Mesmo aquém do seu primeiro ano, a cada novo episódio de The Legend of Korra, a sensação que fica é a de que em nenhum momento a série está enganando seus expectadores. Nas últimas semanas, as consequências da guerra civil desencadeada por Korra vêm recebendo um tratamento excelente e mexendo com toda estrutura que tornou o desenho original num sucesso, o que, diga-se de passagem, pode ser promissor. O retorno à Republic City trouxe Beifong carrancuda de volta, mais sobre o presidente Raiko e o começo de uma misteriosa conspiração que só piora as coisas para os nossos heróis. Mesmo tendo Korra como grande protagonista em Peacekeepers e Mako ganhando espaço em The Sting, foi Varrick o responsável pela nova virada no jogo que vai desde uma sacada genial sobre a importância dos filmes, ou “movedores” segundo ele, na desconstrução da imagem de Unalaq, até a cena chave que confirmou nosso maior receio: a máxima “não confie em ninguém”, é a certeza da vez.
Mas é claro que o presidente Raiko não permitiria que as tropas do general Iroh fossem ajudar a Tribo da Água do Sul. Comprar briga com Unalaq é a última coisa que eles querem, depois de se recuperarem de uma quase guerra civil há tão pouco tempo. Felizmente a escolha de Korra em apoiar o seu povo de uma forma pacífica foi bem mais condizente com a sua condição do que as últimas decisões tomadas após os ataques do tio. O que ela não percebeu é que uma guerra, traz lucros para diversos lados e o mundo em que Korra vive, é movido pelo capitalismo, que na época de Aang ainda estava em ascensão. Logo, a trama mais animadora até aqui passa a se desenvolver e ela envolve um dissimulado Varrick que até então, era só um alívio cômico para patrocinar Bolin.
Antes de Varrick, o revival do triângulo amoroso entre Korra, Mako e Asami surgiu da forma mais orgânica possível. Fiquei orgulhoso com a cadência com que tudo foi tratado. Já não era surpresa para ninguém que o egoísmo de Korra afastaria Mako definitivamente dela e mesmo que tenha sido ele o causador do rompimento, não tem como julgar a decisão do rapaz por um só lado. Republic City é a sua cidade natal e pior do que uma guerra civil, seria uma guerra que envolvesse todas as nações. O que eu não comprei muito foi o tratamento que Beifong deu as descobertas de Mako. Burrice define. Mas se esta foi a abertura que os roteiristas acharam para juntar ele com Asami novamente, a forçada decisão de uma chefe como Beifong, se justifica com facilidade. Afinal, toda a missão com a Tríade rendeu as melhores cenas de ação desde a estreia e claro, como vocês bem sabem, se abrem uma brecha para Asami brilhar, ela o faz muito bem.
Varrick me conquistou pelo nonsense, pela relação inusitada com a sua escrava assistente Zhu Li e por não deixar que Bolin segurasse o alívio cômico da série sozinho. A ideia dos filmes protagonizados por Bolin, como uma mensagem sobre as reais intenções de Unalaq foi uma referência sensacional as propagandas de guerra de antigamente. Porém não durou muito para máscara do magnata cair e de todos os perigos que vem surgindo, Varrick dominar a maior indústria armamentista das nações já pode figurar como o maior deles. Junte isto a um segundo ataque que deve mudar a vida de Korra por um tempo, e teremos outra prova de que não, The Legend of Korra não está ruim. Resta saber se o fato da Avatar desmemoriada cair aparentemente numa ilha da nação do fogo, muda mais uma vez os rumos da trama, que no frigir dos ovos, já devia ter encontrado um caminho definitivo antes que perca mais admiradores. Por hora, eu continuo fiel, mas longe de ser xiita. E vocês o que estão achando da temporada até aqui?
P.S.: Nossa, quanto tempo perdido com aquela bobagem do Meelo. Cadê Jinora minha gente?
P.S.2: Desna e Eska continuam sinistros e se tem algo que me interessa é a importância dada aos portais.
P.S.3: “The Adventures of Nuktuk: Hero of the South”. Não tem como a gente cansar do Bolin, não é mesmo?
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