Review: Arrow S04E13 - Sins of the Father

arrowposter413Semana passada, Arrow, sem dúvida, entregou um de seus melhores episódios. Um roteiro sólido, boa direção, uso correto do tempo para cada personagem, cenas de ação de encher os olhos. Ou seja, características que não são estranhas ao seriado, embora tenham se tornado cada vez mais raras de serem vistas juntas, de uma só vez. A espera pela conclusão da trama iniciada no episódio anterior veio acompanhada de muita expectativa. Mas, Sins of the Father fez o desfavor de não se sair bem em nenhum dos pontos cujo predecessor fora tão próspero.

A trama principal, envolvendo a batalha entre Nyssa e Merlyn pelo controle da Liga dos Assassinos, é forçada e desprovida de qualquer tensão. Soando como desculpa para uma reviravolta envolvendo o antigo Arqueiro Negro, se torna um MacGuffin cuja recompensa nunca vem e o máximo que oferece é uma batalha anticlimática ao extremo. Aliás, anticlímax é a palavra para a resolução de praticamente todas as tramas paralelas, principalmente aquela envolvendo Felicity e seu pai.

O episódio tenta, à exaustão, fazer sentido dentro do tema da paternidade, mas essa é justamente uma de suas maiores fraquezas, pois a tentativa vem na forma de exposição exagerada e situações extremamente artificiais. Oliver contando no flashback sobre o suicídio do pai, a vida de Thea nas mãos de seu genitor e Felicity tentando acreditar que o Calculador não é o vilão que parecia ser podem até soar interessantes, mas o caminho usado para levar a essas tramas é trôpego.

Nem mesmo no quesito ação, algo em que a série dificilmente desaponta, o episódio se sai bem, e as lutas são desinteressantes, com exceção de uma sequência até bem coreografada nas ruas de Star City, mas na altura em que acontece, o espectador já está suficientemente alienado do episódio para dar algum crédito ao momento. O embate entre Oliver e Merlyn chega a ser risível, assim como sua resolução. Como dito acima, tudo soa forçado para evidenciar o desvio de caráter do ex-vilão, que agora voltou ao antagonismo pois revela a Darhk, por vingança, a existência do filho do Arqueiro (novamente o texto tentando dar sentido ao título sobre os "pecados do pai").

Pouco inspirado, Sins of the Father representa o que a série tem de pior, desde a primeira temporada. Tramas frágeis que surgem apenas como desculpa para alguma reviravolta, momentos dignos de folhetim, como Merlyn fazendo fofoca para Darhk (característica do personagem digna de se tornar meme) e o elenco nada à vontade com o texto ruim com que precisa trabalhar. Isso sem mencionar os flashbacks, que surgem em grande quantidade desta vez e não saem do lugar, avançando pouquíssimo a subtrama.

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É irônico e doloroso que o episódio surja no momento que o programa se recupera tão bem dos problemas encontrados na temporada passada, até se destacando mais do que sua série irmã. E ainda pior que seja exibido na mesma semana que Flash entregou seu melhor episódio do segundo ano. Mesmo escrito por dois dos principais roteiristas, Ben SokolowskiKeto Shimizu (ambos com background como escritores de quadrinhos), Sins of the Father não decola, só atrapalha e se torna um dos piores momentos de Arrow desde sua estreia.

Alexandre Luiz

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1 comment

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    Jax 12 fevereiro, 2016 at 12:34 Responder

    Eu fiquei feliz que acabaram com a Liga dos Assassinos no seriado, era uma vergonha para a Liga dos quadrinhos… E esse papo forçado do Oliver de que “não posso matar o pai da minha irmã” chega a irritar em certo ponto, dizer que acreditou que o cara que já fez tudo do pior para ele, que drogou a própria filha para que a mesma matasse a Sara e criar toda a situação que culminou na “morte” dela tivesse mudado só por falar “eu amo minha filha” é ridículo, e o pior é que mesmo sabendo que esse cara tem conhecimento de todos os seus pontos fracos, o Oliver não mata o Merlyn e da todos os motivos para o mesmo se vingar dele

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