Review: American Horror Story: Asylum – 2x03 Nor'easter

O diabo está nos detalhes. Concluindo com êxito mais um especial de Halloween, American Horror Story faz um episódio ainda mais surtado que seus antecessores, sem, no entanto, se perder em meio ao mar de atrocidades, bizarrices e estilismos impostos numa hora sombria que não teve medo de se conter, nos levando a um passeio sem volta nesse hipnótico trem-fantasma chamado Briarcliff. E a surpresa da semana atende pelo nome de Sister Mary Eunice, a freirinha outrora chorosa e assustada, que agora protagoniza os melhores diálogos e situações por estar com o demônio do menino Jed no corpo. Palmas aqui para Lily Rabe, afinal sua Nora na temporada passada era apenas mais uma coadjuvante para que entendêssemos a história de Tate com a Murder House, já em Asylum, sua Sister Mary Eunice foi capaz de dividir holofotes com Jessica Lange, que também estava fantástica no episódio.

Mais uma vez somos levados ao manicômio nos dias atuais e as reviravoltas na história de Leo e sua namorada me deixaram completamente confuso. Como assim não existe só um Bloody Face? Os dois garotos que dão um fim definitivo ao casal são apenas copiadores? Então quem seria o terceiro mascarado que aparentemente partiu para cima deles? Essa parte da história sempre deixa mais dúvidas do que respostas, mas felizmente, ela não guia a trama que se passa na década de 60, então quando a abertura acaba e a fotografia acinzentada do Briarcliff toma conta da tela, eu já esqueço todos os acontecimentos do presente.O apelo de todo aquele universo no espectador é gigante.

O costumeiro tom cinza que permeou todo o episódio foi acentuado pela tempestade que se aproximava. Sister Jude estava insana e ainda perturbada com o passado que veio a tona depois das revelações do demônio. As cenas dela com o Dr. Arden continuaram cheias daquelas críticas veladas pelo ódio crescente que cada um sente pelo outro, e a tensão aumentou ainda mais com o dedo diabólico de Sister Mary Eunice no meio. Já falei nela, mas ressalto aqui a hilária cena em que ela se insinua para o doutor, tudo foi tão louco e sensual que nem me assustei com os risos nervosos que aquilo despertou em mim.

Além de jogar Sister Jude contra Arden, a freirinha matou uma das pacientes numa cena assombrosa e de uma violência desconcertante. Outro fato que auxiliou bastante no impacto da cena, foi a sua filmagem. Os ângulos e o zoom dado nas mãos que carregavam o terço e logo após a tesoura, as trovoadas incessantes e a fotografia que ressaltava os trejeitos angelicais da irmã foram de arrepiar. Quando ela joga o corpo da mulher para as criaturas da floresta, a tempestade já está na porta do sanatório e é aqui que também temos a primeira dica do bizarro visitante que viria com o vendaval, assim é anunciado pelo rádio que alguns moradores da região têm avistado luzes que nem de longe aparentam fazer parte dos trovões.

A tempestade traz também o primeiro evento do Briarcliff. A noite do cinema é orquestrada para acalmar os internos, não fosse a estranha escolha do filme (O Sinal da Cruz) que cuidaria dessa tarefa. Ryan Murphy deve estar adorando todos os simbolismos e alusões religiosas inseridos no contexto da trama. Some tudo isso, então, a uma Sister Jude bêbada e à ansiedade quase infantil de uma Sister Mary Eunice na espera do sombrio desfecho do filme (cristãos sendo assassinados) e temos uma das melhores cenas do episódio, que foi desculpa para o outro lado da trama andar novamente.

O trio do barulho, Kit, Lana e Grace voltam a atacar. Os principais internos do Briarcliff já conseguiram a simpatia dos espectadores e é quase impossível não torcer para que suas tentativas de fugas deem certo. Lana finalmente acredita em Kit, já que com a ajuda do Dr. Thredson ela consegue descobrir que alguém ainda continua raptando mulheres, sendo sua namorada a mais nova vítima. Mas o plano sofre novamente com alguns imprevistos e é a partir dele que temos o final alucinógeno do episódio, pois só sobre o efeito de alguma droga alguém escreveria as insanidades que aconteceram.

Sister Jude descobre o desaparecimento da interna assassinada e vai de encontro ao visitante do outro mundo. Confesso que levei um baita susto nessa cena, pois estava esperando que fosse alguma das criaturas do Dr. Arden que estava ali nas celas e não um dos misteriosos aliens que abduziram o Kit. Será que a irmã ganhou uma aranha mecânica também? Shelley é que surpreende o trio de fugitivos e é graças à ninfomaníaca que eles conseguem correr até o túnel. Infelizmente, Dr. Arden pega a jovem e um destino nada agradável se desenha para ela.

A emoção de chegar à floresta é apenas momentânea, pois os fugitivos dão de cara com as criaturas que lá habitam e sim, a cena foi antológica. Você quase grita, corre ou se desespera junto com eles. Não tendo para onde ir, resta apenas retornar a estaca zero.Pelo menos agora, eles já tem um pouco de noção do que os espera na próxima tentativa.

Mas vamos ao macabro desfecho do episódio. A cirurgia feita na Shelley me embrulhou o estômago, e depois de tudo que vimos não resta dúvidas: Dr. Arden é sim o Mengele de Asylum.E confesso ter mais medo dele do que do próprio demônio que agora anda por ali. O que esperar agora? Acho que ninguém tenha a mínima ideia.

P.S.: Que não seja a despedia de Chloë Sevigny, tivemos pouco da Shelley e eu queria muito mais, afinal, quem não riu com a piada sobre Nárnia?

P.S.2: Eleger a cena mais impressionante é impossível, mas também fiquei desconcertado com a cena da santa.

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2 comments

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    Danilo 4 novembro, 2012 at 10:25 Responder

    Realmente eu esperei você falar sobre a cena da santa. Achei que tinha sido a de maior impacto, mas se bem que vendo as coisas que acontecem em apenas um episódio, é defícil nomear qual cena é a mais impactante. Ainda estou com a minha opinião de que o diretor que realmente marcar com cada episódio lançado. Eu não sei como ele faz isso, mas todos os episódios vem com coisas diferentes e mais assustadoras, realmente é muita droga, muita. Mas que seja, melhor pra gente que pode desfrutar dessas alucinações doentias de uma pessoa dessa. A nossa querida irmã possuída, agora, parece outra pessoa, é fantástica a sua transformações. Na cena do filme, meu Deus, ela ficou como eu fico quando vejo Toy Story, com uma cara de satisfação que parecia até o anti-Cristo. E sabe o que é o melhor disso? Vamos tê-la até o final o/ (Assim espero). Apesar de não gostar muito do assunto, mas uma personagem como ela vai fazer toda a diferença. Sobre a Madre Superior, eu tive pena dela, não vou mentir. Aquela ligação que ela recebeu foi muito TENSA, eu nunca mais seria a mesma pessoa se eu recebesse uma ligação daquela, não queria saber de telefone mais nunca na minha vida! Voltando para os Blood Faces, eu realmente imagei que fosse algum seguidor de sua história, mas não imaginei mesmo três deles! E sobre Shelley, eu gostava dele e achei muito forte o destino dela, não imaginei que aquilo aconteceria. EU ODEIO AQUELE VELHO!

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      Zé Guilherme 4 novembro, 2012 at 11:12 Responder

      Ahhh Danildo compartilho também de todas as suas opiniões, não falei da cena da santa durante a review, mas tive que resevar uma PS só para ela. Todas as cenas na noite do cinema foram mesmo fantásticas e eu morrode pena da Sister Jude, o bom é que ela funciona mais como um anti-herói da história, diferente da Constance na tempordada passada.

      Quem imaginaria que Sister Mary Eunice teria esse apelo todo hein?!

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