
Gamera é um filme japonês lançado na década de 1960 como parte de um esforço para “combater” a onda de popularidade de Godzilla, sendo feito pelo estúdio Daiei, que rivalizava com a Toho. Dirigido por Noriaki Yuasa, a história versa sobre uma tartaruga gigante poderosíssima, que surge por trás de uma montanha no país ilhéu.
Uma explosão nuclear despertou essa criatura antiga, datada de milhões de anos no passado, que sai da hibernação como um ser de ódio e destruição. Ela é uma tartaruga gigante que cospe fogo e é chamada de Gamera.
Lançado em 1965, dez anos após Gojira, a obra é parte da explosão de filmes de monstro gigantes, os kaijus que permearam as décadas de 1950 e 60. Depois desse filme, o personagem ganhou fama e notoriedade, tornando-se alvo dos fãs como um ícone japonês por si só.
Dirigido por Noriaki Yuasa, foi escrito por Niisan Takahashi (que assinava como Fumi Takahashi) produzido por Hidemasa Nagata e Yonejirô Saitô. Masaichi Nagata foi o produtor executivo. Vale destacar que o texto na versão dos Estados Unidos é de Sandy Frank.
Daiei x Toho
A Daiei decidiu fazer esse filme após o sucesso monumental de King Kong vs. Godzilla da Toho, lançado em 1962.
A primeira proposta para um filme que concorreria com Gojira seria um projeto chamado Giant Horde Beast Nezura, que seria dirigido por Mitsuo Murayama, mas o mesmo acabou sendo descartado, devido ao fato de que a premissa fazia uso de ratos, que carregavam parasitas, questão essa que seria complicada de lidar no texto.
Então se pensou um pouco mais, decidindo por um réptil também nesse.
A origem
Há relatos conflitantes quanto à origem de Gamera. O produtor Masaichi Nagata afirma que teve a ideia depois de ver uma nuvem em forma de tartaruga do lado de fora da janela do avião em que viajava, certa vez.
Sôji Ushio contestou a informação, afirmando que a Daiei pegou uma das ideias de monstros que ele teve para um programa de TV.
Há alegações de que a referência foi um animal que realmente existiu, uma tartaruga que aparecia para mulheres em lugares de banhos públicos, chamados no Japão de santuários.
Em um desses, que ficava perto da Daiei Estudios, uma tartaruga aparecia e assediava banhistas. Provavelmente o local era um viveiro antes de se tornar santuário, tirando assim o lar do animal, que contra-atacava como podia.
Outras aparições de Gamera
Gamera esteve em Gamera contra Barugon e em Gammera - O Monstro Invencível (que é a versão americana) ambos de 1966, também esteve em
Gamera vs. Gyaos de 1967 em Destruam toda a terra de 1968, em A Batalha dos Monstros de 1969, em Gamera tai Daimaju Jaiga de 70,Zigrah, O Terror do Planeta de 1971 e em Uchu kaijû Gamera de 1980.

Houve ainda um reboot na franquia, que contou com as obras Gamera daikaijû kuchu kessen de 1995, Gamera 2: Region shurai de 1996, Gamera 3: Jashin kakusei de 1999 e Chiisaki yûsha-tachi: Gamera de 2005.
A dúvida do diretor
Noriaki Yuasa disse que não tinha certeza do que fazer quando lhe ofereceram o trabalho de dirigir o longa-metragem.
Ao conversar com outros diretores, recebeu sugestões negativas, de que isso arruinaria sua carreira. Outros zombavam dele dizendo que ele mesmo deveria interpretar o monstro, já que não precisaria de um figurino para se parecer uma monstruosidade.
Fato é que ele aceitou e a obra foi um sucesso.
Os efeitos de Gamera
Como a Daiei não tinha um setor específico para efeitos especiais, se considerou fortemente que a Tsuburaya Productions assumisse essa parte do filme, mas Yuasa recusou e insistiu em usar os recursos do próprio estúdio, acumulando assim a função de diretor geral e de efeitos especiais.
Na época das filmagens o diretor admitiu que nunca tinha visto um filme de Godzilla antes de fazer Gamera, ou seja, não estava exatamente ambientado sobre como histórias de monstros e animais gigantes funcionava.
O pedido inusitado junto à Toho
Ainda afirmou que (ingenuamente) contatou a Toho para ver se eles o deixariam pegar emprestado uma cópia de um de seus filmes para ver no que ele estava se metendo.
A Toho obviamente recusou, já que considerava essa uma concorrente para a sua franquia, mesmo que inicialmente Yuasa não levasse a sério a ideia da Daiei, achando que poderia ser mais uma paródia do que um tokusatsu sério.
A opção pelo preto e branco
Ainda segundo o realizador, o filme foi filmado em preto e branco porque foi classificado como um filme B.
A Daiei dividiu seus filmes em duas classes: Filmes A, que receberiam orçamentos considerável; Filmes classe B, que teriam um orçamento dois terços menor.
Curiosamente esse é o único filme da série Gamera que foi filmado em preto e branco, também é o único filme da série em que Gamera não luta contra outro monstro e o único em que é antagonista.
A estreia de Gamera e suas versões alternativas
O longa estreou no Japão em 27 de novembro de 1965. Chegou apenas em junho de 1967 na Espanha. Na Checoslováquia chegou em 71 e nos EUA estreou em uma premiere de vídeo em 1985.
O responsável por lançar a obra nos EUA Sandy Frank, sob o título GAMERA, mas apenas em 1985.
Até então a única maneira de vê-lo (parcialmente) era o filme Gammera - O Monstro Invencível, de 1966, que usou as filmagens de efeitos especiais do filme japonês original, substituindo a maioria das cenas envolvendo atores por um elenco norte-americano.
Diferenças e dublagem (ou redublagem)
A versão de Sandy Frank foi redublada e cobriu toda a filmagem original japonesa, exceto a sequência de créditos de abertura, substituída por créditos traduzidos para o inglês.
Outra diferença é que na dublagem os nomes de alguns personagens são americanizados, por exemplo, Toshio é renomeado como Kenny.
O título original é Daikaijû Gamera. O título em inglês é The Giant Monster Gamera, na Áustria é Gamera - Frankensteins Monster aus dem Ei. Na União Soviética é Гамера, na Espanha é El mundo bajo el terror, na Alemanha Ocidental era Gamera - Frankensteins Monster aus dem Eis.

A Daiei Studios foi a companhia produtora. A distribuição foi na Daiei Eiga nos cinemas japoneses.
Houve um lançamento em mídia física, DVD, pela Shout! Factory nos Estados Unidos. Já a King Features Entertainment lançou o longa em regime de sindication nos EUA, pela BuckRay TV.
Quem Fez:
Noriaki Yuasa dirigiu Destruam toda a terra, Gamera contra Barugon, Gamera vs. Gyaos, A Menina Cobra e a Bruxa Grisalha, Destruam toda a terra, A Batalha dos Monstros e Zigrah, O Terror do Planeta.
Niisan Takahashi também conhecido como Fumi Takashashi (ou Nizo Takashashi) fez o texto de A Batalha dos Monstros, Gamera cotra Barugon Zigrah e os filmes que Yuasa dirigiu, os citados acima, além de episódios de Luluzinha.
Yonejirô Saitô produziu Manji, Onsen jôi e Chiisai tôbôsha.
Hidemasa Nagata produziu Destruam toda a terra, Gamera contra Barugon, Gamera vs. Gyaos, A Menina Cobra e a Bruxa Grisalha, Destruam toda a terra, A Batalha dos Monstros e Zigrah, O Terror do Planeta.
Frank é produtor de filmes estrangeiros e faz versões para os Estados Unidos. Fora os Gamera, também produziu Aviadores do Caribe, Fugitive Alien foi produtor executivo em G-Force: Defensores do Espaço.
Bilheteria e contrastes com Gojira
Yuasa ficou surpreso com o sucesso de bilheteria do filme.
Ele contrastou isso com os filmes de Godzilla, dizendo que as pessoas que fizeram os filmes da Toho foram influenciadas por suas experiências na Segunda Guerra Mundial. Embora bombas de hidrogênio tenham sido usadas para explicar a aparência de Gamera, isso não serviu como uma vitrine simbólica da malevolência da humanidade como foi com Godzilla.

Yuasa sentiu que era inapropriado mostrar quaisquer baixas de guerra, ainda mais se considerar que foi feito tanto tempo depois da Segunda Guerra, especialmente depois de toda a exploração que ocorreu.
Ele especulou que isso foi um catalisador para o sucesso de Gamera.
Narrativa
A história inicia em um ambiente que lembra um deserto. Graças a fotografia em preto e branco, não fica exatamente claro onde a história se passa.
Esse é em um lugar muito frio, tomado de gelo por todos os lados, perto do oceano Atlântico. Aos poucos se nota que trata do continente Ártico.
Aqui é dado que há sobreviventes de uma embarcação, que foi largada ali, o navio Chidori Mari. As forças dos Estados Unidos lançam aviões, emprestam suas forças para a nação japonesa, para tentar o resgate das pessoas ilhadas
Aqui há um bom uso de miniaturas e maquetes, os aviões são convincentes, tanto quando atiram mísseis quanto eles caem.
O impacto de uma das naves com o solo faz abrir crateras, que de maneira quase mágica e instantânea, faz sair um monstro gigante, um kaiju do chão.
A Primeira aparição
Para as cenas do surgimento de Gamera, o palco do estúdio foi preenchido com gelo, que por sua vez, foi entregue através de três caminhões.
A ideia era de fazer parecer o Ártico, mas tudo derreteu rapidamente, o que resultou em um adiamento das filmagens por três dias.
A apresentação do "ser" Gamera
O filme é simples e curto, alguns releases tem duração de apenas 78 minutos, mas a apresentação do animal gigante é paciente, mostra aos poucos suas "partes assustadoras", primeiro focando nos pés
Depois se exibe os cascos parcimoniosamente, além de focar a cabeça e a face assustadora, dando detalhes de olhos e dentes.
A movimentação e manipulação da criatura
Gamera foi manipulado por vários membros do departamento de adereços da Daiei.
O traje Gamera foi feito para andar de quatro para facilitar as filmagens e distingui-lo de outros personagens monstruosos eretos, mas acabou sendo bípede também.

Os locais falam de um enviado do demônio, uma tartaruga enviada enorme, que vivia na antiga Atlântida, chamado de Gamera.
Os cenários internos convencem mais que os externos. Quando a "suit" é utilizada pelos atores Teruo Aragaki e Kazuo Yagi perto de um barco denuncia que o veículo é falso.
Ishirô Honda era especializado não só em fazer filmes de monstros, mas também em driblar as fragilidades que tanto povoaram Gamera. Seus filmes disfarçavam melhor a artificialidade e a falsidade.
A imprensa noticia fortemente
Nos New York News Studios dois especialistas são recebidos, o doutor Hidaka, de Eiji Funakoshi (Fogo na Planície e A Vingança do Ator) e sua assistente, Yamamoto (Harumi Kiritachi). Segundo o doutor, as geleiras cederam, liberando a criatura. Jornais pelo mundo indicam que a bomba despertou um monstro de 60 metros, tanto o Le Monde, quanto o New York Times, até jornais soviéticos e chineses falam sobre a monstruosidade.
Acredita-se que Gamera morreu, assim como as pessoas no navio, mas não há qualquer certeza sobre isso. Obviamente os especialistas estavam errados, embora pareça de fato que eles não queriam alarmar a população.
Talvez mentiram de uma maneira que afastaria publicidade ruim.
Toshio
Em Hokkaido, são mostradas pessoas comuns, que falam a respeito de como o surgimento de Gamera mudou tudo, inclusive com isso repercutindo até entre as crianças.
O avatar do público infantil é Toshio, que ainda não apareceria no momento da citação. Antes de aparecer de fato, o menino é citado como alguém que está concentrado em desenhar e escrever sobre as tartarugas, verdadeiramente obcecado pelo monstro ancestral.
Toshio Sakurai é Yoshiro Uchida, vive com seu pai (Yoshirô Kitahara) o Mr. Sakurai e sua irmã, Nobuyo (Michiko Sugata).
Os parentes se preocupam graças ao fato dele se tornar cada mais interessado por tartarugas, inclusive tem uma, um filhote, animal esse que ele decide tentar devolver para a natureza.
Gamera e o sonho infantil
Com o tempo - e dentro da trama - Gamera acaba se tornando uma criatura louvada por sua proximidade e popularidade junto às crianças.
O papel da tartaruga gigante como uma espécie guardiã de crianças foi inspirado nas experiências traumáticas do diretor Noriaki Yuasa, que viveu sua infância na Segunda Guerra Mundial.
Ele mencionou que os professores que ele conhecia implantavam nele a importância do nacionalismo, louvando as ambições do Japão Imperial.
Com a derrota das forças do Eixo, o discurso teve que ser abandonado, a partir daí ele notou uma mudança de postura, inclusive com um dos seus professores mais notórios, que deixou de ser um nacionalista declarado para se tornar um comunista.
Essa mudança radical fez Yuasa refletir, mesmo sendo criança. Ele tinha sido um ator infantil que acabou abandonando a carreira, passando para trás das câmeras também por uma desilusão com a função, tal qual ocorreu com o seu profesor.
Todos esses amargores e dissabores foram levadas em conta para a criação de Gamera, que segundo ele, seria a entidade em que as crianças poderiam ter fé, a protetora desses sonhos, a protetora do lúdico, das coisas que não deveriam ser interrompidas por pragmatismo ou política.
Na beira dos lagos
Justamente quando Toshio vai deixar a sua tartaruguinha na beira da água da praia, ele acaba testemunhando a aparição de Gamera.
Na Toho já se faziam filmes coloridos, a exemplo de Rodan e Mothra, aqui ainda se aposta em uma fotografia sem cores. Isso faz o filme perder em mágica, mas facilita alguns aspectos, como a mistura de telas reais e recortadas.
Nesse ponto, a cinematografia de Nobuo Munegawa é mais naturalista que os outros filmes do gênero.
Um monstro que faz poucas vítimas
Por mais que esse seja um filme que trate Gamera como uma antagonista da humanidade, a realidade é que a tartaruga flamejante causa pouco mal, tanto que Toshio segue obcecado por tartarugas mesmo depois do susto que toma.
Ele chega a achar que o seu pet - que na legenda brasileira foi chamada de baixinha - se transformou em Gamera.
Ainda assim há perto dele uma unidade militar, chamada Divisão Blindada do Sétimo Comando Base Aérea de Higahi-Chitose. Junto a esses se une o doutor Hidaka e Yamamoto, que colaboram com as pesquisas para tentar frear a Tartaruga.
Nesse ponto a imprensa é proibida. Há um cuidado para manter o sigilo máximo. Na junta, os militares dizem que produziram bombas experimentais congelantes e recebem autorização para tentar um ataque em Gamera.
Após esse momento, ela é mostrada em movimento, andando tanto de forma bípede como com quatro partes, ou seja, é versátil e evoluída, sem receio de variar entre maneiras de andar, além de ter várias formas de ataque diversas.

A criatura aproveita suas condições únicas e suas singularidades físicas, entra em seu casco depois de ser atacada, como medida protetiva, além de conseguir cortar os céus, quando gira depois de manter-se no próprio casco.
Ela gira depois que explodem pedaços da montanha, ficando de cabeça para baixo.
Tartarugas comuns não sobrevivem uma vez que fica "de costas", com o casco para baixo, mas ela sim, como aliás, estava lavrado em pedra, lá atrás, no material fóssil que Yamamoto carregava.
A solução final
A derrota da criatura ocorre depois de uma união de nações, que construíram um foguete. Chamado de Plano Z, que envolvia soviéticos, estadunidenses e japoneses, além de um foguete que lançou a criatura para Marte.
O longa ainda termina feliz, com Toshio prometendo que se tornará cientista, dizendo também que vai reencontrar Gamera um dia.
Toshio se tornou tão popular e conhecido que o tropo de crianças em filmes de Kaiju passou a ser conhecido pelo nome americano do personagem: Kenny.
Gamera é mais do que um contraponto a Godzilla. É uma obra singular, que explora bem as temáticas que propões, resultando em uma história leve, que mira públicos diversos, incluindo crianças dentro de sua fórmula, não deixando de lado o fã dos filmes tokusatsu, atendendo bem a demanda normalmente pedida nesse tipo de aventura.









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