Um jogo de palavras. As sequências de ação que geralmente conferiam uma sensação de urgência foram substituídas mais uma vez por diálogos e por incrível que pareça pela primeira vez The Walking Dead conseguiu criar tensão em cima disso. Não fosse pela bizarra química entre David Morrisey e Andrew Lincoln o episódio seria um fiasco, mas temos que dar créditos também a interação de Woodbury com a prisão, representada nas figuras de Daryl, Hershel, Milton e Martinez.
A sequência de abertura silenciosa e que já virou uma marca na temporada, mostrou Rick, Daryl e Hershel chegando a uma fábrica abandonada (ponto para o design de produção) com uma ambientação bem claustrofóbica, refletida num verdadeiro labirinto de silos. Sem meias explicações, a ida até ali, nada mais era do que um encontro marcado com o Governador por intermédio de Andrea. Gostei que não perderam tempo em explicar o que estava acontecendo. O “primeiro” encontro entre os dois líderes e nêmesis um do outro foi simplesmente sensacional.
Em termos de estabilidade mental, o Governador ganhou. Ficou fácil manipular Rick com sua voz compassada e amigável. O xerife explodia a cada dois minutos de conversa e seu inimigo continuava impassível. A chegada de Andrea só me fez revirar os olhos e rir quando ela foi enxotada para fora da conversa dos dois. Lá fora as trocas de farpas entre Martinez e Daryl entregou um humor genuíno. Por serem bem parecidos era mais do que esperado que eles se enfrentassem.
Se bem que a disputa foi no nosso momento walker da semana. Claro que a cena foi ótima. Taco de beisebol como arma é gore na certa. Confesso que mesmo não sabendo muito do morador de Woodbury, o momento em que ele e Daryl admitem um para o outro o que realmente acham daquela reunião foi humano e comovente. O mesmo se pode dizer da conversa entre Hershel e Milton, nos fez rir e pensar, coisa bem rara na série.
Na prisão, a organização do novo armamento foi o principal enfoque. Tivemos Merle (plausível, mas mesmo assim insuportável) forçando um ataque surpresa ao Governador, só para ser cortado por Glenn que continua bem. A reconciliação de Glenn e Maggie foi o nosso momento ousado (abraços AMC!) e já estava mais do que na hora de acontecer. O que me surpreendeu mesmo foi a breve trégua entre Michonne e Merle. Os dois juntos são perigo na certa e a julgar pela exigência feita no acordo com o Governador, os eventos dessa reta final vão ser apocalípticos.
Todos sabiam que Michonne seria a barganha pensada pelo Governador, o que não foi menos impactante. Com outra trilha sonora para fechar de forma genial o episódio. Vimos o real propósito do vilão e a dúvida de Rick perante o seu povo. A vida de uma quase desconhecida como garantia da dos seus amigos é um jogo duro, brilhantemente exprimido no pedido de socorro do xerife para Hershel. Andando assim, The Walking Dead fará sua primeira temporada realmente notável.
P.S.: Quando Hershel ajeitou o seu cotoco e puxou a metralhadora, eu jurei que ele iria encaixá-la ali. Saudades Planeta Terror.
Muito bom o conflito psicológico implementado pelo governador na cabeça de Rick. Uma pena ele achar que entregando Michonne o Governador aceitaria uma tregua, mas isso é merito da estabilidade mental e calculismo do governador como ja foi dito aqui na critica ! Show de bola o
Esperando grandes eventos nesses 3 episódios finais! E a interação entre o Governador e Rick foi simplesmente SENSACIONAL! =)