Vício Inerente, mais recente longa de Paul Thomas Anderson, chega às lojas em DVD e Blu-ray, e conta com um elenco repleto de estrelas: Joaquin Phoenix (Ela, O Mestre), Josh Brolin (W., Onde os Fracos Não Têm Vez), Benicio Del Toro (Che, Os Selvagens), Katherine Waterson (Conduta de Risco), Owen Wilson (Meia-Noite em Paris) e Reese Witherspoon (Livre).
Sinopse: "Quando Shasta Fey (Waterson), a ex-namorada do detetive particular Doc Sportello (Phoenix) aparece repentinamente com uma história sobre seu atual namorado bilionário, por quem por acaso está apaixonada, e um plano da esposa dele com o amante dela para sequestrar o ricaço e colocá-lo em um manicômio… Acredite, é mais fácil de acompanhar quando ela explica."
O Filme: A sinopse acima não está totalmente correta. Vício Inerente, nem de longe, fica mais fácil de se acompanhar em qualquer situação. O que é ótimo. Paul Thomas Anderson adapta o livro de Thomas Pynchon sem a preocupação exagerada (nesse caso, nenhuma preocupação) em "fazer sentido" aos olhos do espectador. E nem deveria. O emaranhado de tramas criado pela narrativa pode facilmente deixar o público perdido, mas graças a um texto inteligente, uma direção inspirada e atuações impagáveis, jamais afasta quem se dispõe a acompanhar seus 148 minutos.
Aliás, se prender a uma sinopse do filme é começar de forma errada. Quando o segundo caso que passa a ser investigado pelo protagonista oferece uma ligação improvável com a trama principal, fazendo-o questionar a própria sanidade, fica claro que para apreciar a "viagem" proposta por Anderson, nenhuma regra deve ser levada em conta. A obra acompanha a história sob o ponto de vista de um personagem nada confiável, que tem alucinações, ora claras, ora propositalmente colocadas a simularem problemas de continuidade, e leva o espectador a também questionar aquilo que está diante de seus olhos. Em uma primeira visita a Vício Inerente, no entanto, é inevitável que se busque por explicações plausíveis, afinal, é assim que o cinema educou seu público a se comportar, principalmente com obras recentes que teimam em explicar até o óbvio. Isso faz o título soar um tanto metalinguístico. Se seu significado reside em um "defeito" ligado a natureza do "produto", a massa se tornou mesmo "defeituosa". Por isso, quando a fita faz quem a está assistindo se perder, aposta acertadamente que fará aumentar ainda mais a curiosidade sobre sua resolução.
Mas Vício Inerente não é uma obra sobre uma trama coerente, mas sim uma análise de personagens amplamente caricatos, que funciona justamente por apontar não apenas suas características, mas também as de uma época. A história se passa no início da década de 70, quando hippies e toda sorte de manifestantes batiam de frente com a austeridade das autoridades norte-americanas. Sportello e seu nêmesis, o policial "Pé Grande" (Brolin), são as representações mais óbvias desse conflito de ideias, mas vários coadjuvantes também surgem com a mesma finalidade, com destaque para o personagem de Owen Wilson, cujo arco expõe divertidas (e, porque não, perigosas) incoerências ideológicas. Tudo isso está lá, escancarado para quem quiser ver, mas para isso, é preciso abandonar o "vício inerente", é preciso abandonar a esperança pela lógica.
Anderson espera que seu espectador preste atenção nos detalhes, nas pistas, nos elementos que parecem não fazer sentido. Como todo realizador, claro, mas aqui a confiança no seu alvo é fundamental. Agraciado com as caracterizações impecáveis (e a entrega total) de seu elenco, o cineasta usa de toda sua técnica e conhecimento cinematográficos para criar sequências longas de diálogos que, mesmo prolixas à primeira vista, não dispersam e se tornam interessantes por: a) privilegiarem a atuação dos envolvidos e b) se mostrarem competentes tecnicamente. Um exemplo recorrente é como o diretor aproxima lentamente sua câmera enquanto dois personagens dialogam. Conforme vai "fechando" o take, mantém a atenção constante do público, tornando-o mais que mero observador, o que leva a uma análise "automática" do que está sendo discutido e mostrado. Um olhar mais atento também irá encontrar uma infinidade de simbolismos e referências, alguns óbvios, outros nem tanto. É o que torna o longa uma experiência para ser digerida aos poucos, algo que também serve como convite para ser vista várias vezes.
Pensando bem, não dá para reclamar de "incoerência" em Vício Inerente. É mais um belo exemplar da filmografia impecável de P. T. Anderson. Não dá pra ser mais coerente que isso.

Vídeo: Rodado em 35mm, o filme traz uma textura incrível, captada com perfeição pela transferência em FullHD. A Warner costuma trazer excelente qualidade de vídeo para seus lançamentos em Blu-ray e desta vez não foi diferente. A belíssima fotografia de Robert Elswit, banhada pelo sol californiano, não sofre com nenhum tipo de imperfeição e a granulação, que traz ecos também da época que se situa a trama, está intacta, sem nenhum tipo de filtro para diminuição digital de "ruído" (algo que nunca deve ser empregado, é bom ressaltar).
Áudio: A faixa DTS-HD Master Audio 5.1 acompanha bem a excelente qualidade vídeo. Como a mixagem de som não privilegia tanto o surround, com exceção das sequências em que a trilha sonora de Jonny Greenwood se faz mais presente, são os diálogos que merecem destaque e "abraçam" o espectador que usa um bom home theater.
Extras: Nem tudo é perfeito e aqui o lançamento falha. Não há nenhum tipo de informação de bastidores, entrevistas, faixa de comentários ou derivados. Tanto o BD quando o DVD trazem os extras: Los Paranoias, Shasta Fay, The Golden Fang e Everething In This Dream. Os três primeiros nada mais são que trailers e o último também não deixa de ser um vídeo promocional, mas com várias cenas que não aparecem no longa finalizado. O filme merecia um tratamento melhor nas informações adicionais, principalmente levando em conta que hoje em dia este é um dos maiores atrativos na hora de investir em uma coleção de home video (com serviços de streaming oferecendo um vasto catálogo em alta definição, extras sempre se manterão como o diferencial da mídia física). A Warner, neste quesito, é um tanto inconsistente (ora traz documentários que cobrem todos os aspectos de produção, ora não traz nem trailer...), e não é um problema da edição nacional. Lá fora o longa também não ganhou nenhum tipo de tratamento diferenciado.
O lançamento da Warner é indispensável para os fãs do bom cinema e de P. T. Anderson, principalmente no Brasil, onde suas obras não são fáceis de serem encontradas, ainda mais no formato de alta definição. Apesar de ficar devendo no conteúdo extra.
Vício Inerente está disponível aqui em DVD e aqui em Blu-ray, além de serviços de locação on demand como o NET Now.









Alexandre,
A Warner lançou Bons Companheiros em Bluray no Brasil também.
Gostei da resenha.
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