A Loja dos Horrores é um filme curioso, lançado em 1960 e dirigido pelo saudoso Roger Corman. A obra é uma comédia que se vale de clichês melodramáticos (embora não se leve nada a sério) também referenciando clássicos da ficção científica e horror.
Sua história trata da rotina de um rapaz desajeitado e meio desajustado, que acaba tendo acesso a uma estranha planta. Com o tempo ele precisa alimentar ela da maneira mais peculiar e esquisita possível, passando por temas espinhosos como rapto de pessoas, assassinatos de excluídos e outros pecados.
O filme é dirigido e produzido por Corman, com roteiro de Charles B. Griffith. É lembrado também por ser o primeiro filme de "terror" que traz Jack Nicholson no elenco.
A quem defenda que o longa tem semelhanças com o livro Elizabite: Adventures of a Carnivorous Plant livro que H.A. Rey, lançou em 1942 mas há também quem o compare também com Green Thoughts, um conto de 1932 de John Collier sobre uma planta antropófaga.
O escritor de Hollywood Dennis McDougal sugere que Charles B. Griffith pode ter sido influenciado pelo conto de ficção científica de 1956 de Arthur C. Clarke, The Reluctant Orchid, que por sua vez foi inspirado na história de H.G. Wells de 1905, The Flowering of the Strange Orchid.
A ideia inicial veio de Corman, que estava trabalhando em um pequeno estúdio alugado em Hollywood. Ao ver a construção de um cenário elaborado, ele descobriu que o lugar seguiria montado por um tempo, para depois ser demolido.
Decidiu então bolar uma história simples, que conversasse com alguns dos seus filmes de terror de monstro gigante, mas queria algo que pudesse ser encarado como engraçado também, por isso mirou uma história de planta mortal e não de animal.
Sabendo como funcionava o pagamento dos atores sindicalizados - na época, a contratação de um elenco por cinco dias era mais cara do que duas diárias - ele ensaiou com seu elenco por três dias e filmou tudo que tinha que filmar em apenas dois, usando esses cenários citados.
Aparentemente o clima no set era tão descontraído, que os atores transpareciam a graça e diversão na atuação, por isso todos os personagens parecem um tom acima, sendo engraçados até quando precisam parecer sérios. Desse modo, é fácil localizar esse Loja dos Horrores no gênero do humor.
Corman revelou em uma entrevista que ele e Griffith se encontravam em cafeterias para trocar ideias para histórias enquanto trabalhavam no texto do filme.
Eles utilizavam a garçonete Sally Kellerman - atriz que ficaria conhecida por Jornada nas Estrelas: A Série Clássica e M*A*S*H - como árbitra de suas ideias e eventualmente, ela se sentava com eles para ajudar a desenvolver sublots do que viria a ser esse roteiro.
Esse filme era constantemente confundido com Um Balde de Sangue, também conduzido por Corman. Ambos estrelaram Dick Miller, escalaram Myrtle Vail como personagem materna, tiveram a mesma trilha baseada em jazz e apresentaram um herói estúpido que acaba cometendo crimes, se tornando celebre, além de ter dificuldade em encobrir seus crimes.
O longa-metragem foi lançado em dupla com A Maldição do Demônio de Mario Bava, posteriormente em dupla com A Última Mulher sobre a Terra, também de Corman. Os três foram lançados em 1960.
A trama acompanha Seymour Krelboin, que trabalha em floricultura próximo da Skid Row. Ele acaba tendo acesso a uma estranha espécie de planta não catalogada e aos poucos se torna refém dela, se tornando escravo tanto dela quanto de seu ganancioso chefe, embora toda a trama seja bem boba, fazendo comentários ácidos sobre o capitalismo, mas sem se aprofundar em causas trabalhistas ou algo que o valha.
Boa parte das tomadas externas foram filmadas no distrito de Skid Row, no centro de Los Angeles, onde a história se passa, particularmente no quarteirão 200 da East 5th Street,entre Los Angeles Street e Wall Street, a Good News Rescue Mission em 243½ E 5th St.
Houveram cenas em Los Angeles, em Bunker Hill em Downtown, Central City East, Los Angeles City Hall - 200 North Spring Street, nos Chaplin Studios - 1416 N. La Brea Avenue, Edwards Brothers Funeral Home, 200 block of East 5th Street, e Fire Station 23 - 225 E. 5th Street, Desser Tire & Rubber - 2800 Lynwood Rd e Southern Pacific's rail yard and footbridge - 1320 N na Broadway.
O cronograma foi ridiculamente baixo, supostamente filmado em dois dias. Corria um boato de que isso ocorreu graças a uma aposta, em que Corman tentaria provar que conseguiria terminar o filme nesse prazo. Esta afirmação foi negada por Mel Welles.
O motivo teria haver com algumas mudanças nas regras da indústria, previstas para ser implantadas logo na época de filmagem. Em 01/01/60, novas regras entrariam em vigor exigindo que os produtores pagassem resíduos a todos os atores pelos os lançamentos futuros de seu trabalho, ou seja, em eventuais reprises, o elenco deveria receber verba novamente, por seus direitos de imagem.
Isso mudaria significativamente o modelo de negócios de filmes B de Corman, mas nesse ponto, o produtor preferiu filmar tudo nos últimos dias de dezembro de 1959.
Embora o filme seja lendário por ter sido rodado em apenas dois dias e uma noite, Jonathan Haze afirmou no livro The Little Shop of Horrors Book que foi chamado de volta várias semanas depois para refilmagens.
O longa foi produzido sob o título The Passionate People Eater e mirava uma mistura de comédia de humor negro com farsa, humor voltado para religião judaica.
No Brasil é chamado também de A Pequena Loja dos Horrores, especialmente nas exibições por TV a cabo. Esse também foi o nome do remake de Frank Oz, com Rick Moranis.
O título original é The Little Shop of Horrors, na Argentina é chamado La tiendita del horror, no Chile é La tienda de los horrores, no Mexico é La pequeña tienda de los horrores. Na Itália é chamado de La piccola bottega degli orrori e em Portugal também se chama A Loja dos Horrores.
Os estúdios por trás foram a The Filmgroup e a Santa Clara Productions, com distribuição da The Filmgroup.
Corman e Griffith trabalharam muitas vezes juntos, em parcerias que incluíam o faroeste A Lei dos Brutos, o drama Paraíso em Fúria, os filmes que horror e ficção cientificas Ameaça Espacial, A Ilha do Pavor, O Emissário de Outro Mundo, além de Os Reencarnados.
Griffith também escreveu Matar é Meu Desejo e Corrida da Morte - Ano 2000, que Paul Bartel dirigiu e Corman produziu.
Roger Corman filmava cenas com duas câmeras rodando ao mesmo tempo, colocadas em ângulos diferentes. Ele raramente fazia retomadas e gastava pouco tempo iluminando cenas.
De acordo com Jack Nicholson, não haviam filmagens repetidas. Em entrevistas ele falou também sobre o método peculiar de iluminação, em um sistema de ligar as luzes, girar a câmera e filmar de maneira cronológica, de acordo com o que a cena pedia no roteiro.
O momento em que ele e Jonathan Haze estavam no consultório dentário foi todo rodado conforme aparece no filme, praticamente sem pedido de corte por parte de Corman.
As tomadas internas foram filmadas com três câmeras, uma em um ângulo amplo e as outras nas extremidades. O orçamento foi ridiculamente baixo, com menos de 30 mil dólares, nos mesmos sets onde rodaram Um Balde de Sangue, também de Corman.
Os direitos autorais deste filme não foram registrados, por isso ele era de domínio público, tornando assim a adaptação barata em suas várias versões.
Depois do filme houve um musical de sucesso, off-Broadway que mais tarde foi adaptado para o filme A Pequena Loja dos Horrores de Oz, feito em 1986. O musical estreou na Broadway em 2003.
O sucesso do musical deu origem à série animada Little Shop (1991), da qual Roger Corman atuou como consultor.
Em 1995, o filme foi adaptado como uma série de quadrinhos de três edições, lançada pela Cosmic Comics, editora de Corman. As duas últimas edições incluíram entrevistas com Jonathan Haze e Mel Welles.
Os créditos de abertura afirmam que os eventos, personagens, empresas e instituições são fictícios e qualquer semelhança com pessoa, ou com quaisquer eventos é coincidência e não intencional.
Na década de 1950, as empresas de cinema e TV eram rotineiramente alvo de ações judiciais movidas por telespectadores que ouviam seus nomes em tela e por isso Griffith usou sobrenomes bizarros nos personagens.
A narrativa inicia com uma animação em preto e branco, acompanhada pela fala do Sargento Joe Fink, personagem feito Wally Campo (Paixões Que Alucinam) que narra os acontecimentos de uma investigação de assassinato que ele corre atrás de achar os personagens.
Vale lembrar que esse é um filme sem cores. Há cópias coloridas posteriormente, mas ele foi lançado nos cinemas em preto e branco.
A música de Fred Katz é pontual e combina muito. Se percebe um jazz suave, repleta de metais, eventualmente interrompida por tambores. Curioso como a música lembra acordes tais quais os de Jerry Goldsmith em Planeta dos Macacos, que seria lançado oito anos depois desse.
A trilha reaproveita músicas originalmente escritas para Um Balde de Sangue. Katz era chamado para escrever músicas para Corman e vendia a mesma partitura como se fosse uma música nova. Dessa forma as canções dele estiveram em A Mulher Vespa em 1959 e em Criaturas do Fundo do Mar de 1961. Anos depois ele explicou que sua música para o filme foi criada por um editor musical, que reunia seleções de outras trilhas sonoras que ele produziu para Corman.
A narração vai até a pequena loja de flores Mushnick's Florist, na Skid Row, que é traduzida como rua da Ladeira.
Lá trabalha um velho senhor, que dá nome a loja, o estrangeiro Gravis Mushnick, feito por Mel Welles, ator conhecido por Contrabando no Cairo. Ele vende flores para funerais e para eventos mil da cidade.
O protagonismo na verdade é do seu auxiliar, Seymour Krelboined de Jonathan Haze, que fez O Emissário de Outro Mundo e Ameaça Espacial. Ele é tão desastrado e desatento que irrita seu patrão, ao ponto de ele pensar em mandar ele embora.
Ele de fato é mandado embora, mas convence o patrão a voltar atrás, depois que ele promete trazer uma nova e inovadora planta.
Seymour não mora sozinho. Em sua sua casa mora também a sua velha mãe, uma senhora hipocondríaca. Ela se chama Winifred e é interpretada por Myrtle Vail, atriz presente em Alegria no Ar de 1933 e Um Balde de Sangue.
Ela é uma senhora de modos estranhos, adoentada e viciada não só em remédios, mas possivelmente também em álcool, já que ela aparece mata uma garrafa de bebida enorme em segundos, num gole só.
Seymour traz uma pequena planta, de aparência feia e diminuta para a loja. Diz que comprou de um japonês na avenida central
Quando questionado sobre onde conseguiu a planta, Seymour responde que as sementes foram obtidas de um jardineiro japonês que encontrou o bulbo em uma plantação próxima a uma fazenda de cranberry, especiaria conhecida como airela no Brasil.
Essa era uma piada da época, já que em 1959 foi anunciado que as colheitas de cranberry estavam contaminadas com vestígios do herbicida aminotriazol e como resultado, as vendas do legume despencaram.
A origem mística e oriental provavelmente foi a inspiração para a criação das criaturinhas travessas de Gremlins que Joe Dante fez anos depois - que por sua vez, dizia que encontrou ela em uma plantação de amoras.
O rapaz batizou a planta com o nome de Audrey Jr., em homenagem a Audrey Fulquaed, a mocinha feita por Jackie Joseph, que é sua namorada.
Acompanham eles o sr. Burson Fouch, de Dick Miller (A Guerra do Satétites, Gremlins, Meus Vizinhos São Um Terror e Pequenos Guerreiros) sujeito de origem misteriosa, que convence Gravis a não jogar a planta fora, pois deve ser a última de sua espécie.
Acreditando no amigo, o patrão dá ordens a Seymour, que não deixe ela morrer, sobre pena de ser demitido se ela perecer.
Acidentalmente ele corta seu dedo e acaba jorrando sangue em Audrey Junior, que se movimenta. Rapidamente o rapaz entende que precisa dar "líquido humano" para ela e para isso ele fura os dez dedos de sua mãe, ainda usa a desculpa terrível de que foi atacado por de abelhas.
No dia seguinte, Audrey Jr cresceu e ficou com 30 centímetros. A presença dela causa em moças de uma escola um alvoroço, elas querem comprar dezenas de flores
O patrão fica tão feliz que associa o empregado a um filho, mas depois que a sra Siddle Shiva, personagem de Leola Wendorff, cujo nome é uma alusão a palavra judaica para luto pelo falecido - retorna para falar de outro parente morto (parece um anjo exterminador...) eles acham que a planta morreu.
Depois da decepção, achando que Audrey Jr morreu, Seymour fica sozinho com a planta. Ela começa a falar com ele. Charles Griffith ficou fora da tela fazendo a voz da planta. Era para ser dublada por um ator de verdade, mas a vocalização ficou tão engraçada que Corman insistiu para que ficasse na impressão final do filme, obviamente para economizar também.
A dublagem de Griffith brinca imita um personagem antigo, o cachorro fantoche de Jimmy Nelson, Farfel, que se tornou famoso no programa de TV de Nelson nos anos 50, bem como nos comerciais Quik da Nestlé.
Junior reclama de fome, pede a Seymour que a ajude. Ao ir para fora atrás de ideias, acidentalmente testemunha a morte de um homem, nos trilhos do trem.
Na verdade, ele é diretamente responsável por um ferimento no sujeito, que estava bêbado e em cima de uma plataforma. Ao acertar a cabeça do homem, ele tropeça, vai caindo até chegar ao trilho mortal.
Ele simplesmente arranja um saco em um alçapão de ferro, pega o que sobrou do homem, coloca dentro e foge. Ao não conseguir jogar fora os restos, acaba indo para a loja desesperado, aproximando acidentalmente o corpo da planta.
O rapaz demora um pouco a associar a solução óbvia, de que deveria dar carne humana para Audrey Junior.
Depois de um jantar com Audrey, o senhor Gravis vai até a loja e acaba acidentalmente testemunhando a alimentação da planta carnívora. Ele volta para o restaurante e pede toda bebida que há, rum, licor, vodka etc...quer esquecer aquilo que testemunhou, falando pouco sobre o que viu, para não gerar nenhuma testemunha.
Ele até pensa em chamar a polícia, mas quando acorda de manhã e vê o tamanho da fila e da enorme planta, fica atordoado, atônito e não consegue prosseguir com sua consciência, não denunciando seu funcionário.
Dentro do estabelecimento há todo um louvor a Audrey Junior, inclusive há uma estranha cena de Couch comendo flores. Ele inclusive devorou elas de verdade, não foi algo cenográfico não.
Miller havia sido cogitado para fazer o papel de Seymour Krelboin, mas recusou em favor do fazer Sr. Fouch, já que achava Seymour parecido demais com Walter Paisley, seu papel em Um Balde de Sangue. Foi ele quem indicou Jonathan Haze para o papel, achando que o ator merecia ser um protagonista.
De acordo com Dick Miller, todo o diálogo entre seu personagem e Welles foi improvisado.
Mel Welles foi um pouco crítico com a forma de Corman filmar, com as duas equipes simultâneas no set, já que do ponto de vista cinematográfico, a execução não era muito bem-feita.
Audrey Junior aumenta de tamanho, fica quatro vezes maior que antes. Mushnick enfrenta Seymour, indaga a ele sobre os hábitos alimentares da plantinha, mas ele mente, diz que ela só se alimenta de moscas.
O dono do estabelecimento quer acreditar nessa mentira óbvia, negando inclusive o que ele mesmo viu, enquanto seu empregado segue com dor de dentes.
Como tudo é feito de maneira galhofeira, o dentista é apresentado como um quase sociopata, um homem que tem prazer em causar dor. Phoebus Farb é um personagem de John Herman Shaner - que assinava John Shaner - de conhecido por escrever e atuar em O Agende da UNCLE.
Ele é agressivo, faz os pacientes fugirem de dor, parece alguém sedento por dor alheia, um bom espécime desse universo sádico, estranho e engraçado que se estabelece aqui.
O vagabundo que foge do consultório é na verdade o pai do roteirista Charles B. Griffith, que aliás, colocou vários de seus parentes em pequenos papéis aqui, já que Myrtle Vail é sua avó. Em cena nas ruas há gente real transitando, mas também outros parentes do escritor.
A sequência no destino também acaba de maneira trágica, já que o rapaz mata...outra vez sem querer. Ao menos é o que ele diz para a câmera e para si mesmo.
É nesse contexto que Seymour conhece Wilbur Force, personagem esquisito e meio adoentado, de Jack Nicholson, um macabro e inquieto homem, que faz serviços funerários e não conhece Farb.
O sujeito está cheio de problemas dentários, com abcessos, cáries e muita dor, mas vive rindo, especialmente quando fala da dor que sente ou quando lê a respeito das doenças das pessoas que ele lê em jornais e revistas.
Curiosamente, seu papel é bem pequeno, como esse sujeito esquisito e masoquista, com minutos diminutos de tela. Como ele estouraria como uma grande estrela, teve destaque nos lançamentos de vídeos caseiros para ajudar a gerar interesse pelo filme. Inclusive há pôsteres com a sua figura, ao lado da planta carnívora.
Na época das primeiras exibições, Nicholson disse que o público ria tanto das situações de comédia, que ele mal conseguia ouvir o diálogo.
Ele havia sido protagonista em The Cry Baby Killer de Jus Addis em 1958, que Corman é o produtor executivo. O ator deu uma entrevista sobre sua participação e sobre as dificuldades do papel.
Afirmou que foi para a filmagem sabendo que tinha que ser alguém peculiar e estranho na primeira aparição, porque Corman não o queria. Ele ficou nervoso e começou a improvisar, falando um monte de coisas estranhas, que ele pensou que seria engraçado.
Corman dirigiria Nicholson em mais quatro filmes em O Corvo e Sombras do Terror de 1963, O Massacre de Chicago e Viagem ao Mundo da Alucinação em 1967.
Curiosamente Wilbur não aparece no musical, mas um personagem semelhante foi adicionado ao remake cinematográfico, sendo interpretado por Bill Murray.
Na ação, Seymour decide fingir que é dentista. Ele passa a broca nos dentes do sujeito, faz sentir dor e prazer. O rapaz sai com os dentes quebrados, feliz, diz que recomendará para todos os seus amigos.
Obviamente Farb virou comida de Audrey Jr e é o seu desaparecimento que desperta curiosidade na polícia, afinal, até então, as vítimas das plantas eram excluídos da sociedade.
Mesmo sem querer há uma certa crítica no texto de Griffith.
Joe Fink só aparece com quase quarenta minutos de tela - lembrando que esse tem pouco mais de 70 minutos de duração. O seu auxiliar Frank (Jack Warford) está presente também, discutindo com ele sobre os estranhos sumiços de pessoas.
A dupla vai até a loja, embora não fique claro por que o estabelecimento seria alvo de suspeitas. Gravis age como culpado, fica nervoso diante das perguntas genéricas dos policiais, se acusa até sem necessidade.
Gravis vai até a loja, acaba ficando lá, para pensar sobre todo esse horror e também para vigiar Junior. Ele testemunha a planta falando, mas a ignora em um primeiro momento. Acaba testemunhando uma tentativa de assalto, por um estranho vilão de cicatriz no rosto, vivido pelo roteirista Griffith.
Griffith diz que a cena de assalto teve diálogos improvisados, mas Welles disse o inverso, que cada palavra foi escrita por Chuck Griffith, que teoricamente, fez 98 páginas de diálogo em dois dias antes dos ensaios e gravações
O roteirista também foi multitarefas, já que filmou cenas exteriores, inclusive com Mel Welles junto, se valendo de equipamentos alugados no valor de US$ 279. Eles também organizaram extras e dublês em cenas de correria, especialmente no final.
O sujeito armado acaba sendo comido por Audrey Junior, graças a sua ganância e também por sugestão do velho, que não quer perder o seu dinheiro. Nesse ponto não fica exatamente claro, mas talvez Audrey Junior tenha hipnotizado Gravis, como faria de maneira literal com Seymour.
A diferença cabal é que com o funcionário, fica claro e cristalino que ela domina suas ações, já com o patrão não parece ser exatamente isso. Krelborn passa a chamar a planta de mestre, vai até a rua e encontra uma prostituta, Leonor Clyde, deMeri Welles, que estreava nesse e assinava Merri Welles. Ela era casada com Mel Welles na época.
No dia seguinte, a planta faz flores desabrocharem, com imagens do rosto das vítimas. Na cena de fuga saem crianças correndo do metrô, as mesmas que Griffith e Welles organizara para correr. Os meninos receberam cinco centavos para sair correndo de um túnel do metrô, causando assim uma cena de correria.
Eles também conseguiram persuadir os bêbados a aparecerem como figurantes por dez centavos cada. Alguns inclusive como uma espécie de assistentes de produção, comandando os figurantes bêbados menos espertos. Alguns desses foram persuadidos a gravar apenas através do uso de suas garras de uísque, gravando e um pátio vizinho a Southern Pacific Transportation Company
A Loja de Horrores é muito divertido, uma obra que sabe de seu tamanho e sua projeção. Considerando o cenário de filmes de horror com comédia é um fato que ele é um precursor, uma gênese não só para um cinema mais pomposo como em Gremlins e Pequenos Guerreiros, mas também para obras toscas e engraças e pseudo-infantis, como Criaturas e Ghoulies.
É louvada não à toa, especialmente por ter sido feito na raça e na coragem, como boa parte do início de carreira de Corman, é uma doideira, publicada como obra séria, embora tenha muitas piadas e se equilibra bem entre essas partes.
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