Review: The Flash S02E15 - King Shark

FLA215bCom o final impactante do episódio anterior, era de estranhar que The Flash partiria imediatamente para um filler com o confronto entre o herói e o vilão Tubarão-Rei. Mas, os realizadores mais uma vez provaram que não devem ser subestimados (apenas quando entregam péssimos episódios, claro) e surpreendem com um exemplar focado nas consequências da viagem para a Terra-2, extremamente competente ao dar destaque para o drama. E, claro, igualmente convincente na extravagância digital das sequências envolvendo o velocista escarlate e seu aquático inimigo.

King Shark começa imediatamente onde o último parou, usando a abertura para dar um pequeno avanço no tempo, mostrando como cada personagem está lidando com as consequências da morte de Jay, além de focar no psicológico de Barry e Cisco, quando decidem não contar para ninguém o que viram na Terra-2, referente às versões alternativas de Caitlin, Joe e Iris. A ameaça do Tubarão-Rei surge apenas como um caso corriqueiro, já que o importante aqui são as relações entre esses personagens. O texto é muito hábil em dividir o tempo de cada subtrama e depois unir tudo em uma resolução que espelha as próprias decisões do protagonista.

A preocupação de Cisco quanto a Caitlin se tornar a Nevasca por conta de tudo que já passou era também a do espectador quando Zoom desfere o golpe mortal em Jay, principalmente com todas as insinuações do roteiro do antecessor quanto a personagem de Danielle Panabaker. Claro que, mesmo a moça deixando o colega do STAR Labs mais tranquilo ao final do episódio, ainda fica aquela sensação de: "até que ponto ela irá aguentar todos os traumas?". Já Barry não consegue esconder o impacto de ter visto o Joe da Terra-2 ser morto. Esse aspecto da índole do personagem é perfeito para exemplificar o porquê do protagonista ser o herói que é: toda vida importa, independente se trata de alguém de um universo paralelo. E culmina em um tocante momento carregado com maestria por Grant Gustin e seus parceiros de cena, Jesse L. Martin e Candice Patton.

A subtrama de Barry se estende também àquela referente a Wally, por enquanto um dos pontos mais fracos dessa segunda temporada. A ideia do relacionamento entre ambos, porém, é bem desenvolvida aqui. A série estava devendo um foco nas consequências que a descoberta do filho de Joe teria na vida do protagonista e vice-versa. A relação de irmãos adotivos é bem desempenhada, mesmo que não soe tão atrativa para quem acompanha uma adaptação de um super-herói de quadrinhos. Nesse sentido, porém, a recompensa vem na forma do vilão, na dinâmica com Diggle e Lyla e nos planos para derrotar o inimigo. A participação do casal de Arrow traz uma informação, inclusive, inédita quanto a administração da ARGUS depois da morte de Amanda Waller. A esposa de Diggle está mesmo no comando da organização, limpando a sujeira deixada pela antecessora.

Desde que começou a divulgar o episódio em questão, o CW focou em fazer referências ao clássico Tubarão, em um marketing divertido e acertado. E, não à toa, a citação vem também na forma como King Shark lida com as próprias limitações de orçamento, deixando o personagem inteiramente digital para aparecer, na maioria das vezes, em cenas noturnas e em takes rápidos, sem estragar a experiência do fã, uma vez que, quando precisa aumentar o tempo de tela do antagonista, o faz com muita competência no confronto final.

Este décimo-quinto episódio se torna um dos melhores da segunda temporada por equilibrar diversão e drama, e trazer puro desenvolvimento de personagem para as decisões futuras quanto ao confronto com Zoom, que finalmente tira a máscara na última sequência. O momento vem tardio e ainda não traz nenhuma explicação, mas já atiça a curiosidade do espectador. Assim como destacado na semana passada, este é um período delicado para o seriado, pois é preciso justificar de forma convincente a revelação que não pode soar como repetição do conflito mostrado na temporada anterior.

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King Shark também marca o início de um hiato de um mês. The Flash, assim com outras séries do CW, volta apenas em 22 de março, no que provavelmente será o começo do ato final deste segundo ano, com os heróis tentando desvendar uma forma de voltar à Terra-2 para derrotar seu nêmesis de uma vez por todas. Será que uma dessas tentativas será a responsável por fazer o velocista viajar para o universo da Supergirl? Seja como for, a adaptação entrará em seu momento mais esperado e a sua conclusão tem muito a ser trabalhada para fazer jus não apenas ao ótimo primeiro ano, mas também aos bons exemplares da atual temporada, como o exibido nesta semana.

Alexandre Luiz

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