Review: Boardwalk Empire – 3x07 Sunday Best

Tudo em família. É páscoa em Boardwalk Empire e o episódio dessa semana foi bem diferente do que a série costuma apresentar. Dividindo o enfoque em quatro núcleos, vimos a relação de cada um desses personagens com a data festiva,além de um certo tom de humanização para aqueles que levam o nome de monstro desde sua entrada na história. Sim, estamos falando de Gyp e Gillian. Por mais que no final do episódio eles tenham voltado a serem as assustadoras personas de costume, o que marcou mesmo foi a tristeza nos seus olhares em determinadas cenas. Mas vamos à divisão.

A páscoa da família Thompson foi uma das mais significativas. Fiquei grato por conhecermos mais da vida de Eli e, sinceramente, não sei o porquê de nunca terem dado espaço a sua esposa June. A mulher é a simpatia em pessoa e fez uma dobradinha excelente com Margaret. Essa que tirou todo o peso das costas e resolveu aproveitar e abrir espaço para que seus filhos não se percam no mundo que vivem. Levar Teddy e Emily para um ambiente menos pesado rendeu uma leveza nunca vista na série, gostei muito de tudo o que vi.

O perdão também esteve presente. E a cena de Eli com o Nucky na garagem foi verdadeira e necessária. Eu até achava que a traição de Jimmy foi a dor máxima para Nucky, mas depois que June falou do quanto ele se esforçou para garantir um ambiente familiar para o passado do Eli, fica mais do que claro que todo o ódio visto ultimamente vem da dor que ele ainda sente por ter sido apunhalado pelo irmão mais novo. O telefonema final selou o que era esperado, e agora Nucky vai ter um verdadeiro chefe para comandar os seus negócios, afinal, Mickey não passa de um fanfarrão.

O tom diferenciado continuou na páscoa de Richard Harrow. Para garantir que Gillian ficasse sozinha em casa, o atirador levou Tommy para passar o feriado na casa de Julia e seu pai. Já disse aqui que desde o aperto de mão que a moça deu em Harrow, eu passei a torcer por algo mais entre eles e é quase certo que isso aconteça, afinal, ela é despida de preconceitos e já passou por muito para manter a sanidade do seu pai. A cada fala de Tommy você tem vontade de apertar o garoto com um abraço, é engraçado ver que a pureza de um julgamento infantil pode trazer sentimentos pouco vistos no seriado.

A cena no quarto do irmão de Julia foi intensa e até cliché, mas serviu para juntar ela com Harrow num passeio cheio de verdades, onde cada um soube mais um pouco sobre suas vidas. Alguns podem até torcer o nariz, dizendo que inserir personagens novos numa trama que já transborda de coadjuvantes é mais do que um tiro no pé. Eu discordo, pois nessa temporada (tirando a Billie que continua uma chata) todos os personagens novos estão ganhando um tratamento excelente e melhor, despertando nossa simpatia com poucas cenas.

Uma páscoa sombria. Todo aquele clima sexual na casa da Gillian foi mais tenso do que propriamente erótico. Não sei como eu não pensei antes que o sósia do Jimmy era apenas mais um corpo para que Gillian conseguisse provar a morte do filho e assim ter acesso à herança do Comodoro. Foi meio Calígula aquela cena da banheira, mas ainda mais hipnotizante. Agora com um corpo, a mulher parece finalmente ter aceitado que seu filho não mais existe, se bem que eu nunca sei quando ela está sendo sincera ou não.

E Gyp? Hilárias as cenas com a família dele, nunca imaginei que o italiano baixaria a cabeça para alguém, mas em casa é sua mãe e irmãs que mandam. Se o intuito foi humanizar, funcionou bem, ainda mais depois da cena da igreja que novamente culmina com uma explosão de violência que já estamos acostumados. Foi no acordo com Joe Masseria que Gyp mostra ainda estar disposto a vingar a humilhação em Tabor Heights, com parte da máfia italiana de Nova York ao seu dispor, Nucky deve mesmo tomar cuidado a partir de agora.

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