Dez Minutos Para a Meia-Noite: O doido filme de vampiro com Caroline Williams


Dez Minutos Para a Meia-Noite: O doido filme de vampiro com Caroline Williams

Dez Minutos Para Meia Noite é um filme de terror de 2020, que baseia sua exploração na figura famosa da scream queen Caroline Williams, a atriz veterana de O Massacre da Serra Elétrica 2 que se tornou ao longo dos anos, uma espécie de sexy symbol, mesmo com o óbvio envelhecimento da mesma.

A história acompanha a rotina de uma radialista, que chega em seu trabalho com a notícia de que o seu contrato de trabalho vai acabar. Esses seriam os seus últimos momentos fazendo o seu programa e ela deveria instruir a sua substituta. No entanto, ela se vê obrigada a lidar com outros tantos problemas.

Fora a óbvia questão de conviver com a sensação terrível de ter que forçosamente se aposentador da função que faz há anos, de ter que tratada da incômoda sensação de estar sendo substituída por uma versão mais jovem de "mulher atraente no rádio", ela ainda é confrontada com acusações sexistas sobre o seu passado e presente, com traumas ligados a assédio sexual, além de cair em uma grave paranoia após ter sido mordida por um morcego raivoso.

Vampirismo ou sexismo?

Por conta de uma tempestade, a radialista fica presa na estação e começa a entrar em uma sensação de que tudo está errado.

Ela acredita estar se transformando em uma monstruosidade, pode de fato estar virando uma vampira, embora ela não acredite nesse tipo de mitologia. Ou seja, ou ela está de fato virando uma morta-viva sugadora de sangue, ou está "apenas" sofrendo com gaslighting e outras questões referentes ao sexismo.

A obra é dirigida por Erik Bloomquist, escrita por ele e por Carson Bloomquist. Foi produzido por Carson, Erik e Adam Weppler. Elizabeth Alan, Jeffrey Fryer, Barbara Horan, Bill Salvatore, Chris Woodward, Emily Woodward, Michael Yanofsky e Victoria Young.

O longa estreou primeiro no Brasil, em 14 de agosto de 2020. Passou também no Popcorn Frights Film Festival nos Estados Unidos no mesmo dia.

Em setembro de 2020 chegou aos cinemas comerciais estadunidense. No Reino Unido chegou em outubro, no Grimmfest International Festival of Fantastic Film.

O título original é Ten Minutes to Midnight e se chama assim em praticamente todas as praças, menos no Brasil, onde chama Dez Minutos Para a Meia-Noite e na Rússia é 10 минут до полуночи.

Vale lembrar que esse não é o filme de ação com Charles Bronson, 10 to Midnight, que em Portugal é Dez para a Meia-Noite, no Brasil é Dez Minutos para Morrer, obra policial dos EUA, lançada em 1983 com direção de J. Lee Thompson.

O filme se passa praticamente no mesmo local, portanto, é localizado em Willimantic, Connecticut.

O estúdio por trás dele é a Mainframe Pictures, com distribuição de 1091 Pictures nos Estados Unidos e no Canadá e da Danse Macabre no Reino Unido e Austrália. Em Portugal foi lançado pela NOS Audiovisuais.

Quem Fez

Erik Bloomquist dirigiu os curtas Midnigh Brew e Ghost Tour, a série The Cobblestone Corridor e os longas A Bruxa do Bosque, Uma Noite No Inferno, Intermedium e Celebração Macabra.

Carson Bloomquist escreveu Uma Noite no Inferno, A Bruxa do Bosque e Celebração Macabra.

Adam Weppler interpreta Dylan aqui, produziu Long Lost, A Bruxa do Bosque e Celebração Macabra.

Os efeitos visuais ficam por conta de Amanda Pepin, que fez A Bruxa do Bosque, Johny & Clyde: Parceiros no Crime e Por Trás da Verdade.

Para muitos fãs, a personagem de Williams é uma continuação espiritual de Stretch, a rainha do grito na comédia de humor negro que Tobe Hooper fez em 1986, em O Massacre da Serra Elétrica 2.

Dez Minutos Para a Meia-Noite: O doido filme de vampiro com Caroline Williams

Impressiona como ela segue bela ao longo dos anos. A essa altura, na época das filmagens, ela já era sexagenária.

Para além dos dotes físicos dela, é inegável que ela é carismática e atrai simpatia da parte do público, capturando a atenção de quem assiste de uma maneira magnética.

Caroline é conhecida pelo filme já citado, mas não só por esse. Ela é uma musa do cinema B, está em diversas obras de terror e de ação, como em A Volta do Padrasto, O Massacre da Serra Elétrica 3, Dias de Trovão, O Duende Assassino, O Grinch, Halloween II de Rob Zombie, Terror no Pântano 3, Contágio Letal, Tales of Halloween, Sharknado: Corra Para o 4º, esse último, ela faz uma personagem chamada Stretch.

Também está no estranho (e semi erótico) Verotika, Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe e Meteoro: O Fim dos Tempos, além de Megalodon: The Frenzy e He Sees You When You're Sleeping que são os seus últimos créditos.

Ela foi produtora no curta Welcome to the Dauntless Motel e produtora executiva em Blind - Eu Estou Aqui.

Narrativa

A história começa com a chegada de Amy Marlowe na rádio, depois de ter sido atacada enquanto estava na rua, saindo com um ferimento no pescoço, que dentro da rádio, só aumenta.

A mulher foi mordida por um morcego, mas não se interessa em cuidar disso, uma vez que está com muita pressa. Isso obviamente criou uma série de problemas inesperados.

Depois de entrar no prédio da rádio, ela conversa com o porteiro careca, Ernie (Nicholas Tucci, ator que morreu e a quem o filme é dedicado) e se preocupa com ser substituída.

Ela encontra Robert, ou Bob, personagem de William Youmans (Os Muitos Santos de Newark) por uma nova moça que chega ao local, no caso, Sienna Walker, personagem de Nicole Kang (de Batwoman e You) uma estudante de comunicação, que chegou da faculdade de Berkeley.

A substituta

Essa moça tem uma aparição capciosa, já que é apresentada como uma linda mulher, mais jovem que a protagonista, que em seu momento de introdução é extremamente simpática com o chefe de Amy.

Dessa forma, encaram ela como alguém que está flertando com a figura de autoridade, embora ela negue isso. Fato é que ela passará a trabalhar lá, justamente na função de radialista, como bom prodígio da comunicação que ela é.

Aqui se estabelece o velho clichê da "competição feminina voraz" estabelecendo Amy como uma pessoa insegura diante de Sienna, com uma diferença grande de idade, de duas décadas entre as personagens, embora Caroline Williams seja na verdade, 30 anos mais velha que Nicole Kang.

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Amy sabe que está envelhecendo, que seu tempo está acabando, não nega isso, mas se irrita pelo fato de sempre ter sido extremamente civilizada e profissional, ao passo que é descartada sem aviso prévio, fora que está irritada, muito mais, se comparado a outros momentos, desde a mordida do morcego.

Como dito por outros personagens (e por ela mesma) ela sempre foi alguém calma.

Ao lado da personagem, há o auxiliar Aaron, um rapaz que faz a função de engenheiro de som da rádio e que nutre uma paixão platônica pela apresentadora veterana. Ele é o personagem do produtor Weppler.

O filme parece um grande episódio de série, colaborando para isso o fato de ter menos de 75 minutos de duração.

O último programa

Esse seria o programa de despedida da protagonista e além do stress normal que teria, ele ainda é assistido por Sienna, contra a vontade Marlowe.

A relação das duas é curta, mas passa por muitos sentimentos. Primeiro, a moça elogia a veterana, mas não demora a responder com desdém a Amy, embora isso pareça ser "apenas" uma resposta a postura passivo agressiva dela.

Sienna considera ela patética e nega na frente de Amy que esteja transando com Bob. Diz que é diferente de Amy, afirma que por ter talento, não precisa seu corpo para ganhar espaço, por isso, desdenha da veterana e até diz que foi ela quem convenceu o chefe a dar um último programa para ela.

De repente o longa se transforma em um show de impropérios, com Amy surtando, brigando e afirma que passou trinta anos trabalhando de maneira educada e correta.

O surto e a metamorfose

Para muitos, produções como essa não são nutrem grandes expectativas, resultando apenas em um exercício de execução com uma ou outra pessoa famosa, em uma obra barata e de premissa tosca, mas essa condição é completamente distorcida, graças a essa cena, que consiste na abertura do programa.

O texto particularmente nesse ponto está afiadíssimo, tanto que nem vale muito expor ele aqui, é bom para o leitor ir atrás do filme. Além disso, Williams e Kang estão muito bem, atuam maravilhosamente e abrilhantam as palavras do script.

E...sim, obviamente Amy está se tornando uma vampira. Após toda a discussão, ela tenta morder Walker.

Depois Robert a chama, diz que havia uma festa de despedida planejada, com um bolo do seu sabor preferido, o Red Velvet. Ela só deveria esperar até o amanhecer.

Como erupções solares interromperam as transmissões para boa parte das pessoas, justamente na hora do ataque de ego dela a rádio estava fora do ar, ou seja, não havia grandes vergonhas dela no ar.

Enquanto o chefe é compreensivo com ela, há um devaneio, vê o homem sendo acariciado pelo corpo da menina que acusou de dar para ele. No final, Bob senta ao seu lado e passa a mão nela. Seria essa outra ilusão?

Dez Minutos Para a Meia-Noite: O doido filme de vampiro com Caroline Williams

Ernie, o porteiro talha madeira, tal qual uma adaga, aparentemente, por suspeitar dela. Ele declara que acha que ela está com raiva, que é o tipo de doença que tipicamente acomete quem sofre mordida de morcego.

Metamorfose vampírica ou estágios do luto

Todos os estranhos eventos parecem fazer parte dos estágios do luto, os mesmos que são ditos por Sienna em determinado ponto, a questão é que a novata fala da carreira de Amy, enquanto ela parece estar lutando para não liberar o seu lado selvagem.

Amy assiste Walker atacando as pessoas, no que provavelmente é mais uma mostra de como ela poderia ser, caso liberasse seu modo animalesco.

A maquiagem de Sienna é sensacional e quando a protagonista se libera, é um outro bom momento, com uma atuação física digna, até mesmo inesperada, para um filme de orçamento tão baixo.

Se vampiros falam sobre o peso de viver para sempre, 10 Minutos para Meia Noite utiliza o clichê do sugador de sangue imortal para falar de obsolescência.

Faz esse exercício bem, não só para a personagem Amy, mas também para a sua interprete. Afirmar que Wiliams é boa atriz seria exagero, ela sempre foi conhecida por ser bonita e atraente mesmo com o passar dos anos, mas aqui ela tem chance de mostrar que tem capacidade dramática e para a proposta apresenta, ela consegue fazer bem.

A real evolução de Stretch

Caroline apela para os seus papéis famosos, é como uma Stretch mais velha e melancólica, ainda consegue representar bem o dilema humano ao se tornar um predador descontrolado em busca de sangue.

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Apesar de esse ser um filme B, há um cuidado impressionante com o visual, os elementos de cenário são bonitos, em especial o telefone antigo preto e a caracterização dos personagens quando mais jovens.

A lisergia ganha ares e contornos bizarros, quando os personagens mudam de interpretes entre si.

O final é um pouco expositivo, por mostrar a "possível" festinha de despedida em uma versão alternativa. A ideia de inverter papéis - mostra Aaron com a pele de Bob, se declarando e fazendo um discurso de valorização - é uma boa ideia, assim como a utilização de um discurso típico de autoajuda, feito só para colocar a mulher em um caixão dormitório dos vampiros.

Ainda há uma espécie de epílogo, com um homem aleatório, um personagem não antes apresentado, que faz uma espécie de zelador. Ele acaba entrando no recinto, para limpar e percebe que houve um massacre.

Apesar do desfecho que não combina em qualidade com o resto do filme, Dez Minutos Para Meia é uma experiência que surpreende, uma obra sobre vampiros que não tenta ser maior do que realmente é e que tem a sua forma diferenciada de lidar sobre os clichês de mortos vivos sugadores de sangue, utilizando essa pecha para discutir sexismo, etarismo e demais preconceitos com a mulher no mercado de comunicação. É uma boa pedida, em especial para os fãs de cinema especulativo.

9 comments

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