Halloween 6, A Versão do Produtor : A lenda urbana e o corte alternativo de H6

Halloween 6, A Versão do Produtor : A lenda urbana e o corte alternativo de H6Halloween 6: Producers Cut é uma versão alternativa para a sexta entrada da franquia Halloween no cinema. Dirigido por Joe Chapelle e escrito por Daniel Farrands, é uma publicação curiosa, já que durante muito tempo, foi apenas uma lenda urbana, um boato que tinha no máximo a veiculação de um produto pirata como prova de que existia, era uma versão que se acreditava ser a real, mas que não foi lançada de maneira oficial.

É, portanto, uma versão alternativa de Halloween 6: A Maldição de Michael Myers, sendo assim um filme de horror também, como sua contraparte, com pequenas alterações dramáticas no que se viu nos cinemas.

Esse corte se aproxima ao que seria a versão pensada para o cinema, o que foi filmado e que seria lançado antes de sofrer brutais modificações pouco antes de chegar as salas de cinema.

Dito isso, a obra não pode e não deve ser encarada como uma versão do diretor, tampouco é igual aos rascunhos originais de Daniel Farrands, é tal qual diz seu nome uma versão dos “produtores”, ou seja, não é uma versão ultimate.

O que aconteceu é que após sessões testes, o estúdio exigiu mudanças, em atenção ao que o público que ali esteve queria. Esses, por sua vez, era formado por adolescentes de até catorze anos, segundo uma das atrizes principais desse elenco.

Então a parte mística, relativa ao culto druida foi bem diminuída, a violência foi alterada e boa parte da trama se tornou ainda mais misteriosa, mas não de uma forma curiosa, já que não se melhorou em nada aspectos dramáticos, mas sim de maneira confusa, sem solução alguma para as problemáticas levantadas. A parte final da T-Cut (teathrical cut, versão do cinema) ficou mais misteriosa por conta da confusão oriunda da supressão de vários trechos importantes, que foram deixados de lado.

Até então essa versão circulava por fóruns de internet e de maneira clandestina em algumas locadoras apenas em qualidade baixa, nível fita VHS, ou Workprint.

Halloween 6, A Versão do Produtor : A lenda urbana e o corte alternativo de H6

Esse corte teve um lançamento no formato Blu-ray em 2015, ou seja, os estúdios Dimension/Miramax, que impediram o filme de sair como Chapelle e queria - Farrands reclamou das diversas interferências que os produtores e o diretor fizeram, como falamos no texto de Halloween 6: A Última Vingança - ainda lucraram um pouco mais com o lançamento de um disco de blu-ray, que foi veiculado junto a um box com outros filmes e em edição individual também.

O leitor certamente pergunta se a qualidade dramática do filme melhorou muito e isso será descortinado em detalhes ao longo do texto, mas não há como mentir, esse ainda é um produto confuso, que não exclui tanto os predicados positivos e negativos do corte para os cinemas, embora seja mais congruente e com mais estofo que a tal T-Cut.

A história se passa seis anos depois que Michael Myers apareceu em Halloween 5: A Vingança de Michael Myers. Ele persegue sua sobrinha, Jamie Lloyd, que agora está adulta e gestante. A trama inicia no parto da criança e segue os eventos após o ato de parir o filho que teria em si um componente espiritual clichê, de ser o escolhido para um evento semi-apocalíptico.

A trama gira em torno do culto que quer pôr as mãos nessa criança.

Esse grupo de religiosos visam também ajudar a dar alguma plausibilidade e explicação para o fato de Michael ser praticamente imortal.

O texto foi feito por Farrands baseado nos personagens de Debra Hill e John Carpenter. Malek Akkad foi produtor associado, Moustapha Akkad produtor executivo, além de “apresentar” enquanto Paul Freeman era o produtor.

O roteirista afirmou que Chappelle usou poucas ideias suas, incluindo essa versão aqui, destacou inclusive que todo o "terceiro ato" foi modificado (em ambas as versões) fato que tornava esse desfecho em algo completamente confuso. Dessa forma, o roteirista acha que ambos os cortes são aquém do que ele planejou, mas considera a versão do produtor superior.

O roteiro original era mais voltado para um terror psicológico e social, apresentava uma história de conspiração mais grandiosa e profunda que revelava que parte da cidade de Haddonfield estava envolvida no mistério.

Haveria também a participação de Jamie no terceiro ato, em um confronto face a face com seu tio, tendo enfim uma batalha final. Donald Pleasence preferia o roteiro original e por conta dele assinou contrato para fazer o filme, Ele só soube das modificações enquanto estava gravando o filme.

Sobre as diferenças entre versões, a cisão começou no início de 1995, após a conclusão das filmagens e da edição. A exibição de teste desse H6, segundo a atriz Marianne Hagan, consistia principalmente de meninos de 14 anos.

Durante as perguntas e respostas posteriores a sessão, um deles disse estar descontente com o final do filme, que envolveu um ritual celta e a transmissão da Maldição de Espinho (ou de Thorn) de um personagem para outro.

Isso levou a um novo planejamento, que incluía refilmagens para criar um novo final, mas havia um grande problema: Donald Pleasence estava com a saúde debilitada durante as filmagens do filme e acabou morrendo em 2 de fevereiro de 1995, graças a complicações cardíacas.

As refilmagens ocorreram em Los Angeles, no verão de 1995, usando um substituto para o ator. Mais de vinte minutos de outras filmagens também foram alteradas, deixando buracos na trama que tornaram o filme quase incompreensível.

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Outra grande diferença é que nessas novas gravações feitas na Califórnia, colocaram Michael Lerner como "A Forma", em detrimento de George P. Wilbur, pois os executivos do estúdio queriam que ele parecesse menos corpulento.

Isso resultou em um erro de continuidade, já que o último terço do filme de cinema apresenta um Michael bem mais magro, ou seja, a Producers Cut tem menos erros de concepção que a versão oficial.

A versão do produtor é intitulada Halloween 6: The Curse of Michael Myers, com o "A" estilizado como o símbolo do espinho. Há alguns materiais de pôsteres que indicam o subtítulo The Origin of Michael Myers (A origem de Michael Myers) e não o tal The Curse.

Essa ainda possui menos exposição sangue do que a versão de cinema.

Durante anos após o lançamento de H6 nos cinemas, a única maneira de assistir esse corte era por meio de cópias piratas que tinham baixa qualidade de vídeo e áudio.

A filmagem conseguiu sobreviver basicamente por ser lançada ilegalmente, já que boa parte dos filmes originais se perderam. Até se pensou em digitalizar a partir das fitas piratas, mas o material eventualmente foi encontrado (ao menos parte dele) e como a versão tinha apelo entre os fãs de cinema B, a producers cut já chegou ao mercado famosa.

Em setembro de 2014, a Shout Factory lançou de maneira oficial, com imagem restaurada do negativo original que está disponível na Halloween Complete Collection. Foi lançado individualmente pela Miramax em setembro de 2015, embora sem os bônus da coleção.

Sobre diferenças entre as versões, a música And Fools Shine On do Brother Cane não é ouvida na versão do produtor. Também se nota um monólogo de abertura, escrito por Pleasence, que pode ser ouvido apenas na versão do produtor.

Paul Rudd começou em alguns seriados, depois teve um papel em As Patricinhas de Beverly Hills. Foi ganhando fama em participações como em Friends, depois fez vária comédias como O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy, O Virgem de 40 Anos, Eu Te Amo, Cara. Hoje é (infelizmente) lembrado como o Homem-Formiga, herói que teve três filmes solo e que participou de crossovers de filmes da Marvel.

Hagan esteve na série Quem é o Chefe?, SeaQuest, Friends e Perfume. Ela não tinha muito experiência no cinema e tal qual Rudd, foi creditada como o famoso Starring and introducing junto ao seu nome, visto na versão em blu-ray.

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Já J.C. Brandy era mais acostumada a trabalhar com teve, tendo feito parte do elenco de Assassinato por Escrito e Paixões Perigosas, além do filme Uma Aventura Selvagem e A Frieza de Uma Assassina, onde contracenou com Rose McGowan nesse longa feito direto para vídeo.

George P. Wilbur trabalhava normalmente como coreografo de acrobacias e dublê. Foi creditado como ator eventualmente, quase sempre em papéis mais físicos, que não exigiam falas.

Foi ator em Chamas da Vingança, Halloween 4: O Retorno de Michael Myers, Os Caça-Fantasmas 2, foi acrobata em várias produções como em Fuga de Nova York, Mar em Fúria e A Hora do Rush.

Durante a produção deste filme, a distribuidora Dimension estava tendo problemas de orçamento com sua outra sequência de terror, Hellraiser IV: Herança Maldita. Foi graças a isso que, supostamente, foi cortada a quantia de US$ 1 milhão de dólares do orçamento desse Halloween.

A trama começa mais uma vez em um corredor, tal qual no outro filme, no momento prévio ao parto de Jamie, com ela sendo levada de maca rapidamente em um túnel estranho e escuro, que mais parece uma caverna do que o corredor de um hospital.

Jamie (Brandy) está amarrada a maca, de maneira esquisita, quase como em um rito fetichista.

A enfermeira "boazinha" Mary (Susan Swift) entrega o bebê a um homem de identidade não revelada, vestido todo de preto, com sobretudo e muito couro. Depois ela se arrepende, conseguindo entregar a mãe.

Mary e Jamie conversam em um lugar cheio de velas e altares, se fala a respeito de Michael Myers, de halloween, de Mayhem, que é uma palavra do inglês medieval, de origem escandinava (meitha) para caos.

A criança tem uma runa druida de Thorn desenhada na barriga, feita pelos agentes do culto. Nesse momento são mostradas cenas do rito e outras cenas sem cores, recuperadas de Halloween 5, onde Danielle Harris faz Jamie, demonstrando em uma montagem mequetrefe como a personagem chegou até ali.

Vale lembrar que Harris não participou desse por ser muito nova, embora esse motivo tenha sido rechaçado pela mesma. O papel exigia que a interprete tivesse 18 anos e Harris tinha 17. Ela teria se emancipado para fazer o papel e iria pagar os honorários dos advogados com o cachê do filme, mas ela foi recusada em cima da hora, ficando de fora da saga até o remake de Rob Zombie, em Halloween: O Início, onde fez outro papel.

Michael percebe a fuga da parente, vai atrás dela, mata a enfermeira e um caroneiro, enquanto isso, na casa dos Strodes, outra criança é perturbada, com a visão de um homem de preto, mandando ele matar.

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Farrands soube que a equipe de produção e roteiro de H5 não tinha ideia de quem era o homem de preto. Dessa forma, era importante determinar a identidade real do vilão mesmo que a runa de Thorn possa ser transmitida de hospedeiro para hospedeiro.

O roteirista simplesmente decidiu voltar à mitologia do primeiro filme, resgatando um personagem específico.

A primeira cena do sujeito, cercando a casa dos Strode foi originalmente escrita como um ponto de vista semelhante à introdução do jovem Michael no Halloween original, mas, ela foi cortada no dia das filmagens.

A família de "mocinhos" é composta de duas pessoas, Kara, a mãe solteira que voltou para Haddonfield, além Danny, personagem do ator mirim Ben Gardner que em 1999 fez Investigação Secreta.

Os dois vivem juntos de alguns familiares, mas basicamente só tem um ao outro, tanto que é ela que tenta demover ele do medo que o rapaz teve, após o estranho pesadelo.

Os dois moram na antiga casa de Michael, junto ao irritante John, de Bradford English, a Debra de Kim Darby e Tim, feito por Keith Bogart. Esse grupo de personagens gerou entre os fãs algumas teorias e especulações.

Há quem defenda que o pai de Kara, John, é também o pai de seu filho, sendo assim uma relação incestuosa bem abusiva. O fato disso ser encarado como uma possibilidade real começa pela enorme tensão entre os personagens, além de algumas piadas de conotação sexual feitas pelo sujeito - que para além dessa suspeita, é antipático, mesquinho, mal com crianças e um bocado abusivo - além da indignação do sujeito ao falar do sumiço de Kara, que partiu por 5 anos, sem explicar o porquê para sua família.

Ele ainda trata Danny como bastardo, menospreza e maltrata o garoto. Teoricamente ela pode ter tido um filho solteira, fato que, para olhos conservadores e restritivos, faria da criança uma bastarda, mas pode ser que ele tenha estuprado a menina, causando assim uma cisão aguda na imagem de família tradicional dos Strode.

Para os crédulos nessa teoria, a ideia é que deveria existir um paralelo entre ele e o bebê de Jamie, que possivelmente, é filho de Michael com a sobrinha, ainda que as causas fossem diferentes.

Michael teria cometido o ato libidinoso e profano com a sobrinha por estar possuído pelo espírito de Thorn, enquanto John estava "possuído" pelo alcoolismo quando abordou a própria filha.

Sendo ou não real a possibilidade, o destino de Michael e John acabaria se cruzando momentos depois da apresentação dele.

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Os personagens ouvem Back Talk com Barry Sims, um programa de rádio local. Praticamente todos os personagens da região de Haddonfield ouvem, a bela Kara, que se despe perto da janela, onde Tommy Doyle a observa de forma tarada.

Até o aposentado Sam Loomis ouve, deve ser muito popular especialmente pela dedicação a história local e pelo descortinar dos fatos e ataques de Michael nos halloweens passados.

Sam recebe seu velho amigo Terrence Wynn, de Mitchell Ryan, ator que faria O Mentiroso dois anos depois.

O sujeito estava sumido da saga, apareceu apenas em H1, interpretado por Robert Phalen, mas aqui é dito que ele é um dos chefes de Smiths Groove, há 32 anos. Ele quer Loomis de novo na instituição, na função que está deixando, embora antes o velho fosse persona non grata por lá.

O quadro mudou bastante e sem razão aparente.

Loomis aparece agora sem as cicatrizes. Pleasence não queria usar maquiagem nenhuma, já estava cansado, combalido e doente, em vias de falecer, tanto que o filme lhe é dedicado, por isso, inventam que ele fez uma cirurgia.

Aqui se justifica melhor o fato de Jamie ligar para a rádio para conseguir ajuda. Ela chega sozinha ao hospital, ouve ao fundo o programa.

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O que não fica claro em nenhuma das versões é por que John nutre tanta raiva por Kara, fora a questão dela ter tentado sair de casa.

Também não se entende o trauma que reúne a mulher e o pequeno Danny.

Quem é o pai dele? Foi viuvez ou abandono parental? Esses Strode têm algo a ver com a família de Laurie, que morou em Haddonfield e adotou a menina interpretada por Jamie Lee Curtis? Não se desenvolve nada disso, tudo fica em suspenso.

Até por isso que entre os fãs se discute tanto a chance de John ter engravidado a filha.

A Producers Cut prometia ser melhor que a versão de cinema, mas nela também não se dá grande importância ao sacrifício de Jamie. Ela morre sem importância, não se desenvolve, tampouco se reflete sobre.

Loomis segue obcecado por Michael. Ele quer seguir atrás do rastro de matança e nem Wynn consegue convencê-lo do contrário. Essa sensação piora, quando sua "futura secretária", a auxiliar de Wynn no Smiths Groove, avisa que Jamie morreu. Ele então ruma para lá.

Tommy acha o bebê perdido, meio por acaso, no banheiro de uma rodoviária. Como ninguém ouviu o choro do neném? Parece obra do destino mesmo, que ligou ele inexoravelmente a criança.

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Ele encontra com Loomis, mas revela só a ele que está em posse da criança, o que é uma sorte, dado que Wynn quase o encontra nesse interim.

Considerando a virada no final, foi uma grande sorte.

O destino uniu uma criança sem sorte, com um homem sem predicados, já que Tommy tem dificuldades de lidar com qualquer pessoa, que dirá uma criança.

Ele é péssimo com o bebê, mas fica bem a vontade e falante, quando discursa sobre as runas, sobre os temas druidas e sobre a teoria da conspiração da criança perfeita, ligada a constelação de Thorn/Espinho, que aparece e reaparece às vezes no dia das bruxas.

Aqui se detalha mais a ligação espiritual com os retornos de Michael, se faz uma linha do tempo, destaca que em 1963 Michael matou Judith, que apareceu, depois em 78 o ano do primeiro filme e de Halloween II: O Pesadelo Continua, dez anos depois, um ano depois (H4 e H5) respectivamente e agora, seis anos após o sumiço de Jamie e Michael.

Todos esses teriam a ver com as manifestações de Thorn, eram datas cabalísticas, marcadas há muito tempo, por alguma força espiritual e divina. Apesar da explicação, essa "lógica" é bem difícil de compreender.

O que fica claro é que ele tenta assassinar todos os membros de sua família e linhagem, uma vez concluída esta tarefa, a maldição seria passada para outra criança.

Essa mística acabou ficando restrita apenas a dois filmes, esse e Halloween 5, nem mesmo Halloween 4 (que é o início da trilogia dos espinhos) tem aparição da tatuagem de Thorn e ela não foi usada em nenhum filme posterior.

A concepção original do culto Thorn seria bem menos expositiva do que aqui, inspirada na linha da visão de Roman Polanski a respeito dos satanistas em O Bebê de Rosemary. Graças aos covis subterrâneos, altares e mantos com capuz, Farrands chamou de a versão escolhida por Chappelle de Temple of Doom, em atenção ao filme Indiana Jones e o Templo da Perdição.

A partir daqui falaremos mais abertamente sobre o final. Fica o aviso de spoilers.

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Após se reunir com Tommy, Kara acorda, em um dos poucos momentos em que consegue relaxar. Ela desperta nervosa, desesperada, achando que perdeu Danny, achando ele na parte de baixo da casa, junto a sra. Blankenship de Janice Knickrehm.

Nesse ponto ocorre algo estranho, já que a senhora que era até então muda e catatônica passa a falar, falar e falar demais, de um modo quase imparável. Ela discorre sobre o feriado do fim de outubro como se fosse uma data sensacional, alegre e feliz, também assume que foi babá de Michael, o que não faz muito sentido, já que Michael tinha uma irmã mais velha, Judith, que ao invés de cuidar dele, preferia namorar.

Se ele tivesse uma babá, jamais teria matado a irmã mais velha. A Producers Cut torna a explicação dela em algo ligeiramente mais plausível.

Ela detalha que o menino, ainda com seis anos, reclamava sobre as vozes ouvia, ou seja, era perturbado desde antes de encontrar a irmã transando.

As cenas com o culto são mais extensas, assim como a revelação da participação de Wynn no mesmo. Os capangas dele aparecem com mais destaque também, parecendo espermatozoides de trajes escuros.

Há quem defenda, de maneira jocosa, que são homenagens a Monty Python. Até o traje do líder é ridículo, já que usa uma roupa que lembra a de um vampiro de filme B.

A frase em que Wynn diz "Ok, ok. Você pode tirar [o manto] agora que o Halloween acabou" foi improvisada. De acordo com Farrands o motivo pelo qual essa frase foi dita foi porque o chefe da Dimension, Bob Weinstein, gritou com Chappelle ao telefone enquanto eles se preparavam para filmar, exigindo que as vestes dos homens do culto fossem retiradas do filme.

O telefone não estava no viva-voz, mas o tom de voz era tão alto que elenco e equipe conseguiram ouvir o produtor. Depois de um momento de silêncio constrangedor, eles continuaram filmando e foi então que Chappelle disse Ryan para repetir a fala do produtor, canonizando o momento extra cena.

O final é bem diferente entre as duas versões, nessa, Tommy paralisa Michael com o poder da runa antes de tentar fugir. Não há a sequência da armadilha e a surra com um cano.

Kara, Tommy e Danny saem, enquanto Loomis volta aos corredores de Smiths Groove para se certificar que seu antigo paciente morreu.

Sobre a caracterização de Michael, desde o primeiro momento ele aparece com uma máscara bem diferente do que foi visto dois filmes anteriores. Alguns fãs acreditam que os seguidores de Thorn criaram esta máscara especialmente para ele, mas é possível que ele simplesmente a tenha roubado de outra loja.

A reação do público em relação a esse item foi bem melhor que em H4 e H5, sendo muito elogiada por sua semelhança com a original. No entanto, alguns espectadores reclamaram que a máscara era muito grande e fazia Michael parecer um boneco Bobblehead.

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Boneco Booblehead de Michael Myers

Também se disse que o cabelo dela estava "muito bagunçado", também se reclamou da textura, que era muito grossa e irregular, semelhante uma feita de argila ou plasticina. Durante a produção, o armazenamento inadequado destruiu as máscaras H6 Curse, restando apenas duas.

Loomis anda pelos corredores do sanatório, o mesmo local que serviria de palco para Cadáveres (Unrest) de 2006. Quando enfim o psiquiatra encontra Michael e retira sua máscara, percebe que na verdade, esse era Wynn.

O assassino trocou de lugar com o líder do culto do espinho e fugiu, vestido de homem de preto, enquanto Terrence ficou, para atacar Sam de maneira simples, tocando em seu braço, passando para ele a famigerada tatuagem da runa de Thorn.

Wynn vinha monitorando Myers. Ele até agradece Loomis por sempre capturar Michael, trazendo ele de volta vivo. A transferência seria um último ato de crueldade e ironia, já que seria o personagem de Pleasence quem cuidaria do serial killer e seu culto.

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O que não fica muito claro é como o culto gera poderes de invulnerabilidade para Michael. Ele é imortal mesmo, ou é uma bravata geral? Provavelmente a fala de Wynn sobre Sam é meramente uma piada interna, uma provocação ao psiquiatra.

Em linhas do roteiro original, Wynn ainda revelaria que foi ele quem ensinou Michael a dirigir um carro, resolvendo assim uma das maiores dúvidas da franquia. Não há qualquer gravação que comprove que isso foi filmado, aliás.

Após a "passagem" tatuagem, Samuel grita, lamenta muito, graças ao destino que lhe resta, de seguir próximo de Michael, que sobreviveu e usa a roupa do homem de preto.

Considerando que não era Michael Myers nesse momento, esse segue sendo o filme em que Loomis e o assassino não compartilham cenas juntos (em nenhuma das versões, diga-se) tornando este o único filme da série - excluindo Halloween 3 onde nenhum deles aparece -a apresentar os dois sem que estejam na mesma tela pelo menos uma vez.

Houveram alguns finais roteirizados, incluindo um em que Kara, Tommy e o bebê acabaram de volta à rodoviária, onde Kara e o bebê desapareceriam, deixando Tommy largado, sendo pego pela polícia como suspeito de ter causado as mortes do filme. Outro final teria o Dr. Wynn voando em um helicóptero, que explodiria, devido a uma bomba em sua bolsa.

O final filmado teria sido escrito pelo produtor Paul Freeman e Chappelle, que supostamente fizeram isso no set, escrevendo cena a cena, à medida que os prazos de produção se aproximavam.

Halloween 6 Producers Cut é ligeiramente melhor que a versão de cinema, mas não muito. Ao menos não tem o receio de se assumir como é, uma peça trash, sobre culto maléfico e sobre rumos diferentes da versão de cinema, que fazem mais sentido, mas não salvam a obra da mediocridade.

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