Quanto pesa um monstro? Não vou dizer que The Walking Dead acertou em tudo desde que voltou do hiatus, mas uma coisa dá para se ter noção: o novo showrunner, Scott M. Gimple, sabe o material que tem em mãos e mais uma vez nos entrega um episódio que mistura ação com o desenvolvimento dos personagens, de uma forma no mínimo surpreendente. Se Michonne já havia ganhado sua dose de humanização, foi a vez de Merle ter espaço para mostrar que poderia ir além da figura porca e sem sentimentos que sempre aparentou ser.
Dosando bem os momentos de tensão com diálogos mais ágeis que o normal, o episódio fugiu do estigma de preparação que se espera de uma hora pré-finale, e botou o impasse de Rick sobre cumprir ou não o trato com o Governador em segundo plano, já que o que nos interessava mesmo era a ácida relação entre Michonne e Merle construída desde o primeiro encontro dos dois. Nesse meio tempo, Daryl também teve a chance de mostrar ao irmão mais velho que Merle também poderia ter o que ele conseguiu naquele grupo.
Por mais que os integrantes da Ricktatorship tenham tido um simbólico tempo de tela, como a decisão de Glenn em firmar relação com Maggie (a cena do anel foi gratuita, mas a gente releva) ou mesmo Rick dialogando com seus próprios demônios, foi o pequeno momento entre Carol e Merle que significou mais para mim, e só somou a despedida esperada desde a conversa final dele com o irmão.
A viagem de Merle e Michonne foi o que mais teve significância na redenção do personagem. Eu suspeito que os produtores mantenham Michonne calada porque sempre planejam para ela as melhores frases e piadas. Ver a samurai sorrindo e aos poucos sentindo o peso da decisão de Merle foi sensacional. Depois do ataque dos walkers no motel, ela diz na cara dele que notou o quão difícil está sendo para Merle limpar algo que vai afastá-lo ainda mais do irmão, e nesse jogo Michonne o compara sutilmente com o Governador e suas decisões. A metáfora sobre o peso do mal também me fez admirar o cuidado (crescente) com os diálogos, que antes eram o ponto mais fraco da série.
Para ser sincero, eu não esperaria uma despedida menos marcante. Sendo um dos personagens mais icônicos até aqui, Merle angariou fãs e haters, sem nunca perder a pose que demonstrou desde o começo de The Walking Dead. O ataque surpresa no ponto de entrega foi inteligente, mas temos que contar o fato dele estar sozinho. Morrer nas mãos do novo símbolo do mal na série soou mais do que justo, assim como ter o fim definitivo pelo único que importava para ele. Meu coração se partiu com a reação de Daryl no final, porém é essa emoção cortante que eu espero da série. Temos que torcer por uma finale que ao menos faça jus a primeira boa temporada do show que sempre ficou na promessa.
P.S.: Greg Nicotero e o dom de dirigir episódios com mortes importantes.
Junto com o episódio da morte de Lori, foi o meu preferido até agora. O embate entre o carisma de Daryl e a repugnância de Merle foi tratada com maestria desde que se reencontraram. A derrota de Daryl na tentativa de redimir o irmão foi, na minha opinião, o ponto alto da terceira temporada até agora. Sem desmerecer os demais personagens, Norman Reedus é O ator da série!
Sem dúvidas!!! O carisma de Norman Reedus consegue segurar da mais simples das cenas, aquelas que necessitam de uma complexidade bem maior. Eu me arrepiei com a reação dele no fim do episódio. Foi uma dor tão real e impressionante que você não consegue deixar de ficar com um nó na garganta! =
Tá aí um personagem que vai fazer falta, vamos ver o que a season finale promete 🙂
Achei a morte dele bem nas coxas… Entendo que Spartacus tem que ter o desejo de vingança fortalecido, mas ele merecia mais.
Espero que Agron não tenha morrido também. "(
Mas aqui é Walking Dead, Sandrex! O.o