Review: The Flash S01E16 - Rogue Time

Rogue TimeCom o gancho deixado pelo episódio anterior, estava claro que The Flash usaria a desculpa de viagem no tempo para apagar os chocantes acontecimentos que pareciam originários de um final de temporada. Mas, em Rogue Time, tudo acontece rápido demais (sem trocadilhos), simplesmente para dar lugar a uma trama boba envolvendo o Capitão Frio, sua irmã, e Onda Térmica. Embora crie interessantes rimas com eventos mostrados em Out of Time, a série decide resolver muitas coisas que poderiam ser desenvolvidas com mais afinco futuramente.

Todo o problema com o Mago do Tempo é solucionado já nos primeiros nove minutos do episódio, deixando um gostinho um pouco amargo de traição por parte dos roteiristas. Sim, estava óbvio que a recompensa da viagem temporal seriam as mudanças que Barry iria causar tendo voltado dois dias no passado, mas tudo é superficial e levanta mais questões que, aparentemente, surgem inadvertidamente, por conta de um roteiro que não se importa em soar falho. Por que, por exemplo, o Flash que volta ao passado se funde com sua versão daquele momento? Se o herói viu a sua contraparte futura correndo ao seu lado, porque então a fusão não ocorreu ali e somente na segunda vez que o espectador vê a cena? Isso abre possibilidades que, tomara, não sejam descartadas, como por exemplo a criação de realidades alternativas. Ou seja, talvez o Flash do passado tenha continuado existindo em outra linha do tempo, mas, como o episódio brinca com a ideia sem jamais se preocupar em estabelecer regras, qualquer coisa pode acontecer. E enquanto isso pode ser usado para justificar imprevisibilidades na trama, também pode se tornar uma decisão desonesta por dar abertura aos roteiristas realmente criarem qualquer coisa absurda com a desculpa da viagem no tempo. E, tendo em vista o nível de suspensão de descrença exigido do espectador para aceitar a arma da irmã do Capitão Frio, essa segunda opção se torna muito provável.

Lisa Snart (Peyton List) surge ao lado de seu irmão e do comparsa Onda Térmica no melhor estilo da série do Batman dos anos 60 (a dupla Snart até usa uma moto com sidecar), abraçando a natureza absurda da Galeria de Vilões. Isso é bom, já que Wentworth Miller continua se divertido muito com o Capitão Frio. Por outro lado, a arma de ouro usada pela nova integrante da trupe não faz o menor sentido, mesmo dentro de um programa cujo protagonista fica superveloz após ser atingido por uma rajada de energia negativa. A trama também é fraca e não convence, principalmente quando coloca seu peso nos ombros de um elemento recém-apresentado, que ainda não havia tido maturação o suficiente para fazer o espectador esboçar qualquer preocupação. O irmão de Cisco é introduzido apenas para ser refém e a interação entre ambos é pouco aproveitada, com uma rusga antiga como conflito, mas causada por motivos nada inspirados. A presença dos Snart também leva a uma cena improvável entre Barry e Frio, em um diálogo sem sentido e que parece apenas uma desculpa para a inclusão do antagonista na vindoura série spinoff que o CW está preparando. É tudo conveniente demais, principalmente vindo de um personagem que já havia demonstrado não ter remorso nenhum em matar inocentes.

Rogue Time

Embora mediano, Rogue Time reserva bons momentos. Os acontecimentos oriundos das mudanças feitas por Barry na linha do tempo são interessantes. Alguns, porém, poderiam surgir como sementes plantadas para que frutos fossem colhidos no futuro, mas soam como colheita antecipada por conta de resoluções apressadas. Por outro lado, a ideia de criar cenas que espelham acontecimentos do episódio anterior é bem-vinda e, acima de tudo, bem executada. Há um revés  envolvendo Cisco, Wells e Barry que se destaca e é todo construído em cima das alterações temporais. Já a desculpa encontrada por Caitlin para explicar o comportamento estranho do protagonista acaba gerando uma cena boba para encerrar um conflito que mal havia começado.

Como The Flash tem realizado uma das mais interessantes temporadas atuais, é impossível não dar o benefício da dúvida para os seus realizadores. Mas, Rogue Time, como episódio fechado que se torna ao preferir usar vilões que nada tinham a ver com tudo que ocorreu em seu antecessor, não consegue se destacar. Há boas recompensas para os fãs, mas o resultado é bem abaixo do esperado, principalmente após a série elevar as expectativas com Out of Time.

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Alexandre Luiz

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