Sexta-Feira 13 - Parte 8: Jason Ataca em Nova York é um filme de terror que flerta também com a comédia graças ao tom completamente nonsense de sua trama. Conduzido por Rob Hedden esse é o famoso filme em que o assassino serial sai de Crystal Lake, rumo a maior metrópole do mundo.
Lançado em 1989, sua história envolve mais um retorno de Jason Voorhees, que é revivido pouco antes da ida de jovens estudantes da região campestre onde o mesmo repousava e que estão prestes a fazer uma viagem de barco para Nova York.
A história novamente gira em torno da violência do assassino, que mata gente no barco e na Big Apple.
O roteiro também foi escrito por Rob Hedden e se credita apenas Victor Miller no famoso clichê based on character / created by. Esse é produzido por Randy Cheveldave, com Barbara Sachs como produtora associada, que retorna a função, depois de Sexta-Feira 13 Parte 7 A Matança Continua. Quem também volta é Kane Hodder, como interprete do serial killer revivido.
Após uma decepcionante bilheteria do filme anterior, John Carl Buechler (o até então diretor) tentou emplacar uma continuação com a protagonista Tina Shepard novamente enfrentando Jason, após sair de uma instituição para pessoas com problemas mentais. Outras versões foram escritas nesse sentido, uma pela atriz Lar Park-Lincoln junto ao seu marido (que era um grande fã de filmes de terror) em uma história em que Tina trabalhava como psicóloga para meninas problemáticas, o também ator Kevin Spirtas, escreveu um rascunho de script que transformou os eventos de The New Blood em um sonho, com seu personagem se tornando um assassino.
No entanto a Paramount optou por atribuir o projeto de continuação ao roteirista e diretor Rob Hedden, nesse que se tornou o seu longa de estreia.
A recusa para esses possíveis projetos tem a ver com dinheiro também, Park-Lincoln queria um salário maior do que o que recebia, mas o estúdio brecou essa possibilidade, já que o orçamento não poderia pagar o que ela esperava.
A partir daí se decidiu ir em uma direção totalmente nova. Hedden então escreveu um rascunho de texto com diversas interações dos personagens em Nova York. Ele escreveu cenas no Madison Square Garden, na Ponte do Brooklyn, na Estátua da Liberdade e no Empire State Building.
Apesar do fato desse ser o maior orçamento de um filme da franquia Sexta-Feira 13 até então (em torno de US$ 5 milhões) o estúdio deu a ele um freio, já que não havia dinheiro suficiente para filmar tantas cenas na Big Apple, ele então foi forçado a reescrever o filme e passar mais tempo no navio de cruzeiro.
Mesmo as cenas ambientadas em Nova York foram filmadas majoritariamente no Canadá, em Vancouver. Nas internas se chamava esse de Jason Takes Vancouver. Hedden concordou com essa pecha e com as reclamações dos fãs, sempre manifestando descontentamento com os cortes que sofreu.
Ele chegou a pedir desculpas aos que se desapontaram, nos featurettes do Blu-ray e do DVD, até em comentários de áudio. A saga como um todo ignorou os acontecimentos desse filme, fosse em Jason Vai Para o Inferno: A Última Sexta-Feira 13, Jason X, Freddy x Jason ou o remake Sexta-Feira 13 de 2009.
Outra questão curiosa é que até o elenco apontou para um grande buraco na trama. Enquanto gravavam, o elenco se perguntou como o navio saiu de Crystal Lake e entrou no Oceano Atlântico. Apesar da maioria dos atores ser iniciante - estavam felizes por estar em um filme famoso - havia muito burburinho e gozação interna, mas oficialmente eles preferiram não mencionar o assunto aos produtores ou ao diretor.
Um bom exemplo disso foi uma fala do ator Vincent Craig Dupree, que em entrevista disse que o barco com Jason poderia ter vindo do deserto do Saara e entrado no Atlântico, já que o conceito era algo supérfluo, se tivesse as mortes, nudez e demais marcas comuns a saga, tudo estaria bem.
O filme estreou em julho de 1989, ano que marcou o segundo ano consecutivo com entradas das três maiores séries de slasher da década, já que foram lançados no mesmo ano esse Jason Ataca em Nova York, A Hora do Pesadelo 5: O Maior Horror de Freddy e Halloween 5: A Vingança de Michael Myers.
Esse manteve a tradição da franquia de usar como nome falso uma música de David Bowie, sendo Ashes to Ashes. O título foi usado durante as filmagens na cidade de Nova York para evitar interrupções dos fãs e também para evitar que os atores do teste soubessem e revelassem que filme estavam fazendo, tanto Jason foi renomeado como Ethan.
O título original é Friday the 13th Part VIII: Jason Takes Manhattan, tem como nome alternativo Friday the 13th Part 8: Jason Takes Manhattan, inclusive no Reino Unido. Na Argentina é Martes 13. Parte 8: Jason toma Manhattan, no Uruguai é Martes 13 (parte 8) na Venezuela é Viernes 13. Parte VIII: Jason invade Manhattan.
No Canadá é Vendredi 13, chapitre 8: Jason à Manhattan, na França Vendredi 13, chapitre VIII : L'Ultime Retour, na Itália é Venerdì 13: parte VIII - Incubo a Manhattan e em Portugal é Sexta-Feira 13 - Parte 8: Terror em Manhattan.
O período de filmagens foi entre novembro de 1988 e dezembro do mesmo ano. O longa foi gravado na Britannia Beach, Colúmbia Britânica, em Vancouver Main Post Office Tunnel no barco S.S. Princess Patricia, em Hollywood, no centro de Los Angeles, também no centro de Nova York e na Times Square, em Manhattan em apenas dois dias de filmagem. Todas as cenas nas docas, esgotos, becos e lanchonete foram filmadas em Vancouver.
A Paramount Pictures faz o “presents” no filme, produz o longa junto aos estúdios Horror e o não creditado Sean S. Cunningham Films, com distribuição da Paramount Pictures nos Estados Unidos, da Paramount Home Entertainment em VHS e laserdisc, da United International Pictures nos cinemas brasileiros e da CIC Vídeo em VHS.
Rob Hedden já havia trabalhado como roteirista da Paramount em MacGyver – Profissão: Perigo, mas ele queria mesmo era dirigir. Então, quando o estúdio lhe pediu para escrever para Loja do Terror (a série de Sexta-Feira 13) ele disse que só faria se também pudesse dirigir.
Os produtores não acharam boa ideia, mas estavam desesperados por escritores, então cederam, contrataram Hedden e deixaram-no dirigir dois episódios.
Frank Mancuso Jr. ficou impressionado com o desempenho dele o subiu na hierarquia, chamando-o para escrever e dirigir este filme. Ele aceitou com a condição de que Voorheess pudesse ser retirado de Crystal Lake. Hedden diz que foi ideia de Mancuso enviar Jason para Nova York.
O roteiro dele foi drasticamente reescrito para acontecer a caminho da cidade, portanto a versão final do filme é bem diferente do primeiro tratamento do texto.
Outra ideia de Rob Hedden seria a de retratar Jason Voorhees mais como uma entidade espiritual sobrenatural em detrimento de ser um cadáver ambulante, fato que foi de certa forma retomado no nono filme, Jason Vai para o Inferno.
Em 2004, o diretor afirmou que também pensou em fazer um crossover com Freddy Krueger, como se especulou em A Matança Continua, mas a Paramount não conseguiu os direitos da New Line Cinema.
O confronto só seria feito 14 anos depois, após a New Line ter obtido os direitos de ambos os personagens. A Paramount retornou a fazer filmes da franquia apenas no remake de Marcus Nispel, fato que só foi possível porque ainda detinham os direitos dos oito primeiros filmes.
Na promoção do filme, Kane Hodder apareceu no The Arsenio Hall Show. Ele completou a entrevista inteira sem falar e permaneceu no personagem.
Esse foi um dos três únicos filmes de Sexta-Feira 13 que não tiveram trilha sonora de Harry Manfredini. Fred Mollin escreveu a música original deste, tal como fez para A Matança Continua. Esse foi o último filme da série a ser gravado em Ultra Stereo.
Hedden estreava na direção de longas-metragens. Fez além desse os telefilmes A Colônia, Sequestro e Fuga, Sequestro no Paraíso, Alien Fury: Countdown to Invasion, também conduziu episódios em Jornada nas Estrelas: Enterprise. Escreveu episódios em MacGyver, Loja do Terror, Suspense o telefilme Quando o Berço Cai e os filmes Clokstoppers: O Filme e Os Condenados.
Randy Cheveldave produziu esse como o seu primeiro longa na função, depois fez o telefilme Dois Irmãos e um Destino e Vitrine de Natal, a série Tartarugas Ninja: A Próxima Mutação, First Wave e Adivinhe Quem Vem Para o Jantar. Foi gerente de produção em O Ano do Dragão e produtor de material em A Noite das Brincadeiras Mortais.
Sachs foi produtora associada nas partes sete e oito, antes trabalhava em departamento de animação de A Viagem Musical e de desenhos animados como A Nossa Turma, As Novas Aventuras dos Ursinhos Carinhosos, Turma Genial e Star Wars: Droids, foi supervisora executiva via Hometown Films em Loja do Terror, também escreveu um episódio do programa.
Os pôsteres originais do filme apresentavam Jason rasgando um pôster de I Love NY. No primeiro pôster, Jason está segurando uma faca ensanguentada que foi limpa no segundo pôster por medo de que o sangue fosse muito gráfico.
Ambos os cartazes foram retirados após uma reclamação do Comitê de Turismo de Nova York. Houve um material de divulgação com as torres gêmeas. É até difícil achar na internet.
Outra questão criticada é a duração do filme. Ele tem algo em torno de 100 minutos, é o mais longo dos filmes Sexta-Feira 13, mesmo que tenha tido seu conteúdo reduzido pelos estúdios.
O trailer foi narrado por Percy Rodrigues.
O filme começa com um monólogo estranho sobre a cidade onde a obra se passa, enquanto imagens antecipam alguns dos assassinatos que ocorrerão ao longo do filme, como o centro da cidade com os punks e os bandidos, a lanchonete, o beco com os viciados em drogas e o metrô.
Toca Darkest Side Of The Night, tema composto por Fred Mollin e Stan Meissner, tocado pela banda Metropolis. Ainda nos créditos de abertura, aparece em destaque um enorme pôster do Batman de Tim Burton.
As filmagens dessas cenas aconteceram durante a campanha promocional do filme estrelado por Jack Nicholson e Michael Keaton. Depois aparece um casal em um barco, no caso, Jim (Todd Caldecott, que assinava Todd Shaffer) e Susy (Tiffany Paulsen) que entre gracejos e namoros, programa a ancoragem da embarcação que esbarra em um fio elétrico, que "acende" a água, bizarramente.
Isso é o suficiente para mais uma vez ressuscitar Jason. Entre os momentos de intimidade, o rapaz faz um breve recapitular da morte e da lenda de Voorhees, mas sem apelar a cenas de arquivo. Nesse ponto há uma contradição, já que Jim mencionou que Jason se afogou cerca de 30 anos antes. O filme original estabeleceu que ele se afogou em 1957, por essas contas, isso significaria que este filme se passa em 1988 e quando eles estão na Times Square, se vê o anúncio do Batman de 1989.
Ainda no início, Jim brinca com sua namorada, usa uma máscara de hockey e encosta nela com uma faca falsa. Fica a impressão de que Jason usurpará a máscara dele, tal qual fez em Sexta-Feira 13, Parte 3, mas não. Ele já retorna com o outfit que o fez ficar famoso, altivo, perigoso e forte, interpretado mais uma vez por Kane Hodder.
Uma senhora, uma menina e um cachorro chegam ao cais, eles são Barbara Bingham como a carinhosa professora Colleen Van Deusen, a menina e protagonista Rennie de Jensen Daggett, enquanto o cachorro chamado Toby (em atenção ao nome do cão do diretor) feito por Ace, é um Border Collie.
Pouco antes dela embarcar, a menina recebe uma caneta que pertenceu a Stephen King, ou seja, provavelmente ela tinha aspirações artísticas. Essa questão não é mais mencionada.
Logo eles encontram Charles McCulloch de Peter Mark Richman, que está preocupado com o atraso de Jim e Susy.
Dagget é a mais jovem entre as final girls da era Paramount à frente de Sexta-Feira 13, junto a Amy Steel, que interpretou uma personagem em Sexta-Feira 13, Parte 2. Amy tinha 20 anos durante as filmagens da Parte 2, enquanto Jensen tinha 19 anos durante as filmagens desse.
Pamela Anderson, Dedee Pfeiffer e Elizabeth Berkley fizeram o teste para o papel de Rennie Wickham. Claramente não havia um perfil bem estabelecido para a aparência da personagem.
Os produtores pretendiam que a personagem fosse uma garota virtuosa, mas que ainda assim teria uma cena de nudez, quebrando as normas de que apenas mulheres imorais se exibiam assim. Isso talvez explique terem cogitado Anderson, fato é que Daggett não concordou com isso.
O diretor tentou demover a atriz dessa ideia, apontando exemplos de atrizes que ficaram nuas sem causar danos às suas carreiras. Primeiro ele pediu que ela ficasse nua, depois sugeriu topless, mas só recebeu recusas, pediu que ela pelo menos tirasse a blusa e recebeu outro não.
A professora citada recebeu o nome em atenção a Van Deusen Lodge, que era o nome da cabana em Camp No-Be-Bos-Co, onde Alice e Pamela Voorhees se conheceram no filme original Sexta-Feira 13 de 1980.
A interação entre as duas e o tutor e tio de Rennie resulta em uma discussão sobre quem manda na menina, depois o almirante Robertson (de Warren Munson) dá o comando da embarcação ao seu filho Sean Robertson, de Scott Reeves.
Nesse ponto da trama, se gera uma certa comoção, em outro evento e subtrama que parece ter sido iniciado e abandonado. Eventos assim seriam comuns no filme.
Sobre Sean, esse seria um papel para Lee Coleman, de Kiss Daddy Goodnight, foi originalmente escalado para interpretar Sean Robertson. Ele foi dispensado porque, segundo os produtores, ele parecia "gay" nas primeiras filmagens e não tinha química com a Daggett. Scott Reeves foi contratado e refez todas as cenas que Lee havia rodado.
O que fica claro é que o navio Lazarus Panama vai para alto mar cheio de jovens com os hormônios em ebulição. O nome do veículo provavelmente foi uma referência ao personagem bíblico Lázaro, que tal qual Jason, também retornou dos mortos.
O elenco foi submetido a uma maratona de filmes da saga, assistindo juntos às partes 1 a 7 no dia anterior às filmagens. Depois disso, eles disseram que queriam tornar a Parte 8 "a melhor" de todas.
Com o decorrer da trama, Rennie e Sean rapidamente se aproximam, pareciam sentir atração um pelo outro desde antes, tanto o rapaz brinca com Toby, parece que conhece o pet.
Já o tio Charles não gosta dessa aproximação, mostrando-se descontente, até por ser o adulto responsável pelos alunos.
O conjunto de personagens é absolutamente genérico. De início, se destaca a guitarrista JJ (Saffron Henderson) que acaba sendo a primeira vítima que Jason pega no Lazarus, enquanto toca uma das músicas originais de Mollin. Também Julius Gaw, de Dupree (que assinava V.C. Dupree) que é o boxer que protagoniza a morte mais icônica desse filme.
No comentário de áudio do DVD, o Hedden disse que a versão original tinha mais de duas horas de duração. Para chegar a 100 minutos, foram cortadas várias cenas, algumas com Miles (Gordon Currie) onde é mostrado que era um exímio mergulhador, outro momento em que Sean ouve desapontado que Rennie não estaria à bordo, ou seja, ele ficaria surpreso com a chegada dela,
Também foram cortadas cenas com Tamara (Sharlene Martin) e Eva (Kelly Hu), uma briga entre Rennie e Colleen e outra onde Eva se encontra com os colegas na ponte, além de outra onde Rennie tocando Jason depois que ele é eletrocutado nos trilhos da ferrovia.
O que se destaca bastante são as aparições de uma criança na água, feita por Tim Mirkovich. O ator aparece na fala de Jimmy no início, depois surge na janela/escotilha do quarto de Rennie, como uma aparição.
O ator infantil programado para fazer Jason se recusou a fazer cenas subaquáticas, então o filho do editor Steve Mirkovich, Tim, que estava visitando o set naquele dia, aceitou interpretar o papel. Sua aparência varia entre a de um menino comum e uma criança deformada.
Charles dá uma chamada em Tamara e em sua amiga Eva, que aliás, foi a primeira personagem de origem asiática na cinessérie.
O motivo da bronca não foi em vão, já que ela estava cheirando cocaína. Tamara tenta armar uma armadilha para o professor, faz desenhos dos órgãos por cima de sua pele e combina com o cinegrafista Wayne (Martin Cummins) de filmar ela junto ao homem mais velho, mas Charles não se interessa por ela, não caindo em seu ardil. Já Wayne tenta flertar com Tamara vai tão mal que Jason o poupa naquele momento, provavelmente por pena.
Sharlene Martin expressou desconforto na cena que deveria estar nua. Para deixá-la à vontade, Rob Hedden pegou emprestada uma tradição do teatro, ficou totalmente nu e entrou ele mesmo no chuveiro para ilustrar como tudo era fácil.
Ele não percebeu que a câmera estava filmando o tempo todo e quando os produtores assistiram as gravações manhã seguinte, ficaram confusos sobre o motivo pelo qual o diretor estava nu conversando com uma de suas jovens atrizes, mas Martin defendeu o cineasta dizendo que ele a ajudou a perder as inibições.
Os únicos que a viram nua foram Kane Hodder e a equipe de filmagem, além disso suas partes íntimas não foram mostradas em tela, apenas as costas. A cena onde aparece suas nádegas era de uma dublê de corpo.
Depois que as mortes começam, aparece um senhor na casa de máquinas, feito por Alex Diakun, que lembra o famoso Crazy Ralph de Walt Gorney, presente em Sexta-Feira 13 e Sexta-Feira 13, Parte 2.
Os garotos se armam e se preparam para pegar Jason, mas na eventualidade dele não matar todos ali, simplesmente decide perseguir eles na maior cidade do mundo...e o vilão consegue alcançar todos eles.
Mais absurdo que isso, só Wayne perseguindo o assassino com uma espingarda na mão, com a câmera na outra, piorando o quadro quando perde seus óculos.
Falando em questões de morte, esse é o primeiro filme da série onde Jason mata uma de suas vítimas por estrangulamento.
Só se chega a Nova York antes da última meia hora. Os fatos em terra são mais caricatos que a busca por homicida em alto mar, os sobreviventes chegam a costa secos, sem grandes problemas, depois são rendidos por dois bandidos que levam a mocinha para um canto, drogam ela, mas são lentos o suficiente para perder a vida para Jason.
No roteiro original, quando Jason chega ao cais, um cachorro começa a latir para ele e ele o chuta, mas Kane Hodder sentiu que golpear um animal assim era desagradável, comentou seria ir longe demais, então a cena foi descartada.
Dupree cortou a mão na cabine telefônica quando Jason quebrou o vidro ao seu redor. Outro momento perigoso foi a cena em que Jason passa pela vigia e agarra Rennie. Jensen Daggett teria ficado realmente apavorada, já que seu rosto estava a poucos centímetros de um pedaço de vidro grande e muito afiado que ficou preso na moldura da janela e Kane Hodder estava puxando-a em direção a ele, obviamente sem perceber isso.
O auge da galhofa é quando Julius luta boxe com Jason. O ator estava realmente socando o vilão e com força, porque Hodder era um sujeito, que estava com bastante acolchoamento na roupa.
Para fazer com que parecesse real, Hodder apenas disse a ele para fazer tudo e dar um soco nele. Julius deu 59 socos em Jason. Até hoje os fãs apontam que ele poderia ter apenas empurrado Jason do telhado, já que a borda estava a apenas alguns metros de distância.
O garoto não luta mal, mas obviamente só se cansa ao bater no assassino serial, que com um único soco decapita o rapaz, fazendo sua cabeça rolar telhado abaixo, até cair em uma lixeira, para logo depois estar na viatura de polícia, já que Jason resolveu ser irônico com seus opositores.
O diretor Rob Hedden originalmente imaginou a cena acontecendo no Madison Square Garden, mas ficou apenas no topo de um prédio. Outra morte “adaptada” foi com Eva, ela foi morta por Jason no navio em uma cena que levou mais de quatorze horas para ser concluída, mas aconteceria em uma boate chamativa de Nova York.
Kane Hodder diz que uma das partes mais divertidas de sua participação como Jason foram as cenas na Times Square. Ele diz que os espectadores faziam fila no quarteirão assistindo às filmagens e ele não queria tirar a máscara para destruir a ilusão. Disse que quando virava a cabeça e olhava para populares via todos enlouquecendo
O dublê/interprete costumava fazer gracinhas, para deixar o astral alto. Depois de uma cena de morte, ao ouvir "corta" ele fez uma breve dança disco, fazendo com que todo o elenco risse ele pelo tom nonsense do momento.
Próximo do final o enfoque na criança bizarra aumenta. Rennie lembra de momentos da sua infância, onde teria sido atacada por Jason, quando seu tio Charles tentava ensinar ela a nadar. Não fica claro se aquela foi uma situação real, que obviamente quebraria a cronologia, ou apenas uma visão dela, um resquício da antiga protagonista médium Tina Shepard.
No final se estabelece uma fraqueza sem sentido para o vilão, que cai diante de água. Há de lembrar que ele começou o filme saindo do lago para atacar um barco, fora outras tantas mortes na água que ele praticou.
O casal tenta arrumar-se em NY, entram em uma lanchonete, mas a atendente, interpretada por Peggy Hedden (a irmã do diretor) ignora o pedido deles de ligar para a polícia.
Nesse ponto há um curioso confronto “entre Jasons”. Nessa lanchonete, Voorhees arremessa um homem grande contra o espelho, que vem a ser Ken Kirzinger, que interpretaria Jason em Freddy x Jason.
Ele fez algumas cenas como Jason nesse também, já que o estúdio estava procurando um ator canadense para interpretar Jason, caso não optassem por Kane Hodder.
Jason é implacável e imparável, passa por portas de vidro, ataca no metrô. A perseguição nos vagões não ocorreu dentro do metrô oficial de Nova York. Apenas as imagens externas eram reais, inclusive, a memética cena do personagem chutando o rádio dos punks.
Daryl Kahan, vocalista da banda de hardcore Citizens Arrest, é um dos skinheads que Jason encontra na Times Square.
Depois de passar rapidamente pelos pontos turísticos, Rennie e Sean vão para o esgoto, cenário cuja caracterização pode ser Jersey, Nova York, Vancouver, até São Paulo ou qualquer outra grande cidade do mundo.
Nesse cenário Jason aparece sem máscara, na que é possivelmente a mais fraca de suas formas, tanto que foi mega criticada por fãs e pela crítica. Esse ainda resultou em um momento verdadeiramente nojento, já que na revista Fangoria de agosto de 1989, Kane Hodder afirmou que vomitou de verdade na cena final, isso depois de beber várias jarras de água.
Jason é derrotado pela água, derretido aparentemente pelo simbolismo ou graças a sujeira da falta de cuidado sanitário da cidade, ou é isso ou se estabelece o retcon de que unido a menina que testemunhou quem Jason era quando criança a água que o afogou, ele simplesmente sucumbe, cai e regride a condição de criança indefesa. Ainda se mostra Toby vivo...covardemente, diga-se.
O final do roteiro original apresentava Jason sendo derretido pelo lixo tóxico e sua alma finalmente sendo liberada, mas o estúdio sugeriu a mudança para um retorno a ser uma criança, para que, se houvesse uma chance de uma sequência.
Sexta-Feira 13 Parte 8 Jason Ataca em Nova York é decepcionante, com mortes fracas, pouca Nova York e um retrocesso na mitologia estabelecida até então e que ainda pioraria, no filme seguinte. Ainda assim vale pelas mortes violentas e por uma ou outra piada involuntária.
Confira também o nosso especial da franquia, onde reunimos artigos, críticas e análises a respeito de Sexta-Feira 13.
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