Arrow continua a sequência de bons episódios, redimindo o que vinha sendo sua temporada mais irregular e apresenta uma nova aventura do Esquadrão Suicida, enquanto divide algum tempo desenvolvendo a trama de Ra's Al Ghul e sua cruzada para destruir a reputação do Arqueiro em Starling City.
Apesar de não seguir a cartilha estabelecida na segunda temporada para um episódio centrado nas missões da equipe de elite formada por supervilões, este Suicidal Tendencies talvez tenha apresentado o melhor foco no Esquadrão, por pegar um de seus integrantes e criar um arco extremamente envolvente, com toques de drama (um tanto batidos, mas que funcionam) e de redenção. Além de tudo, narrativamente, colocar flashbacks do Pistoleiro também ajuda a não dispersar a atenção do espectador. Caso a série tivesse dado continuidade às lembranças de Oliver em Hong Kong, poderia enfrentar um grave inchaço na trama. Ao escolher focar naquele que começou o seriado como um antagonista frio e calculista e torná-lo um personagem complexo e com contas pessoais a acertar, Arrow mostra seu potencial de contar boas histórias. O background de Lawton também cria paralelos com a situação de Diggle e Layla, algo que pode ainda render uma boa carga dramática no futuro. A adição de Cupido ao grupo também é bem-vinda e a moça faz às vezes da Arlequina, assumindo a posição da louca do time, mas totalmente eficiente em dar cabo de sua missão.
Já a outra trama desenvolvida no episódio trata de levar a um empolgante confronto entre o Arqueiro e Eléktron. A subplot de Ray Palmer finalmente começa a dar frutos que não estão relacionados ao romance com Felicity ou a meros momentos de fanservice. O bilionário mostra mais de sua ideia de justiça e o roteiro dá uma boa ênfase às suas diferenças com Oliver, colocando Palmer no lugar do "escoteiro", que tenta fazer tudo de acordo com a lei. Claro que Starling City não é recíproca e o futuro herói acaba se desapontando, tomando então a decisão de atacar sozinho o justiceiro esmeralda. Há momentos realmente bons, como a ideia de dividir o embate em duas partes: a primeira envolvendo os alter egos dos heróis e a segunda com ênfase na luta entre ambos, já com seus respectivos uniformes. Afinal, Oliver e Ray disputam também o coração de Felicity e o protagonista já perdeu a própria empresa para o personagem de Brandon Routh. Por outro lado, como vigilantes, a vantagem é do Arqueiro, pelo tempo de atuação e treinamento, o que leva a uma resolução típica do Batman para derrotar a super-armadura do Eléktron. Essa última batalha só peca por uma sequência que envolve o Arsenal, que graças a montagem e a direção, parece ter sido abandonado por seu parceiro (chega a ser bizarro).
A ideia de voltar a cidade contra o seu justiceiro não é nova mas adiciona alguns interessantes conflitos e muda a dinâmica entre vários personagens, o que é sempre bom para que a adaptação não caia na mesmice. Essa parece ser a espinha dorsal desta última sequência de episódios que levarão ao final da temporada e tem funcionado bem, especialmente por gerar cenas como a que encerra Suicidal Tendencies. Além de fazer jus ao histórico de cliffhangers angustiantes de Arrow, muda drasticamente a estrutura de Starling, deixando a cidade, novamente, a mercê dos vilões. Mas, desta vez, a coisa pode ser um pouco diferente. O Capitão Lance já está "calejado" com situações assim e não vai pegar leve desta vez, pois não acredita mais no apoio do Arqueiro. Ray, apesar de ter mudado sua concepção quanto a Oliver e não ter experiência como herói, tem recursos quase ilimitados graças a sua fortuna e engenhosidade. E cada um dos personagens que anteriormente eram frágeis se tornaram fortes o suficiente para enfrentar grandes desafios. Em vista deste cenário, Oliver talvez acabe cedendo à oferta de Ra's: se a cidade não necessita mais de sua ajuda, porque não assumir uma nova identidade (que, é sempre bom lembrar, é o tema desta temporada)?
Surpreendendo por focar em duas tramas, dando tempo à ambas para que funcionem, o episódio da semana é uma das poucas adições positivas desta terceira temporada. Com humor, drama, ação e efeitos visuais competentes, Arrow retorna à boa forma. Como está na reta final, tomara que continue assim e não volte a desapontar como fez no durante boa parte deste terceiro ano.
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