Tudo entre pais e filhos. Quando eu achei que as respostas mais esperadas chegariam com uma maré de twists mindfuck, Fringe nos entrega um penúltimo episódio carregado da emoção costumeira, mas com um agravante diferencial, estas são as viradas definitivas e elas chegaram com uma simplicidade ímpar, pois a série abraçou a sua história e quase como a fita de Möbius (espaço convergente obtido pela colagem das duas extremidades de uma fita, após efetuar meia volta numa delas) citada pelo próprio September, a série se redefiniu numa narrativa cíclica e que impressionou pela qualidade conseguida nestes memoráveis cinco anos. Se o amor de um pai pelo seu filho começou toda a história, o mesmo sentimento vai ditar o capítulo final desta jornada.
Começar trazendo de volta o tanque foi de uma nostalgia alucinante. Quantas vezes aquele claustrofóbico espaço nos serviu de base para acontecimentos importantes? Quantos momentos oníricos nos levaram a compreensão de um caso quase insolúvel? Muitos foram estes momentos, mas ver um Walter sendo Walter e se entregando a uma visita ao seu subconsciente para descobrir o paradeiro de Donald/September me deu um aperto no coração, pois a saudade começou a apontar daquele ponto. Mas o nosso penúltimo teaser, veio com a visita de Windmark ao sombrio futuro da Terra no ano de 2609, tudo em prol de descobrir a real importância de Michael para a Resistência.
A alegria substancial de Walter não fugiu aos olhos de Peter, e como muitos previam, o toque de Michael despertou bem mais do que as antigas lembranças de Walter. Ele ganhou todas as memórias da timeline original. Foi uma jogada de mestre, passamos as últimas semanas com medo do que poderia acontecer se o Dark Walter voltasse definitivamente e justo quando o destino do cientista parecia ser o pior possível, Michael o marcou com o que ele realmente deveria ser. Quando Walter disse: “Antes de conhecer o menino. Não achava que era possível amar você ainda mais. Mas agora sabendo o que passamos. Tudo o que vivemos, eu amo”, eu percebi que o sentimento daquele pai, era uma das peças chaves do plano e num dado momento do episódio isto fez ainda mais sentido.
Eu nunca parei para pensar na emoção que seria o reencontro de Walter com September e jamais imaginei que o Observador mais querido dos fãs de Fringe, seria tão importante para tudo o que chegamos a conhecer. Ver o ator Michael Cerveris como um humano só reforçou ainda mais o cuidado com toda a série, e aqui eu deixo meus parabéns para ele que soube emocionar em todo o seu relato sobre a origem dos observadores e com a revelação final sobre o garoto que deveria sobreviver. Os Observadores são frutos da própria ambição humana, o que corrobora com o sonho do homem em ser um Deus, um dos temas mais recorrentes de toda a série. Nada de evolução, foi o próprio homem que, ao perceber a interferência dos sentimentos mais fortes na limitação da inteligência, resolveu erradicar o que o tornava “fraco”. Com o tempo, nem mesmo o amor existia mais, e procriar passou de uma relação para um mero tubo de laboratório onde a nova raça passou a se desenvolver.
Toda a história narrada por September foi intercalada por cenas de Windmark no futuro. Os momentos foram de arrepiar. A explicação para o novo estado do observador, uma reversão biológica, foi dada para nós há alguns episódios com o próprio Peter. Outro ponto que ficou bem claro foi o surgimento da expressão “black umbrella”, referência direta a Cantando na Chuva, o primeiro filme visto por Walter e um September já sem o dispositivo. Foi dele também que o observador tirou seu nome humano, homenagem ao ator Donald O'Connor. Mas ao saber que os Observadores desenvolvidos em laboratório recebiam o material genético de um doador, quem era Michael fez todo sentido. O menino é filho de September, o observador cientista que, assim como August, passou a se importar com os humanos, mais precisamente como um pai, que fez o impossível para salvar o seu filho. Nos atos do também cientista Walter, September se achou e defendeu o filho da incompreensão dos seus iguais. A frase mais icônica dita por September fez todo sentido, e não era Peter o sujeito dela e sim Michael.
O garotinho aleatório de Inner Child, é o responsável pela possível salvação final da humanidade, o 0,0001% contra o domínio perfeito dos invasores. O plano é mandar Michael para o futuro e evitar que os cientistas da época, extirpem sentimentos humanos, achando que são eles o que nos detém. Assim, a timeline sofreria um reset e tudo voltaria ano normal. Porém nada vai ser tão fácil assim e muitos paradoxos vão colidir se isso acontecer. No momento, Peter e Olivia pensam na possibilidade de que Etta retorne, mas sem September no Lago Reiden, como teremos os desdobramentos posteriores? É aí que a questão do sacrifício desponta mais forte do que nunca. Tenho quase certeza de que vai ser Walter a variável final neste reset, e talvez seja na noite da travessia no lago que tudo aconteça. Temos de ver também, que se depender da fúria de Windmark, o mais novo sentimento descoberto pelo perverso comandante dos observadores, September, Walter e todos os outros não terão chance alguma de colocar o plano em prática. A batalha final começou e semana que vem ela virá para explodir cabeças na series finale mais aguardada do ano.
O Glyph Code da semana é “Grace”, mas infelizmente não consigo pensar em algo preciso que justifique a sua inserção. Pode fazer referência ao milagre final, que vem com toda a figura de Michael, ou até mesmo uma retribuição de favores entre Walter e September por terem salvado o filho um do outro. Vocês podem dar sugestões.
P.S.: É impossível não mencionar a menção a tulipa branca, que mais uma vez chega como o símbolo definitivo para redenção de Walter. No episódio White Tulip o caso da semana envolvia viagem no tempo e como a series finale vai se basear também num possível viagem, a referência é mais do que clara.
P.S.2: Coincidência o filho de September ter recebido o mesmo nome do ator que encarna o seu pai? Acho que não.
O último adeus. Tentem não se emocionar com a promo do último episódio.
Bela review. Agora é só esperar até semana q vem… pelo jeito teremos o pessoal do lado B novamente…
Vai ser lindo ver BOlívia, Lee, Walternativo pela última vez … Emoção já começa a bater! *_*
Review da finale, cadê???!!! hahaha to querendo ler mais opiniões sobre.
Ta qui amigo: https://www.cinealerta.com.br/2013/01/27/review-fr…