Review: The Flash S02E03 - Family of Rogues

O texto a seguir contém spoilers.

FLA203BO episódio da semana de Flash entregou um dos momentos mais bizarros da série até agora. Quem esperava uma continuação direta do anterior, que terminou com o cliffhanger envolvendo o Dr. Stein, provavelmente teve um sentimento de estranheza. Da cena pré-créditos até a aparição do personagem de Victor Garber, não é destinado nenhuma linha de diálogo para retomar o assunto. É como se essa terceira hora da nova temporada tivesse sido escrita em um momento totalmente distinto do restante da série, com apenas alguns ajustes para não soar totalmente deslocada e incoerente com a trama até o momento.

O episódio em si lida com os irmãos Snart novamente, servindo para apresentar o pai da dupla, vivido por Michael Ironside, que traz alguma substância e drama para as motivações de Leonard e Lisa. Funciona em vários níveis. Analisando o lado humano da trama, Family of Rogues oferece uma boa chance para a personagem de Peyton List ser desenvolvida, mesmo que para isso lance mão de um conflito clichê. Além de tudo, a dinâmica da moça com Cisco surge como ponto alto, evoluindo a tensão sexual que sempre existiu entre ambos de forma natural. Já para o Capitão Frio, sobrou a evolução de seu lado anti-herói, com o roteiro mostrando que o vilão é capaz de qualquer coisa para salvar sua irmã.

Outro acerto é a forma como o texto lida com o conflito gerado pela presença da mãe de Iris na história. Enquanto dá pistas que seguirá pelo lado mais "dramalhão", a opção mesmo é de um drama convincente, especialmente por tudo que já foi mostrado quanto a índole de Joe e quanto a criação que deu a Iris e Barry. A moça, inclusive, mostra novamente como evoluiu em relação a sua versão na primeira temporada. Mais madura e independente, a filha do Det. West não só funciona como parceira do Flash, mas também como uma personagem tridimensional que faz jus ao carinho dado por Joe durante os anos em que fora criada por ele.

Por outro lado, o episódio serve como base óbvia para o que os produtores querem criar em Legends of Tomorrow, o que faz Family of Rogues surgir como uma aventura enfiada goela abaixo do espectador pelo simples bem de uma série futura. Os preparativos para o novo programa do Universo DC/CW já estão trazendo incoerências para Arrow e agora foi a vez de Flash sofrer as consequências do que parece ser um planejamento de última hora. Não há naturalidade o suficiente para justificar certas ações. Se na série do Arqueiro Verde fica impossível engolir a atitude de Laurel quanto a ideia de fazer sua irmã ressuscitar, mesmo observando a instabilidade gerada pelo Poço de Lázaro, aqui o complicado é aceitar o roteiro tentar de todas as formas transformar um dos seus melhores vilões em um anti-herói, o que provavelmente afetará as chances dos fãs conferirem os "Rogues" totalmente juntos enfrentando o Flash (algo que parecia ser a ideia desde o início do programa).

Graças a este ponto "fora da curva" (com essa expressão sendo usada aqui de forma negativa, que fique claro), o episódio é obrigado a terminar com praticamente o mesmo gancho deixado por seu predecessor, dando fortes indício de que este roteiro foi, sim, incluído "de última hora" para beneficiar a próxima adaptação da DC. Vale ressaltar que, pela terceira semana consecutiva ocorre uma morte. E essa, mais uma vez, poderia ser evitada pelo protagonista em um texto que se alicerçasse menos em situações extremamente convenientes ou sem sentido para "funcionar". O Flash poderia ter subjugado o pai de Leonard em qualquer momento que quisesse, mas pelo bem da tensão criada pela bomba na cabeça de Lisa, forçam um clímax mais movimentado. Se Barry consegue ser rápido o suficiente para parar uma bala, por que não usar a velocidade para evitar o Capitão Frio de cometer um assassinato que só atrapalha a própria função do episódio: a de começar a estabelecer o personagem em questão como anti-herói.

Enfim, com mais falhas do que acertos, Family of Rogues, por sorte, não parece ser sintoma de problemas para a temporada, mas sim de incongruências pontuais, geradas por pura falta de planejamento prévio.

P.S.: Curiosidade que os fãs de Smallville certamente pegaram: Peyton List viveu Lucy Lane, irmã de Lois na série que mostrava a juventude do Superman. Michael Ironside era o Gal. Sam Lane, pai das garotas.

 

 

Alexandre Luiz

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3 comments

  1. Avatar
    carla machado 22 outubro, 2015 at 09:47 Responder

    Eu gostei muito. A temporada começou ruim, mas está melhorando.
    Adorei ver Scofield preso de novo….e vai fugir…
    Acho que ficou claro no final que o Zoom é o Reverso,ne..
    O velho morreu? Ele não estará em Legends, né?

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