Review: The Flash S01E12 - Crazy for You

Crazy For You"Você tem supervelocidade e ainda canta bem?", pergunta Caitlin Snow a Barry Allen em um dos momentos mais divertidos do episódio da semana de The Flash. Essa singela frase pode resumir muito bem o que o seriado está se tornando em seu primeiro ano. Pode parecer bom demais para ser verdade, mas a adaptação do velocista escarlate da DC consegue mesmo unir ação e diversão de forma competente, além de trazer alguma carga dramática sem que nada soe forçado.

Crazy for You é um episódio de transição, lotado de pequenas informações referentes às subtramas que o seriado apresenta desde sua estreia. Mas, além disso, também funciona como mero entretenimento em sua espinha dorsal, formada pela introdução da vilã Peek-a-boo (Britne Oldford), que lembrando o episódio Draw Back Your Bow, desta temporada de Arrow, parte de um princípio clichê e despretensioso para entregar diversão autêntica de uma boa história em quadrinhos. A ideia de um "Bonnie e Clyde" metahumano é interessante o suficiente para deixar o espectador curioso, mas sem desviar a atenção de coisas mais relevantes à trama central do programa.

Como prometido no episódio anterior, o Flautista retorna, manipulando Cisco com informações sobre Ronnie e o Dr. Stein (Victor Garber). Andy Mientus volta à série ainda melhor, revelando viver um vilão tão inteligente e dominador quanto Hannibal Lecter. Sim, há muitas revelações sobre a situação do noivo de Caitlin, mas nada é de graça e o jovem cientista dos Laboratórios STAR acaba novamente sofrendo as consequências de sua ingenuidade. Por outro lado, fica claro que Cisco não é tão frágil assim, em uma cena que remete imediatamente a sua versão nos quadrinhos e seus poderes como o herói Vibro. A subtrama do Nuclear será o foco na próxima semana e Crazy For You serviu perfeitamente como ponte entre o que a série mostrou até agora e o que ainda acontecerá no futuro.

Como o pano de fundo do episódio foi o louco amor da vilã superpoderosa por seu namorado bandido, o programa serve também para desenvolver as vidas pessoais de Barry e Caitlin, mostrando ambos em uma divertida sequência em que resolvem sair um pouco para beber. Provando que o sangue de Glee ainda corre em suas veias, Grant Gustin pôde mostrar que além de super-herói, também não faz feio no karaokê. A criação desse momento quase banal é importante para estreitar a relação de amizade entre os dois personagens, dando algumas dicas de que a Dra. Snow pode até desenvolver algum sentimento pelo alter ego do Flash. Aliás, isso tornaria Barry Allen o nerd mais cobiçado do mundo dos heróis, já que o roteiro também introduz um novo par para o personagem, Linda Park (Malese Jow), jornalista de esportes do mesmo periódico onde Iris trabalha. Os produtores lançaram mão de muita liberdade criativa para trazer a garota para o programa uma vez que uma repórter de TV com o mesmo nome já havia sido utilizada em Arrow e no piloto de The Flash. Os fãs mais atentos devem estranhar bastante a ideia de duas jornalistas com o mesmo nome em Central City.

Crazy For You

Outro bom momento de Crazy for You também envolveu relações humanas, neste caso, a de pai e filho. John Wesley Shipp divide com Grant Gustin sua melhor participação na série, que funciona principalmente pelo casting do ator que viveu o Flash na década de 90. Vê-lo dizer que se fosse o pai do herói estaria muito orgulhoso de seu filho é daquelas referências que colocam um sorriso na boca de qualquer fã. Ao mesmo tempo, quem apenas acompanha a série nova e nunca teve contato com a outra adaptação, também é tocado pelo diálogo, já que o desenvolvimento de Barry até agora foi competente o bastante para fazer funcionar o drama neste tipo de cena.

Pegar um conceito batido e sem compromisso e transformá-lo em um episódio divertido e relevante para a temporada não é para qualquer programa de TV. Com a quantidade de personagens e subtramas ainda por desenrolar, é incrível como a série encontra formas de não deixar nada para depois sem parecer inchada ou apressada demais (perdão pelo trocadilho). Mesmo quando parece entregar seu exemplar mais com "cara de CW", com conflitos românticos em primeiro plano, não soa como novela adolescente, sem jamais deixar o público esquecer que se trata de uma adaptação de quadrinhos (que o diga a cena "pós-créditos").

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Alexandre Luiz

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