Review: Arrow S04E15 - Taken

ARROWVindo de uma sequência razoavelmente interessante de episódios, Arrow finalmente coloca mais lenha na fogueira armada pelo confronto com Damien Darhk. Em Taken, o vilão força Oliver a revelar a existência de seu filho William, além de impor ao protagonista a difícil decisão de desistir de sua candidatura à prefeitura de Star City. No entanto, apesar de acrescentar conflito na trama principal, este 15º episódio da temporada é falho em vários pontos, mesmo desempenhando bem a função de introduzir uma nova heroína ao universo televisivo da DC.

Inicialmente pensada como parte do Arrowverse na forma de uma série animada para a Web, Vixen fez seu caminho para uma versão de carne e osso para ser interpretada por Megalyn E.K., que havia dublado a personagem na tal versão em 2D. A atriz convence tanto nas cenas de ação quanto naquelas de natureza mais pessoal, como quando dá alguns conselhos à Oliver. Isso inclusive, revela que sua escolha para fazer a voz da heroína na animação já foi pensada com a possibilidade de expandir sua participação para o live action. A intérprete poderia muito bem fazer parte de uma segunda temporada de Legends of Tomorrow focada em aspectos místicos (ao lado de Constantine, que tem uma breve menção neste episódio). Sua participação oferece novos ares aos times de super-herói de Arrow, finalmente com alguém que não saiu de Flash fazendo parte da ação.

Xadrez é o nome do jogo de Darhk e toda a construção do roteiro é baseada no melhor movimento de peças. Dessa vez, daria para dizer que houve empate, mas com uma leve vantagem para Oliver. O vilão conseguiu o que queria com o sequestro de William, e o protagonista, além de desistir da candidatura, também foi obrigado a apoiar publicamente sua oponente na contenda. No entanto, Darhk perdeu sua fonte de poder, o que levanta a questão: será que agora haverá uma busca do personagem por outro modo de conseguir habilidades mágicas (porque ninguém acredita que Darhk ficará preso por muito tempo)? E estaria nesta busca a ligação com a trama do flashback? Porque algo muito estranho aconteceu na ilha e seria um desperdício tudo que está sendo mostrado, e que parece ser algo tão poderoso, ficar relegado a um mero conflito autocontido em trechos curtos do passado.

Enquanto tudo isso acontece, o episódio resolve encontrar tempo para desenvolver o conflito entre Thea e Malcolm, mas o drama parece tão jogado no roteiro que sua artificialidade jamais permite engajamento do público. Da mesma forma está a subtrama de Felicity, que inicia Taken em uma fisioterapia já testando o implante criado por Curtis no episódio anterior. Aqui vale um adendo. A correria do texto é tamanha que não houve cuidado nenhum ao introduzir esse elemento. Uma semana se passou e a personagem já fez a cirurgia e já está tentando se exercitar? Da mesma forma, para criar uma cena emblemática (ou pelo menos tentar), a moça se levanta da cadeira de rodas na última cena e sai do apartamento de Oliver sem nenhum esforço, apenas para reforçar o desmantelamento do noivado com Oliver. Esse momento, inclusive, corrobora para ilustrar a problemática direção de Gregory Smith, falha em criar a sensação de maravilhamento que propõe, competente apenas em soar extremamente falsa. Aliás, o diretor consegue o feito de estragar toda a sequência de ação existente na primeira incursão do Time Arqueiro contra Damien Darhk. Apesar de ser mal coreografada, a escolha do posicionamento de câmeras e a péssima direção de atores criam um momento constrangedor jamais visto no seriado. Com a Canário Negro e Speedy lutando como se tivessem vendas nos olhos e os capangas do vilão se comportando como se fossem manequins, a impressão é de que não havia sequer um diretor presente para coordenar a equipe. E as caras e bocas de Neal McDonough trouxeram uma dose desconfortável de canastrice. O ator sempre pareceu se divertir com os exageros de seu personagem, mas dessa vez, pela falta de tato da execução, tudo soou ridículo demais.

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No entanto, por desenvolver o conflito principal, o episódio posiciona as peças do jogo para dar início ao ato final da temporada (de forma semelhante ao que The Flash fez em seu exemplar mais recente). O combate com Darhk ainda promete aquela morte misteriosa, indicada na estreia deste quarto ano. O relacionamento de Oliver com Felicity também sofre um revés e há uma cena envolvendo Laurel que deixa uma ponta de esperança nos fãs mais puristas de que um dos casais mais queridos dos quadrinhos possa ser trabalhado em Arrow no futuro. A série retorna apenas em 23 de março e deixa um gancho um tanto anticlimático. Mas, a temporada segue em sua investida mediana e até mais coerente, em certos pontos, que seu spin-off. A espera não trará aquela sensação de que será longa demais, como a adaptação já foi competente em oferecer, infelizmente.

 

Alexandre Luiz

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4 comments

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    Marcus VBP 26 fevereiro, 2016 at 09:44 Responder

    Acho Arrow bacana mas a série tem defeitos sérios, especialmente quando tenta dar algum peso dramático à trama. É algo que sempre existiu.

    Tem algo que me incomoda demais, é a preguiça dos roteiristas em arrumar justificativas para incluir personagens na trama. Oliver simplesmente revela que é o Arqueiro Verde, e todo mundo aceita, e pronto. Flash também tem esse problema, mas é bem mais atenuado.

    Outra coisa que me incomoda demais em Arrow é essa necessidade de existir uma "Entourage" ao redor do Arqueiro Verde. Faz parecer que ele é um batman verde muito incapaz. Oliver já estaria morto a muito tempo se não tivesse a ajuda das habilidades quase sobrenaturais em hacking da Felicity.

    Eu to achando que 5 temporadas estaria de bom tamanho pra terminar a série heim… Nunca vi cidade pra ser tão ameaçada de destruição completa quanto Star City.

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    Mariana Lima 27 fevereiro, 2016 at 00:30 Responder

    Impossível não revirar os olhos na cena final quando a Felicity de uma hora para outra descobre que consegue andar novamente só para ela literalmente "sair andando". Que iria ter mimimi por causa dos segredos todo mundo ja sabia, o que não deixou menos irritante….
    Para mim, esse foi um episódio bipolar, foi ágil, divertido, interessante e em outros momentos previsível e bleh…rsrsrs

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    Anthony Souza 2 março, 2016 at 04:12 Responder

    Concordo com boa parte das opiniões expostas, especialmente sobre o confronto do team arrow na mansão de Darhk, me agradei muito desse episódio pela demonstração de como pode terminar a temporada, também gostei de que finalmente Oliver deixou de ser candidato (imagino que os eleitores deviam estar fartos de um candidato que mal aparece em público e não demonstra nenhuma empatia com seu eleitorado, além da eterna cara sofrida de quem perdeu os pais). O melhor desse episódio foi a inserção da Vixen, que parece ser uma heroína forte que vale a pena acompanhar.

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