Review: Fringe – 5x06 Through the Looking Glass and What Walter Found

Emocionado, foi assim que me senti ao terminar esse episódio de Fringe. Mas antes que vocês achem que foi por algum ponto dramático (olha que tivemos duas cenas belíssimas), minha emoção foi com a produção, o roteiro e a trama amarradinha que me fizeram voltar várias cenas, admirar a fotografia. Me sobressaltar com alguns momentos e ainda ver o quão brilhante é uma série que começou tão quieta e que se tornou o que é, conseguindo abranger de uma forma impressionante a mitologia que construiu com tanto cuidado. Já considero esse um de meus episódios favoritos de toda a série, o motivo: O deslumbrante “Universo de Bolso” criado por Walter.

Se formos olhar, desde que a busca pelas partes do plano para destruir os Observadores começou, tivemos diversas missões e cada uma com um ponto marcante. Mas a sétima fita “desambarizada” por Walter é tão importante, que nela o cientista deu coordenadas minuciosas para chegar até a parte mais essencial do plano. Num apartamento localizado em um condomínio, ele e o misterioso Donald, abriram um portal para uma região entre os universos. O chamado “Universo de Bolso” é indetectável à tecnologia dos Observadores e transponível, apenas, para aqueles que souberem a forma certa de atravessá-lo, o que o torna ideal para esconder a peça chave. O problema é que o local é um verdadeiro labirinto, pois lá, as leis da física não se aplicam e tudo parece ter sido criado a partir de uma viagem alucinógena do cientista, como bem aponta Peter.

Walter é o primeiro a chegar lá, mas sua presença é captada pelas câmeras do prédio e logo Windmark fica sabendo. Peter e Olivia dividem um tocante momento com o holograma de Etta, há tempos não víamos uma cena tão linda do casal e parece que ela vai seguir a risca os conselhos dados por Walter. Vale dizer que, neste momento, Peter ainda não demonstra efeitos da tecnologia implantada no episódio passado. Ao chegarem ao laboratório, os dois encontram Astrid procurando Walter. Peter é o primeiro a achar estranho o fato de o pai ter saído sem avisar a eles, a importância dessa decisão fará todo sentido na conversa que os dois dividem no final do episódio.

Já no outro Universo, Walter encontra um rapaz que não é Donald e foi parar ali por acaso. Vinte anos antes o prédio foi bombardeado, e a luz emitida pelas granadas dos observadores mandou o homem para lá. Como a malha temporal é totalmente deslocada, para ele só se passou 5 horas. É na jornada dos dois em busca de algo que Walter nem sabe o que seja que vamos descobrindo as peculiaridades do lugar. Corredores que mudam de gravidade, janelas móveis, escadas estranhas, ou seja, um verdadeiro mundo através dos espelhos, referência direta a obra de Lewis Carroll, como bem aponta o título do episódio.

Ao chegarem ao apartamento desse lado, Peter e Olivia conseguem atravessar também, mas a vantagem é que eles têm a câmera com a fita, que antes não tinha final, mas no “Universo de Bolso” consegue finalmente rodar. Eu fiquei de queixo caído com tudo que vi. Aquele momento em que os dois andam em direção ao corredor sem fim foi tão marcante, que eu me arrepiei todo. Quando encontram Walter e o rapaz, Peter explica o que está acontecendo com a câmera e o cientista entende tudo. Vemos na fita que, além de Donald, existe outra pessoa com Walter e, aparentemente, é essa pessoa que ele está querendo esconder ali.

É o menino observador do episódio InnerChild da primeira temporada que está com eles. Walter não se lembra dele e nessa hora, o cuidado de David Fury com o roteiro foi tão lindo que eu tive orgulho novamente. Como bem sabemos, o desaparecimento de Peter resetou a linha de tempo normal, e todos os casos desvendados pela Fringe Division tiveram leves alterações, por isso, a menção do caso não faz sentido para Walter. A cena se completa com um momento ainda mais marcante, o corredor com as portas marcadas pelos Glyph Codes. Pode parecer bobagem ou querer dar um sentido tardio a um mistério tão antigo da série, mas a certeza que eu tive é de que aquele “Universo de Bolso” é, na verdade, a mente dos roteiristas de Fringe. Explicação maior não há. Mas se houver, sei que será tão genial quanto.

No quarto que deveria estar a criança, não há nada, e é a presença de um condicionador de ambiente que confirma que aquele garoto era um observador mais novo, já que o aparelho mantinha os níveis de gás carbônico elevados. Walter tem um ataque de raiva e, decepcionado diz que tudo está perdido. Mas é Olivia que percebe a presença de um gravador que não estava lá quando o garoto foi deixado no lugar, e se a fita só funcionou nesse Universo, talvez o gravador funcione no outro. A chegada dos soldados de Windmark no prédio os leva ao local secreto, e lá começa uma verdadeira perseguição.

Peter estranhamente tem um insight e vai apontando o caminho de volta. Na correria, o jovem que estava no local acaba morrendo, mas Walter, Peter e Olivia conseguem atravessar. Tentando sair do prédio, os Observadores continuam a busca por eles. Peter manda todos correrem e passa a mostrar os primeiros efeitos da tecnologia. Luta de igual com o Observador e ainda consegue realizar o teletransporte, a cena foi fantástica e Joshua Jackson mais uma vez está de parabéns.

É na conversa entre Walter e Peter que percebemos o quanto a história dos dois se cruzam. Se o filho está mudando progressivamente devido a tecnologia, o pai está retornando ao Walter impiedoso e que não media esforços para conseguir os seus propósitos, tudo isso graças às partes de seu cérebro que foram implantadas novamente por Etta. A cena foi o ponto mais emocionante do episódio e é comovente a forma com que John Noble consegue deixar você lacrimejando no momento em que embarga sua voz. O “pai” pronunciado por Peter teria fechado tudo brilhantemente, mas ainda tivemos o cliffhanger da alteração visual dele. Fringe despertou o monstro da expectativa em mim, e não espero nada menos do que algo triunfal em seu series finale.

O Glyph Code da semana quer dizer fenda, rasgão, rachadura e faz referência direta ao portal criado por Walter para chegar até o “Universo de Bolso”. Usar um local tão peculiar como cofre, só poderia vim do nosso cientista mais amado.

P.S.: Depois desse episódio tive uma certeza crescente de que a série não vai deixar pontas soltas.

P.S.2: Astrid vai ser sempre coadjuvante em tudo, mas continuo adorando ela.

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5 comments

  1. Avatar
    Renan Braga 14 novembro, 2012 at 11:24 Responder

    Uma duvida que tive é que na linha de tempo normal eles deram oxigenio la no hospital para aquele mini observer, ele deve ter morrido ja que respiram com Co2. Mas o episódio foi um dos meus favoritos tbm…Gosto muito quando fringe implementa novos elementos a sua mitologia e principalmente mostram que seu roteiro é extremamente amarrado xD

    • Avatar
      Zé Guilherme 15 novembro, 2012 at 00:04 Responder

      Não acho que o Oxigênio seja tóxico ao ponto de matar! Afinal eles conseguem sobreviver na presença dele … mas o CO2 é o seu gás vital!! Também adoro essa expansão da mitologia.

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