Especial | Halloween

A franquia Halloween é comumente louvada graças a qualidade de Halloween: A Noite do Terror que John Carpenter fez, comumente associado ao fato de ser um clássico e o primeiro filme slasher de fato. Suas sequências não seguiram o mesmo nível de qualidade, mas há muito o que destacar sobre elas e sobre a saga como um todo.

Mesmo que antes de Halloween tenha havido uma série de obras que pincelavam elementos do gênero como Psicose, Tortura do Medo, e O Massacre da Serra Elétrica é natural encarar o filme com Michael Myers como o primeiro de muitos slasher. Ele formatou clichês fortaleceu a ideia de um assassino ultra moralista, que mata quem é sexualmente ativo.

Outros tropos como a sobrevivência da moça virginal e inocente e o uso de armas brancas por parte do homicida central já eram utilizados nos clássicos italianos do cinema Giallo de Mario Bava, Dario Argento e Lúcio Fulci. Halloween pegou tudo isso e moldou para um sistema hollywoodiano, que ganharia ainda mais fama graças a sua cópia Sexta-Feira 13.

Curiosamente a saga se iniciou como uma obra familiar, com vários membros sendo casais ou grandes amigos. Dada a condição tímida em relação ao gore nesse primeiro, jamais se imaginava que esse seria o passo um do exploitation sangrento que geraria Jason, Freddy, Cropsy, Angela Baker etc.

Apesar de Halloween ter sido dirigido por Carpenter, escrito por ele e Debra Hill - que também produziu esse original - a ideia inicial veio de um distribuidor, que trabalhava normalmente para a Warner Bros.

Irwin Yablans queria começar a fazer filmes e tinha a ideia de contar uma história de um homem misterioso, que mataria babysitters no dia das bruxas. Ele ainda faria Armadilha Para Turista em 1979, Noite Infernal, várias continuações de Halloween, além de trasheiras como Sedução e Medo, Parasita, Condenação do Além, etc, sempre variando entre produtor e produtor executivo.

Ao contrário do que se fala, Halloween não se chamaria The Babysitter Murders. Yablans desmentiu essa trívia em documentários recentes. A especialização dele era a de provocar o público, quando exibia as obras com que trabalhava ele inseria teasers e sneaky peeks de obras futuras, sabia como provocar a audiência, portanto não caberia um nome tão ruim a sua ideia original.

Depois de ter assistido o bom Assalto Ao 13º DP, Yablans decidiu dar a Carpenter uma chance, mudando o nome do filme, lançando ele nos cinemas, mas sem sucesso nos Estados Unidos. Hoje cultuado, o suspense policial teve aderência somente na Europa, quando passou em festivais de cinema britânicos.

Yablans contou da ideia do assassino de babás, utilizou o nome de um agente de vendas europeu - que não recebeu nenhum centavo pelos filmes de Michael Myers - e deu a função para Carpenter, que reuniu seus amigos, entre gente de sua terra natal, de Kentucky, como Tommy Lee Wallace, a colegas da USC, como Nick Castle.

Carpenter havia feito um filme elogiado e barato, em Dark Star, mas ainda assim era um novato, com dois longas no currículo. Quando ele aceitou a oferta de conduzir Halloween, fez a exigência de ter seu nome antes dos créditos, compondo John Carpenters: Halloween.

Yablans aceitou, desde que não ultrapassasse os 300 mil dólares de orçamento. Para arrecadar o dinheiro, o distribuidor e produtor levou então a ideia para Moustapha Akkad, um cineasta e produtor, que era seu sócio. A família dele segue até hoje na produção de filmes da franquia, com seu filho Malek Akkad levando o legado familiar.

Halloween teve vários elementos explorados de maneira única e direta, como a mitologia em torno do Mal que é Michael, o andar silencioso e quase bailarino de Castle como The Shape, a máscara de James T. Kirk customizada por Lee Wallace.

Mas além dessas questões visuais, também era acompanhado de personagens clássicos com Donald Pleasence como doutor Loomis - que quase foi Christopher Lee em determinado ponto da pré-produção - e Jamie Lee Curtis como Laurie Strode, mas Halloween só nasceu graças a dupla de roteiristas, especialmente Hill.

É bem curioso que uma obra feita com equipe tão novata, pouco numerosa e com poucos recursos, conseguiu tanto. Apesar de Carpenter ter tentado fingir que a equipe era maior - tanto que assinou a trilha como a orquestra Bowling Green Simphony Orchestra basicamente para ter mais pompa - o que se viu foi algo único, feito por poucas e boas cabeças.

Ao longo dos anos as sequências se tornaram mais agressivas, tal qual seus pares e sequências concorrentes, e a história se fez. Abaixo a compilação do que falamos sobre a saga.

Filmes:

1978- Halloween
1981- Halloween II: O Pesadelo Continua
1982- Halloween III - A Noite das Bruxas
1998- Halloween H20: Vinte Anos Depois
2002- Halloween: Ressurreição
2007- Halloween: O Início
2009- Halloween II
2018- Halloween de David Gordon Green
2021- Halloween Kills
2022- Halloween Ends

Imitações e filmes inspirados

1980- Sexta-Feira 13
1982- Slumber Party Massacre
1987- Slumber Party Massacre 2
1995- Pânico

2001- O Dia do Terror

Fontes de inspiração

1960- Psicose
1974-A Noite do Terror/Black Christmas

Assessórios

1976- Assaltto ao 13º DP
1978- Alguém me Vigia
1982- Terror na Noite
1988- Noite de Halloween
1995- Jack-O Lantern: O Demônio Do Halloween
2007- O Conto do Dia das Bruxas
2013- Terrifier: O Início ou All Hallows' Eve
2016- Terrifier
2022- Terrifier 2

Futuramente falaremos:

1974- Dark Star
1979- Armadilha Para Turista
1981- Noite Infernal
1982- Sedução e Medo
1982- Parasita
1985- Encontro com o Medo
1987- Condenação do Além
1988- Halloween 4: O Retorno de Michael Myers
1989 Halloween 5: A Vingança de Michael Myers
1995 Halloween 6: A Última Vingança

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