A Profecia III - O Conflito Final : O episódio da saga que mostra Damien adulto

A Profecia III - O Conflito Final : O episódio da saga que mostra Damien adulto

A Profecia III: O Conflito Final é um filme que resulta no fim da trilogia Omen nos cinemas. Localizado entre os gêneros de terror e drama, ele é dirigido por Graham Baker e estrelado por Sam Neill.

Esse longa explora a mitologia bíblica-cristã, evocando elementos do que se popularizou como culto ao diabo, no popular satanismo, embora não haja praticamente nenhuma comprovação de que tal crença exista, para além do sensacionalismo barato de boa parte de alguns cristãos protestantes.

Diferente do que ocorreu no primeiro e no segundo filme, aqui há mais gore, com uma quantidade maior de sangue, violência e um bocado mais de melodrama. A história segue a vida de Damien Thorn, o personagem introduzido em A Profecia, que agora já é adulto.

Empresário de sucesso, ele está completamente ciente de quem é e do que deve fazer, pronto para cumprir seu destino como a Besta, o Anticristo, o inimigo da humanidade de e Deus.

O sujeito agora tem 32 anos, é interpretado pelo ator neozelandês que debutava no cinema estadunidense, além disso, é nomeado embaixador dos Estados Unidos na Grã-Bretanha, seguindo assim os passos do seu pai.

Contra ele se levanta um grupo de monges/padre armados, com adagas sagradas, que seriam capazes de pôr fim a sua vida. Essa comunidade pequena é liderada pelo padre DeCarlo.

Essa é uma produção britânica-estadunidense, conduzida pelo estreante no cinema Graham Baker. Seu roteiro foi escrito por Andrew Birkin.

O filme foi produzido por Harvey Bernhard, tem Richard Donner como produtor executivo e o escritor Andrew Birkin como produtor associado.

A ideia inicial

Richard Donner foi cogitado para dirigir essa parte três, mas ele teve alguns problemas de ordem jurídica, com os irmãos Ilya Salkind e Alexander Salkind, relativas aos filmes do personagem Super-Homem/Superman, da DC Comics.

A crise foi tão grave que após ter feito Superman: O Filme, o cineasta foi demitido em Superman II: A Aventura Continua, de 1980, sendo substituído por Richard Lester, embora boa parte do que ele rodou tenha ficado no que foi lançado nos cinemas.

Seu envolvimento com essa parte três se resumiu a assinatura como produtor executivo.

O "quase" diretor

A certa altura, Bernhard perguntou ao roteirista Andrew Birkin se ele queria dirigir o filme, mas o escritor recusou educadamente, afirmando que não queria ser diretor do filme final da saga.

No entanto a conversa dos dois a respeito dos rumos do filme impressionou tanto o produtor que ele ofereceu a Birkin a função de direção do que ele quisesse.

Ele escolheu dirigir algo baseado em um conto que havia lido quando mais jovem, de autoria de Saki, o mesmo que se tornou também peça de teatro e ópera.

Ele então dirigiu um curta-metragem chamado Sredni Vashtar, obra de mesmo nome que o conto de 1901.

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Cena de Sredni Vashtar (Reprodução)

Esse por sua vez foi estrelado pela mãe de Birkin e por alguns residentes do bairro onde ele morava em Londres.

Esse curta-metragem recebeu uma indicação ao Oscar. Birkin teve o crédito exclusivo de produção, além de ter assinado a direção, obviamente, já Bernhard foi o produtor executivo.

A briga pelo diretor

Como Baker era um estreante na função, Bernhard e Andrew Birkin tiveram que brigar com os executivos da Twentieth Century Fox para contratar ele como realizador.

Os dois gostaram do trabalho de Baker depois de ver um curta que ele havia dirigido, chamado Leaving Lily, consideravam que a abordagem do filme tinha personalidade e verve o suficiente para credenciar ele a fazer esse Profecia III: O Conflito Final.

Depois de insistir muito, os dois venceram a queda de braço e ele foi o escolhido para conduzir o longa-metragem.

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Bernhard e a Fox

Harvey Bernhard conseguiu autorização para fazer o filme da forma como queria justamente graças a uma disputa entre os mandatários do estúdio. O ano de 1981 era o início do que seria conhecido como a era "Marvin Davis" na 20th Century Fox.

Marvin Davis se tornou dono do estúdio em 1981, comprando os ativos do mesmo, que incluíam também o Pebble Beach Golf Links, a Aspen Skiing Company e uma propriedade em Century City, local esse em que ele construiu o Fox Plaza, que se tornou famoso como o Nakatomi Plaza do filme Duro de Matar.

Curiosamente após Marvin assumir a a Fox passou por mudanças drásticas, mudando o estilo da temática dos filmes, a pedido do presidente (e ex-ator) da república da época, Ronald Reagan. Com uma postura de valorizar o discurso conservador e pró-família, dificilmente uma obra com o anticristo ganharia luz verde como esse ganhou.

Não à toa A Profecia terminou sua passagem pelo cinema, sendo resgatada apenas em produções para o mercado de vídeo caseiro, a exceção de uma refilmagem na década de 2000.

As filmagens e a estreia

O longa foi rodado em 1979 e durou cerca de doze semanas. No entanto, sua estreia demorou a ocorrer. No seu país natal estreou em 20 de março de 1981. 

No Japão chegou as salas de cinema em maio de 1981, na Austrália chegou em junho, na Espanha em julho, na Suécia também.

O título original da obra não inclui o nome da franquia (Omen) sendo portando apenas The Final Conflict.

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Com o lançamento em mídia física, foi renomeado como Omen III: The Final Conflict.

A dublagem brasileira o chama de Conflito Final: A Última Profecia, embora seja mais lembrado como A Profecia III: O Conflito Final.

Na Argentina ele é conhecido como La última profecía, no Canadá é La malédiction finale. Na Dinamarca é Tegnet III: De Syv Knive. Na Itália possui dois nomes, Conflitto finale e Omen III: Conflitto finale. No México é La última profecía, El conflicto final e La profecía III: el Anticristo.

A suposta ligação com O Bebê de Rosemary

Em dois países específicos, houve uma certa confusão em relação ao nome. Na Alemanha se chamou Barbaras Baby - Omen III, enquanto na Hungria é chamado Ómen 3 - Végső leszámolás.

Em ambos, o nome tem tradução como O Bebê de Bárbara que é uma clara tentativa de alinhá-lo com O Bebê de Rosemary, outro filme sobre o Anticristo, de 1968.

Esse título também apareceu em alguns pôsteres do filme em diversos países antes da emissão de um título oficial para o mesmo.

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As gravações ocorreram inteiramente na Inglaterra, apesar da cena de abertura da escavação envolvendo o Thorn Family Museum terem ocorrido em Chicago. Esse também foi parte do cenário de Damien: A Profecia 2.

Na Inglaterra houveram cenas em North Yorkshire, especificamente em Fountains Abbey, também em Cornwall, no Penrice - St Austell, Prideaux Place - Padstow, em Roche Rock e Luxulyan.

A casa de Damien foi gravada em Hertfordshire- Brocket Hall em Lemsford, no Welwyn Garden City. Também houveram cenas na cidade de Northumberland em Lindisfarne Castle, Holy Island of Lindisfarne, que eram as cenas do castelo e do monte vulcânico.

Também houveram cenas em Yorkshire, no Kilnsey Quarry, nos Elstree Studios em Borehamwood, Lansdowne Rise - Notting Hill.

Em Londres se filmou no UCL Observatory, Mill Hill, também em St John's Gardens. Nos EUA houveram cenas em Washington (na casa Branca) e em Eagle River, Wisconsin.

Os estúdios por trás da obra foram a Harvey Bernhard Productions, a Mace Neufeld Productions e a Twentieth Century Fox, que distribuiu em vários países, como nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha, via Twentieth Century Fox Film Company.

O estranho cartaz

Materiais de divulgação normalmente utilizam cenas para exemplificar as partes do filme mais chamativas e interessantes, no entanto, esse faz diferente, já que boa parte dos cartazes mostram Sam Neill manejando algo que seu personagem não mexeu.

As artes normalmente mostram Damien segurando as 7 adagas de Meggido e sorrindo, ou seja, ele segura o artefato que era capaz de matá-lo, em um tom de deboche.

Não há qualquer cena como essa no filme, nem que ao menos pareça. É uma montagem que cola um trecho dele na igreja, unindo ele as tais armas.

Essa arte está inclusive nessa postagem, logo acima. As adagas são de posse dos padres que caçam o anticristo.

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As adagas como aparecem no filme

O Último:

Vale lembrar que esse era programado para ser o último capítulo da franquia, como dizia o slogan divulgado nos pôsteres do filme, até que o estúdio decidiu fazer A Profecia IV: O Despertar, lançado em 1991, cerca de uma década depois.

Depois dele ainda houve um remake, chamado A Profecia, lançado em junho de 2006, além do seriado Damien, que teve apenas uma temporada e ignora os fatos que ocorrem nesse O Conflito Final.

Vale também citar a "imitação" de A Profecia, chamada Exterminação 2000, que é protagonizado pelo premiado Kirk Douglas, além da recente e elogiada prequela, A Primeira Profecia.

Quem Fez:

Baker havia dirigido pouca coisa antes desse. Fez episódios de Premiere e The Sweeney.

Ele participou de Amazing Stories, também os filmes Reações Anormais, Missão Alien, Tudo Pela Liberdade e fez também Beowulf: O Guerreiro das Sombras, com Chistopher Lambert.

De acordo com algumas entrevistas dadas após o lançamento da obra, o diretor não queria que o filme recaísse em uma exploração gratuita de sangue e violência. No entendimento dele, o trabalho foi muito bom, tendo apenas uma cena sangrenta, envolvendo um embaixador dos Estados Unidos, embora isso seja discutível.

Andrew Birkin escreveu A Lenda da Flauta Mágica, o telefilme Peter Pan de 1976 e o também televisivo, O Fabuloso Ladrão de Bagdá.

No cinema trabalhou em O Nome da Rosa, O Segredo de um Homem, O Jardim de Cimento, Joana D'Arc e Perfume: A História de um Assassino.

Como dito antes, ele também foi um realizador de certo sucesso. Dirigiu O Segredo de um Homem, A Pele do Desejo e O Jardim de Cimento.

Bernhard produziu O Cafetão, A Profecia, Damien: A Profecia II, Sangue Amaldiçoado, Feitiço de Áquila, Os Goonies, Os Garotos Perdidos e A Profecia IV: O Despertar.

Narrativa:

O início do filme mostra um mecanismo cinzento girando, que lembra uma britadeira bizarra.

O momento ocorre em um ambiente fechado, uma espécie de fábrica, que recolhe artefatos antigos. Nela, um funcionário surrupia um objeto cortante, que veio de terras estrangeiras.

A câmera acompanha o rumo dessas lâminas, que lembram adagas e punhais, que passam por homens velhos, especialistas, que entendem que elas são verdadeiras.

A encomenda viaja até Subiaco, na Itália, até parar nas mãos do tal grupo de padres exterminadores.

O mundo passa por crises de guerra e economia

Como ocorreu no livro das revelações, o Apocalipse de São João, o mundo está em uma situação de calamidade.

Entre conflitos internacionais e problemas gravíssimos, ele está em ebulição.

O Damien Thorn de Sam Neill assiste uma peça comercial de sua empresa, que associa o desenvolvimento da companhia como algo épico, igualando a trajetória da mesma com a salvadora do mundo.

Sendo assim, ele é alvo de elogios desde o momento um, com essa peça propagandista que aponta a si como a solução para a inflação e para uma eventual batalha bélica iminente, que resultaria no Armageddon, segundo os crédulos e místicos.

Ou seja, age como um alguém messiânico.

O chacal

Nesse trecho, era para haver um efeito visual, envolvendo o crânio de um chacal, que apareceria sobre o reflexo do rosto do embaixador antes de olhar para si mesmo.

A ideia era referenciar a sua “mãe”, já que ele foi gerado por um animal canino, mas o efeito não funcionou bem, então foi excluído na ilha de edição.

O interprete de Damien

Foram considerados para o papel alguns nomes grandes, como Jack Nicholson, Marlon Brando e Gene Hackman, até que foi tomada a decisão de tornar o personagem um homem muito mais jovem.

Esse aliás foi o primeiro papel em um filme de Hollywood do ator Sam Neill. Anos mais tarde ele faria sucesso em O Enigma do Horizonte, À Beira da Loucura, Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros e no curioso Memórias de um Homem Invisível.

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O ator britânico James Mason (de Lolita e O Céu Pode Esperar) foi o “patrocinador” de Neill nesse filme.

Ele sugeriu aos produtores que eles deveriam dar uma olhada nele e Bernhard fez com que Neill voasse até a equipe que decidiria o elenco.

Esse voo foi pago por Mason e um tempo depois, Neill reembolsou a passagem aérea. A inspiração foi além da troca de gentilezas, já que Neill ainda se baseou em alguns maneirismos de Mason para sua atuação e caracterização.

No entanto, o ator foi bastante crítico ao próprio desempenho. Em uma entrevista a Marc Maron, Neill disse que não ficou feliz com a sua atuação, mas também falou que não se culpava, uma vez que era um iniciante ainda.

O cargo de embaixador

Thorn aceita o cargo de embaixador estadunidense na Inglaterra, mesmo cargo que Robert ocupou no primeiro filme da série.

Ele sente que deve sair da empresa, até por conta da profecia apocalíptica, sobre a batalha da Besta contra o Nazareno.

Esse momento é a data limite para assumir um papel de governo unificado, depois de 2555 dias e noites, que correspondem aos 7 anos que dirigiu as empresas Thorn.

Não fica claro a origem desses números, se havia algo escrito, já que jamais foi mencionado tais dígitos em quaisquer outros materiais, nem no livro e nem nos filmes. Ele menciona isso e é dado como uma crença real do personagem.

Em alguns pontos, ele é tão intransigente que faz perguntar se não é apenas uma cisma dele.

Questão cronológica

Embora esse deva ser um filme que se passa 20 anos após os eventos de A Profecia II, claramente há apenas três de diferença entre um e outro. O enredo aplicou mudanças de continuidade retroativas à linha do tempo da franquia, os famosos retcons.

Damien Thorn era criança em A Profecia e adolescente em A Profecia II e não poderia ser adulto na casa dos trinta na época em que o filme foi lançado nos dias "atuais" de 1981 ou 82.

Não há como afirmar que esse se passa depois, já que a data é citada nominalmente na conversa entre personagem e superior, antes do protagonista assumir a embaixada.

Ou seja, o filme reformulou significativamente os eventos do passado para acomodar a mudança temporal da história.

O motivo da elevação de Thorn

O antigo cônsul sofreu um estranho incidente, depois de se encontrar com um cão rottweiler, em um parque. Vale lembrar que a raça de cão apareceu também no filme de Donner.

O que não fica claro é se era o mesmo animal, afinal, cachorros tem vida curta. Ele poderia simplesmente não ser um animal, e sim a representação demoníaca do Mal.

O auto flagelo de um e a ascensão de outro

O personagem de Robert Harden volta para o prédio da embaixada, se olha no espelho, vê uma versão borrada e estranha de si mesmo.

Depois disso passa a agir de maneira mal-educada com todos, daí convoca uma entrevista, para se matar na frente das pessoas.

Não há muito espaço para a concorrência, os superiores de Damien avaliam ele para o cargo também graças a uma questão envolvendo Israel.

Como suas empresas tem negócios com essa "nação", ele se torna o candidato mais que perfeito ao cargo.

Frente de Libertação da Núbia

Em meio a esse momento, há uma explosão de uma represa em Assuã, feita por uma organização chamada FNL (ou NLF) que era um grupo político fictício, de orientação marxista, conhecido como a Frente de Libertação da Núbia.

Esse grupo se aproveitou para fazer parecer que a culpa foi de Israel, ao menos era o que supostamente ocorreu.

O mandato de Damien

Thorn quer ficar no cargo por dois anos, ja que pretende ir ao senado em 1984.

Mesmo assumindo o cargo de cônsul, ele não teria a obrigatoriedade de deixar a presidência das suas empresas, como havia planejado.

Como ele é cheio de contatos, conseguiu também ser indicado presidente da comissão de juventude das Nações Unidas, a ONU.

Os ajudantes de Damien

Thorn é auxiliado por Harvey Pleydell Dean, personagem de Don Gordon, que é casado com Barbara (Leueen Willoughby) mulher que espera um filho do casal.

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Os três vão morar na antiga casa dos Thorn, na Inglaterra, para auxiliar e calcificar a carreira do novo embaixador.

A casa dos Thorn

A localização de Brocket Hall serve como residência de Damien quando ele é nomeado embaixador dos EUA na Corte de St. James.

Embora construída em estilo georgiano, claramente não é a mesma casa que a família Thorn habitou em A Profecia.

No entanto, a novelização deste filme e os subsequentes romances Omen - escritos por Gordon McGill - deixam claro que este deveria ser o lar da infância de Damien.

De acordo com A Profecia de David Seltzer e os romances de continuação de McGill (descontando Damien: Omen II de Joseph Howard que, como o filme, não foi ambientado nas Ilhas Britânicas) o local é chamada de Pereford, não muito diferente de o nome real da casa usada no primeiro episódio da saga.

High society

Os personagens, em especial Damien, frequentam as altas rodas da sociedade. Ele era paparicado, perseguido por gente da imprensa, inclusive por uma entrevistadora de tv, Kate Reynolds, personagem de Lisa Harrow. Ela é mãe do jovem Peter, interpretado por Barnaby Holm.

Damien se interessa bastante pelo menino, de maneira súbita e esquisita. Essa relação se torna curiosa e mais intensa até do que o sentimento do homem pela mãe do rapaz.

No entanto, esse encantamento não resulta em grandes ações ou planos. Damien só parece gostar muito de Peter, gratuitamente.

Romance real 

Na época das filmagens, Neill e Harrow desenvolveram um relacionamento fora das câmeras.

Eles inclusive tiveram um filho, que vem a ser Tim Neill, que se tornou profissional do cinema da parte elétrica.

Tim trabalhou em grandes filmes como Matrix Reloaded, Vingadores: A Era de Ultron e Liga da Justiça de Zack Snyder.

A resistência

Assim como Damien se levanta, há um grupo de cristãos, que desejam exterminar a encarnação da Besta.

Eles são sete monges, que se encontram na Cable Street Mission

Os nomes dos sete são Irmão Antonio (Tony Vogel), Irmão Benito (Marc Boyle), Padre DeCarlo (Rossano Brazzi), Irmão Martin (Milos Kirek), Irmão Mattius (Tommy Duggan), Irmão Paulo (Louis Mahoney) e Irmão Simeon (Richard Oldfield).

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Ator recorrente

Além de Leo McKern, que apareceu como o mesmo personagem nos dois primeiros filmes, Tommy Duggan também desempenhou papéis em mais de uma obra na franquia.

Ele fez uma aparição pequena, no papel de um padre no primeiro filme, também aparece neste. Claramente é um personagem de diferente da obra de 1976.

Damien, o Crente

Damien se mostra crédulo, faz rezas ao ser maléfico, que está acima de si, em uma imagem estilo ídolo que remete ao inimigo do cristianismo, o Diabo.

Ele faz de uma igreja o seu templo particular, o lugar onde pode conversar com a entidade maligna que lhe rege.

Quando está "orando" a Satanás partes de seu discurso são retiradas diretamente do romance datado de 1891, Là-Bas - que significa "Lá embaixo" - de Joris-Karl Huysmans. Nesse texto de inspiração, o personagem central ouve as falas enquanto participa de uma Missa Negra.

A entrevista

A jornalista enfim consegue conversar com Damien. Ela rasga ceda, o compara com John F. Kennedy e até com Alexandre o Grande, logo depois desse trecho, ocorre um atentado, um sujeito entra em combustão, termina com a pele toda queimada, como se estivesse com piche no corpo.

A cena é boa, foi imensamente difícil de acertar e levou cerca de duas semanas para ser filmada.

Nesse interim, o padre deixa cair um punhal, ou seja, era um dos membros do grupo de resistência, que caiu diante de Damien.

Sobre a trilha

Tudo isso é demarcado pela boa música original do filme. O compositor Jerry Goldsmith utilizou em A Profecia II músicas bastante semelhantes no primeiro episódio da saga.

Em alguns casos ele reprisou as seções de pistas nas músicas, remetendo ao primeiro capítulo da franquia. Isso ocorreu porque os produtores Damien: A Profecia II queriam que Goldsmith repetisse seu sucesso vencedor do Oscar nessa sequência.

O compositor ficou frustrado com a experiência e para este, criou um material temático totalmente novo, até escreveu textos em latim que em nada lembrava o famoso Ave Satani.

As estrelas

O grupo de resistência espera um alinhamento de estrelas, para a chegada do Nazareno, ou seja, aguardam a segunda vinda do Messias, de Jesus Cristo.

Mas sempre que podem, eles tentam orquestrar ataques a Thorn, para encerrar a vida dele antes do mesmo completar a idade de Cristo, os tais 33 anos.

No entanto os ataques dos monges são patéticos. Todos eles caem facilmente, em cenas toscas, em masmorras, cuja ação é confusa, sendo normalmente pontuadas por trovões.

Para encerrar o mal, seria preciso outro tipo de manifestação e interferência. Ela demora, mas ocorre.

A repetição da matança dos bebês

Sabendo dessa promessa, Damien quer matar todos os nascidos depois do dia 24 de março, temendo que o Messias renasça de maneira literal.

Isso inclui também o filho de seu amigo, Harvey, que supostamente nasceu no dia, 23, ou seja, estaria fora do esquardo, embora pareça que isso é uma mentira.

Em algum momento, ele pede ao seu assecla para sacrificar seu filho, como Abraão faria com Isaque, mas obriga o sujeito, não o permite fazer por ele mesmo, como o Pai das Nações árabes quase fez quando Jeová o convidou a matar o seu filho. Vale lembrar que na Bíblia, isso foi um teste. Abraão não matou Isaque.

Dessa forma, ocorre o que é possivelmente o maior crime de Thorn.

Ele repete o pecado do Rei Herodes, na época de Jesus e do faraó no Êxodo bíblico, que tentou matar o libertador dos hebreus, o profeta Moisés.

Discípulos da Vigília

Thorn tem um secto, os Discípulos da Vigília, que são tão "sombrios", se reúnem a noite.

A ideia é boa, mas a abordagem nem tanto. Falta sutileza nesse ponto, o discurso beira o óbvio, parecendo um teatro malfeito e não um culto ao ser supremo do Mal.

A sequência foi filmada em uma pedreira de Yorkshire com cerca de 450 figurantes, com um nível muito baixo de luz disponível.

A identidade do "Nazareno"

Mesmo que a identidade do Nazareno nunca seja revelada no filme, o livro baseado no roteiro adicionou mais detalhes, como a criança ter nascido em um clã de ciganos, o que explica por que ele não tinha registro de nascimento, portanto Damien não poderia encontrá-lo, além de, novamente, colocar Jesus para nascer em um povo perseguido, já que os hebreus eram subordinados ao Império Romano no ano um da Era Moderna.

A Profecia III - O Conflito Final : O episódio da saga que mostra Damien adulto

O desfecho infeliz

O desenrolar do final é bem desinteressante, com a interferência que não poderia ser mais Deus Ex Machina do que é.

Toda a trama é muito mastigada, as relações de Damien são todas estranhas, ele só tem com Kate depois que ela estranhamente se acidenta ao cair de uma ponte.

Depois disso, ele tem um momento de intimidade com ela, forçando inclusive sexo anal. O motivo disso aparecer em tela inexiste, talvez a ideia fosse chocar ou aludir a uma prática errada. Não fica claro e parece sem propósito.

No meio da intercorrência, ela se lembra do aviso sobre a marca de nascença, com o 666. Acaba encontrando a mesma, de uma maneira bem conveniente.

Dificuldades com temperatura

Os momentos finais foram difíceis de registrar.

A gravação ocorreu em Fountains Abbey, um mosteiro do século 13 em Yorkshire durante cinco noites, em condições de frio extremo.

Além disso, o lugar foi cercado por morcegos, que voavam nos arredores das gravações.

O fechamento

Ainda resta uma citação ao Leão de Judá e ao filho de Deus, que veio para remir o mundo do pecado, resultando assim no mesmo discurso cristão que permearia o conteúdo da Fox na época do presidente Reagan, embora não haja indícios de que tenha sido influência do diretor diretamente para esse ponto do filme.

A obra desperdiça o talento de Sam Neill, que poderia ter entregue ainda mais. Ironicamente, essa que deveria ser o desfecho da saga acabou sendo tão mal fechada que gerou outras sequências, ainda piores.

A Profecia III: O Conflito Final erra ao não conseguir desenvolver o medo que propõe, além disso, causa pouca tensão, é demasiadamente parado, fato que torna ele desinteressante e fraco.

Confira os nossos textos sobre a saga Omen/A Profecia
1976- A Profecia, livro de David Seltzer
1976- A Profecia, filme de Richard Donner
1978- Damien: A Profecia 2.
1981- A Profecia III: O Conflito Final
2024- A Primeira Profecia

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