Sexta-Feira 13, Parte 7: A Matança Continua é um Filme de Matança e Slasher Movie cuja identidade está em conflito do início ao fim de sua exibição. Lançado em 1988, segue a jornada do assassino serial Jason Voorhees, que dessa vez, é trazido à vida novamente por uma menina com poderes psíquicos.
Programado para ser um recomeço, já que seu nome original é seguido do subtítulo The New Blood, esse narra a história de Tina Shepard, uma jovem traumatizada, que possui os dons mentais de telecinésia e telepatia, que lhe possibilita mover coisas com a mente e até ver o futuro.
Ela é tratada por um médico de índole duvidosa, para dizer o mínimo e nesse cenário ela acaba despertando Jason na beira do famoso acampamento de Crystal Lake, retirando o mesmo de seu túmulo aquático.
Dirigido por John Carl Buechler, escrito por Daryl Haney e Manuel Fidello. Os créditos para Victor Miller e Sean S. Cunningham como criadores dos personagens não ocorreram.
Esse deveria ser o pontapé de uma nova trajetória de personagem, no caso, de Tina, tal qual havia ocorrido com Tommy Jarvis, que foi o chamariz dos três últimos filmes da saga: Sexta-Feira 13: Capítulo Final, Sexta-Feira 13 Parte 5, Um Novo Começo e Sexta-Feira 13 Parte 6, Jason Vive,
O nome The New Blood é assim justamente graças a intenção de ter Tina como uma protagonista que se repetiria em sequências, mas a ideia foi arquivada, possivelmente devido as várias brigas entre Buchler e uma das pessoas que capitaneavam a produção.
Iain Paterson foi o produtor, já Barbara Sachs foi produtora associada. O filme não teve produtor executivo creditado, mas na prática, Frank Mancuso Jr. fez esse papel.
Buechler afirmou que entrou em conflito com Sachs por causa das ideias que tinha. Entre o que ele defendia, havia o desejo dele de manter Jason sem máscara em boa parte do filme.
Buechler vinha de trabalhos com efeitos especiais, era especialista em maquiagem, não tão premiado quanto Tom Savini, mas tinha trabalhos igualmente elogiados. No entanto, nem esse currículo foi o suficiente para convencer Sachs, que até hoje é tratada como a pessoa que vetou a ideia.
Ainda assim o diretor filmou várias cenas dessa forma, quase sempre de forma secreta. O conflito entre eles era criativo e quase ideológico.
A produtora tinha ideias completamente nonsense, queria que este fosse o filme Sexta-Feira 13 de maior prestígio de toda a franquia, confidenciou que tinha intenção de concorrer a um Oscar e tinha pretensão de trazer Federico Fellini para dirigir ele.
Obviamente não teve sucesso em nenhum desses quesitos. Sachs estreava como produtora e de acordo com o roteirista Daryl Haney, ela elaborou um esboço preliminar da história que se baseou fortemente em Tubarão.
Haveria um vilão corporativo, que tentaria construir condomínios de luxo em Crystal Lake. A comunidade se revoltaria, tentaria convencer a deixar a ideia graças as ações de assassinato, mas seriam ignorados.
O escritor comentou que achava uma boa ideia criticar a selvageria capitalista e a especulação imobiliária, mas achou a ideia pouco crível. Nessa versão Jason demoraria a aparecer. O clímax seria com uma garota presa em um barco ou helicóptero enquanto Jason chegava ali.
Haney mesmo seria retirado do projeto depois que seu agente contatou Mancuso pedindo um aumento salarial considerável. O escritor disse que jamais fez tal exigência, mas foi demitido mesmo assim, sendo contratado Manuel Fidello.
O roteiro pensado por Daryl teria como subtítulo Jason’s Destroyer, ideia essa que Buechler defendia como sua, já que queria seguir a ideia de Jason Lives, que precedia o nome oficial do sexto filme. O tira-teima dessa questão jamais foi conhecido, pudera, já que foi um nome descartado.
O filme estreou em 13 de maio de 1988 nos Estados Unidos. Só chegou em junho no Reino Unido, na França chegou em julho.
Nesse ano todas as três séries de terror da época lançaram novos filmes no mesmo ano, esse Sexta-feira 13 Parte VII, A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos e Halloween 4: O Retorno de Michael Myers. Também foi o ano do primeiro O Brinquedo Assassino, de Hellraiser 2: Renascido das Trevas e Fantasma 2, que também se tornariam grandes séries de terror.
O título original Friday the 13th Part VII: The New Blood. Teve como nome “provisório” Birthday Bash. O nome curto é Friday the 13th Part VII e os títulos de "trabalho" foram Friday the 13th Part VII: Jason's Destroyer, Friday the 13th Part VII: Jason's Last Rites.
Na Argentina é Martes 13. Parte 7: La nueva sangre, no Canadá é Vendredi 13, chapitre 7: Un nouveau défi, na Itália é Venerdì 13: parte VII - Il sangue scorre di nuovo, México é Viernes 13. Parte VII: La nueva sangre. Em Portugal chama Sexta-Feira 13 - Parte 7: Sangue Novo.
O filme foi rodado entre outubro e novembro de 1987, com pós-produção entre outubro de 87 e maio de 1988. Foi gravado no Alabama, em Mobile, Stockton, Point Clear, Byrnes Lake e Bay Minette.
Na Califórnia gravaram em Kelly Gulch Topanga Canyon Boulevard em Topanga, Malibu, e em cenas de interiores na cidade Los Angeles.
Jason Vive foi lançado em agosto de 1986, desde então a Paramount tentava negociar com a New Line para passar esses direitos, mas não conseguiu. Foi depois disso, em junho que Haney foi contratado para escrever o roteiro. Carl Buechler foi contratado em novembro depois que o primeiro roteiro foi descartado e a pré-produção só começou em dezembro.
Então, eles tiveram que preparar, escalar, filmar, editar e fazer a trilha sonora no período de cerca de cinco meses para chegar à data de lançamento em 13 de maio de 1988, prazo curto até mesmo para os padrões da franquia.
Sobre a trilha sonora, ela foi creditada a Harry Manfredini em boa parte, mas o grosso do trabalho coube a Fred Mollin. A parte da música de Manfredini foi reaproveitada dos outros filmes da franquia, a começar pelo Sexta-Feira 13 original, Mollin compôs o restante das partituras.
Os estúdios que trouxeram o filme, foram portanto a Paramount, que faz o famoso “presents”, também a Friday Four Films Inc. e Sean S. Cunningham Films. A distribuição nos Estados Unidos é da Paramount Pictures. No Brasil foi lançado pela United International Pictures.
Buechler é conhecido por trabalhar em efeitos especiais e por ser realizador. Ele dirigiu o segmento Demons of the Dead de Ragewar, também os filmes Troll: O Mundo do Espanto e Monstro Canibal. Depois fez Os Ghoulies vão ao Colégio e outras obras do cinema B.
Ele trabalhou nos efeitos prostéticos em Experiência Fatal, Android Muito Mais que Humano, O Depredador, Hard Rock Zombies, Trancers: O Tira do Futuro, Bonecas Macabras, Ghoulies II, Duro de Prender, Halloween 4: O Retorno de Michael Myers, A Hora do Pesadelo 4: Mestre dos Sonhos e Drácula: Pacto de Sangue.
Também esteve em filmes grandes e/ou conhecidos do grande público como Indiana Jones A Última Cruzada e Brinquedos Diabólicos.
Daryl Haney escreveu O Caçador do Futuro, Máscara Mortal, Espelho da Sedução 2, Xtro-3: O Massacre.
Manuel Fidello praticamente não tem outros créditos de roteiro, exceto o curta-metragem e fan film Michael vs Jason lançado em 2004, que tem por base esse filme - ou seja, Haney também recebe crédito de personagens.
Iain Paterson produziu as séries A Loja do Terror, que é o programa de tv de Friday 13th, além de Clube do Terror, também os filmes Inocente Veneno, o telefilme A Torre do Terror.
Produziu seriados de sucesso como House of Cards e Strange Things. Se tornou diretor de episódios de séries como Campus Cops, Tartarugas Ninja: A Próxima Mutação e Clube do Terror, também dirigiu e produziu Fuga Proibida.
Frank Mancuso Jr. é veterano na franquia, foi produtor associado em Sexta-Feira 13 Parte 2, produtor em Sexta-Feira 13: Parte 3, O Homem Que Não Existiu, Sexta-Feira 13, Sexta-Feira 13 - Parte 4: O Capítulo Final.
Foi produtor executivo em Sexta-Feira 13 - Parte 5: Um Novo Começo, produtor em A Noite das Brincadeiras Mortais, Justiça Cega, Anatomia de um Assassino, Mundo Proibido, A Experiência e todas as suas três sequências, Ronin e Dia da Mentira. Foi criador de Loja do Terror
Sachs foi produtora associada em Sexta-Feira 13 - Parte 8: Jason Ataca em Nova York, trabalhava em departamento de animação de A Viagem Musical e de desenhos animados como A Nossa Turma, As Novas Aventuras dos Ursinhos Carinhosos, Turma Genial e Star Wars: Droids. Foi supervisora executiva via Hometown Films em Loja do Terror, também escreveu um episódio.
A iniciativa de crossover entre personagens de filmes de terror quase aconteceu nesse. O projeto foi planejado para reunir Jason Voorhees e Freddy Krueger, mas Paramount e New Line Cinema não conseguiram chegar a um acordo de como explorar os personagens.
Tom McLoughlin roteirista e diretor de Jason Vive escreveu um rascunho de roteiro sobre dois pacientes com problemas mentais. Os dois pensam que são Freddy e Jason e se unem para matar outros pacientes.
Em algum ponto eles entram em confronto e morrem simultaneamente, revelando para o público que realmente são os personagens. A luta não teria um vencedor claro. A ideia teve inspiração em relatos de uma criança matando o amigo de sua mãe.
McLoughlin disse que também cogitou um crossover com a dupla de humoristas mexicanos Cheech and Chong em um eventual Cheech and Chong Meets Jason inspirado em Às Voltas com Fantasmas de 1948, mas a ideia não prosperou.
A ideia foi sendo modificada, até que se decidiu colocar Jason contra uma personagem telecinética. A Paramount ainda estava entusiasmada com a ideia de marketing de colocar Jason contra alguém, mas obviamente não usou Carrie nominalmente, já que os direitos estavam com Metro-Goldwyn Mayer.
O crossover contra o assassino de A Hora do Pesadelo só chegaria aos cinemas em 2003, em Freddy vs Jason.
John Carl Buechler se referia a esse A Matança Continua como "Carrie vs. Terminator".
Carrie x Jason não seria uma alternativa possível, mesmo que os direitos não estivessem com a MGM a personagem também havia morrido no livro e na versão cinematográfica de Brian De Palma.
A Motion Picture Association of America ou MPAA fez muitas exigências de cortes para garantir classificação R. O longa teve que ser submetido nove vezes à antes de ser lançado, para não ficar com classificação X, que é relegada apenas a filmes pornográficos.
Ainda assim essa foi a mais pesada classificação da saga. Não existe esperança de que uma versão completa e sem cortes do filme será lançada, já que as filmagens cortadas não existem, pois a Paramount destruiu os negativos, tudo o que resta deles existe apenas em cópias piratas, de qualidade baixa e em workprint.
Os cortes ocorreram nas cenas de ferimento de Maddy, também e uma versão maior da morte no saco de dormir. Há um ataque com machado, que corta o rosto de Russell à beira do lago, também haveria uma cena em que Jason segura a cabeça de David e outra em que o vilão pula da água e agarrando um pescador.
Diante desses cortes, os fãs apelidaram a obra como Friday 13th: The No Blood.
Esse é o mais longo entre os episódios da franquia, o que mostra mais minutos de Jason sem máscara e ainda foi o último filme a usar imagens de qualquer um dos filmes anteriores.
Buechler afirmou que Jason passou 10 anos acorrentado e inerte antes da ação principal do filme. O primeiro Sexta-Feira 13 ocorreu em 1979, já Sexta-Feira 13, Parte 2 e Sexta-Feira 13, Parte 3 e o quarto filme ocorreram em 1984, as partes 5 e 6 são ambientadas em 1985.
Se Jason realmente passou 10 anos debaixo d'água, então esta sétima parte não poderia ocorrer antes de 1999, mas isso entra em contradição com Sexta-Feira 13 - Parte 8: Jason Ataca em Nova York, que afirma cerca de trinta anos se passaram desde que Jason se afogou em 1957, fora que ele também exibe um pôster de Batman de 1989.
Esse é um filme lembrado também pelas grandes festas de elenco, regadas a muita bebedeira e drogas. Também é lembrado por ter dois atores gays em seu elenco, que na época, não eram assumidos. São eles Craig Thomas e Kevin Spirtas. O filme também foi apelidado pelos fãs de FriGay 13.
O filme também teve a cena de ator em chamas mais longa da história. A equipe usou um aparelho especial para capturar o momento. Kane Hodder, o novo interprete de Jason, permaneceu no fogo por 40 segundos e a equipe usou efeitos e truques fotográficos para reforçar a imagem.
O filme inicia com uma narração na abertura de Walt Gorney, ele que faria aqui seu trabalho final. Ele era conhecido por ser o Crazy Ralph no filme de Cunningham e em Sexta-Feira 13, Parte 2. Segundo Carl Buechler, Stacy Keach Sr. era para ser o narrador.
Aqui há um monólogo, retirado do sexto filme, com cenas desse e de outros filmes da saga.
Vem então uma animação psicodélica, com uma luz azul maneira, passando pelos buracos e frestas da máscara, que se reparte, antes dos créditos iniciais, com tipografia branca e fundo preto.
A primeira cena pós introdução mostra Jason no fundo do lago que nomeia a localidade, perto dele, na margem, está pequena Tina Shepard, feita por Jennifer Banko, atriz mirim que estaria em O Massacre da Serra Elétrica 3 e Barb Wire: A Justiceira.
As roupas do assassino descoloriram para um tom azul, provavelmente graças a má iluminação. Fato é que permanecem intactas nesse ponto.
Nas cenas posteriores, as vestes dele se transformaram em farrapos, a carne estava apodrecida, luvas e cinto de ferramentas desapareceram, provavelmente apodreceram, fato que fez os fãs debateram se passaram de fato uma década, como Buchler defendia.
Tina resolve fugir de barco, após ver que seus pais estão brigando de maneira feia, dentro da casa. Ela então vai para a água, se afastando assim dos parentes interpretados por John Otrin e Susan Blu. Não é mostrado o nível da briga, mas ela é agressiva o suficiente para fazer a menina dizer que odeia o parente.
Logo depois ela diz que deseja que ele morre. A água fervilha, depois que a menina faz uma careta e o compensado de madeira se precipita, primeiro subindo, depois descendo, fazendo o homem cair.
Curiosamente a distância da queda é baixa. Ele poderia ter sobrevivido, mesmo com a precipitação da água e o aquecimento da mesma. A cena em si é fraca e o que mais chamada a atenção é a semelhança física da Tina menina com a Carol Anne que Heather O'Rourke fez em Poltergeist: O Fenômeno, com ambas "coincidentemente" tendo poderes mediúnicos.
Tina acorda, já em sua versão adulta, feita por Lar Park Lincoln. Ela está com sua mãe, no carro, indo rumo a Crystal Lake, para se encontrar com seu terapeuta.
O tal doutor Chris Crews, interpretado por Terry Kiser quer fazer ela avançar em seu tratamento psiquiátrico e sugeriu que ela fosse para o lugar traumático onde ela ficou.
Na edição em mídia física Deluxe Edition, Park-Lincoln diz que em suas folgas nas filmagens ela usava um criador de botões personalizados, com estampa de Jason. Ela fez mais de 50 e distribuiu para a equipe de produção, dizendo que seriam itens muito raros caso surgissem anos depois do lançamento do filme.
Ela se dedicou bastante ao papel, tanto que dispensou dublês em diversas acrobacias. Teve enxaquecas graças as cenas de choro. No mesmo ano do lançamento do filme, ela atuaria em A Hora do Pesadelo: O terror de Freddy Krueger, no segundo episódio da primeira temporada, sendo assim a primeira interseção entre as "séries" famosas de horror.
John Carl Buechler originalmente queria que Paula Irvine fizesse Tina, porque ela tinha 19 anos na época e tinha o visual adolescente perfeito e a personalidade que ele procurava, mas ela já havia assumido o compromisso de estrelar Liz em Fantasma 2, então não conseguiu ser escalada aqui.
Como John estava ficando sem tempo e não conseguiu encontrar um adolescente de verdade entre 18 e 19 anos para fazer o papel, ele não teve escolha a não ser escalar Lar Park-Lincoln, que tinha 26 anos na época. A atriz teve que usar muita maquiagem para parecer mais jovem. Os produtores também gostaram de como ela se parecia com Sissy Spacek, que interpretou Carrie no filme de 1976.
John Carl Buechler fez Park-Lincoln mudar o penteado várias vezes durante as audições, até que Mancuso Jr. decidisse qual seria o visual. Até hoje é Tina a única mulher que Jason enfrentou que possui habilidades especiais.
Kerry Noonan, que interpretou Paula em Sexta-Feira 13 - Parte 6: Jason Vive, fez audiência para o papel de Tina, quando o título era Birthday Bash. Quando percebeu que era um filme de Sexta-feira 13, confessou que havia estrelado o último filme, então Buechler decidiu não a escalar.
Também aconteceu algo semelhante com Marta Kober, que interpretou Sandra em Sexta-Feira 13 - Parte 2, que recebeu uma oferta para um papel neste filme e acabou conseguindo o emprego, mas quando finalmente contou aos diretores sobre ser na Parte 2 ela foi substituída.
A impressão que fica em ver Crews e a sra. Shepard é de que os dois tem um caso amoroso, dada a tensão sexual presente ali. Esse seria o menor dos problemas da jovem Tina, diga-se, já que os métodos do doutor eram pouco usuais.
Crews obrigava a menina a mexer uma caixinha de fósforos com sua mente, a pressiona, tenta deixar ela nervosa, quando cita a morte de seu pai faz com que ela acenda os palitos, entrando assim em uma combustão espontânea. Para ele, não basta trazer a menina até o lugar onde a maior tragédia de sua vida ocorreu, precisa também obrigar ela a desenvolver e destravar as suas habilidades escondidas.
Por algum motivo, há muitos jovens e amigos de Tina ali, todos estão comemorando o aniversário de Michael, personagem de William Butler. Ele até protagoniza uma cena de alucinação, onde Tina pensa em Michael sendo morto, que aliás, foi a primeira cena que Kane Hodder gravou como Jason. Michael é primo do quase namorado de Tina, o rapaz chamado Nick.
Butler também fez parte da equipe de efeitos de maquiagem e ajudou Kane Hodder com suas próteses. Ele até deu o apelido de Stinky Voorhees a Hodder, já que ele suava muito graças ao material de látex, que muitas vezes eram removidos e posteriormente reutilizados.
Mais do que de repente - de maneira bem conveniente - ela vai até o lago, chama por seu pai e de alguma forma, percebe que há uma pessoa lá embaixo. Forçando seu pensamento, ela desperta Jason, que sai sem muita explicação dali se livra das correntes e da pedra, exibindo parte de sua coluna vertebral em uma fratura exposta nas costas.
Jason anda pelo cenário ignorando as brigas familiares dos Shepard. Kane Hodder tem presença, já chega pegando um casal que acabara de dar uns amassos, utiliza pequenas armas brancas, segue assim punindo gente que transa.
Buechler ficou tão impressionado com Kane Hodder quando ele comeu minhocas vivas no set de Condenação do Além que pressionou para que a Paramount Pictures o deixasse escalar ele como Jason. Se não fosse pela persistência de Buechler, o papel de Jason Voorhees teria sido reprisado por CJ Graham, de Jason Vive.
Enquanto ele caminhava, alguém se aproximou dele e perguntou se ele estava com o filme, mas decidiu não responder, porque achou que era uma pergunta muito estúpida. Quando o homem perguntou novamente, Kane deu uma pequena investida e grunhiu, o sujeito sai correndo e tropeça. No dia seguinte, o diretor John Carl Buechler disse a Kane que o xerife local deveria passar por aqui, mas ele nunca apareceu.
Em todos os quatro filmes em que Kane Hodder interpretou o assassino ele jamais piscava o olho bom e que está visível em tela. Todas as suas acrobacias são feitas por ele, incluindo cair da escada e quando o telhado da varanda cai na cabeça do personagem. Todas as mortes ocorrem à noite.
No livro de Kane Hodder, Unmasked: The True Story of the World's Most Prolific Cinematic Killer, ele observa que uma de suas melhores lembranças das filmagens foi quando o departamento de figurinos fez uma jaqueta personalizada, escrito Mãe de Jason, que foi dada a mãe ele.
Ele diz que ela usou o adereço durante as últimas duas décadas, até seu falecimento. Observou que mesmo com ela morando em uma cidade quente, em Sparks, Nevada, ela ainda o usava a roupa para ir ao mercado e com orgulho.
A máscara neste filme foi moldada no mesmo molde da originalmente mostrada na parte 3, com pequenas modificações. Além do corte do machado, as bordas foram aparadas para torná-la menor, para permitir que mais da cabeça do ator Kane Hodder seja vista. O traje e a própria máscara usados neste filme se tornaram propriedade do Friday the 13th Props Museum, de propriedade de Mario Kirner.
Entra em cena um grupo bizarro de pós-adolescentes bizarros, gente que supostamente era composto por amigos e colegas da jovem, ainda que alguns fazem até bullying com ela.
A maioria dos jovens é qualquer nota, gente indigna de descrição, servem para despertar outras habilidades em Tina, que passa a ter premonições também, embora para isso o motivo jamais seja dado.
Durante as filmagens, o camarim de Hodder ficava a quatrocentos metros de uma estrada de terra, em algumas noites ele saia fantasiado de Jason, caminhava após o fim das filmagens, às duas horas da manhã simplesmente por que queria e podia, assustando assim populares, que perguntavam se ele estava com as pessoas da filmagem. Ele não respondia, pois achava desnecessário.
Jason está muito mais forte e portentoso, ele pega um rapaz, enfia a mão em suas costas e atravessa até a parte da frente do peito. Logo depois mata sua namorada, que estava em uma barraca de camping, dentro de um saco de dormir, cena que tinha um manequim, que pesava 95 libras, que são aproximadamente 43 quilos.
Hodder disse que teve dificuldade com a cena porque o boneco e o sangue falso dentro eram mais pesados do que ele imaginava. A cena exigiu uma série de repetições. Na tomada final, ele estava tão farto da situação que, depois de deixar cair o saco, chutou-o com raiva. Foi essa tomada que aparece no filme.
Haney escreve a cena do saco de dormir inspirada no desejo que tinha de matar sua própria irmã. Ele disse que ela costumava enfiar ela em um saco de dormir quando era criança, certa vez ele teve a fantasia de matar a irmã mais nova dessa maneira.
Apesar dos percalços, Hodder gostou tanto da cena que a recriou em Jason X de 2001.
A vida segue normal para todos, os jovens demoram a dar pela falta de de seus amigos, uma das garotas mais bonitas, a Melissa de Jennifer Sullivam, faz referência ao tempo em que Tina ficou em uma instituição de tratamento mental, popularmente chamada de manicômio.
Logo depois o doutor Crews a trata muito mal. Ela tem surtos, acaba mostrando seus poderes nesses.
A única pessoa que a trata verdadeiramente bem é Nick, personagem de Kevin Spirtas, até a mãe da menina não parece estar preocupada, já que gasta a maior parte do seu tempo flertando com o médico.
Lar Park-Lincoln e Spirtas não se deram bem na gravação desse longa apesar de ser uma dupla de interesses amorosos mútuos. Spirtas teria escrito um roteiro para Sexta-Feira 13 Parte VIII onde New Blood era apenas um sonho, em que seu personagem Nick havia matado Tina.
Ironicamente, Park-Lincoln e Spirtas mais tarde se tornariam bons amigos. Uma aparição em uma convenção em meados dos anos 2000 os reuniu sob um ambiente muito mais calmo e não cinematográfico. Depois disso eles começaram a jantar juntos regularmente e se tornaram amigos muito próximos.
Spirtas até cantou para a filha da atriz enquanto ela levava a coroa de Miss Texas algum tempo antes dos dois se reunirem para gravar uma faixa de comentários para Dvd e Blu-Ray.
Jason aparentemente consegue se teletransportar de fato aqui, já que ele ataca um rapaz na beira do lago, decapita o mesmo e instantes depois está na água, utilizando seu facão par acertar a menina que estava nua na água, aguardando ele.
Heidi Kozak Haddad, que interpretou Sandra, disse que nunca fez nudez em sua carreira e que teve um dublê de corpo na cena subaquática no lago. No entanto é ela quem tira o short jeans e a blusa para pular nua na água.
Esse é o filme em que Jason usa a "infame" ferramenta de serra radial.
Embora várias entrevistas afirmem que não havia sido usado como arma antes em um filme, ele pode ser visto três anos antes no filme de terror Hard Rock Zombies.
Depois que as filmagens principais terminaram no Alabama, a cena de morte de morte de Robin (Elizabeth Kaitan) teve que ser refeita. Ela foi originalmente morta por Jason tendo o seu estômago aberto com um facão, mas o aparelho de maquiagem por baixo da camisa da atriz era perceptível. Refizeram a cena em Los Angeles, com Robin sendo jogado pela janela por Jason. Essa execução se assemelha a uma morte de Sexta-feira 13: O Capítulo Final, em que um personagem é jogado pela janela do segundo andar por Jason.
Esse é o último filme de Sexta-feira 13 em que Jason mata personagens no terreno do Camp Crystal Lake. No oitavo filme, não ocorre nenhum assassinato nesse local.
Depois de mais algumas mortes, Nick e Tina encontram as adagas do médico, suas notas, uma arma além de recortes de jornais. Não fica claro se aquilo era de Crews ou de quem quer que fosse o dono da cabana, mas fica patente que o doutor manipulava as emoções da menina, a colocava em situação limite, para manifestar mais ainda os seus poderes.
Fato é que Tina tem um ataque, faz tudo tremer, tanto que causa espécie em sua parente. Finalmente a senhora Shepard fica do lado da filha, assim que percebe as armações do médico. Ela descobre que ele espalhou as lâminas pelo antigo acampamento, a fim de tirar ela da zona de conforto. Tomava notas, em um diário e tinha muitas fitas gravadas, queria usar o caso dela para ficar famoso e ser celebrado.
As gravações em áudio não tinham nada demais, mas as armações foram demasiadamente desonestas. É como se elas ajudassem a convocar o assassino zumbi mascarado. Jason é quase um anjo exterminador, que luta em nome da vingança e da justiça.
Nos recursos especiais do DVD, Kane Hodder fala sobre uma tomada quase fatal que gravou. Quando Jason cai da escada, apenas alguns degraus deveriam ceder. Por pouco ele não pisou acidentalmente em um desses, caindo de maneira tão perigosa que quase foi fatal.
Perto do final, Tina estoura a máscara de Jason, o faz ser enforcado e o humilha. Assume assim a identidade de Carrie mas não consegue matar ele. Esse pedaço, ao menos agrada Buechler, já que mostra Jason em sua real face, cadavérico e putrefato.
O realizador afirmou que a sequência final do pai de Tina saindo da água seria mais elaborada e contaria com um manequim em tamanho real, repleto de próteses.
A sequência foi descartada, então se decidiu rodar a sequência que acabou no filme, momento esse que o realizador considera uma versão bastante inferior à sua ideia.
O escritor Daryl Haney admitiu que a conclusão do falecido pai de Tina saindo do lago para salvá-la foi um erro estúpido. Como o senhor Shepard passou tantos anos no fundo do lago - se é que não resgataram o seu corpo, para enterrá-lo, já que ao contrário de Jason, ele não tinha uma pedra presa ao pé -ele deveria estar com um aspecto semelhante a de um zumbi de George A. Romero.
John Otrin filmou as cenas com uma maquiagem pesada, mas Sachs, que achou que esse efeito parecia nojento e bobo. Em vez disso, eles jogaram alguns vestígios de lama no rosto de Otrin.
Desde então, os fãs teorizaram que o pai não é seu cadáver revivido, mas apenas uma manifestação dos poderes de Tina, devido à sua falta de decomposição, à aparência inexplicável da corrente que ele carrega, também por conta do lago após morte não ser tão grande ou profundo.
Entre as imagens recuperadas da maquiagem pensada por Buechler, há essa abaixo, em qualidade baixa, no estilo Workprint.
Em entrevista para o documentário Jason's Destroyer: The Making of Friday the 13th Part VII Carl Buechler disse que, se tivesse oportunidade, gostaria de criar "Sexta-feira 13 Parte VII: Volume 2".
Sua sequência proposta ignoraria Jason Takes Manhattan e seguiria os personagens apresentados neste filme depois de serem resgatados.
Tina estaria em uma instituição para doentes mentais tendo sido culpada pelas mortes ocorridas e Jason a estaria perseguindo, matando médicos e enfermeiras pelo caminho.
Esse foi o primeiro filme de Sexta-Feira 13 a ter um final que não sugere que Jason ou algum outro assassino retorne para uma sequência. Todos os primeiros seis filmes tiveram um final sinistro ou assustador, que prenunciou mais assassinatos em filmes futuros. A parte oito também terminou assim.
Apesar de não fazer jus a Jason Vive, é certamente uma das mais criativas sequências da franquia e poderia ser ainda melhor caso tivesse seguido o rumo que Buechler pensou para o filme.
Sexta-Feira 13 Parte 7 A Matança Continua falha em ser um recomeço para a franquia. Não possui força para isso, tampouco tem personagens memoráveis, exceção de Tina, que tinha potencial para seguir como heroína, mas como filme de assassino, acerta, já que possui gore, exploração desnecessária de nudez, violência e um humor involuntário inegável.
Confira também o nosso especial da franquia, onde reunimos artigos, críticas e análises a respeito de Sexta-Feira 13.
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