Natal da Portela: A cinebiografia do patrono da escola de Madureira

Em época de Carnaval as pessoas vão para as ruas a fim de curtir, brincar e foliar a famosa celebração popular, conhecida pejorativamente por ser a Festa da Carne, embora hoje essa pecha seja bem menos negativa do que era em outros tempos.

Entre as atrações principais há os desfiles das escolas de samba, os tradicionais blocos de rua, além de manifestações locais como desfile dos bonecos de Olinda ou os grupos de bate-bolas no Rio de Janeiro.

Dentre essas manifestações, se lembram figuras importantes do cancioneiro popular e pessoas importantes para a manutenção e criação de agremiações típicas do carnaval.

Uma dessas é Natalino José do Nascimento, um dos fundadores da escola de samba Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela, agremiação da qual foi patrono por muitos anos. Dessa forma, estreou em 1988 Natal da Portela, uma cinebiografia a respeito dessa curiosa figura.

Natal era banqueiro do jogo do bicho, contraventor que é encarado como a pessoa que propiciou a elevação da escola a chance de ser uma das mais tradicionais do Carnaval carioca.

Sujeito de pavio curto e brucutu, que tinha apenas um braço, o homem foi se tornando alguém importante dentro da área de Madureira, se tornando uma espécie de mandatário do bairro até o dia da sua morte, em 1975.

Ficha técnica do filme

Coprodução franco-brasileira lançada em 1988, tem direção e roteiro de Paulo César Saraceni (que assinava Paulo Saraceni) e conta com um elenco estrelado, com Milton Gonçalves, Almir Guineto, Zezé Motta, Adele Fátima, Grande Otelo, João Nogueira e outras figuras.

Foi produzido por Nella Banfi e Jacques Petat e é baseado na vida do sujeito que se tornou "patrocinador" de toda a comunidade do bairro suburbano da zona norte do Rio, o lugar conhecido como Madureira.

Nesse interim, mostra alguns dos detalhes de sua biografia, como o fato dele ter perdido o braço direito.

Estreia e estúdios

A obra passou na quinzena dos realizadores de Cannes, em 1988, no dia 17 de maio. Foi feito pelo estúdio Coût de Coeur, com o selo da Santana e da Embrafilme.

Teve distribuição da Coût de Coeur nos cinemas franceses, da ArtMattan Productions nos EUA, em 1990. Aqui no Brasil, foi lançado pela Embrafilmes nos cinemas e pela Sagres Filmes em VHS.

O Natalino Real:

Natal da Portela: A cinebiografia do patrono da escola de Madureira

Natal, Natalino ou seu Natal era um homem de origem simples.

Seus avós foram escravos, em São Paulo, depois da emancipação, vieram para o Rio de Janeiro, junto aos filhos. A família passou a residir entre Cachoeira Grande e Lins de Vasconcelos.

O pai dele, seu Napoleão, era guarda de freios na ferrovia da estação Central do Brasil. Trabalhando lá, Natalino recebeu o apelido que se tornaria a sua alcunha: Natal.

Simpático e bonachão, o sujeito era muito querido. Aos poucos ele foi subindo na hierarquia do trabalho, também graças a proximidade e amizade que fez com o engenheiro chefe do lugar.

Se tornou condutor de trem e operador de telégrafo, esse último, era o mais tranquilo trabalho da área de atuação.

O acidente

Certo dia, Natal foi designado para uma viagem até São Paulo. No retorno ao Rio, estava atrasado, na tentativa de entrar no trem que já havia saído da plataforma, acabou se acidentando, caindo.

Depois da queda, ficou com o braço ferido, depois que um dos vagões do trem passou por cima dele.

Recrutado pelo "Bicho"

Sem direito algum, acabou sendo encontrado por bicheiros locais, sendo convidado a cobrar dívidas, já que era respeitado por todos e era uma figura imponente, mesmo que só tivesse um braço.

Trabalhou primeiro como agente do bicho, depois apontador do jogo (que era o homem que anotava) trabalhou em Madureira, Turiaçu e Rocha Miranda e pacificou o lugar.

Chegou ao ponto de acertar as contas com um bandido local, de nome Nicodemos José dos Santos, o China Preto.

O episódio foi pitoresco, Natal estava no bar do seu irmão, quando viu ele maltratando um trabalhador. Sabendo que China vinha roubando na área, ele deu um apavoro no sujeito na mesma hora.

Depois disso, foi até o barraco dele e levou ele para fora, como se fosse um homem da lei, um policial, cercado claro de vários homens, dos seus capangas mais fiéis.

China Preto desapareceu depois...e Natal cresceu, se tornando banqueiro da contravenção.

Proximidade com a realeza

Natalino era próximo das autoridades cariocas, tanto que ficou responsável por recepcionar uma nobre britânica.

Quando a duquesa de Kent chegou ao Rio de Janeiro em 1959, ele resolveu levar ela até uma roda de samba na Portela.

Natal da Portela: A cinebiografia do patrono da escola de Madureira
Foto da roda de samba da Portela, para onde foi a duquesa.

Ao longo de sua vida, ajudou a financiar o clube do Madureira (MEC ou Madureira Esporte Clube) que é o time de futebol existente até hoje.

Boa parte da estrutura e do estádio Aniceto Moscoso foi dada por ele. Também ajudou a Portela a elevar o seu patamar.

Na prática, acabou inspirando bicheiros dos anos 60, como Miro Garcia e Castor de Andrade, perceberam que a imagem dele era limpa graças as benfeitorias que praticava.

Quem fez o filme:

Saraceni dirigiu O Desafio, Capitu, A Casa Assassinada, Amor, Carnaval e Sonhos.

Nella Banfi é uma profissional do cinema italiana, que produziu Noites Felinas, Caro Diário, La Seconda Volta e Hotel Paura. Jacques Petat produziu apenas esse.

Gonçalves teve uma carreira longeva no cinema e na televisão. Suas participações em filmes mais lembradas são Na Mira do Assassino, Macunaíma, É Simonal, Rainha Diaba e Carandiru, mas fez também novelas e séries como Irmãos Coragem, Selva de Pedra, O Bem-Amado, Gabriela e À Sombra dos Laranjais.

Milton Gonçalves e homenagens:

Milton foi tão marcante como Natal da Portela que reprisou o papel em um desfile, além de ter sido homenageado algumas vezes na Sapucaí.

Em 2012, esteve na Comissão de Frente, que simbolizou o sincretismo religioso, interpretando um babalorixá. Desfilou junto a cantores portelenses famosos, como Marisa Monte e Paulinho da Viola.

Já em 2013 esteve na passarela ao lado do diretor Jorge Fernando desfilou na Comissão de Frente, com o ator encerrando o desfile interpretando Natal da Portela.

Tema de desfile

Em 2022, poucos meses antes de sua morte, Milton foi homenageado no maior palco do samba carioca. A vida do ator e a luta contra o preconceito viraram o samba-enredo da Acadêmicos de Santa Cruz, integrante da Série Ouro do Carnaval do Rio, que é equivalente a segunda divisão.

No samba-enredo haviam paralelos entre a vida do artista e os orixás.

Natal da Portela: A cinebiografia do patrono da escola de Madureira
Rio Tur Divulgação

No desfile, fizeram a festa do catupé, a coroação de reis negros.

O discurso foi bastante político, organizado pelo carnavalesco Cid Carvalho.

Narrativa

A história começa em um lugar ermo, uma espécie de fazenda e matagal, onde uma banda de Carnaval toca uma música que cita Portela, Mangueira e Estácio de Sá.

Esse momento ocorre em 1923, que foi o ano de criação da agremiação azul e branca.

São citados alguns nomes, como Paulo, Ismael, Rufino, Caetano. Esses seriam, em ordem, Paulo da Portela, Ismael Silva, Antônio Rufino e Antônio Caetano.

Nesse ponto, corre uma discussão sobre samba, em um cenário descampado, que lembra um terreiro. Não se perde tempo explicando que lugar é aquele, aliás, dentro do filme, pouco se vê discussões realmente profundas, tanto sobre as origens dos personagens como sobre os fatos históricos.

Boa parte dos momentos são apenas citados.

Sobre a fundação da Portela

Há muita discussão sobre quando a Portela foi criada, de onde se originou e quem a fundou.

A data oficial mais antiga relacionada a escola foi abril de 1923, tal qual aparece no filme. Ela se refere ao Conjunto Oswaldo Cruz ou Baianinhas de Oswaldo Cruz, originária do bairro de Oswaldo Cruz, que é próximo de Madureira.

Há estudiosos que acreditam que a escola foi fundada em 1926.

O bloco citado já continha o embrião da primeira diretoria portelense, com Paulo da Portela, Alcides Dias Lopes (conhecido como Malandro Histórico) Heitor dos Prazeres, Antônio Caetano, Antônio Rufino, Manuel Bam Bam Bam, Natalino José do Nascimento, Candinho e Cláudio Manuel.

O bloco mudou de nome por duas vezes, chamado de Quem Nos Faz É O Capricho e Vai Como Pode, até assumir a denominação Portela, em meados da década de 1930.

Seu Napoleão

Nesse ponto, Natalino é feito por Sidney Marques e o seu pai, seu Napoleão, é interpretado pelo Grande Otelo.

Pai e filho discordam demais, em relação a como se deve levar a vida. O velho é um sujeito correto, avesso a malandragem, que se irrita que o filho está transando com a mulher de um amigo seu.

É tão comprometido com esse bom mocismo, que até menciona que vai punir o rapaz.

Esse é um dos vários reducionismos que o filme comete, tratando os personagens como se fossem arquétipos morais e não pessoas complexas, com defeitos e qualidades únicas.

Entre esses discursos, se nota que Natal discorda do seu amigo, Paulo. Ele acha que cada um pode e deve ser como quer ser...

Já seu Napoleão quer sair da marginalidade, quer a família longe da vida errada, da rotina do crime. Quer Natalino se casando com a prima, Marina, quer o rapaz sossegado e trabalhador.

Nesse ponto, ele acaba morrendo após um súbito ataque do coração. Pede ao filho para trabalhar em ferrovias, com trem.

A transformação de Natal

Alguns anos depois, Natal já é feito por Milton Gonçalves, que em um diálogo solitário (e expositivo) lembra que no leito de morte, seu pai pediu que ele casasse com Marina e virasse maquinista da Central, que trabalhasse com trens, como ele mesmo foi.

É curioso que essa fala é tão destacada, que mais lembra uma narração do que uma linha comum de diálogo.

No resto do filme, não há mais "narração", mas discursos em tom confessional, de autolouvor e caráter declaratório ocorrem aos montes.

Depois de declarar que todo aquele pedaço de chão era seu, ele sorri, mas depois, à noite, tem um surto, corre atrás de um trem, tropeça e cai em um vão.

Como dito antes, o acidente que vitimou o seu membro superior foi bem diferente.

Com o braço machucado, reclamando de dor, ele sobrevive, quase que por milagre, segundo seu companheiro de trabalho.

Natal fica um tempo no hospital, delira, dizia achar que seus colegas de quarto morreriam. Ele mesmo pensou que não sairia vivo dali, mas saiu.

Esse trecho faz pensar que talvez ele tenha enlouquecido. Dessa forma, pode-se pensar que ele fantasiou tudo o que ocorreu dali para frente. Não fosse uma cinebiografia, isso até faria sentido, explicaria e muito a dificuldade da dramaticidade do roteiro.

Ele sai de lá sem braço, sem indenização, sem perspectiva de futuro. Sem chances de subsistência, decide vender angu na praça.

A proximidade com Paulo da Portela

Depois desses momentos de tristeza, mostra Almir Guineto e Zezé Motta, fazendo o par Paulo da Portela e Maria Elisa, além da amada de Natal, a bela Marina, interpretada pela atriz e sexy symbol Adele Fátima.

Os dois casais são amigos íntimos, embora até então não tenham aparecido juntos. No máximo há uma citação ou outra a Paulo. Dados os problemas do filme, esse é passável.

Quando Marina reaparece, é dito imediatamente que ela está grávida.

A atriz está belíssima, toma banho no rio, depois de anunciar que está esperando um filho de Natalino. A personagem é sexualizada, como normalmente Fátima era nas pornochanchadas que fazia, em especial em Histórias Que Nossas Babás não Contavam, mas aqui, não é uma questão necessariamente negativa, embora pareça estranho, especialmente aos olhos do público atual.

Natal da Portela: A cinebiografia do patrono da escola de Madureira

Infelizmente o filme não tem uma remasterização decente, por isso, pinçar imagens dele é difícil.

Considerando que era um filme barato, a situação piora ao contemplar alguns dos figurinos e a direção artística num geral. Até mesmo momentos importantes, como a tentativa de mostrar Milton Gonçalves com apenas um braço não convence.

Faltava dinheiro para o disfarce e Natal parece estar apenas fingindo não ter um braço.

Pavio curto

Quase que automaticamente ele entra em conflito com o corpo policial. Agentes da lei derrubam a barraca em cima de seus cavalos, segundo Natal, só por conta de ele ser pobre.

Curiosamente, ele defendia Getúlio Vargas, graças as reformas trabalhistas, que segundo ele, lhe deram alguns direitos, embora isso fique confuso no texto, já que foi dito antes que ele não teve qualquer direito.

É uma grave incongruência e não se reflete sobre isso. Ele ganhou algum dinheiro depois? Parte do drama dele foi o de trabalhar no comércio justamente por não ter condições financeiras de cuidar de si, da esposa e da família como um todo.

Essa seria uma questão subalterna, não fosse essa uma questão mega importante, já que Marina morreu na confusão com policiais.

O convite:

Depois de enterrar sua amada, Natal é abordado por um homem branco, interpretado por Paulo Cesar Pereio.

O homem oferece um trabalho na contravenção, no chamado jogo do bicho, uma loteria federal, que poderia dar cadeia e que é avisada assim que entra em cena.

A descrição é confusa, como boa parte da forma que a dramaticidade do filme corre, mas ao contrário do resto dos elementos, que são mostrados às pressas, esse faz sentido ser tão confuso, por conta de a legitimidade do jogo ser discutível.

Ascensão quase automática

Ele foi contratado por ser valente. Aos poucos toma conta de tudo, da segurança, até da construção civil, já que segundo ele, foi sua ação que calçou essa terra.

Natal da Portela: A cinebiografia do patrono da escola de Madureira

O grave aqui é que se cita muito e mostra pouco.

Até há uma ação, onde Natal bate de frente com policiais que jogaram fora as bexigas dos meninos que tentavam vendê-las. Os meninos só estavam brincando e segundo o bicheiro, faziam isso para não morrer de fome.

Aqui ele cita Madureira, cita o povo, cita que a polícia é inimiga deles. Também cita seus louros e suas façanhas, diz que asfaltou tudo, que melhorou a vida de todos. 

A falta de demonstrações simples das melhorias obtidas pelo esforço do banqueiro causa espécie. Saraceni confia muito no desempenho de Gonçalves para convencer a todos.

Ele convence como homem de ação, mas acaba sendo pouco. O filme carece de outros elementos de ligação com o espectador.

Uma conversa franca sobre a Escola

Cinebiografias podem cair em cima de uma problemática de ser um resumo da vida de pessoas famosas. Essa sofre exatamente desse mal.

Um bom exemplo disso é a briga com Paulo, em que Natalino pergunta se ele e seus colegas de agremiação acham que o dinheiro que ele doa é sujo.

Ora, ninguém falou sobre isso antes, a frase jamais esteve na boca de um personagem, fosse ele bom ou malvado.

Guineto bem

Ao menos, Almir Guineto acerta em seu Paulo da Portela, sai bem da conversa, diz que não quer onerar o amigo, não quer ser um peso para ele.

É sua uma das melhores falas do filme, em que destaca que ele mesmo, Paulo, usa terno e é pobre, enquanto Natal anda com chinelo de dedo e está podre de rico.

A relação dos dois aliás é a maior virtude do filme, anteciparia de certa a forma como a amizade de Bené e Zé Pequeno ocorreria em Cidade de Deus, inclusive com os mesmos arquétipos, do homem querido, simpático e empático, com o brucutu mal encarado, embora Natalino tenha muito mais bossa que o Zé de Leandro Firmino.

O dueto

Ainda sobre o interprete de Paulo, é um fato que a atuação de Guineto é um sopro de ar fresco, especialmente quando unido ao seu par.

Ele brilha muito ao contracenar com Zezé Motta.

Há vários momentos cantantes, como quando mencionam em tela Sorriso Novo, composição de Guineto.

A ação de Natal

A construção da mítica em volta de Natal é arquitetada de forma pouco sutil.

Em certo ponto, ele vai com seus capangas, incluindo aí o personagem de David Pinhiero, que fez o famoso Armando Volta (ou "Sambarilove") na Escolinha do Professor Raimundo.

O sujeito é uma caricatura engraçada, com um sotaque português e com diálogos expositivos, que louvam Natal.

O bicheiro lava o dinheiro sujo, com caridade, com orfanatos e hospitais. Isso de fato ocorria na rotina do homem.

Episódio da prisão e assassinato:

Outros pontos da história são mencionados de forma estranha, como a primeira prisão de Natalino.

Lá ele discutiu com um sujeito abjeto, chamado Davi. O homem o chama de nego nojento, é absolutamente racista, preconceituoso ao extremo. Natal propõe um duelo quando ambos estiverem livres, mas na rua Davi não vai armado.

Ele diz que sumirá por 72 horas, para evitar o flagrante, mas depois aceita ficar preso por alguns meses. A polícia o leva para Ilha Grande, o presídio da época.

Em sua despedida ele só deseja que a Portela vá para as cabeças - frase essa muito repetida, falada várias vezes durante a exibição. Ver a escola brilhar era a sua única vaidade.

A despedida do amigo

A cena do enterro de Paulo é pesada. O filme tenta mostrar Paulo e Natal como uma dupla de amigos inseparáveis, o artista e o bandido, o pobre e o mantenedor.

Nesse ponto, ele toma um lugar de frente na escola, tanto que chama Wilma, para ser porta bandeira da Portela, quando a mesa era criança no filme, da Unidos de Vaz Lobo.

A legenda em inglês cita como Wilma, mas a personagem se trata de Vilma Nascimento, que ocupou o posto por muitos anos.

Perto do final, se fala da homenagem da escola Tradição ao personagem-título, chamada Sonhos do Natal dos compositores do João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro.

A escola vice-campeã do grupo 2 em 1987, foi promovida para o Grupo Especial.

Os sambas de Natal

Fora esse samba da Tradição - que aliás, é uma dissidência da Portela, fundada em 1984 pelos herdeiros e parentes do seu Natal - também há de citar Sonhar com Rei dá Leão, da Beija Flor, que era para ser um samba sobre Natal, mas Joãozinho Trinta resolveu mudar o rumo para falar do jogo do bicho como um todo.

Esse foi o primeiro carnaval de Neguinho da Beija-Flor, em 1976 e foi o primeiro título da escola de Nilópolis.

O desfecho

Na avenida, se fala rapidamente das contendas entre Tradição e Portela, quase como se houvesse ali um repeteco da relação entre Natalino e Paulo, mas sem uma resolução positiva, como normalmente ocorria nas discussões dos dois.

Não há sequer uma citação mais profunda sobre os últimos anos do personagem-título, ou algo que o valha. A história termina subitamente mesmo. Ainda assim, tem seus charmes, graças desempenho de Gonçalves, Motta e Guineto.

Natal da Portela é um filme irregular, paupérrimo. Poderia ser uma história minimamente condizente com a rica jornada do personagem caso tivesse mais tempo para falar da história, evitando a ideia de ser apenas um resumo de uma jornada tão cheia de eventos marcantes.

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