Review: Fringe – 5x05 An Origin Story

Quando o luto e a vingança caminham juntos. Se todos esperavam um episódio de Fringe um pouco mais contido depois do desfecho devastador da semana passada, a surpresa com os rumos tomados pelos protagonistas dessa história deve ter sido das maiores. Em parte, não me surpreendi com o enfoque, mas a julgar pelas reações destinadas a Peter e Olivia, a surpresa veio mesmo da ponta dessa família que deu início a tudo o que vimos na série até aqui, pois foi na figura de Walter que Olivia pode enxergar uma forma de não perder a sanidade e tentar aceitar a dor pela morte de Etta.

Infelizmente, Peter seguiu outro caminho. Ficou claro que a sede de vingança iria ditar os seus passos, e quando Anil revela que os observadores estão planejando aumentar ainda mais a liberação de gás carbônico na atmosfera, ativando máquinas que são transportadas do futuro, a genialidade de Peter desperta única e exclusivamente para um arriscado plano de retaliação. Se até Walter viu o potencial destrutivo da ideia de Peter, é quase impossível não temer junto. Lindo foi ver que mais uma vez a história se repete. O que não deve estar passando na cabeça de Peter que julgou seu pai no passado, mas agora pretende fazer algo ainda mais assustador? Assustador como destruir um futuro, mesmo que seja ele o possível lar dos observadores.

Peter estava mesmo transtornado, se o luto assumido por Olivia foi capaz de comover o mais duro dos fãs, a raiva estampada nos olhares dele ao ver pela primeira vez o Observador preso por Anil, foi mais do que assustador, foi de impressionar. Eu digo que a entrega de Joshua Jackson nesse episódio foi total, o ator esteve impecável em todas as cenas. Diante de mais um inimigo, Peter conseguiu manter-se frio e impassível, já que a possibilidade de destruir os carecas e vingar Etta definitivamente estava na construção do dispositivo que abriria o buraco de minhoca, e só o Observador capturado sabia como fazê-lo.

O luto é um dos estágios mais estranhos na perda de um ente querido e, como bem apontou Astrid, Olivia ainda está em estado de choque. Tentando não desabar, a agente põe todos os seus esforços na busca por um código que traduza o protocolo de entrega dos Observadores. Mas é quando se despede de Peter e não consegue dizer nem um “Eu te amo” que Walter faz sua intervenção. Ele mais do que ninguém entende a dor da perda, e foi por não suportá-la no passado que ele fez o que fez.Quebrou um Universo, passou a dor para outro pai, mas de uma forma ou de outra teve de encará-la no futuro. Quão linda foi a cena em que ele entrega a fita do aniversário de Etta para que Olivia entenda que é a dor a mais forte das lembranças que fará ela e Peter seguir em frente? Ela tem medo de perder o amor da sua vida mais uma vez, mas mesmo assim não consegue responder ao seu chamado. Entra em questão a aceitação, reforçada na recusa de Olivia em ver a fita.

Mantendo a tensão do episódio, a sequência em que a caixa é montada foi sufocante. Com diálogos sensacionais entre Peter e o Observador e mais algumas descobertas sobre eles, como a tecnologia que mantem as suas habilidades, um dispositivo alojado na nuca dos vilões. A cena termina com Peter de posse da caixa finalizada e com a certeza de que vai mandar o futuro direto para um buraco negro.

Os efeitos especiais de Fringe são totalmente críveis e condizentes com a história que querem contar, não fossem eles, o impacto da cena do transporte seria diminuído ao máximo. Vibrei e prendi a respiração quando o portal é aberto do outro lado da rua e os observadores no local tomam ciência dos acontecimentos. Beijos para Olivia e o tiro certeiro no maldito careca. Infelizmente, de nada adianta a implosão de antimatéria. Outro portal é aberto e a entrega da máquina é realizada. Peter, mais uma vez, se entrega a insanidade.

 “Antes de embarcar em uma vingança, cave duas covas”, a frase do filósofo Confúcio foi usada durante o episódio várias vezes, mas é na cena em que Peter tortura o Observador por ter omitido a real finalidade do portal, que ela chega a fazer sentido. Se os vilões subjugam os humanos por acreditarem que as emoções são suas maiores fraquezas, é nessa força emotiva que reside a maior arma deles. Disposto a fazer um último sacrifício, Peter toma uma decisão tão arriscada quanto destruir o futuro.

Arrancando e implantando o aparelho que dá as habilidades do Observador em si mesmo, Peter pode ter escolhido um caminho sem volta, cavando sua própria cova e chega até fazer sentido o receio dos observadores em que ele existisse, afinal, os mesmos deviam saber que no futuro ele usaria sua tecnologia contra eles. A cena final na qual Olivia decide não perder Peter de vez, mas esse já demonstra uma frieza incomum, pode dizer um pouco do que está por vir, mas conhecendo Fringe, nada será como as nossas previsões determinam.

O Glyph Code da semana foi Fight, que significa lute e deve fazer referência a luta da resistência que agora tem Etta como sua principal mártir. Quanto mais a humanidade terá de enfrentar para acabar de vez com os Observadores? Só as fitas de Walter podem dizer.

P.S.: Todos ficam com o coração pequeno, na cena de Walter com o perfume de Etta, quis entrar na tela e abraçar o cientista.

P.S.2: Abner.Mais um para lista, viu Astrid?

P.S.3: Tem coisa mais linda e nostálgica que as explicações didáticas do Walter?!

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4 comments

  1. Avatar
    Ninido 4 novembro, 2012 at 21:48 Responder

    Excelente review!!! Só não concordo com a suposta frieza do Peter no fim do episódio; na verdade acho que essa reação dele é mais susto de sentir aquilo do que propriamente frieza!!! E outra: ele consegue dizer "eu te amo" para Olívia e, na promo, ele demostra sentimento por ela… Portanto, não acho que ele vá se tornar "frio" como os observadores!

    Minha "teoria": é justamente por essa conciliação entre razão e emoção que Peter é tão perigoso para os Observadores… é justamente por isso também que acho que September vê Peter como importante: porque Peter poderia ser uma espécie de redenção para September e para os observadores no sentido de uma alternativa para o futuro tirânico que eles implantaram!!!

    Enfim… mas em se tratando de Fringe… rsrsrsrs

    Abraço!

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      Zé Guilherme 4 novembro, 2012 at 23:23 Responder

      Cara valeu pela teoria e juro que não tinha pensado nisso, faz bem mai sentido isso que você falou. Que máximo … se isso se comprovar, cada vez mais teremos a prova de que Fringe foi uma série calculada desde o seu primeiro episódio.

      Valeu mesmo o comentário.

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    Renan Braga 5 novembro, 2012 at 22:01 Responder

    Eh muito bom ver Walter fazendo suas analogias cientificas para leigos ! kkkkkk Tava sentido falta. Agora Abner foi pra matar, é tao no sense que vc ri ainda mais… Bem se Peter nao estava frio na cena final, ele pelo menos estava ficando. Minha duvida é: Se aquilo é uma tecnologia que oferece os “poderes“ dos observadores, consequentemente caracteristicas como nao ter emoções tambem seriam passadas pra peter. Se isso for verdade, ele tbm perderia o cabelo, assim como o paladar, fiquei só na expectativa do cabelo dele comecar a cair la na pia kkkkkkkk Falando serio agora, espero que peter lute contra a parte ruim de ser um observer, pois é insuportável ve-lo Mega Evil. Tenho certeza que isso que esta acontecendo tem relação direta com o fato September considerar peter importante ! Boa Review Guigas o

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      Zé Guilherme 5 novembro, 2012 at 22:58 Responder

      Ainda tenho medo dessa frieza, mas acho que o tratamento dado a inserção da tecnologia vai ser surpreendente. Ficaria muito na cara ele se tornar um Observador clássico.

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