Armas Lendárias da China é um filme de artes marciais de Hong Kong, um dos clássicos do estúdio Shaw Brothers que versa sobre as tradições da China e do território de Hong Kong. Protagonizado e dirigido por Chia-Liang Liu, é uma obra divertida, dramática e muito colorida, como um bom Wuxia e é lembrado também por conter Gordon Liu em seu elenco.
A história mostra um grupo de assassinos oriundos de uma sociedade secreta que lida com kung fu e magia. Essa parcela de gente é enviada em uma caçada a um antigo membro dessa sociedade, para frear ele, já que ele está propagando difamações a respeito do tal grupo.
Dirigido por Chia-Liang Liu, tem texto de Tai-Heng Li e Chia-Liang. O filme é produzido por Mona Fong, tem Run Run Shaw como produtor executivo.
Sua estreia em Hong Kong foi no dia 21 de janeiro de 1982, sob o título original Shi ba ban wu yi. Na parte cantonesa de Hong Kong é chamado 十八般武藝.
Em inglês o filme pode ser encontrado de duas formas, Legendary Weapons of Kung Fu, como também 18 Legendary Weapons of China, já na França é Les 18 armes légendaires du Kung Fu enquanto na Alemanha, se chama Shi ba ban wu yi.
A Shaw Brothers foi o estúdio que viabilzou a feitoria do longa, já a distribuição ficou a cargo da Warner Bros em vários locais pelo mundo. No mercado neerlandeses (ou holandês) foi lançado pela empresa não só nos cinemas, mas também no formato de fita VHS.
Em 2005 o filme foi veiculado pela Celestial Pictures na maior parte do mundo, em mídia física, claro. A Image Entertainment lançou o longa em DVD nos Estados Unidos, em 2007, enquanto a Intercontinental Video fez o mesmo em Hong Kong pouco antes, em 2004.
Quem fez
Chia-Liang Liu tem muitos créditos como ator e diretor, inclusive de maneira simultânea. Suas obras mais lembradas são Lutador Espiritual, A 36ª Câmara de Shaolin, Carrascos de Shaolin, Desafio de Mestres, Minha Tia Jovem, A Lenda do Mestre Invencível 2, com Jackie Chan.
Tai-Heng Li escreveu Zhang men ren em 1983, dirigiu Fung lau yuen gwai em 1984. Antes disso, foi assistente de diretor em várias obras, como Ho, O Sujo, O Clã do Lotus Branco, O Clube das Artes Marciais, nesse e depois em Dois Tiras em Apuros.
Mona Fong tem diversos créditos de produção, mas seus filmes mais conhecidos são Magia Negra, O Espadachim Sentimental, O Clã do Lótus Branco, A 36ª Câmara de Shaolin, Os Cinco Venenos de Shaolin e A Vingança do Águia.
Run Shaw Shaw produziu muitas obras, entre as mais lembradas estão Ho, O Sujo, O Clã do Lótus Branco, Cinco Dedos de Violência, A 36ª Câmera de Shaolin, O Grande Mestre Beberrão e Irmãos de Sangue, variando sempre entre as funções de financiador, produtor e produtor executivo, que no cinema chinês, se c0nfundiam entre si, graças a particularidade das indústrias de cinema.
Liu esteve em O Clã do Lótus Branco, Ho, O Sujo e A 36ª Câmera de Shaolin, além de algumas obras no mercado norte-americano, como Kill Bill e O Homem Com Punhos de Ferro.
Narrativa
Antes da história de fato começar, é exibida uma demonstração de artes marciais, com Chia-Liang Liu em um cenário vazio, utilizando alguns dos instrumentos bélicos que dão nome ao filme.
Logo depois é mostrado um combate múltiplo, que envolve armas brancas, que variam entre espadas, machados duplos e simples, arco e outras formas de ataque.
Depois disso, o personagem Lei Kung, conhecido como Chefe Li - esse é o personagem de Chiang-Liang - vai até o dojo de Lord Tieh a-Hou, persoangem de Hou Hsiao de Heróis do Oriente e Mestre Kam: A Lenda.
O sujeito age como um ilusionista, faz todos os presentes sumirem, na fumaça, com suas peripécias tenta retardar a ação do outro lutador, basicamente para segurar um pouco a ação, que em breve começa, para não mais parar até o desfecho da história.
Depois de uma discussão sobre leis e sobre o uso de algumas armas - inclusive armas de fogo - o sujeito é enviado, para tentar proteger os segredos desse clã, com a missão de caçar as pessoas que estão tentando espalhar alguns fatos, os detalhes que deveriam ser mantidos sigilosos.
O Clã da Terra
Em meio a apresentação dos opositores, é mostrado o Clã da Terra, grupo esse que tem como seu meu membro, o personagem de Gordon Liu (ou Chia-Hui Liu) o monge Ti Tan, que se veste como tradicionalmente Liu é mostrado no cinema chinês, de vestes amarelas ou azuis, com cabelo raspado a mostra ou com um chapéu redondo, esse último, quando está disfarçado.
A trama proposta é qualquer nota esse é mais um dos filmes sobre pancadaria em que o que importa são as lutas. A história é de fato curta, quase um fiapo, uma desculpa tola para colocar personagens lutando entre si, utilizando tipos de armas diferenciadas.
Eventualmente, acham algumas antigas, poderosas, que diante da cinematografia, brilham e reluzem.
O personagem central segue sendo perseguido por assassinos, incluindo Ti Tan, Fang Shao-Ching (Kara Wei) e o lord Ti Hau. Eles inclusive disputam a possibilidade de matar o sujeito.
Os conflitos acontecem nas ruas e em lugares fechados também. Entre essas, se destaca especialmente um momento com um lutador de roupas brancas, interpretado por Sheng Fu, creditado como charlatão Wu.
Não à toa é chamado assim, já que ele pratica pequenos golpes pela rua, ludibria gente com jogos, faz bom uso de sua lábia, além de armar alguns combates falsos.
Além de suas lutas serem fajutas e armadas, ele finge que colocou vísceras e órgãos para fora, em um momento em que supostamente é atacado. Essa talvez seja uma mensagem cifrada, uma crítica ao governo chinês, que ataca os seus cidadão de maneira tão frequente, que trambiqueiros utilizam esse clichê para se promoverem.
Ou talvez seja apenas mais um dos muitos ardis de um homem desoneste mesmo.
Dentre os vários combates - todos bem coreografados e registrados de maneira bem gráfica, aliás - há uma exploração curiosa, que é a mágica Taoshan. Ela consiste no controle de ações de lutadores através de um bonequinho amarelo, que parece um objeto utilizado no rito do vodu.
Isso influencia na luta, dá temperos bastante curiosos aos embates, levantando a possibilidade disso possivelmente influenciar na percepção geral do público, desconectando boa parte desses.
Wu tem uma luta "séria" - melhor dizendo de verdade, já que ela é toda engraçada - dessa forma. Ele é controlado por Lei Kung e pelos capangas de seu inimigo, que cobra do charlatão uma quantia.
Os cenários onde as batalhas ocorrem são simples, em essência. É comum ver momentos onde tudo o que aparece são paredes e telas pretas, onde se destacam os lutadores, as hastes onde se prendem as armas e os próprios instrumentos bélicos lâmiados.
Depois de embates entre Ti Hau e Shao-Shing, o sujeito nervoso e sem cabelos aparece para enfrentar Lei Kung.
Ti Tan está bem trajado, usa uma túnica amarela, está armado e consegue lutar contra três inimigos, em alguns momentos de maneira simultânea, com total controle do embate.
As imagens são bonitas, plásticas, beiram a poesia em vários momentos. A luta entre Lei Kung e Ti Hao é violenta e trágica, com o segundo ficando surdo, mesmo travando bem o seu kung fu.
O conjunto das armas
No final, a gangue amarela e seus membros usam as armas, nomeiam elas, usam dardo e corda, camuflagem (tão boa que é igualada a mágica) espada de gancho de tigre (a arma branca que parece uma arma klingon) martelo esférico, lança (madeira, com lâmina na ponta) corrente de três seções (parece nunchaku) punhal duplo e tonfa dupla.
Cada uma dessas tem sua parcela de participação e mesmo que não sejam utilizadas por muito tempo, é inegável que há pelo menos um pouco de protagonismo na exibição delas em luta. Poderia ter mais cenas com as tais armas que nomeiam a obra, mas elas são utilizadas, ao menos, mesmo sendo tantas.
Armas Lendárias da China é uma obra histórica, dramática e pontual. Possui personalidade, cor, boas atuações nas lutas, além de ter uma pequena dramaticidade, que não é inteiramente rasa diante da exploração das lutas. É uma boa introdução ao panteão da Shaw Brothers e um clássico do gênero Wuxia.
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