Orphan Black: Despontando em 2013 como uma produção sci-fi tão desafiadora quanto à cultuada Fringe, Orphan Black é uma co-produção entre a BBC America e a emissora canadense Space, que trás no ainda misterioso mundo da genética e da biotecnologia as bases para um thriller obscuro e empolgante sobre clonagem humana e suas consequências.
Criada por Graeme Manson e John Fawcett, a série conta a história da jovem Sarah Manning, uma mãe solteira que vê sua vida virar de cabeça para baixo quando presencia o suicídio de uma mulher fisicamente idêntica a ela. Por ter seus próprios problemas Sarah enxerga no fim da desconhecida, uma chance de mudar de vida e escapar da sua realidade, tomando assim o seu lugar. O que ela nem suspeitava, é que o aparecimento de mais e mais “sósias”, está prestes a revelar uma conspiração tão surpreendente quanto o porquê de Sarah ter várias pessoas parecidas com ela andando por aí.
Não é preciso saber muito da história de Orphan Black, para perceber que as surpresas entregadas por cada uma das reviravoltas da primeira temporada da série fazem da mesma uma das produções mais inteligentes dos últimos anos. O adendo especial, no entanto, vai para o espetacular trabalho da atriz Tatiana Maslany que constrói pontualmente a personalidade de mais de cinco personagens, tornando todo o universo da série ainda mais crível e impressionante.
A segunda temporada de Orphan Black teve início na última semana, mas ainda dá tempo de fazer uma maratona e detonar os 10 episódios que compõe o seu primeiro ano. Uma coisa é certa, depois que você conhecer as regras de um peculiar clube montado por Sarah e suas companheiras, você não conseguirá largar a série até o seu emblemático finale. Um verdadeiro e indispensável espetáculo.
Vivendo no Limite: Ou como no original, Bringing Out the Dead é um filme de 1999 que apesar de ser do amado e famoso Martin Scorsese, figura a posição de filmes não tão lembrados do diretor, o que é algo muito injusto, considerando o filme que temos hoje como dica.
Baseado na obra de Joe Connelly, médico Nova Yorkino que contou sua experiência em livro de mesmo nome, mergulhamos na história de Frank (Nicolas Cage em atuação notável), paramédico do sistema de saúde pública em Nova York que por mais que não aparente é altamente caótico. Plantões triplos, hospitais altamente lotados, falta de pessoal e tantos outros problemas de deixar qualquer um maluco, perturbam tão profundamente Frank que o coloca em um estado mental semelhante ao de sue trabalho. Entre os sintomas de insanidade está a insônia e a visão de fantasmas, pessoas que Frank não conseguiu salvar, que brotam nas ruas e nos rostos das pessoas, atormentando profundamente Frank.
Para se juntar a Cage na trupe de maníacos criados pelas péssimas condições de trabalho estão: John Goodman e Tom Sizemore, com performances na medida da loucura de suas personagens.
O roteiro fica a cargo de Paul Schrader, famoso pelas parcerias com Scorsese, inclusive em Taxi Driver, e a fotografia fica a cargo do também parceiro de longa data Robert Richardson que recria uma Nova York fantasmagórica, vista pelos olhos de um sonâmbulo zumbi, que passa seus piores momentos nas sangrentas ruas da cidade que nunca dorme.
Super dica que deve ser seguida, pois quem acha Scorsese um bom diretor, não pode perder esse belo exemplo de sua verve fílmica.
Carrie , a estranha: Pra quem é fã do filme e ainda não leu o obra original de Stephen King, pode saber que é o melhor complemento possível a obra do De Palma, ou melhor, a fita é um complemento interessante a obra de King. Trazendo não só aquele já conhecido conteúdo extra de obra literária, o texto de King está sempre carregando aquele conteúdo realista mesclado do sobrenatural de uma forma extremamente elegante, especialmente no que o livro difere mais do filme que são os diversos pontos de vistas mesclados em uma narrativa linear, seja de textos fictícios criados a partir do caso “Carrie” ou de versões diferentes de alguns personagens centrais à trama. Mas o verdadeiro “must see” (neste caso, “must read”) está no crescente calmo e inteligente que o autor vai carregando durante todo o livro, até que quando o evento realmente acontece, não só tudo é crível, como próximo do leitor, o que torna a leitura ainda mais angustiante e terrível (do ponto de vista, do assustador). Mais uma das mil obras de Stephen King que todos deveriam ao menos folhear, pra não dizer que deveriam ser obrigados a ler. O livro pode ser encontrada para compra neste link aqui.
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