Depois de algumas semanas sem novas aventuras, Arrow volta trazendo também o retorno de uma das personagens mais populares desta primeira temporada: A Caçadora. Com isso, também se torna um dos episódios mais focados em agradar aos fãs de quadrinhos, pois reserva uma dose generosa de ação entre vigilantes uniformizados.
Por conta da abordagem mais movimentada, a trama peca por não acrescentar nada muito importante no período atual. Nos flashbacks da ilha, no entanto, a história continua na evolução cadenciada dos capítulos anteriores. Nada muito brusco, o que não significa que os personagens (Oliver e Slade) comecem e terminem o episódio exatamente onde estavam. Há uma interessante reviravolta no último ato que pode, ou não, significar a primeira saída de Oliver daquele lugar. Afinal, em um dos episódios do início da temporada, ele mesmo disse ter saído da ilha em algumas ocasiões (se era verdade ou apenas um blefe para desviar a atenção, cabe ao seriado mostrar).
As circunstâncias da volta de Helena Bertinelli se mostram coerentes com a abordagem da série para a personagem. Obcecada com vingança, a um nível doentio a ponto de querer matar o próprio pai, a moça pede ajuda ao Arqueiro para completar sua missão. O problema é que Oliver não tem interesse algum em se meter nos assuntos pessoais da Caçadora. Assim, para convencer seu ex-parceiro/namorado, a mascarada começa a ameaçar as pessoas do círculo do jovem bilionário. Quem acaba pego neste “fogo cruzado” é Tommy Merlyn, que ainda tenta se ajustar à descoberta de que seu melhor amigo é o “herói de Starling City”. Destaque para a primeira cena do episódio, que encontra uma forma de referenciar o uniforme da Caçadora nos quadrinhos.
Enquanto isso, o núcleo da família Lance tenta lidar com o possibilidade da irmã de Laurel estar viva. De acordo com a mãe das garotas, Sarah pode ter escapado, como Oliver, e ter ido parar em outra ilha nas redondezas. É uma subplot forçada que parece surgir apenas para colocar mais um elemento de novela na trama do CW (o que é típico do canal). Os desdobramentos disso ainda serão revelados aos poucos. Se for mesmo verdade, parece uma desculpa fácil demais para uma possível “redenção” do Detetive Lance. Além de preguiçosa, a decisão pode acabar afetando demais o personagem. É esperar, e torcer, para que façam isso direito.
Arrow também aproveita para mostrar mais de sua versão de Roy Harper, que desta vez tem direito à exibir suas habilidades ao salvar Thea de uma dupla de assaltantes. O futuro sidekick do Arqueiro tem muito em comum com o parceiro mirim de outro vigilante mascarado. Esta origem nas ruas e a atitude rebelde lembram muito Jason Todd, o segundo Robin. O que levanta a pergunta (retórica, claro): como o Arqueiro é chamado de The Hood, se Harper se tornar seu ajudante, adotará o codinome de Red Hood?
Outra subtrama que começa a surgir envolve Diggle. O segurança parece conduzir uma investigação por conta própria para tentar chegar no assassino Pistoleiro. A dica é dada bem rapidamente, quando o personagem está pesquisando nos computadores do esconderijo do Arqueiro, sobre o presidente da Biália, morto recentemente. Aí o episódio aproveita para encaixar um easter egg para os fãs da DC. O fictício país faz parte do universo da editora e recentemente foi bastante usado pela animação Young Justice.
Já na trama principal, além de cenas de ação bem coreografadas, o episódio tenta estabelecer uma moral para Oliver Queen. Aquela reclamação do começo da temporada, sobre o vigilante matar sem remorso qualquer capanga que aparecia na sua frente parece ter finalmente surtido efeito nos roteiristas. O Arqueiro tenta mostrar para Helena que a matança promovida por sua sede deturpada por justiça não leva a nada. Como a moça não o escuta, Oliver teme também pela manutenção de seu segredo e decide tirar a vida da justiceira mascarada. A decisão é complexa: o vigilante não deixa de partir pro lado pessoal quando tenta proteger sua identidade, mas matá-la também significa garantir a segurança de praticamente todos ao seu redor. Esse é o tipo de discussão que o seriado deveria ter promovido antes para contextualizar melhor a mudança de atitude do personagem. Não o fez, mas antes tarde do que nunca. Quanto à Caçadora, a decisão de torná-la uma psicótica de uma hora para outra tirou todo seu carisma. É impossível torcer por ela desta vez.
Assim, sem grandes novidades mas preparando terreno para os próximos, e derradeiros, episódios, Arrow entrega uma trama mediana, mas que cumpre o que o seriado sempre prometeu: diversão, ação e alguma intriga.
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