar mais profundamente em outros temas, como viagem no tempo. Novamente a série investiga a possibilidade de Barry voltar e salvar sua mãe. Há um ótimo diálogo entre o protagonista e o personagem de Victor Garber (que também está excelente quando precisa explicar os mecanismos da jornada pelo tempo) no qual percebe que voltar ao passado significa que está destinado a falhar. E aí o programa cria um interessante paradoxo que pode ser fundamental para o que irá acontecer no final da temporada. Se Barry conseguir salvar sua mãe, o programa pode ter um season finale tão intrigante quanto o da primeira temporada de Fringe.
Com um final angustiante, que coloca novamente o Dr. Wells em cheque quanto às suas reais intenções (parece que o personagem é o tipo mais interessante de vilão: aquele que não se vê como tal), além de mostrar Grodd por inteiro e comprovar a eficiência de seus efeitos visuais, The Flash novamente entrega um episódio bem amarrado, com uma boa trama e sequências de heroísmo bem conduzidas. O problema agora será a espera de um mês para a próxima aventura. A série entra em hiato e só retorna em 17 de março.
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Maravilha de episódio! Tomara que Ronnie não demore pra voltar, porque tá fazendo um bem muito grande pra essa série!
E pra variar, a cena final foi pra tombar!
Excelente review, como sempre. Mas eis a questão se o Dr. Wells é o Flash Reverso então como no episódio 9 ele estava em dois lugares ao mesmo tempo? Sem contar que aparece ele apanhando do Flash Reverso. Tô com receio de eles não souberem explicar isso e ser um baita furo de roteiro.
Valeu pelo comentário, Jorge. Dá uma olhada no trailer do próximo episódio, acho que teremos respostas quanto ao Dr. Wells e sua habilidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo https://www.youtube.com/watch?v=odRXOGW1I5g
Uma das melhores series q ja vi