Alerta de Spoiler #98 - Coringa

Cercado de polêmicas, Coringa chegou aos cinemas na última semana. E, agora que já deu tempo de todo mundo conferir na telona, chegou a hora de nosso podcast tradicional cheio de spoilers responder a pergunta: será que o filme é tudo isso mesmo?

Alexandre Luiz, Davi Garcia e Filipe Pereira discutem os acertos e os erros do primeiro longa-metragem protagonizado pelo maior vilão do Batman e debatem sobre os temas abordados por Todd Philips nessa obra.

Depois de ouvir, mande opiniões, críticas e sugestões pra gente! Elas são sempre bem-vindas! (Link para download do programa no final do post! Para evitar erros de download, ouça neste player aqui ou nos procure no Spotify!)

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Redação

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Comentários

2 comments

  1. Avatar
    Ka. 10 outubro, 2019 at 08:14 Responder

    SPOILER

    Vocês provavelmente já devem ter se deparado com comentários do tipo "ai aprendi isso na escola e nunca usei pra nada", então, quem leu Dom Casmurro no ensino médio tava na verdade se preparando pra entender Joker. Como um de vcs disse (desculpa eu sempre confundo os nomes): a discussão sobre o que aconteceu ou não não é o foco principal, o foco é que o narrador não é confiável.
    Machado de Assis fazendo escola. Que filmão. E sobre incels, acho que terem deixado os ricos do filme como vilões espantou os desavisados que poderiam tentar distorcer a mensagem.

  2. Avatar
    Alexandre 17 outubro, 2019 at 09:55 Responder

    O podcast foi ótimo como de costume, mas eu discordo de alguns dos pontos levantados. De ínico já digo que concordo 100% em relação à crítica feita por vocês quanto ao frenesi causado pela mídia sobre o “perigo” do filme, mas…

    Por exemplo, quando dizem que o Coringa não é um incel, eu concordo apenas parcialmente, pois apesar do filme não se aprofundar no tópico (o que pode ser dito para qualquer um dos temas abordados) e não apontar de forma explícita, o personagem é sim caracterizado como um e a narrativa utiliza sim da relação dele com mulheres como um dos fatores que o empurram para os eventos do terceiro ato. Ele passa boa parte do filme fantasiando uma relação com a vizinha baseada em uma interação curta no elevador e, após descobrir que tudo era falso, nós não sabemos o que ele faz com a personagem. Diferente do que o Filipe disse, em momento algum o filme te mostra que ele apenas saiu do apartamento sem chegar a encostar nela, é mais uma ambiguidade que não acrescenta nada e só mostra que o Todd Phillips é um baita covarde quando se trata de explorar os tópicos da sua narrativa. E o fato dele fantasiar uma relação romântica com uma mulher não faz com que ele não seja misógino, apesar de eu concordar que o filme não indica que ele culpe as mulheres pela sua rejeição.

    No podcast sobre Taxi Driver vocês disseram que não queriam entrar no assunto de incels porque o filme era muito mais antigo do que o termo, mas ainda assim ele é um filme sobre esse tipo de pessoa e que não segura seus socos. O Travis Bickle é provavelmente o melhor retrato no cinema de alguém que hoje em dia seria considerado um incel: ele é misógino, racista e que falta completo tato social, que causa sua própria rejeição enquanto culpa todo o resto da sociedade, apesar de aparentar ser uma pessoa “normal”, com desejos normais de não estar sozinho ao mesmo tempo em que se força em situações desconfortáveis para reafirmar sua visão de mundo. Mas, diferentemente do Todd Phillips, Schrader e Scorsese não estavam interessados em fazer um filme autoindulgente e que usa tópicos controversos apenas como decoração.

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