George A. Romero Resident Evil : A história do filme de Resident Evil que (infelizmente) nunca ocorreu

George A. Romero Resident Evil : A história do filme de Resident Evil que (infelizmente) nunca ocorreu

George A. Romero’s Resident Evil é um documentário que tenta contar uma história curiosa, a respeito de uma produção que, durante muito tempo, foi encarada apenas como uma lenda urbana. Longa deBrandon Salisbury versa a respeito da versão de Resident Evil que, por muito pouco, não foi comandada pelo pai das obras de zumbi, George A. Romero.

Tal qual a obra analisada, esse documentário é uma promessa antiga, comandado por Salisbury, com roteiro do próprio e de Robbie McGregor.

A produção ficou a cargo do trio Salisbury, Thomas Touhey e Joel Welsh, com produção executiva de Matthew Lee Anderson, John Lepper e Adam Whitton.

A estreia foi em 7 de janeiro de 2025 pela internet, no seu país de origem, os Estados Unidos. Na Alemanha chegará em 27 de fevereiro de 2025 em DVD e Blu-ray.

O longa se chama George A. Romero's Resident Evil e é conhecido assim praticamente no mundo inteiro, sem variações de alcunha pelo menos até o momento.

As gravações incluíram entrevistas em Pittsburgh na Pennsylvania, Los Angeles na Califórnia, em Iron Mountain em Wisconsin e em Tóquio no Japão.

Algumas cenas dramáticas foram gravadas em Meadville (as cenas na mansão) e Carlisle (nos laboratórios) ambos na Pensilvânia também.

Os estúdios por trás da obra são a Key 13 Films, Point Five Films e a Cyfuno Ventures. A distribuição foi da Dark Star Pictures nos Estados Unidos, tanto na TV a cabo quanto em VOD e em Bluray. Também distribuiu a Uncork'd Entertainment, enquanto a Dolphin Medien lançou fora do país de origem.

Quem fez:

Salisbury estreou como diretor, roteirista e produtor nesse. Está produzindo Whistle to the Maples e dirigirá Faith: The Unholy Trinity. McGregor só escreveu esse.

Touhey produziu The Darkness and Tom Markos e Serious Profession, foi produtor executivo em Deadlands 2: Trapped.

Welsh foi produtor associado na série King & Pawn e fez os efeitos especiais em Curse of the Reefer Beas, sendo diretor de arte dele também.

O estudo de caso

Narrado por Pablo Kuntz, o documentário já começa mostrando o cenário da mansão e da escadaria famosa, bem parecida com o ponto do cenário onde começa o primeiro game.

O longa tem momentos dramáticos inéditos, filmados aqui para aludir os chavões da série de jogos, que teoricamente estariam no material base do que Romero pensou para a sua ideia. É possível ver cenários que imitam a lore do game, como a máquina de escrever que era utilizada para salvar o progresso do jogo.

George A. Romero Resident Evil : A história do filme de Resident Evil que (infelizmente) nunca ocorreu

O resumo da operação foi que a Constantin Films comprou os direitos de adaptação do jogo junto a Capcom, chamaram George Romero, mas ele foi demitido um ano depois.

Com o lançamento de Resident Evil: O hóspede Maldito, a discussão sumiu.

Há um grande esmero em reconstruir algumas das cenas clássicas do início do jogo, inclusive com um ator que faz uma participação que imita os atores da abertura do jogo - há de se lembrar que, no primeiro jogo, haviam atores reais fazendo uma participação, inclusive um deles fala nesse especial - e seu desempenho é tão caricato quanto os que estavam na cena inicial.

Essa é uma ótima imitação do que foi visto lá, ou seja, foi uma saída esperta da parte do documentarista.

As entrevistas:

Há muitas pessoas entrevistadas e entre as mais notáveis estão Norman England, da GARF Global Liaidon Japan e George A. Romero Foundation, que fala especialmente da origem dele no Bronx - narra inclusive um pouco da vivência do pai do cineasta, que era designer de pôsteres de filmes e de peças da Broadway - também se dá espaço para Matt Blazi co-host do Garf Network e Ben Rubin, que é curador e trabalha no George A. Romero Archive.

Esse três são os especialistas biográficos, as pessoas que dão depoimentos a respeito dos detalhes da vida do cineasta, os seus segredos mais íntimos, sentimentos e expectativas.

Também se dá um bom panorama do início de carreira do diretor, da passagem na Trilogia dos Mortos, fala brevemente de O Exército de Extermínio e Martin.

Também se fala com gente que trabalhou com o “Mestre”. O depoimento de George Demick - diretor de filmes B, produtor associado desse documentário e parte do elenco de O Dia dos Mortos - é muito digno de destaque, sobre uma cena sangrenta com Joe Pilato, em uma sequência gravada no aniversário dele de 21 anos.

Ele disse que aquele foi um momento incrível, por conta de ter ficado o dia inteiro com Tom Savini e com a equipe de efeitos, ou seja, foi melhor do que qualquer festinha e curtição possível no dia que completou anos.

George A. Romero Resident Evil : A história do filme de Resident Evil que (infelizmente) nunca ocorreu

Em determinado ponto o narrador fala a respeito da trilogia famosa, na verdade de todos os filmes de zumbi de Romero.

A Mitologia dos Zumbis Romerianos

A mitologia dos mortos de Romero frequentemente colocava o conceito de zumbi em um contexto mais amplo, em A Noite dos Mortos Vivos tinha um estudo sobre um grupo de estranhos sobrevivendo à noite em uma casa de fazenda, atacada por monstros vorazes, mas também comentava sobre o movimento dos direitos civis e o tratamento dos afro-americanos na sociedade dos Estados Unidos.

Há um comentário racial, já que a sociedade estava passando por em reflexo da agitação dos anos 60, mas um assunto não passava por cima do outro.

O Despertar dos Mortos é focado no consumismo excessivo, ganância e o fascínio pelos bens materiais, ou seja, critica de forma veemente o materialismo no sentido da fetichização da mercadoria.

Filmes posteriores desafiariam o sexismo, também conflito de classes, a guerra contra o terror, tribalismo, voyeurismo ao testemunhar atos de violência.

Eram temas universais, que conseguiram se relacionar com as pessoas que iam ver. Nisso o filme acerta, já que Romero realmente se concentrava em retratar pessoas de verdade, apanhados em situações reais, por mais entrópicas que fossem as situações.

Capcom, Sweet Home e as tentativas de traduzir Biohazard

Também se fala brevemente de Sweet Home de Tokuro Fujiwara, jogo de 1993 para o Famicom (versão japonesa do NES ou Nintendinho) veiculado pela mesma Capcom que faria Residen Evil.

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Esse é baseado no filme japonês homônimo de 1989, resultando em um clássico do cinema de horror japonês. Após o sucesso desse jogo, começou a construção do jogo Biohazard/Resident Evil.

Também se fala sobre detalhes da contratação de Shinji Mikami, que vinha de Goof Troop (baseado em Pateta: O Filme) e Aladin, dois jogos da Disney. Mikami foi uma pedra fundamental no projeto inicial do jogo que se tornaria clássico.

Uma das entrevistas mais curiosas envolve Charlie Kraslavsky, um dos atores da abertura de Resident Evil 1, o mesmo que interpretou Chris Redfield.

Como dito antes, o primeiro jogo tinha uma abertura com atores reais, que é muito lembrada pela falta de qualidade de atuação e pelos trajes dignos de cosplay barato do elenco.

Havia inclusive uma lenda urbana, sobre serem atores de filmes adultos, retirados de obras pornográficas, que obviamente era só um boato maldoso e escroto.

Anúncios sobre a adaptação

Em 1997 a revista Variety noticiou que a produtora alemã Constantin Films queria fazer um filme de Resident Evil.

Para isso, chamaram o roteirista de Halloween 4: O Retorno de Michael Myers, Alan B. McElroy.

A Constantin era um estúdio conhecido na América por História Sem Fim e pelo Quarteto Fantástico que nunca foi lançado, o mesmo que foi "lançado" por Roger Corman e que vazou anos atrás - sobre isso, há o belíssimo documentário Doomed: The Untold Story of Roger Corman's the Fantastic Four- além de ter feito também a adaptação da saga de games com zumbis, nos futuros seis filmes de Resident Evil.

O famoso trailer de Resident Evil 2:

Em determinado ponto da história, em 1997, houve um investimento considerável da Capcom, em tentar propagar a sequência de Resident Evil.

Para isso, fizeram um curta, uma propaganda, levada à realidade por George Romero.

A Capcom planejou uma e ambiciosa campanha de marketing, algo quase inédito para um videogame e destinou US$ 1,5 milhão em um comercial para anunciar a futura sequência e se pensou obviamente em Romero para dirigir.

A notícia foi grande, se tornou capa da revista Fangoria. Ele fez questão de chamar nos bastidores esse de Projeto Biohazard 2 ao invés de usar o termo americanizado Resident Evil.

Mostram storyboards para o comercial, alguns designs de personagens, concept arts.

Pat Jankiewicz, ator que fez parte do projeto, disse que Romero de fato sabia quem era os personagens, estudou a mitologia do que a Capcom propôs, sabia do enredo, foi bem cuidadoso para tornar esse o mais eficaz possível.

Segundo Pat, ele jogava o primeiro Resident Evil, portanto, nem precisou estudar tanto, já que tinha noção das informações básicas do primeiro jogo, entendia a lógica e dinâmica dos personagens, conseguindo imprimir bem a sua marca nesse material de divulgação, fazendo assim uma peça publicitária bem diferenciada.

Gravações:

As filmagens duraram várias noites, no centro de Los Angeles, na Cadeia de Lincoln Heights, um local vazio e frequentemente usado como local de filmagem para filmes, TV e vídeos musicais.

O prédio estava caracterizado para lembrar o Departamento de Polícia de Raccoon, uma locação do seria central no game.

Usaram também maquiagem protética pesada, a produção foi repleta de talentos de alto nível, tanto na frente quanto atrás das câmeras.

A folha de convocação listou o diretor como I. Kambara, que foi um artista japonês, chamado na verdade de Tai Kambara, que tinha acabado de falecer. Romero usou isso para driblar os sindicatos, hábito que ele sempre nutriu, era comum ele contornar esses grupos, que no entendimento dele, eram inúteis ao seu trabalho, prejudicando mais do que ajudando de fato. Ele sempre se manteve afastado da DGA, por isso usou pseudônimo.

Pat também lembra a maneira que Romero se vestia, usava chinelos, ostentava uma camisa de colarinho aberto e bermudas largas.

Não parecia estar vestido para o outubro frio, trajava de uma forma como se estivesse indo para a praia em junho. Disse até que seu assistente estava preocupado, ofereceu um casaco, mas Romero negou, queria se sentir confortável.

Sobre os atores, escolheu Brad Renfro, muito famoso no Japão, para interpretar Leon Kennedy, mas seu acordo restritivo impedia o comércio de ser exibido o comercial fora do Japão. Adrienne Frantz interpretou Claire Redfield, a irmã do personagem Chris Redfield, e o outro protagonista do jogo.

Nesse Peter Deming foi cinematógrafo, ele que fez Pânico 2, Uma Noite Alucinante 2 e Estrada Perdida, os efeitos visuais são de Screaming Mad George.

Dessa forma, seria natural cogitar Romero como realizador do futuro filme e de fato, foi assim, até certo ponto.

As mudanças e a equipe do "filme":

Eventualmente, McElroy saiu do projeto, ao passo que o produtor da Constantin, Bernd Elchinger entrou.

Depois disso, cresceu o rumor de que George dirigiria o longa. Ele até assumiria que assinou um contrato para dirigir e escrever sua versão de RE. Enquanto estava à frente, Romero chamou seu parceiro Greg Nicotero e seu KFX Group para fazer os efeitos.

Também chamaram o quadrinista Bernie Wrightson, que trabalhou em O Monstro do Pântano na DC Comics e na parte desenhada de Creepshow: Arrepio do Medo, do próprio Romero. Ele foi uma escolha pessoal de Greg, depois que assistiu A Prova Final e viu um monstro concebido por ele.

O quadrinista faria as versões dos zumbis e monstros mais avançados no game.

As cobranças da parte do público

Na época em que Romero lançava A Máscara do Terror (The Bruiser) fãs enchiam fóruns de internet perguntando ao realizador se ele realmente dirigiria o filme, mas como ele estava ocupado na divulgação desse, obviamente que os espectadores não ganhavam respostas.

Curiosamente foi mais ou menos nessa época que ele foi retirado do projeto, substituído por Paul W. S. Anderson.

O documentário faz questão de misturar os elementos de inspiração de Romero com as ideias que o diretor e Mortal Kombat: O Filme e Enigma de Horizonte faria, colocando eles em perspectiva, para só depois detalhar mesmo qual seria o motivo para George sair do projeto.

Undead, de Paul W. S.

Muitos fãs reclamam que os filmes oficiais de Resident Evil não possuem similaridades com os enredos dos jogos e isso não é à toa. Paul W.S. Anderson utilizou um roteiro antigo seu, chamado The Undead, a base para de seu filme.

Esse, segundo o próprio, era uma história baseada em parte na lore dos jogos Biohazard, mas era em essência algo inédito, uma visão mais cool do universo de zumbis, menos apegada a temas sociais, que curiosamente, se tornaria muito popular nos anos seguintes, seguida por Madrugada dos Mortos de Zack Snyder (que curiosamente refilma o famoso O Despertar dos Mortos de 78) e até um pouco da pasteurização que rolou na série The Walking Dead, que tinha uma base sólida em matéria de discussão de temas, vide os quadrinhos originais, mas na série se arrastavam muitos momentos, focando em discussões banalizadas e fúteis.

Os motivos para o descarte:

O documentário também dedica um bom tempo a explorar a possibilidade de Romero ter sido retirado do projeto graças aos temas políticos que levantava, já que era bem incisivo nas comparações entre o que a Umbrella Corporation faz nos jogos em comparação com o que grandes multinacionais faziam no mundo.

Já Anderson queria fazer algo mais comercial, para as massas. estrelado por sua esposa, Milla Jojovich.

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Como nunca houve um anúncio oficial da Constantin sobre a chegada de Romero ao projeto, não existe também um motivo público para terem descartado o diretor.

O que o documentário faz é especular, já que não existe resposta, procuram pessoas próximas, que possam iluminar esse caminho.

Entre as possibilidades, havia um boato de que transformariam Chris Redfield em um personagem de representação social nativo americana. No entendimento desse estudo, isso serviu de espantalho e de desculpa perfeita para embargar o filme.

No entanto o argumento mais fortemente defendido é que Romero foi muito fiel a violência dos jogos.

Ben Rubin analisa e acredita, com base na observação dos trabalhos antigos de George, que ele demorou um mês para fazer o rascunho desse script e também diz que provavelmente não há outros fragmentos de textos, já que o inventário dele é muito organizado. A George A. Romero Archive documenta e cataloga bem todos os seus textos, rascunhos e papéis antigos, que aliás, são muitos.

Sentimentos melancólicos de Romero

Se fala aqui – não sem razão – que Romero terminou a vida ressentido com o rumo que sua carreira tomou, ainda mais depois desse.

Ele se irritava quando falava de outras franquias se comparadas as suas – há registros em vídeo dele dizendo que se irritava ao ter que discutir séries como A Volta dos Mortos Vivos e TWD – e de fato, zumbis estão na cultura pop e ele ganhou quase nada com isso, seguiu sempre escanteado e ignorado por grandes estúdios e por gente que poderia injetar verba alta em seus filmes.

Era um pioneiro, não tão reconhecido, mesmo que tenha sido chamado de gênio por Quentin Tarantino em premiações, como em 2009 no Scream Awards da MTV, quando foi agraciado com um troféu por sua vida e obra com o Prêmio Mastermind.

As sequências nunca feitas da saga de zumbis de Romero:

Ele morreu tentando manter-se ativo, tanto que o documental fala a respeito das tentativas do cineasta em voltar ao universo que lhe fez famoso, a trilogia (ou tetralogia, se considerar o bom Terra dos Mortos) dos mortos vivos.

É dito que ele queria adaptar The Zombie Autopsies de Steven C. Schlozman como sétimo filme da saga, Road of the Dead (Estrada dos Mortos, traduzido literalmente) também escrevia um livro, chamado Living Dead, que se passaria no mesmo universo, mas ambas ideias não ocorreram ou ficaram inacabadas.

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Sobre filmes desse tipo

Documentários biográficos tendem a ter um tom piegas, é quase inevitável não ter uma abordagem do tipo e esse, além de ser nesse estilo, ainda ocorre o estudo sobre um filme não aconteceu e que deixou o "biografado" ressentido. Dessa forma, se exagera um bocado no sentimentalismo.

Cafonices à parte, as falas sobre a possibilidade de ter o “padrinho” dos filmes de zumbi à frente de um projeto desse, conhecendo a obra, já que fez o trailer do segundo game, conhecendo a lore da saga em detalhes, de repente simplesmente se decide desperdiçar isso.

Analisando assim, é difícil não achar isso algo imperdoável, uma tolice do ponto de vista histórico e até midiático.

Projetos diferentes, carreiras diferentes

O projeto de W.S. Anderson deu certo, alavancou a sua carreira, tornando ele um realizador de sucesso, capturando inclusive parte da cinefilia que se diz “vulgar”, mas o real reconhecimento se deu depois, com insistência, após o quarto filme Resident Evil 4: O Recomeço, onde ele ressignificou a lógica dos games para um formato cinematográfico, ou seja, a Constantin Films insistiu na ideia desse autor, mas não fez algo parecido com Romero.

Tudo bem que ele jamais foi um queridinho das massas, não arrecadava grandes bilheterias e nem arrebatava multidões.

Romero não foi um realizador que trouxe tanto sucesso comercial para sua obra e filmografia, mas tendo uma marca assim em mãos, poderia ter feito algo maior, algo que talvez até mudasse o patamar de sua carreira, como de certa forma ocorreu com contemporâneos igualmente geniais seus, como Wes Craven, John Carpenter e em certa medida Tobe Hooper.

Claro que todo esse argumento é mera especulação, mas é impossível não refletir sobre isso e não lamentar.

O esforço de Suz:

Três meses após a morte de George, ele ganhou uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood e a revista Variety fez uma grande matéria após o anúncio de sua morte, louvando sua figura e sua contribuição para a arte.

Todo o reconhecimento que ele não teve em vida, teve na morte, o que é no mínimo irônico e bastante triste.

Sua esposa, Suzanne Romero - conhecida como Suz - aceitou de bom grado os reconhecimentos. Ela fez questão de receber os prêmios, para provar que o marido era relevante, apesar dele mesmo ser um bocado blase ao falar de sua carreira.

No pós-morte ela contrariou os sentimentos autodepreciativos dele. As instituições que guardam seu acervo, como a George A. Romero Archive na Biblioteca Hillman, na universidade de Pittsburgh

George A. Romeros'Resident Evil resgata histórias sensacionais e é uma boa reflexão sobre o papel do artista na indústria. Levanta situações que há de se considerar quando se trata de cinema comercial, sucateamento de ideias e valorização do legado de artistas seculares como George A. Romero. É de lamentar que ele tenha morrido se sentindo menosprezado e é culpa sim da indústria e do quanto se valoriza mais o cinema comercial em detrimento da parcela da arte que se dedica mais a discutir temas políticos e existenciais.

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