Review: The Walking Dead – 4x09/4X10 After/ Inmates

Já faz um bom tempo que The Walking Dead entrou num modo bullshit sem fim. A verdade é que todos já perceberam que a série realmente não tem uma trama principal, e o que veremos por anos a fio – sim, essas audiências monstruosas, farão a AMC segurar o osso indefinidamente –, será mais de Rick e companhia fugindo e se readaptando, algumas vezes de forma empolgante (como no climático Inmates), mas na maioria delas, sem nenhuma chance de realmente soar animador (o esquecível After, serve de exemplo). Foram dois episódios diferentes e fragmentados, porém em suma, eles fizeram parte de uma narrativa que funcionaria bem melhor se colocada em paralelo. Eu sei que pedir por um retorno duplo seria demais, só que está foi à impressão que a diferença de ritmo entre as duas horas que contaram quase a mesma história, passou.

After trás tudo o que geralmente serve de chacota em The Walking Dead, para a superfície. Ter de ver quase vinte minutos de Carl bancando o badass das formas mais ridículas e insuportáveis foi na melhor das definições, um verdadeiro martírio. Chandler Riggs é um péssimo ator e chega a ser uma afronta tirar tempo de tela da excelente Danai Gurira e sua Michonne, em pró de uma caçada infeliz por um maldito pudim. Do seguimento protagonizado por Rick e seu filho, só se salvou a sequência em que o xerife paga de walker de uma forma convincente e assustadora. Era mais daquilo que a gente precisava, porém Rick estava num penoso coma e Carl tinha de tentar servir para alguma coisa não é mesmo?

Do outro lado, Michonne brilhou e fez o que sabe melhor: matar zumbis da forma mais estilosa possível. Não é a toa que colocaram ela na confecção de um segundo par de pets para caminhar entre os walkers. A ação nos trouxe um breve vislumbre do passado da samurai e confesso ter ficado intrigado e esperando por mais. Deu para perceber também, que aquele choro inesperado ao segurar Judith pela primeira vez há alguns episódios, tem relação com o destino do seu próprio bebê. No mais, a sequência mais marcante do episódio, faz referência justo a situação de Rick, pois assim como ele, Michonne não consegue ser distinguida de um ser vivo para um morto, nem quando olha diretamente para uma walker. Foi uma cena arrepiante e são essas pequenas coisas que me fazem seguir com The Walking Dead, no final das contas.

Numa linha totalmente oposta ao seu predecessor, Inmates começa acertando desde a sua cena de abertura, ao colocar uma narrativa em off de Beth lendo um fragmento do seu diário regado a toques de esperança ao passo que foge com Daryl, do tal refúgio que ela tentou acreditar ser definitivo: a prisão. Beth tenta usar o espírito do pai, para pregar um caminho menos duro, mas acaba caindo em si, mais cedo do que ela mesma esperava. Casando bem a proximidade quase desesperadora entre os sobreviventes, que se desencontram ainda que estejam na mesma estrada, vemos Tyresse tendo de cuidar da pequena Judith e das duas irmãs Samuels, na trilha que logo após seria percorrida por Daryl e Beth. A montagem de Inmates é o maior trunfo da narrativa e faz o episódio brilhar.

TWD4.2

O retorno de Carol, ainda que silencioso, também já nos deixa ansiosos para os próximos episódios, já que ela chega justo ao caminho de Tyresse. Mais para frente, Maggie, Sasha e Bob acham o ônibus e a dramática limpeza para tentarem encontrar vestígios de Glenn, faz rima a principal cena de Michonne em After. Na verdade, o coreano saiu do ônibus atrás da amada antes que ela o visse e isto é palco para um breve retorno ao apocalíptico cenário da prisão, que ainda nos entrega outro momento memorável: Glenn no traje da S.W.A.T. (os fãs das HQ´s piram!) escapando de uma horda de zumbis e resgatando a jovem Tara.

Com um cliffhanger que trás três icônicos personagens da saga pós-prisão nas HQ´s, The Walking Dead até escapa bem da derrapada da semana passada, só que a impressão que fica é que o “all over again” vai continuar e continuar e continuar. Haja paciência, mas vamos seguindo... Por enquanto.

P.S.: Cabeça do Hershel zumbi foi muito sinistro!

P.S.2: Já deu para perceber que Carol terá de lidar com uma Lizzie destinada a psicopatia. A cena em que a garota tapa a boca da pequena Judith também me assustou.

2 comments

  1. @marianasl_ 20 fevereiro, 2014 at 20:24 Responder

    A cena da Michone andando e se confundindo com os walkers foi impactante e eu entendi o que provavelmente os roteiristas queriam com isso, mas me incomodou muito eles esquecerem das regras criadas pela própria séria lá na primeira temporada. Quando o Rick e o Glenn andam na cidade, eles só conseguem se camuflar quando estão cobertos de "gosma morta"(não pensei em nome melhor) e quando começa a chover, os Walkers na hora sentem o cheiro de gente viva e vão atras deles. Sei que a Michone falou que os dois na coleira ajudavam a afastar os mortos, mas no meio de um bando? Foi um pouco demais….
    Enfim, fora isso, acho que gostei dos episódios bem mais que você. Eu acho que fui a única pessoa que gostou do episódio 9, acho que passou bem o sentimento de desolação e que não ha esperanças para aquelas pessoas.
    O episodio 10 foi bacana, fora a cena da Michone, mas não gostei de Judith estar viva, não sei porque…. mas depois gostei bastante do motivo de deixarem ela viva, sobre como um bebê pode ser perigoso nesse novo mundo.
    Nossa, escrevi praticamente uma redação!!

    • Zé Guilherme 21 fevereiro, 2014 at 23:44 Responder

      Que nada Mariana, pode comentar sempre e quanto mais embasado ou grande melhor!! ahahahahahaha
      Entendo sim você ter gostado do episódio 9, mas acho que meu problema maior mesmo foi com o ator que faz o Carl. =/
      esse lance de um bebê "on the road" num apocalipse zumbi, é novidade até para quem acompanha as HQ´s, e acho que vai conferir ainda mais tensão futuramente, justo pelo que você apontou.
      Valeu pelo comentário ^^

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