Nucky Thompson nunca foi um homem que busca nas relações fraternais uma resposta maior. O desdém com que sempre tratou Eddie ou o sonoro “não” que deu a Chalky no episódio passado comprovou isso. Porém, essas duas figuras foram as únicas que sempre estiveram lá por ele. Eddie Kessler como um verdadeiro housekeeper, jamais julgou qualquer ato de Nucky, por mais sombrio ou desmedido que parecesse. Chalky White, por sua vez, só não figurou como braço direito do mafioso, devido a sociedade da época. Mas foi ao ver seu mundo desmoronando que Nucky descobriu em quem se apoiar.
O corpo de Owen na encomenda poderia até ser um aviso prévio do que Nucky deveria esperar, porém, a entrega final se mostrou mais instantânea do que de costume. A invasão no Ritz me pegou de surpresa, e se não fosse a experiência dele, aquele teria sido seu fim. Eddie pode não ter feito muita coisa além de servir de alívio cômico durante a fuga, mas o personagem é tão icônico na série que eu torci para que nada lhe acontecesse. Se fossemos julgar Nucky antes de seus atos, eu teria apostado que ele deixaria o mordomo baleado para trás, mas dessa vez, vimos sentimento em cada tentativa de salvá-lo. Acho que a recusa de Eddie em deixar seu chefe quando todos já tinham feito, certamente abriu os olhos de Nucky para o verdadeiro amigo que estava prestes a perder.
Que Gyp é ousado, todos nós sabemos. Agora, sitiar Atlantic City foi uma jogada de mestre, ainda mais quando o motivo é Nucky Thompson (aprendam com quem sabe, agentes da lei seca). Não restou local para ele se esconder a não ser o gueto da cidade. No lugar onde Chalky é rei, onde eu, sinceramente, esperei uma verdadeira sessão de humilhação. A dignidade com que Chalky tratou Nucky foi um dos pontos mais surpreendentes do episódio e mesmo sem qualquer oferta prévia, ele aceitou salvar a vida de Eddie. A jogada que os roteiristas fizeram com as figuras da série só mostrou que essa temporada teve um planejamento bem mais trabalhado que o ano passado.
Por que é que eu me pego tentando entender as ações de Gillian? Em alguns instantes ela se apresenta um tanto quanto receosa e até mesmo preocupada com a presença de Gyp e seus capangas, para logo depois, destilar seu veneno e tentar usar Richard em mais um de seus jogos. Ainda bem que ele já entendeu qual a ideia de salvação que a megera tem, e, felizmente, os maldosos comentários que ela fez sobre sua relação com Julia não o atingiram. Porém, quando o assunto é Tommy, Richard não teme qualquer reação de Gillian e esperei uma explosão quando ela impediu a fuga dos dois. A julgar pelo arsenal desenterrado pelo combatente, os capangas de Gyp que se encontram no “Bataclan” vão ter uma bela surpresa.
Quem meteu os pés pelas mãos foi Luciano. Não entendo que desespero é esse de se superar e ganhar dinheiro tão fácil, se ele seguisse os conselhos de Meyer, os dois estariam cada vez mais perto de montar um império próprio. A emboscada armada pelos federais pode botar não só seu esquema no conhecimento de Rothstein, como também entregar Masseria como financiador. Pela primeira vez, o italiano se encontra em um beco sem saída e o que me deixa curioso é: qual serão as implicações de sua prisão no embate da finale?
Gyp bem que tentou chantagear Chalky, mas os dois maddogs são implacáveis. Que encontro sensacional foi aquele? Em onze episódios ninguém tinha tido peito para bater de frente com o siciliano, até ele mesmo notou a semelhança existente entre ambos. Chalky foi agindo cada vez mais contra a maré. Pediu outra vez o Babette’s e se mostrou disposto a salvar Nucky, mesmo sem previsão de pagamento. A admiração mútua que os dois compartilham mostrou que mais do que aliados, eles são verdadeiros amigos, da forma deles, mas ainda sim amigos.
Todo o turbilhão de emoções mudou Nucky ainda mais cedo. A certeza de que não estaria sozinho no campo de batalha o estimulou a lutar pelo seu lugar. As figuras de Eddie, Chalky e mais tardar de Eli, foram os responsáveis por colocar um fim nas suas escolhas covardes. Mesmo sem qualquer perspectiva do retorno do irmão, Nucky não deixou de acreditar nele (olha aí os momentos divididos em Sunday Best mostrando seus frutos). Quando Eli desceu da caminhonete, eu tinha certeza do que estava para acontecer. O “Ele” foi marcante, mas o andar marrento de Capone foi de arrepiar. Então, vocês estão prontos para falar sobre quem morre semana que vem?
Gillian!!! E já vai tarde! Go, Richard, go!!!
Temos a mesma torcida então! o/
Ah, excelente review, como sempre..
Valeu o eleogio!!! *-*