
Mannaja: Um Homem Chamado Blade é um filme de faroeste italiano de Sergio Martino, que é estrelado por Maurizio Merli lançado em 1977.
O filme também pode ser encontrado como Vingança Cega entre outros nomes, é uma obra de temática clássica relacionada ao velho oeste americano e inicia em uma cidade de mineradores, onde um caçador de recompensas tenta vingar uma morte.
Munido de uma machadinha, ele tenta superar o seu opositor, encontra e enfrenta novos inimigos, lida com a corrupção e com o caos local e tenta arranjar um novo objetivo de vida.
O roteiro é de Sauro Scavolini e de Sergio Martino, com argumento desse último, foi produzido por Luciano Martino.
Bang Bang à Italiana tardio
Esse é um dos últimos filmes do chamado movimento Western Spaghetti.
O movimento do faroeste europeu teve sua grande popularidade nos anos 1960, que era uma década onde os grandes estúdios hollywoodianos já haviam parado de fazer histórias do Velho Oeste, ao menos em demasia, já que ainda se faz até hoje obras dessa temática.
Durante algum tempo, o gênero mais popular dentro do filão de ação eram as obras de tiroteio nos desertos dos Estados Unidos e México, mas com o tempo o gênero foi perdendo força e tração, mas ainda havia demanda de público, especialmente na Europa e América Latina. Por isso é que cineastas europeus começaram a fazer seus filmes, entre eles Sergio Leone, Sergio Corbucci, Sergio Sollima, Gianfranco Parolini etc.
Os mais caros normalmente eram filmados na Espanho, nos desertos de Almería, na Andaluzia ou Andalucia.
Os mais baratos tinham cenários diversos, especialmente na Itália, como esse Blade.
Inspiração assumida
Sergio Martino declarou que uma das suas inspirações era Sam Peckinpah, de Meu Ódio Será sua Herança e Pat Garrett & Billy The Kid. Isso se percebe especialmente nas cenas quebradas, em câmera lenta, que valoriza o movimento slow motion.
O nome:
Mannaja é uma palavra italiana que em português, corresponde a machado ou machadinhas.
É pronunciado como mannaia e é a arma mais utilizada por Blade ou Mannaja, o protagonista.
Semelhança com Franco Nero
O motivo principal para escolherem Maurizio Merli como protagonista aqui é o fato dele parecer com Franco Nero.

É inegável que eles se parecem, além disso, o drama de Blade lembra muito o que foi visto em Keoma, filme do ano anterior, que marcou época por ser uma das últimas pérolas do cinema de faroeste italiano.
Semelhança com Blade da Marvel:
Para alguns espectadores talvez haja a confusão relacionando esse com o filme de quadrinhos da Marvel de 1998, Blade: O Caçador de Vampiros.
Obviamente que a obra americana não é um remake de Mannaja, tampouco o personagem criado por Marv Wolfman para os quadrinhos o é, mas ainda assim há muitas semelhanças entre o Blade de Maurizio Merli e o interpretado por Wesley Snipes.
Mannaja é um caçador de recompensas, Blade também caça, mas somente de vampiros. Os dois personagens compartilham a mesma perda, já que um perdeu o pai e o outro a mãe.
A jornada de ambos envolve a procura dos homens responsáveis pelas "mortes" dos parentes, ambos acabam fracassando na busca por esse alvo, sem saber se é mais de um ou não.
Estreia e nomenclatura
O longa estreou em agosto de 1977. Na Alemanha Ocidental e Argentina só chegou em 79, enquanto na França, estreou em 1980.
Se chama originalmente Mannaja. Em países de língua espanhola como a Argentina e Colômbia é Un Hombre llamado hacha, na Espanha é Mannaja (El Valle de la muerte). Na Alemanha é Das Bell des Todes e em Portugal é Mannaja, O Cavaleiro Solitário.

O longa foi gravado na Itália, nos Elios Studios, em Roma e no Campo Imperatore, L'Aquila em Abruzzo.
Os estúdios que produziram o filme foram a Devon Film e Medusa Distribuzione. Foi distribuído por esse último estúdio, na Itália, enquanto na Alemanha Ocidental pela Avis-Filmverleih em 1979.
Quem fez:
Sergio Martino era especializado no cinema de horror, embora eventualmente fizesse filmes sobre o velho oeste. Ele dirigiu Mil Pecados...Nenhuma Virtude, A Volta de Arizona Colt, A Cauda do Escorpião, Todas as Cores do Medo, No Quarto Escuro de Satã e Torso.
Produziu Assassinato Pago em Dólares, Django Mata por Dinheiroe Tão Doce Quanto Perversa.
Scavolini escreveu Johnny Yuma, Django Mata por Dinheiro, Vou, Mato e Volto, John Bastardo, A Cauda do Escorpião, Todas as Cores do Medo etc.
Luciano Martino produziu Sangue e Violência, A Virgem, o Touro e o Capricórnio, Pavor na Cidade dos Zumbis, Canibal Ferox, Uma Lâmina no Escuro, Keruak: o Exterminador de Aço, Tempo de Matar e O Mercador de Veneza.
Merli esteve em vários filmes de ação, como Roma Armada, O Império do Crime, Italia a Mano armata e Sangue e Violência, todas obras contemporâneas a esse Blade.
Antes esteve em O Leopardo, Raptus e Presas Brancas. Depois esteve em O Chefão Siciliano, O Rebelde e Escândalo de Amor.
Restrições pelo mundo
Quando o filme foi lançado em DVD na Nova Zelândia, recebeu a classificação R13 por sua violência gráfica e por conter alguns palavrões em seu vocábulo.
Isso ocorreu principalmente devido à sequência gráfica em que a mão é cortada pela machadinha de Blade, logo na abertura. Com as mudanças, essa cena foi retalhada e boa parte dos tiroteios reduziram seu nível de gore consideravelmente.
O filme foi proibido na Suécia.
Bilheteria
O filme foi um sucesso na época de seu lançamento, arrecadando em torno de £ 800 milhões de liras italianas.
Narrativa
O início se dá em um lago pantanoso, com pessoas se movimentam em câmera lenta, em atenção aos clichês do cinema de Sam Peckinpah.
Nesse momento, aparecem pessoas no meio de uma neblina, cuja razão para aparecer assim acaba indo além da escolha estética, já que era preciso esconder o fato que o estúdio Elios em Roma precisava ser reformado.
Ou seja, com apenas uma escolha estética, Martino transformou um problema em estilo
Efeito da neblina e problemas com cães:
Máquinas de ar quente foram usadas para criar o ambiente de nevoeiro presente no início do filme. Já os barulhos e o vento que as máquinas de ar quente faziam deixavam os dois Dogues Alemães irritados.
As suas coleiras se enroscavam no corpo de John Steiner e impossibilitavam que ele continuasse atuando. O interprete teve que conviver com isso, odiando a experiência de contracenar com animais.
A ação
Um homem loiro pega o sujeito sujo, prendendo o sujeito.
O sujeito que comete a ação é Mannaja, ou Blade, o personagem de Merli. Ele captura enfim Burt Craven, o bandido vivido pelo francês Donald O'Brien (O Nome da Rosa).
Sergio Martino trabalharia outra vez com o francês, em Keruak.

Os dois chegam a uma cidade, onde tudo é de posse da mesma pessoa: McGowan.
Além disso, o lugar não possui xerife e a cidade mais próxima é Cassidy, com uma boa distância dali, ainda mais com a chuva que permeia o cenário.
Sem opções de onde deixar o bandido capturado, Blade então vai a um saloon (chamado de farmácia, em algumas traduções) atrás de Voller -Valler ou Woller, dependendo da tradução - o cão de caça de Cassidy, chamado assim graças aos seus animais de estimação.
Dentro do bar Mannaja tem um desentendimento com o tal sujeito, que é interpretado por John Steiner. Ele chega a ter que bater nos dois cães dele. Curioso que mesmo sendo dogues, são tão esguios que lembram mais dobermanns pretos.
A escolha de Steiner
John Steiner foi escalado como Voller porque segundo os produtores, tinha cara de vilão.
O ator ainda tinha medo de cavalos, então Martino o fez subir em pranchas de madeira enquanto filmava seus close-ups, para que parecesse que ele estava andando sob a montaria.

A arma do "herói"
Mannaja até usa armas de fogo, mas ele se mostra bom mesmo utilizando a sua característica machadinha. Ele arremessa como se fossem facas muito leves.
Esse tipo de utilização é algo raro em filmes baseados no Velho Oeste americano, ainda mais em se tratando de um personagem caucasiano.
Normalmente latinos arremessam facas, especialmente nos Zapatas Westerns.
A liberação de Craven
Antes de dormir, Blade libera Craven, pois não quer sentir seu chulé. Fica patente que o caminho dois se cruzará novamente. Há uma intenção da parte do filme de tornar essa jornada em algo poético.
Deserto idilico:
Mannaja cruza o deserto, mais uma vez com nevoeiro acompanhando os passos dos cascos dos cavalos.
O personagem central tem encontros estranhos, em cenas que claramente não são do presente. Esses resultam então em lembranças bastante estranhas.
Enfim o personagem-título chega até a casa de McGowan, mostrando de antemão que tem facilidade em entrar na propriedade, que fica dentro da casa grande.
Ele chega sem apresentação e sem grande alarde, tão silencioso que assusta a filha do homem, Debra, interpretada por Sonja Jeannine.
Somente depois que ele faz uma proposta de liderar o exército de McGowan é que Voller chega, com seus cães, que agora são mansos com o protagonista, depois do encontro desafortunado que tiveram no bar.
A forma como a música funciona
Curioso que Martino produz um filme de narrativa simples, mas cheio de momentos contemplativos. Esses trechos normalmente ocorrem no mais absoluto silêncio, já em outros, são levados pela bela música de Guido & Maurizio De Angelis
A dupla trabalhou em O Último Samurai do Oeste, Dá-lhe Duro, Trinity, Keoma e Yor: O Caçador do Futuro.
Aqui fazem um trabalho bonito, que ajuda a embalar os momentos mais poéticos, não descuidando do lado violento da coisa.
O método enlameado do protagonista
Mannaja se suja, literal e metaforicamente. Disputa algumas brigas na lama, se mete em vários embates físicos.
Maurizio Merli fez sozinho a maioria absoluta da luta na lama. Também fez a maioria de suas próprias cenas de ação.
À procura de Mannaja, Voller encontra uma trupe de shows femininos, dançarinas burlescas, lindíssimas, cuja exibição parece flertar com o erotismo.
Desesperados para achar seu alvo, alvejam várias vezes a carruagem de chapéus. A grande questão é que o personagem central não estava ali, estava escondido, ali perto, mas não no exato local examinado.
O show eventualmente chega na cidade de Cassidy. Dizem ter vindo do Mississipi mas não demora até que elas sejam descobertos como farsantes.
Açoite:
Depois que as moças começam a ser chicoteadas no meio da rua, o personagem de Merli se revela, chamando a atenção dos criminosos violentos.
Sem dificuldade, derruba o grupo de 28 bandidos, bagunça os adversários e passa por cima deles como se nada fossem.
No segundo encontro do protagonista com McGowan, o velho homem pergunta o seu nome, mas não tem uma resposta exata, fala apenas que sua alcunha está no caixão de seu pai.
O sujeito então percebe que ele é filho de Gerald Merton. Os momentos de viagem mental eram lembranças, da trágica morte do parente.
Levando em conta a fala de Blade a McGowan, é fácil especular que o nome do falecido pai de Blade é Gerald e o seu também, como muitos fãs acreditam, afinal, é o nome na lápide, indicado como o dele também.
Com o parente morto, ele buscou uma nova forma de se identificar.
A partir daqui falaremos sobre as curvas finais do filme, ou seja, haverá spoilers.
O recado está dado.

McGowan diz que não teve culpa, que a morte do pai do protagonista foi um acidente, com a queda de uma árvore, mas Mannaja não aceita isso, diz que ele roubou suas terras, embora o velho diga que as comprou de maneira legítima.
No entanto, o encontro não termina com ele morto, ao contrário. Ele sobrevive, para seguir com culpa, sem o movimento das pernas e sem Debra.
Os dois enfim chegam a um acordo, para irem na direção de Voller, o vilão em comum dos dois.
O final é cheio de reviravoltas, com Debra e Voller formando um par, além de mostrar Mannaja quase morrendo.
Ele é salvo por Craven, que mais tarde, descobre que Blade não está cego, apesar de ter dito isso. Na verdade, ele não enxerga bem de fato, mas o bandido vai embora antes de conseguir provar seu ponto.
Mannaja então vai ao encontro de Voller, novamente em um cenário com neblina, que cega quem tenta ver. Em pé de igualdade, o protagonista lança a machadinha, como se fosse uma navalha e derruba Voller.
Mannaja é dos filmes de faroeste europeu um dos menos óbvios e formulaico. Possui uma história pesada, com boas atuações, explorando a violência gráfica, com um bom apelo à artes marciais.
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