O Poderoso Chefão : A obra máxima sobre a Máfia e sobre a melancolia americana

O Poderoso Chefão : A obra máxima sobre a Máfia e sobre a melancolia americana

O Poderoso Chefão é um filme de ação e drama, um clássico absoluto do cinema dos Estados Unidos, concebido a partir do livro homônimo de Mario Puzo. Lançado em 1972, o filme de Francis Ford Coppola ocorreu apesar dos muitos percalços instituídos pelos estúdios Paramount, além de ter enfrentado uma série outras questões extra filme.

Acabou se tornando uma das obras mais louvadas e lembradas, para além da sua temática, já que se tornou o filme definitivo sobre crime organizado, mas também do modo soturno com que sua história é levada.

A trama acompanha a trajetória da família ítalo-americana Corleone, acompanhando tanto o seu núcleo de parentes, em duas gerações, entre o pai Vito Corleone de Marlon Brando e o filho Michael, interpretado por Al Pacino, até a organização criminosa ligada a Cosa Nostra, de feições e hierarquia que lembra os gangsteres sicilianos e não os estadunidenses.

Dirigido por Francis Ford Coppola, tem roteiro dele e de Mario Puzo, que é obviamente o escritor do livro. Foi produzido por Albert S. Ruddy, com Gray Frederickson como produtor associado.

Também é lembrado por ter um elenco absurdamente estrelado, a começar pela estrela (que estava em baixa) Marlon Brando, o novato Al Pacino, além de Diane Keaton, James Caan, John Cazale, Talia Shire e Robert Duvall.

A compra barata

Peter Bart, um executivo da Paramount comprou os direitos do livro de Mario Puzo – chamado de O Chefão no Brasil e The Godfather nos EUA - antes mesmo dele ser concluído.

Pagou uma quantia módica para esse que ainda era apenas um esboço de 20 páginas. O livro foi publicado em 1969 e as filmagens começaram em março de 1971.

As primeiras conversas com Coppola

Coppola disse teve uma reunião em sua casa em 1969 com os produtores Albert Ruddy e Gray Frederickson para discutir a respeito do seu futuro filme A Conversação.

Ele havia enviado o roteiro para Marlon Brando, que ligou para ele durante a reunião para educadamente recusá-lo. Pouco antes desse encontro, Coppola tomou nota de um anúncio de jornal para um romance intitulado "The Godfather" de Puzo.

Poucos meses depois, as cinco pessoas se encontrariam para discutir uma versão cinematográfica do romance.

O ideal de um filme de baixo orçamento

Antes de começar a pré-produção, a Paramount estava passando por um período malsucedido.

Seu último filme baseado na máfia, A Irmandade (de 1968) tinha ido mal nas bilheterias. Além disso, o estúdio estourou o orçamento em Querida Lili, Pinte seu vagão e Waterloo.

O orçamento para o filme era originalmente de dois milhões e meio de dólares, mas como o livro cresceu em popularidade, o orçamento foi aumentado para seis milhões de dólares.

Ruddy foi incumbido da função de fazer um filme barato, de preferência ambientado no presente, em vez de uma peça de época passada nas décadas de 1940 e 1950. Isso aliás é mostrado em detalhes na minissérie biográfica The Offer.

Em determinado ponto, Ford Coppola foi descartado do projeto, justamente por querer ser fiel ao texto de Mário Puzo, então se cogitou trazer Sidney J. Furie. que tinha feito As Màquinas Quentes, junto ao produtor Albert Ruddy, que foi um retumbante fracasso de bilheteria.

Eventualmente, Coppola retornou a produção, tendo espaço para escrever o script e dirigir também.

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Enquanto se pensava nele como um filme de baixo orçamento, se cogitaram os diretores Arthur Penn, Pedro Yates, Otto Preminger, Fred Zinnemann e Elia Kazan, que recusaram também graças ao fato de ser um filme de baixo custo.

Roteiro de teatro

Ford Coppola tinha experiência em teatro e a usou para preparar o script.

Ele tirava páginas do livro e as colava em um caderno, o que lhe dava espaço suficiente para fazer anotações detalhadas sobre as cenas que queria usar, o que precisava fazer para fazê-las funcionar e quais armadilhas evitar.

A "suposta" recusa de Francis

É dito largamente - não é um fato indiscutível - que Francis não queria dirigir o filme, pois sentiu que glorificava a Máfia e a violência, e refletiria mal em sua herança Ítalo-Siciliana.

O motivo para ele aceitar o cargo era a de tornar uma alegoria ao capitalismo americano e suas contradições.

Sérgio Leone foi uma das opções para dirigir, mas ele recusou, pois sentiu que a história glorificava a Máfia italiana, além de não ser interessante o suficiente. Alguns anos mais tarde ele dirigiu o seu próprio filme de gangster aclamado pela crítica, Era uma vez na América em 1984.

Coppola foi contratado por Roberto Evans (o chefão da Paramount) para dirigir depois Peter Bogdanovich recusou.

Uma das razões para ele concordar em dirigir o filme foi financeiro. O realizador tinha uma dívida que ele tinha com a Warner Brothers, após o estouro de orçamento em THX 1138, de George Lucas, que inclusive s o incentivou a aceitar o emprego.

O longa teve estreia em premiere no dia 14 de março de 1972 em Nova York. No resto do país estreou em 22 de março de 1972 em Los Angeles, no Canadá chegou no dia 24 de março, como em todo território americano. No Brasil chegou em setembro e na Itália também, em uma première de setembro 1972.

Francis Coppola insistiu que o filme fosse chamado de Mário Puzo's The Godfather ao invés de apenas The Godfather. Como o rascunho original do roteiro era fiel ao romance, ele pensou que Puzo merecia o crédito por isso.

Os títulos nos EUA são ambos The Godfather e Mario Puzo's The Godfather, além de El Padrinho nos cinemas em espanhol.

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Na Albânia é Kumbari, na Argentina e Chile é El Padrino, enquanto na Áustria e Alemanha é Der Pate, no Canadá é Le parrain, no Japão é Goddofâzâ, na Itália é Il padrino e em Portugal é O Padrinho.

Sobre o termo “padrinho”, a referência mais antiga a um chefe da máfia chamado assim nos cinemas foi feita em Dama por um Dia de Frank Capra. Há uma referência ao termo que foi usado por Joe Valachi, em seu testemunho real ao Senado em 1963. Valachi seria vivido por Charles Bronson em O Segredo da Cosa Nostra, que foi lançado também em 1972.

Locações e gravações

Dez por cento do filme foi rodado em estúdios de som, especialmente no Filmways, na cidade de Nova York. Como ele foi ambientado e rodado na cidade de Nova York, teve mais de cem locações.

Em algum ponto do projeto se pensou em rodar ele inteiro nas ruas de Hollywood, a fim de economizar custos de produção, mas o designer de produção Dean Tavoularis ameaçou adicionar dois andares a cada prédio de backlot para replicar a aparência da cidade de Nova York, e o estúdio cedeu e permitiu filmagens na cidade de Nova York.

A produção começou em 23 de março de 1971, mas Marlon Brando trabalhou no filme por trinta e cinco dias entre 12 de abril e 28 de maio, a fim e que ele pudesse também honrar seu compromisso em rodar Último Tango em Paris, que também seria lançado em 1972.

As filmagens foram longas, de setenta e sete dias, seis dias a menos que o cronograma original de oitenta e três dias, entre março de 71 e agosto do mesmo ano, embora haja divergências, já que Coppola diz que foram 62 dias de rodagem, entre 23 de março a 24 de maio de 1971.

Em Nova York se filmou em 110 Longfellow Road, Old St Patrick's Cathedral - 264 Mulberry Street, Mitchell Field, 3531 White Plains Road, Federal Reserve Bank - 33 Liberty Street, Queensboro Bridge, Financial District, Radio City Music Hall - 1260 6th Avenue no Rockefeller Center, Edison Hotel - 228 West 47th Street, Woodside no Queens, The Basilica of St. Patrick's Old Cathedral, Church of St. Joachim and St. Anne on the grounds of The Mission of the Immaculate Virgin at Mount Loretto, 120 Longfellow Road, NY Eye and Ear Infirmary - 2nd Avenue & East 13th Street, Best & Co. - 5th Avenue, 128 Mott Streetem Manhattan, Sands Point, Filmways Studios - 246 East 127th Street, New York County Courthouse - 60 Centre Street, Riverdale, NYC Health + Hospitals / Bellevue em 462 1st Avenue, Mineola, Long Beach, Royce Hall - 340 Royce Drive, Falaise Museum, Fieldstone Mansion, Riverdale, Calvary Cemetery, 1999 East 5th Street Brooklyn, St Regis-Sheraton Hotel - 2 East 55th Street, Staten Island, Little Italy, 59th Street Bridge, Americana Hotel, 811 Seventh Avenue, Polk's Model Craft Hobbies em 314 Fifth Avenue.

Houveram cenas no antigo Lincoln Hospital, em Southern Blvd. e na East 141 Street, no Bronx. A cena em que Don Corleone deixa o hospital na ambulância, claramente não é o "novo" Lincoln Hospital em 149 St. no Bronx, já que ele foi inaugurado em 1976 e sim no antigo, até em atenção ao fato desse ser um filme que se passa nas décadas de 1940.

A rampa onde fica a ambulância era a entrada do Pronto Socorro onde as os veículos traziam os pacientes. As gravações ocorreram à noite e o prédio em que foi gravado não existe mais.

Também se gravou em Liberty State Park - Morris Pesin Drive, Jersey City, na California rodaram em 1 Allen Ave, Ross, no Hollywood United Methodist Church - 6817 Franklin Avenue, Hollywood, em Los Angeles, Lake Tahoe e em Beverly Hills, no Beverly Estate.

Na Itália gravaram em Forza d'Agrò, em Messina, também em Savoca e no Castello Degli Schiavi, Fiumefreddo di Sicilia, todos esses lugares na Sicília.

O principal estúdio por trás da obra foi a Paramount Pictures além dela há também a Albert S. Ruddy Productions e a Alfran Productions. A distribuição é da Paramount Pictures, da Cinema International Corporation (CIC) no Reino Unido e em vários países da Europa, inclusive na Itália. No Brasil foi lançado em mídia física pela CIC Vídeo em VHS e pela Paramount Home Entertainment em DVD.

Quem Fez

Albert S. Ruddy é conhecido por ser produtor e escritor.

Escreveu capítulos de The Lloyd Briges Show, depois criou a comédia televisiva Guerra, Sombra e Água Fresca, fez o roteiro de Matilda, O Esquadrão do Terror, Um Rally Muito Louco, rascunhou o argumento de Quatro Mulheres e um Destino e criou a série Chuck Norris: O Homem da Lei (Walker, Texas Ranger) e o seu remake Walker.

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Ele produziu no cinema Vítima de um Pecado e As Máquina Quentes antes de O Poderoso Chefão, depois, fez Golpe Baixo e Quem Não Corre, Voa. Anos mais tarde, recebeu outro Oscar, dessa vez por Menina de Ouro.

Puzo é escritor, fez os livros A Guerra Suja, O Imigrante Feliz, O Chefão (que era a forma como se chamava The Godfather na primeira edição brasileira) Os Tolos Morrem Antes, O Quarto K, Omertá, A Família, Os Bórgias etc.

No cinema escreveu Terremoto, O Poderoso Chefão: Parte II, Superman: O Filme, Superman II: A Aventura Continua, O Poderoso Chefão: Parte III, Cristóvão Colombo: A Aventura do Descobrimento.

A versão Donner's Cut de Superman II tem texto em parte dele, já na televisão ele teve adaptado seus romances, The Fortunate Pilgrim, O Último Chefão, The Last Don II.

O compilado The Godfather: A Novel for Television também tem seu texto, assim como o argumento de Cotton Club. Ainda sobre seus livros, foram feitos A Morte Pede Vingança baseado em Six Graves to Munich" e O Siciliano baseado no livro homônimo.

Coppola iniciou sua carreira junto a Roger Corman, o diretor e produtor famoso do cinema B. Junto a ele fez Sombras do Terror, onde não foi creditado como diretor, além de Demência 13, uma imitação de Psicose mas que possui seus desdobramentos únicos.

Antes de O Poderoso Chefão entregou Agora Você é um Homem, O Caminho do Arco-Íris, depois fez A Conversação, O Poderoso Chefão Parte 2, Apocalypse Now, Vidas Sem Rumo, O Selvagem da Motocicleta, Cotton Club, Tucker: Um Homem e Seu Sonho, O Poderoso Chefão Parte III, Drácula de Bram Stoker, Velha Juventude, Tetro, Virgínia e recentemente, entregou Megalopolis.

Escreveu boa parte dos filmes que dirigiu, mas também Paris Está em Chamas?, Patton: Rebelde ou Herói e O Grande Gatsby.

Houve intenso atrito entre Coppola e a Paramount. O estúdio tentava frequentemente substituir o realizador, citando sua incapacidade de cumprir o cronograma, despesas desnecessárias, e erros de produção e elenco.

Curiosamente, Coppola completou o filme antes do previsto e abaixo do orçamento previsto.

Se considerou substituir ele por Elia Kazan, que já havia recusado o projeto. Havia a esperança de que Kazan fosse capaz de trabalhar com Brando, mas o ator anunciou que desistiria do filme se Coppola fosse demitido e o estúdio recuou.

Os chefes da Paramount aparentemente não sabiam da consternação de Brando com Elia. Os dois haviam trabalhado juntos antes em Uma Rua Chamada Pecado, Viva Zapata! e Sindicato dos Ladrões, mas desde que o realizador prestou testemunho perante o Comitê de Atividades Antiamericanas da Câmara na década de 1950, ele não queria mais trabalhar com Kazan, graças ao forte boato de que o cineasta dedurou artistas supostamente comunistas justo nos tempos de Macarthismo.

Apesar do faturamento principal, Brando tem tempo de exibição inferior a uma hora.

Coppola inicialmente ofereceu o papel de ao ator maltês Joseph Calleia, mas recusou por motivos de saúde. Sir Laurence Olivier foi cogitado, mas devido à sua saúde debilitada, teve que declinar.

Orson Welles fez lobby para conseguir o papel de Don, disse que perderia peso, mas Coppola, um fã de Welles, teve que recusá-lo porque ele já tinha Marlon Brando em mente e sentiu que Welles não seria o certo para o papel.

Vale lembrar que Brando teve que perder peso para interpretar Corleone, ainda utilizou enchimento nas bochechas, para parecer como um buldogue. Ele usou um bocal feito por um dentista e esse aparelho está em exibição no Museu Americano da Academia de Cinema de Los Angeles em uma exposição especial do Poderoso Chefão.

Modelo de Vito

Mário Puzo modelou o personagem Don Vito nos chefes da máfia de Nova York, Joe Profaci e Vito Genovese.

Muitos dos eventos em seu romance são baseados em incidentes reais que ocorreram na vida de Profaci, Genovese e suas famílias.

Puzo baseou a personalidade de Don Vito na forma de agir de sua própria mãe que, aliás, também foi inspiração (segundo ele) do livro O Imigrante Feliz.

Recusa e multa

Em sua autobiografia Songs My Mother Taught Me, Marlon Brando disse que recusou o filme várias vezes porque não queria ajudar a glamourizar a Máfia.

Brando colocou uma fiança de milionária, uma clausula com multa, que garantia que ele não seria uma causa de quaisquer problemas. Quem esteve com ele, diz que ele foi irrepreensível.

Feito inédito para o papel de Vito

Marlon Brando e Roberto De Niro são os únicos dois atores a ganhar Oscars separados por interpretar exatamente o mesmo personagem, já que Robert ganhou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante por O Poderoso Chefão Parte II.

Heath Ledger e Joaquim Fênix ganharam o Oscar por interpretar duas versões diferentes do Coringa/Joker. Ledger ganhou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante por interpretar o vilão em O Cavaleiro das Trevas e Phoenix ganhou o prêmio de Melhor Ator por interpretar Arthur Fleck em Coringa, mas claramente não são a mesma pessoa, nem se passam no mesmo universo como ocorre nessa saga.

Marlon no set e no Oscar

Brando quase não foi contratado, seu salário não foi tão alto quanto costumava ser e na época ele era malquisto. No entanto, voltaria a trabalhar em produções com Coppola, especialmente em Apocalipse Now e com Puzo, fazendo Jor-El em Superman: O Filme.

Na época do Oscar ele decidiu não ir até a premiação, mesmo sabendo que ganharia o prêmio principal da noite.

Em seu lugar enviou Sacheen Littlefeather, que na verdade é atriz, modelo e ativista dos direitos civis dos nativos americanos Marie Louise Cruz.

Ela o representou na cerimônia de premiação. da Academia e fez um discurso inflamado, a respeito dos direitos de seu povo.

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Os apresentadores do prêmio Roger Moore e Liv Ullmann souberam do movimento apenas na hora que ela subiu as escadas para o palco. Quando Moore ofereceu a estatueta a Littlefeather, ela o esnobou e prosseguiu com seu discurso sobre os maus-tratos da indústria cinematográfica aos nativos americanos.

Sobre Pacino

É largamente conhecido que Pacino não era uma alternativa que agradava os estúdios, até por conta de ele ser iniciante, já que trabalhava apenas no teatro. Ainda assim era conhecido por ser um ator do método, tal qual Brando e James Dean.

Ele recebeu uma quantia módica de dólares, em torno de $35.000 por estrelar o filme, da mesma forma que James Caan e Diane Keaton e $1.000 a menos que Roberto Duvall.

Em seu próximo filme, Serpico, conseguiu um salário de $600 mil e em Poderoso Chefão Parte II recebeu 10% na receita bruta do filme.

Al seria indicado quatro anos sucessivos para o Oscar de atuação. Concorreu a Melhor Ator Coadjuvante para este filme foi seguida por indicações de Melhor Ator para Serpico, O Poderoso Chefão Parte II e Um Dia de Cão em 75.

Ele só ganhou a estatueta muitos anos depois, em 1993, por Perfume de Mulher, vinte anos após a primeira nomeação. Curiosamente, ele seria indicado a melhor ator coadjuvante nesse mesmo ano, por Sucesso a Qualquer Preço. Também foi indicado a melhor ator em … E Justiça para Todos, além de ator coadjuvante emDick Tracy e O Irlandês.

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Charlie Bluhdorn, o Presidente da Golf & Western, queria Charles Bronson para interpretar Michael Corleone. Também se cogitaram várias outras figuras.

Pacino costuma dizer que não escolheu interpretar Michael Corleone, mas foi obrigado.

"Naquela época da minha vida, eu não tinha escolha. Francis me queria. e eu não estava tão interessado em cinema. Minha cabeça estava em outro espaço (...) me senti deslocado nos primeiros filmes que fiz. Lembro-me de dizer ao meu amigo Charlie (o professor de atuação Charlie Laughton, que era seu mentor) de como era irreal gravar cinema, graças aos fios que passavam por cima do teto e também as repetições... leva algum tempo para se acostumar."

Coppola disse que quando leu o livro só conseguia imaginar Pacino no papel - ele nunca teve uma segunda opção.

Pacino recebeu um telefonema de Francis. Até se surpreendeu, por conta do livro ser grande para alguém tão iniciante na arte. Ele se surpreendeu ainda mais ao saber que era a opção para fazer Michael, ainda incrédulo.

Coincidentemente, os avós maternos de Pacino imigraram de Corleone para a América, assim como Vito Corleone.

David Carradine, Martin Sheen Warren Beatty, Dustin Hoffman e Dean Stockwell foram cogitados para o papel de Michael. Em uma entrevista de 1982, Jack Nicholson diz que recusou o papel de Michael Corleone porque achava que o protagonista deveria ser italiano e também porque o rascunho do roteiro que lhe foi dado não incluía cenas com ele e Brando.

Rod Steiger fez forte campanha para interpretar Michael, mas foi considerado velho demais para o papel. Sugestões de Alain Delon e Burt Reynolds foram rejeitados (e barrados) por Coppola. Evans queria Robert Redford, mas Coppola objetou, pois era não parecia italiano, mesmo motivo que fez descartar James Caan e Ryan O’Neal.

Questões "técnicas" com a fotografia

A direção de fotografia coube a Gordon Willis, profissional de larga carreira, que vinha de Amor Sem Barreiras e Pequenos Assassinatos. Ele participaria de toda a trilogia, também estaria em A Trama, Todos os Homens do Presidente, Manhattan, Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão, A Rosa Púrpura do Cairo, Acima de Qualquer Suspeita e Inimigo Íntimo. Ele eventualmente foi indicado ao Oscar, justo por O Poderoso Chefão: Parte III.

Em 1971, no entanto, ele teve vários atritos no set, especialmente com Coppola. Eles frequentemente tinham discussões gritadas, inclusive resultando em momentos onde adereços e objetos de cena foram quebrados.

Em um desses incidentes se ouviu um barulho tão alto do escritório de Coppola que a equipe pensou que o diretor havia atirado em si mesmo, mas na verdade ele "só" havia quebrado uma porta.

Eles também entraram em conflito porque Willis era muito duro com os atores sobre as marcas no chão, já que montou todo um esquema de baixa iluminação. Se eles errassem, seriam filmados na escuridão total. Como Coppola se considerava um protetor de atores e atrizes, ele defendia o seu elenco o máximo que conseguia.

Willis foi apelidado de Prince of Darkness (traduzido seria algo como príncipe das trevas ou das sombras) já que filmava quase sempre em ambientes escurecidos. Sua forma de filmada foi copiada à exaustão depois, mas nos idos dos anos 1970 os executivos da Paramount Pictures acharam que o visual era um erro.

Por várias vezes foi cogitada sua troca, mas Coppola o defendia junto aos figurões da Paramount, já que ele era parte importante da visão artística ideal do cineasta.

Willis e Coppola recusaram mudar suas ideias e fizeram tudo do jeito que planejaram inicialmente.

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Claro que houveram exceções quanto ao registro de luz, não foi tudo filmado com luz natural.

Para as cenas com Brando, que estava muito maquiado, ele teve se valer de iluminação aérea, para não interferir tanto na aura soturna, ainda assim escondendo eventuais questões de caracterização de Don Vito.

O cinematógrafo quase recusou a oportunidade de trabalhar no filme, porque a produção lhe parecia caótica demais e só aceitou fazer o trabalho depois que Ford Coppola concordou em não usar dispositivos de filmagem modernos, helicópteros ou lentes de zoom.

Willis optou por usar a luz superior na maioria das cenas, fez uso de sombras ao longo do filme e aplicou tons sépia em diversas cenas. Ele e Coppola concordaram em variar entre cenas claras e escuras ao longo do filme, a fim de manifestar estados de espírito dissonantes.

Pôster

O estúdio originalmente queria descartar o logotipo, com as cordas de fantoche, que foi criado pelo designer gráfico S. Neil Fujita pelo lançamento do romance.

Para os produtores o problema estava no nome Mário Puzo acima do longa-metragem.

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Ford Coppola insistiu em mantê-lo, pois Puzo co-escreveu o roteiro com ele. Normalmente se chama um filme com o nome do autor quando é um diretor grande, ou um autor laureado.

Puzo foi best seller, mas estava longe de ser unanimidade. Ainda assim, valeu a aposta e se tornou algo clássico.

Adição de violência

A partir do momento que esse se tornou um filme de orçamento mais pomposo - fora do eixo de baixo custo para o qual Ruddy foi contratado - a Paramount estabeleceu uma meta de público mais abrangente e popular e para isso, achava que o filme deveria ter mais ação do que o previsto.

No entanto, os executivos achavam que Coppola não era o diretor ideal para fazer essas cenas, tanto que se ameaçou trazer um diretor específico para essas sequências.

Coppola decidiu adicionar mais algumas cenas violentas para manter o estúdio feliz, como o momento em que Connie quebra louças após descobrir que Carlo estava traindo ela.

Repercussão entre os bandidos

O que se contava na época, é que os gângsteres da vida real responderam com entusiasmo ao filme, com muitos deles sentindo que era um retrato de como eles deveriam agir.

Salvatore Gravano o "Sammy the Bull", ex-subchefe da família criminosa Gambino, afirmou:

"Deixei o filme atordoado (...) eu flutuei para fora do cinema. Mesmo sendo ficção não parecia isso para mim. Aos nossos parecia ser uma representação da vida que vivemos. Foi incrível. Lembro-me de conversar com uma infinidade de caras do meu tipo que se sentiam exatamente da mesma maneira."

De acordo com Anthony Fiato depois de ver o filme, os membros da família criminosa Patriarca, Paulie Intiso e Nicky Giso alteraram sua forma de falar para ficar mais próxima da forma que Brando e seu Vito Corleone falavam.

Intiso frequentemente xingava e usava uma gramática ruim, mas depois que o filme foi lançado, ele começou a imitar cada vez mais o personagem de Marlon Brando, articulando e filosofando mais quando falava com seus associados.

Questões com Joe Colombo

De acordo com Albert Ruddy e sua assistente, Bettye McCartt, o produtor foi avisado pela polícia que a Máfia estava seguindo seu carro.

Ruddy ainda tentaria driblar isso, trocando de carro com McCartt, mas o veículo dela acabou sendo depredado, marcado com uma nota que falava para não fazer o filme.

O chefe do crime da máfia Joseph Colombo e sua organização, a Liga Ítalo-Americana pelos Direitos Civis, começaram uma campanha para impedir que o filme fosse feito.

De acordo com Robert Evans, em sua autobiografia, Colombo ligou para sua casa e ameaçou ele e sua família.

A Paramount Pictures recebeu muitas cartas durante a pré-produção de ítalo-americanos, incluindo políticos, denunciando o filme como anti-italiano. Eles ameaçaram protestar e interromper as filmagens.

Ruddy se encontrou com Colombo, que exigiu que os termos "Máfia" e "Cosa Nostra" não fossem usados ​​no filme. Ruddy deu a eles o direito de revisar o roteiro e fazer alterações, fato que é contestado por gente da produção, obviamente. Também teria concordado em contratar membros da Liga como figurantes e conselheiros.

As cartas furiosas cessaram depois que esse acordo foi feito.

O proprietário da Paramount Pictures, Charlie Bluhdorn, leu sobre o acordo no The New York Times e ficou tão indignado que demitiu Ruddy e encerrou a produção, mas Evans convenceu Bluhdorn de que o acordo era benéfico para o filme e Ruddy foi recontratado.

Um corte "desanimador"

Francis Ford Coppola entregou um corte menor, com duração de duas horas e seis minutos, depois que foi pressionado pelos engravatados da Gulf & Western. Evans rejeitou esta versão e exigiu um corte mais longo com mais cenas sobre a família.

A versão final tinha quase cinquenta minutos a mais que esse corte feito à contragosto.

Semelhanças do romance com a vida

Ao escrever o romance, Mário Puzo pegou ideias emprestadas direta ou indiretamente de histórias da máfia da vida real.

É dado que se inspirou muito da vida do gangster Joe Gallo, o Crazy Joe incluindo a dinâmica dele e de seus irmãos, especialmente no que toca o cabeça-quente Sonny de James Caan. Já Michael é pensativo e inteligente, como Larry Gallo, Fredo é o idiota tolo, como Michael Gallo.

Os termos Dormir com os peixes e Bater nos colchões vieram da rotina dos Gallos também, um associado deles foi morto durante uma pescaria com amigos, e receberam um peixe embrulhado em uma caixa, assim como quando Sonny pegou o colete à prova de balas de Luca Brasi, que embalava também um peixe.

Quando os Gallos se revoltaram contra seu chefe, Joe Profaci, eles foram para a guerra e alugaram apartamentos abastecidos com colchões.

Quando viu o filme, Joe Gallo considerou processar Puzo e a Paramount Pictures por roubarem detalhes de sua vida por causa de sua história, mas ele foi assassinado em 7 de abril de 1972, quase um mês após a estreia do filme em Nova York.

O burburinho inicial sobre este filme foi tão positivo que uma sequência foi planejada antes mesmo de o filme terminar de ser filmado.

Música

Nino Rota teve sua indicação ao Oscar retirada pela Academia, quando descobriram que ele havia reutilizado o mesmo tema de sua trilha Fortunella de 1958.

Ele ainda foi premiado com o Globo de Ouro, BAFTA e o Grammy de Melhor Trilha Sonora Original. Ele ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original pela sequência O Poderoso Chefão Parte II, embora a trilha sonora tenha usado o mesmo tema de amor do filme original.

A legislação mais recente afirma que a trilha sonora de um filme deve conter um mínimo de apenas 60% de música original.

Robert Evans queria Henry Mancini, de Pantera Cor-de-Rosa e Bonequinha de Luxo, para fazer a música.

Montador

Aram Avakian foi originalmente contratado para editar o filme, mas foi demitido após desentendimentos com Coppola. A montagem ficou por conta de uma dupla, no caso, William Reynolds editou a primeira metade do filme, Peter Zinner a segunda.

O motivo da saída de Avakian é obscuro. Haviam boatos de que ele tentou sabotar o diretor e isso foi inclusive utilizado como um subplot no seriado The Offer, que mostra os bastidores da produção, segundo os relatos de Al Ruddy.

Sobre o elenco

Stanley Kubrick achava que o filme tinha o melhor elenco de todos os tempos e poderia ser o melhor filme já feito justamente por conta do corpo de atores cominar tanto com os seus papéis.

Alguns dos atores coadjuvantes apareceram em episódios da popular série policial Os Intocáveis, que anos mais tarde, seria refilmada como longa, em Os Intocáveis de Brian de Palma. As participações incluíram Robert Duvall, James Caan, John Marley, Al Lettieri, Richard Conte, Rudy Bond e Paul Lambert.

Testes informais

Durante a pré-produção, Coppola fez testes de tela com Al Pacino, Caan, Duvall, e Keaton na casa dele em São Francisco, de maneira informal.

Robert Evans insistiu que fossem realizados testes oficiais e o estúdio gastou quatrocentos e vinte mil dólares nos screentests, mas no final, os atores e atrizes que Coppola originalmente queria foram contratados.

Oscar disputado por três

Este é o quarto de cinco filmes em que três atores do mesmo filme estavam competindo pelo mesmo Oscar pelo mesmo filme, que eram Al Pacino, James Caan e Robert Duvall.

Os outros filmes foram: O Grande Motim de 1935, em que Clark Gable, Charles Laughton e Franchot Tone competiram por Melhor Ator, Sindicato de Ladrões de 1954, em que Lee J. Cobb, Karl Malden e Rod Steiger competiram por Melhor Ator Coadjuvante. Curiosamente, em ambos, Brando estava no elenco.

Depois houve As Aventuras de Tom Jones de 1963, em que Diane Cilento, Edith Evans e Joyce Redman competiram por Melhor Atriz Coadjuvante e O Poderoso Chefão Parte II, em que Robert De Niro, Michael V. Gazzo e Lee Strasberg competiram por Melhor Ator Coadjuvante, que De Niro ganhou.

Fredo

Fred Roos, um dos responsáveis pelo casting, escalou John Cazale depois de vê-lo em uma peça off-Broadway chamada "Life", coestrelada por Richard Dreyfuss.

Roos disse que estavam procurando um Fredo perto da época de filmagem. Ele não conhecia o trabalho de Cazale e se surpreendeu ao vê-lo no palco. Assim que teve chance foi e disse a Francis que ele deveria ser Fredo, não precisavam procurar mais.

Kay Adams

Mia Farrow fez o teste para o papel de Kay, Jill Clayburgh, Susan Blakely, Cybill Shepherd e Michelle Phillips também participaram de audições em outros momentos, nos screentests da Paramount.

Francis Ford Coppola também considerou Anne Archer, Karen Black, Geneviève Bujold, Julie Christie, Jennifer O'Neill, Ali MacGraw (que foi casada com Bobby Evans) Jennifer Salt e Blythe Danner.

Coppola quase fechou com a cantora superstar italiana Mina, mas ela recusou a oferta porque não estava interessada na carreira de atriz.

Coppola escalou Diane Keaton para o papel de Kay Adams, devido à sua reputação de ser excêntrica. Já Keaton baseou grande parte de sua interpretação de Kay Adams na esposa de Francis Ford Coppola, Eleanor Coppola.

Carlo

Gianni Russo supostamente usou suas conexões com o crime organizado para garantir o papel de Carlo Rizzi, chegando ao ponto de contratar uma equipe de filmagem para filmar sua própria audição e enviá-la aos produtores.

Brando foi contra a escalação de Russo, que nunca havia atuado antes.

Isso deixou Russo furioso, e ele foi ameaçar Brando. Esse ato intempestivo poderia ser ruim para ele, mas acabou sendo positivo, já que Brando pensou que Russo estava atuando, ficando então convencido de que ele seria bom para o papel.

O chefe da máfia Johnny Camino teria (é bom sempre colocar essas informações em suspeição, diga-se) o CEO da Paramount para dar o emprego a Gianni.

O Sonny de Cann

Coppola queria Carmine Caridi, de Quase, Quase Uma Máfia! ,O Jogador (onde atuou junta a Caan) e Bugsy para o papel de Sonny, mas quando Evans cedeu na queda de braço em relação a escalação de Michael, ele obrigou o diretor a colocar Caan como Santino.

Ainda assim, a escolha em escalar Jimmy Caan nesse papel não é exatamente sabido, há até uma certa disputa. O diretor defende que ele foi sua primeira escolha, mas que decidiu por Caridi por ser italiano, como Evans insistiu em ter pelo menos um ator "famoso" para interpretar um dos irmãos Corleone, escolheram Caan, sem falar que Caridi tinha 1,93 m, seria portanto, muito mais alto que Pacino em tela.

Mais tarde, Caridi recebeu um pequeno papel em O Poderoso Chefão Parte II. Anthony Perkins também fez o teste para Sonny e há um rumor de que Burt Reynolds quase foi escalada, sendo barrado por Brando, que não queria atuar com ele, considerando-o mais uma estrela de televisão.

Além disso, havia uma suposta animosidade desde que Reynolds fez um episódio de A Zona Crepuscular anos antes, em que imitou Brando, supostamente não gostou disso e considerou o ator uma má pessoa.

Caan fez questão de fazer um laboratório, andando com várias pessoas de má reputação, para entender melhor o estilo de vida do submundo. Também diz ter baseado sua performance na persona teatral do comediante Don Rickles.

O nome de Sonny

Mario Puzo deu ao filho mais velho de Vito o apelido de Sonny, em homenagem ao apelido dado ao filho de Al Capone. No entanto, as semelhanças terminam aí, já que Sonny Capone não entrou nos negócios do pai.

Enquanto o romance nomeia Santino como o filho mais velho de Vito e Carmela, a trilogia O Poderoso Chefão indica que Fredo é o mais velho.

Na edição em ordem cronológica, o primeiro filho mostrado é Fredo sendo tratado de pneumonia. Santino é mostrado mais tarde quando o tapete roubado está no apartamento de Corleone, eventos esse da parte 2.

Bilheteria

Em abril de 1972, a Paramount Pictures publicou um anúncio nos jornais comerciais que dizia:

Em menos de quatro semanas de distribuição nacional, O Poderoso Chefão já é o décimo segundo filme de maior bilheteria, domesticamente, de todos os tempos. Nenhum filme arrecadou tanto em um período tão curto de tempo.

Ajustando a inflação, este é o segundo filme com classificação R de maior bilheteria nas bilheterias nacionais, depois O Exorcista, lançado no ano seguinte desse, em 1973.

Foi o filme de maior bilheteria a ganhar o Oscar de Melhor Filme até ser superado por Homem da Chuva de 1988.

Exibição televisiva

Em 1974, o filme estreou na NBC em duas noites: sábado, 16 de novembro, e segunda-feira, 18 de novembro, das 21h às 23h.

Em ambas as noites, às 23h, as Autoridades Municipais de Água da Cidade de Nova York tiveram alguns problemas de transbordamento devido a todos os vasos sanitários dando descarga quase ao mesmo tempo.

Houveram versões alternativas do filme e da trilogia como um todo. Há uma famosa versão de aproximadamente 7 horas de duração, chamada The Godfather: A Novel the Television, que compila os dois primeiros filmes de modo cronológico - A Parte 2 tem uma linha no presente e outra no passado - além de cenas deletadas, como a despedida de Genco.

Há outra chamada The Godfather Trilogy, 1901-1980, que reúne o corte citado e o terceiro filme.

O Casamento e os pedidos que não podem se recusar

A trama começa não com violência e sim com um pedido.

Amerigo Bonasera (Salvatore Corsitto) quer vingança, reclama do que ocorreu com a sua filha, pede ao Don que o acuda. Frank Puglia (Marcado Para a Morte) foi originalmente escalado como Bonasera, mas teve que desistir devido a doença.

O movimento lento da câmera começa com um close do rosto de Bonasera e acaba atrás da cabeça de Vito, leva mais de dois minutos para ser concluído. Isso foi criado com uma lente cronometrada por computador inventada na época, que poderia ser programada para ampliar para incrementos de tempo específicos. A tecnologia já havia sido usada em Corrida Silenciosa, também de 1972.

O agente funerário começa seu monologo falando que acredita e ama a América, mas acaba falando sobre a falência do Estado, recorre aos que vivem na margem, para resolver as suas pendências.

Ele se aproveita que é o casamento de a filha de Don Corleone, para pedir que ele mate. No livro, é a última pessoa que tem permissão para ver Don Corleone, enquanto Nazorine, o padeiro (Vito Scotti), foi o primeiro.

A mudança de ordem ocorreu para mostrar que a maneira como Nazorine pede um favor é mais apropriada e para sugerir que o padeiro ouviu sobre a falta de respeito de Bonasera.

No romance, a sequência do Don concedendo pedidos às pessoas no dia do casamento de sua filha é estendida, tem mais pessoas pedindo favores, incluindo um homem que pede dinheiro para administrar uma pizzaria, de sobrenome Coppola, como o diretor.

Vito só quer respeito, só quer ser tratado com reverência, como se fosse um padrinho literal.

O Poderoso Chefão : A obra máxima sobre a Máfia e sobre a melancolia americana

Brando tinha dificuldade de memorizar suas falas e leu cartões durante a maior parte do filme.

Sua atuação do Método o fez optar por uma leitura fria e aberta para as câmeras, então usou a primeira tomada sem esaios, foi a melhor maneira de obter uma performance autêntica.

Ele fez exatamente a mesma coisa em Superman: O Filme, o cenário de Krypton foi preenchido com cartas coladas pela parede para Marlon enquanto ler suas falas.

Brando faz toda a cena compenetrado, brincando com um gatinho. Esse não era um animal escalado para a cen e sim um vira-lata que Coppola encontrou enquanto estava nos estúdios da Paramount Pictures.

Não estava no roteiro, sequer no romance, inclusive pelo fato de que no livro, Don Vito não gostava de animais domésticos. O ronronar abafou alguns dos diálogos de Brando e como resultado, a maioria de suas falas teve que ser refeita em estúdio.

A voz de Vito foi baseada no mafioso Frank Costello. Brando tinha visto ele na televisão em audiências públicas em 1951 e imitou seu sussurro rouco no filme.

Outro inicio

Coppola originalmente planeja abrir o filme com o casamento, apresentando imediatamente todos os personagens.

Então um amigo apontou o quão interessante ele havia escrito a cena de abertura Patton: Rebelde ou Herói. Ele então reescreveu a abertura com a cena Bonasera, para mostrar como é o modo de operar do padrinho.

O casamento "real" que inspirou esse

A sequência de casamento na abertura foi inspirada em um verdadeiro casamento da máfia no Hotel Astor, em Nova York, de 1956: o casamento do filho do chefe da máfia Joseph Bonanno, Salvatore "Bill" Bonanno com Rosalie Profaci, a sobrinha do chefe da máfia Joseph Profaci.

Pretendia-se reforçar uma aliança entre as duas famílias. O casamento contou com a presença de todos os principais chefes da máfia e seus associados, e o cantor Tony Bennett se apresentou para mais de 3.000 convidados.

No lado de fora, bandas tocam, italianos dançam, a casa parece enorme e cheia de gente, como uma autentica festa de ítalo americanos.

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A cena foi filmada em vários locais na mesma rua que a casa usou para as fotos externas do complexo da Família Corleone. A casa tinha uma cerca perimetral baixa de pedra, que foi ampliada para dar a impressão de um "composto familiar".

A Casa Corleone

O famoso portão que marca a entrada do complexo de Corleone foi construído para o filme e foi demolido após as filmagens.

A mansão Corleone está situada aparentemente em Long Beach, em uma pequena e sofisticada comunidade à beira-mar em uma ilha barreira na costa sul de Long Island.

Durante a Lei Seca Long Beach foi um local estratégico, um refúgio notório para operações de tráfico de rum, empreendimento ilegal que deu um impulso enorme e duradouro ao crime organizado nos EUA.

A casa principal do complexo foi construída para incluir dois andares, completos com sala de estar, sala de jantar, cozinha completa, escritório e hall de entrada com escadas que levam ao quarto.

Foram usadas seis câmeras para filmar o "casamento". Quatro no jardim. Havia também uma câmera em um helicóptero, mas muitas dessas filmagens não foram usadas, graças a falta de nitidez.

Coppola queria que o elenco atuasse livremente e improvisasse no fundo da cena do casamento. Parte disso inclui até ações dos protagonistas, já que os Corleone não tiraram a foto, esperando o filho mais novo, Michael

Michael & Kay

As cenas de Michael e Kay no casamento no início foram filmadas à noite. Devido ao cronograma apressado, Coppola teve que filmar assim mesmo e Gordon Willis ficou furioso, por ter que ser ele a consertar as luzes de forma que disfarçasse a óbvia diferença entre tomadas.

Nesse ponto da trama, aparece Luca Brasi (Lenny Montana) ensaia e assusta Kay. Michael conta como seu pai lançou a carreira de cantor de Johnny Fontane não estava no roteiro de filmagem, nem a introdução de Fredo.

Aqui, Michael conta uma história violenta, parece pesaroso e envergonhado. Repete que aquela é sua família, não ele. Se nega a se definir pela natureza de seu clã e fala tudo de semblante baixo, como se estivesse envergonhado.

Pacino provou ser uma boa aposta, já que consegue fazer bem todas as facetas que seu personagem exige.

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Lenny Montana não era ator e sim um lutador profissional aposentado, também era um agente da Máfia. Ele estava tão nervoso em trabalhar com Marlon Brando que na primeira tomada de sua cena juntos, ele esqueceu suas falas. Coppola gostou do nervosismo genuíno e usou-o no corte final.

As cenas de Luca praticando seu discurso foram acrescentadas posteriormente, depois que o diretor pediu para ele repetir seus ensaios, agora, com a câmera ligada.

Timothy Carey deveria ter sido Luca, mas ele recusou o papel, para poder filmar um piloto de televisão. Portanto, Montana foi chamado em cima da hora.

Um casamento cheio

Na cerimônia/festa há muita informação, até agentes federais e gente da imprensa filmando. Há tanta gente que mal se destaca a noiva, Connie Corleone, interpretada por Talia Shire e seu noivo, Carlo, feito por Gianni Rizzo.

Coppola estava relutante em deixar sua irmã fazer uma audição para o papel, ele sentiu que ela era bonita demais para o papel e não queria ser acusada de nepotismo. Foi Mario Puzo que pediu para que Shire tivesse a chance de fazer um teste.

A família Coppola

Apesar do receio em escalar Talia, Francis trabalhou com vários parentes neste filme.

Em ordem cronológica, aparecem sua irmã, Talia, que interpretou Connie ao longo da saga, sua mãe, Italia Coppola, figurante na reunião do restaurante, seu pai, Carmine Coppola, que foi o pianista em uma sequência da guerra do Turco e compôs a música que tocou. Seus filhos Gian-Carlo Coppola e Roman Coppola podem ser vistos como figurantes infantis na cena em que Sonny bate em Carlo.

O primeiro, acabaria trabalhando como operador de câmera com o pai, morrendo tragicamente no intervalo das gravações de Jardins de Pedra - fato que deixaria Francis ressentido até hoje - e Roman é diretor de clipes, roteirista de filmes de Wes Anderson como Moonrise Kingdom, Ilha dos Cachorros e Asteroid City.

Sua filha, Sofia Coppola é o bebê Michael Rizzi, no batismo. Ela tinha três semanas de idade na época das filmagens, depois estrelou O Poderoso Chefão Parte III e virou diretora de cinema, em Encontros e Desencontros, Maria Antonietta, Bling Ring e O Estranho Que Amamos.

Improvisos de Caan

A cena que Santino empurra um fotografo seria bem diferente. James Caan improvisou a parte em que atira a câmara do fotógrafo do FBI no chão. A reação assustada do ator é genuína.

Caan também teve a ideia de jogar dinheiro no homem para compensar a câmera quebrada. A cena só ocorreu assim graças a sorte de ele ter notas no bolso naquele momento, foi tudo por acaso.

Como ele disse: De onde Eu vim, você quebrou alguma coisa, você substitui ou reembolsa o dono.

Da parte das inconveniências, há também Paulie (John Martino) o capanga dos Corleone, que tudo comenta e serve vinha ao seu chefe, Pete Clemenza, o rotundo caporegime, interpretado por Richard S. Castellano.

Sobre vinho, é fato que aparece muito essa bebida no filme. Para os italianos tomar vinho é uma tradição que remonta a milhares de anos, quando a água doce não era abundante e o consumo de vinho tornou-se uma necessidade, incluindo porções diluídas para as crianças.

Sua primeira linha de diálogo já mostra ele como ganancioso e não digno de confiança, já que olha maliciosamente para vários personagens, como Michael e Kay, quando eles chegam - o que pode se explicar por talvez ele não saber quem é esse filho, que está até fardado.

Falas italianas

Martino improvisou as palavras Madone (Madonna) e sfortunato (cara azarado) quando Paulie verbaliza que roubaria a bolsa de casamento se pudesse.

O filme faz uso de uma variedade de palavras italianas. Fora as já citadas, Michael explica que Tom é um consigliere, o conselheiro da família. Vito chama Johnny Fontane de finóquio, termo ofensivo para homossexual. Sonny refere-se a Paulie como um stronzo, que é uma palavra equivalente a idiota.

Carlo e Connie dizem vaffanculo durante uma briga, que significa foda-se. Don Zaluchi diz que a venda de medicamentos a crianças é uma infâmia ou uma infâmia. Ambos Don Corleones usam a palavra pezzo novanta, que significa "calibre.90, ou mais precisamente, um idioma que significa grande tiro.

Sylvester Stallone fez o teste para os papéis de Paulie Gatto e Carlo Rizzi. A recusa nos testes teria feito ele pensar em escrever roteiros, colaborando com o script do sucesso modesto Os Senhores de Flatbush de 1974, depois conseguiria sua chance em Rocky: Um Lutador, que contou com Talia Shire e Joe Spinell.

A chega de Barzini

Há um bom destaque para a chegada de um velho homem, um bandido, na verdade, que vem a ser Don Barzini, um dos outros chefões do crime, vivido por Richard Conte, de Mercado de Ladrões e Império do Crime.

Ele chega, manda arrancar o filme da máquina fotográfica do sujeito que registra as mesas de convidado. Conte atua pouco, tem apenas quatro cenas e poucas falas. Ele foi indicado por Catherine Scorsese, a atriz e mãe de Martin Scorsese.

A reação dos pais da família

Enquanto "trabalha" em seu escritório, Don Vito vê o filho pródigo chegar. Mesmo se sentindo desprestigiado, fica feliz em ver o caçula.

A Mama Corleone canta. A esposa do Don, chamada Carmela, é interpretada por Morgana King, uma talentosa cantora de jazz. Essa foi a sua estreia no cinema. Ana Magnani e Anne Bancroft recusaram o papel de Mama Corleone.

As celebrações do casamento de abertura foram filmadas durante uma semana e empregaram mais de setecentos e cinquenta figurantes. Ainda ocorrem dois momentos importantes, que são: a infidelidade indiscreta de Sonny, com Lucy Mancini e o muxoxo de Johnny Fontaine.

No livro há proximidade das duas coisas, já que Lucy tem uma subtrama com Johnny, que foi cortada de quaisquer versões do audiovisual, mesmo a estendidas. Mancini ainda teria o filho ilegítimo de Sonny, no terceiro filme.

Infidelidade condenada e detalhes sobre Santino

No livro Santino é recriminado duramente por ser infiel. Vito é muito conservador, valoriza a unidade familiar mais do que tudo.

Isso é abordado superficialmente no filme, com uma leve bronca de Vito ao filho, mas outra questão é mais "explícita" no filme. No romance é dado que Sonny tem um dote grande, ou seja, ele é um homem com um sexo avantajado.

Lucy no livro tem um tamanho diferenciado de seu órgão sexual, que obviamente é ignorado ou inexistente aqui. Por isso ela transava com Sonny, já que era uma das poucas pessoas capazes de saciar seu apetite e necessidades sexuais.

No filme, Sandra (Julie Gregg) a esposa de Santino faz um sinal, reposicionando as mãos cada vez mais afastadas, como os exageros de uma história de peixes, para demonstrar o tamanho da peça do homem.

Sobre isso ainda, Caan ficou com raiva porque cenas que davam a Sonny mais profundidade, como sua reação ao tiro de seu pai tomou, foram cortadas do filme. Ele confrontou Robert Evans na estreia, depois disparou que quarenta e cinco minutos de seu personagem foram cortados.

A postura de Michael

Michael faz questão de estar diferente, ele usa a farda militar e faz questão de chamar sua namorada para tirar a foto com a família.

As fitas no uniforme do Corpo de Fuzileiros Navais são a Estrela de Prata, a Medalha da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais e o Coração Púrpura na fileira superior, e a Medalha da Campanha Asiática/Pacífica com uma estrela de serviço e uma ponta de flecha, a Medalha da Campanha Europeia/Africana/Oriente Médio com uma estrela de serviço e a Medalha da Vitória na Segunda Guerra Mundial na fileira inferior.

Em O Poderoso Chefão Parte II Michael conta a um comitê do Congresso que recebeu a Cruz da Marinha durante a guerra, mas essa é uma medalha tão prestigiosa que pode levar algum tempo para sua aprovação. Michael poderia ter sido dispensado, se tornando um civil antes que o prêmio se tornasse oficial, isso acontecia com frequência.

A noiva e o pai dela dançam ao som da música tema de Andy Williams, Speak Softly Love, belamente.

Genco

Franco Corsaro filmou uma cena como o consigliere moribundo Genco Abbandando, mas ela foi excluída do corte para cinema.

Na cena, que se passa após o casamento, Don Vito Corleone e seus filhos vão prestar homenagem a Genco, que está morrendo de câncer.

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Eles tentam consolá-lo, mas não consegue. O velho amigo implora a Vito que fique com ele enquanto está morrendo, para tentar convencer a morte a mudar de ideia, em um claro delírio de sua parte, demonstrando devoção a figura do Padrinho e Chefão.

A cena aparece em algumas exibições televisivas do filme. Genco ainda é mencionado no filme, quando Santino 'Sonny' Corleone reclama com Tom Hagen por não ter um consigliere adequado em tempo de guerra, um conselheiro siciliano.

Nesse trecho, ainda há uma chamada de atenção de Vito a Michael, onde ele chama a farda do rapaz de "fantasia" e reclama dele lutar por pessoas desconhecidas, já que é isso que um militar faz, no entendimento dele.

Parte desses diálogos estariam na boca de Santino, na reunião de aniversário em flashback do segundo filme.

O Cavalo e Woltz

Tal qual foi no livro, esse é um produto dividido em capítulo.

O casamento foi o primeiro capítulo, enquanto o segundo é o momento em que Tom Hagen vai encontrar Jack Woltz (Marley), o magnata do estúdio de cinema, que deverá prestar um serviço aos Corleone.

Nesse ponto, toca um jazz intitulado Manhattan Serenade , que substituiu uma música que Nino Rota compôs, The Pickup. O estúdio sentiu que a peça original não se encaixava na cena e a substituiu por um padrão de jazz. A peça de Rota apareceu na trilha sonora.

A música pausa para mostrar a áspera conversa de Tom Hagen e Jack Woltz, um diálogo simples, direto, que envolve conversas sobre astros drogados e outros problemas. É interrompido para ser abordado da onde parou, um tempo depois.

A fachada do estúdio é bonita, lembra a da Paramount, não à toa, já que a Woltz International Pictures é na verdade uma versão estilizada do estúdio da Paramount, em Hollywood.

Este não era uma escolha do designer de produção Dean Tavoularis. Ele detestava a aparência e até sugeriu o lote da Warner Brothers como alternativa, mas foi usado por razões orçamentárias.

Inspiração para Jack

O magnata Jack Woltz é baseado em pessoas reais. No filme se optou retratar ele tal qual Jack L. Warner, o chefe da Warner Brothers.

Sua personalidade foi baseada no chefe da MGM Luís B. Mayer, que era um grande aficionado por corridas e possuía um estábulo de corridas.

Sobre Tom Hagen

Duvall é conhecido por ser alguém discreto e por fugir de polêmicas, no entanto, reclamou da peruca que deram ao seu personagem. No seu entender, era falsa demais.

O advogado irlandês foi encontrado ainda pequeno por Sonny se tornou um dos irmãos criados por Vito, adotado e tratado tal qual Santino, Fredo, Connie e Michael.

Elvis Presley era fã do livro e aparentemente tentou fazer o teste para o papel de Tom Hagen, embora quisesse interpretar Vito Corleone.

Outras figuras famosas cogitadas para fazer o advogado foram Peter Donat, Martin Sheen, Roy Thinnes, Barry Primus, Robert Vaughn, Richard Mulligan, Keir Dullea, Dean Stockwell, Jack Nicholson, James Caan, John Cassavetes, Paul Newman, Bruce Dern, Jerry Van Dyke, Steve McQueen e Peter Falk.

A mansão Woltz e as laranjas

Na grande mansão, fica em evidência um prato com laranjas na mesa, que são o prenúncio da morte. As frutas ou mesmo a cor laranja servem de antecipação a tragédia.

Esses momentos permeiam o filme inteiro, como o momento em que Clemenza pede mais vinho e Paulie. O soldado lhe dá uma jarra de vinho com laranjas flutuando e mais tarde, Paulie caiu.

Tessio estende a mão sobre uma mesa em busca de uma laranja, prenunciando não apenas sua morte, mas também que "atravessará" os Corleones. Vito Corleone está comprando laranjas quando leva um tiro. Carlo está vestindo um macacão laranja quando Sonny bate nele, prenunciando a morte de ambos.

Durante a reunião com os outros Dons, uma laranja é colocada na frente de cada Don que Michael mais tarde matou. Vito tem uma casca de laranja na boca quando sofre um ataque cardíaco fatal.

O lar de Woltz

As cenas externas da propriedade de Woltz são a casa de Harold Lloyd. As cenas internas foram filmadas na propriedade Guggenheim em Long Island.

Também se filmou na antiga casa de William Randolph Hearst, está localizada em North Hollywood e era conhecida como "a Beverly House". A mansão de Jack Woltz também foi usada como mansão de Alan Stanwyk em Assassinato por Encomenda.

As negociações

Tom destaca que Fontane é afilhado de Vito. Fala com Woltz que ele é importante para o seu patrão, Don Corleone.

Diz o óbvio, que essa é uma relação muito sagrada e íntima para o povo italiano, mesmo que Vito seja siciliano e não "italiano".

Johnny é recusado por conta de ele ter destruído a vida de uma menina. No livro, Johnny é quem explica o motivo de Woltz não gostar dele, Coppola mudou esse trecho, colocando essa fala no discurso do dono do estúdio.

Antes dos dois conversarem, Jack mostra a Tom a sua "menina dos olhos" o cavalo Karthoum.

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A manhã seguinte começa com grilos fazendo barulho e o tema musical subindo vagarosamente, até mudar ligeiramente. A parte instrumental evoca suspense e medo, até revelar sangue nos lençóis de seda. Alguém entrou e não foi visto, poderia ter matado Woltz, ou feito algo pior.

Na cena da cabeça de cavalo, aparece uma estátua do Oscar, que pode ser vista na mesa de cabeceira. Essa estatueta é propriedade de Coppola, que escreveu Patton. Ativistas dos direitos dos animais protestaram contra esse trecho, reclamando ser a de um animal morto e não um adereço de cenário.

Coppola falou para a Variety, que houve dezenas de pessoas mortas naquele filme, mas todos se preocupam apenas com o cavalo. Disse que isso ocorreu também no set. Quando a cabeça chegou, perturbou muitos membros da produção.

A cabeça foi recebida de um fabricante de rações para animais de estimação que abate duzentos cavalos por dia apenas para alimentar os cachorrinhos que os membros da produção de Coppola - e consequentemente, a imprensa - tanto amam.

A informação de que a cabeça era de verdade e que tinha essa origem tem tons anedóticos. É difícil de comprovar a veracidade da informação, embora pareça mesmo a cabeça de um animal. A cabeça de cavalo falsa que seria inicialmente usada era gritantemente tosca.

Grito real?!

De acordo com John Marley, seu grito de horror era real, pois ele não foi informado de que uma cabeça de equino sangrando seria usada na cena.

Essa história parece falsa, ou ao menos exagera. É bastante contestada. A cena é uma série de tomadas, tiradas no mesmo ângulo, mas a distâncias diferentes, um close seguido por uma tomada de proximidade média, seguida por um tiro no escuro.

Cada uma das tomadas fotos teria que levar de meia hora a uma hora para ser configurada e filmada.

O grito é gravado ecoando através de todos esses frames, ou seja, não tem como ser real. O primeiro grito poderia ter sido uma surpresa, como diz a lenda urbana, mas os próximos três tiveram que ser planejados, não poderiam ter sido espontâneos. Esta foi provavelmente uma história divulgada pelo departamento de relações públicas para gerar interesse no filme.

A ação começa justo com o Corleone mais pacífico

É curioso que a primeira acão violenta começa justo com o Corleone pacífico, o resiliente Tom, que decide voltar a trabalhar já quando pousa do avião.

Ele torna viva a icônica frase “um advogado com uma caneta é capaz de roubar mais que cem homens armados". Esse é um trecho que Puzo se orgulhava muito de ter escrito. O autor foi inflexível sobre o uso dela, queria que fosse usada no filme, mas Marlon Brando achou que era muito exagerada a fala e ela foi excluída.

Depois do clássico fade out, aparece Brando, conversando com Caan e Duvall, sobre o próximo tema. A trama segue meio seriada, capitular, mas é bem condensada.

Enfim, falam do Turco, Virgil Sollozzo.

Sollozzo, o Turco:

Se aproxima a reunião com Virgil Sollozzo, o personagem de Al Lettieri.

Seus negócios são os narcóticos. O sujeito tem plantações de papoulas na Turquia, refina elas na Sicilia, transformando-as em heroína. Os Tattaglia estão por trás dele.

Lettieri trabalhou em O Desafio das Águias e Os Implacáveis. Ele era um homem de constituição muito poderosa, segundo Francis Ford Coppola disse que apertar a mão dele era como colocar a mão num torno.

Franco Nero encontrou-se com Coppola em Londres, para interpretar Sollozzo.

Tom diz que a droga é o futuro, se os Corleone não entrarem no negócio poderão ficar para trás, já que provavelmente as quatro famílias entrarão, a saber os já citados Tattaglia, os Cuneo, Stracci e Barzini.

Reunião na Gencos

Para receber Sollozzo Vito convoca todos os capos. Estão os seus filhos Fredo, Tom e Sonny, além dos homens de confiança Peter "Pete" Clemenza e Salvatore "Sally" Tessio (Abe Vigoda) além é claro do próprio Don.

Embora Francis Ford Coppola quisesse retratar os italianos autenticamente, ele escalou muitos atores da família que não eram italianos. Marlon Brando era de ascendência holandesa, James Caan é alemão e judeu, enquanto Abe Vigoda era russo-judeu.

No entanto, ele queria alguém com aparência siciliana para interpretar Michael, e é por isso que ele lutou por Pacino, apesar de um forte desejo da Paramount de escalar um "nome", como Ryan O'Neal ou Robert Redford.

Na reunião, Santino fala demais e é repreendido por seu pai, que educadamente recusa a oferta.

Primeira cena de Brando

Uma das primeiras cenas que Marlon Brando gravou foi o encontro com Sollozzo em seu escritório. Os executivos da Paramount não ficaram impressionados com sua atuação naquela cena e reclamaram com Coppola sobre isso.

No entanto, quando ele perguntou se eles queriam que ele refilmasse a cena, os engravatados recuaram, dizendo que não precisava.

Coppola temia que ele estivesse prestes a ser demitido, mas também sabia que ele não seria mandado embora ao menos até o fim de semana.

Sendo uma quarta-feira, ele sabia que tinha tempo para se recuperar. Ele identificou quatorze membros da equipe, que incluiu um diretor assistente original e seu editor original, Aram Avakian, que foi revelado como o "líder" do motim. Isso foi corroborado por Duvall, que ele pensou que poderia estar relatando sobre ele para o estúdio.

Ele demitiu todos, chamou novos membros para a equipe e refez a cena.

Brando e Lettieri

Brando elogiou demais Al Lettieri. Enquanto se preparava para Sindicato de Ladrões, Brando tornou-se amigo de Lettieri, cujo parente era um mafioso da vida real.

Brando e Lettieri mais tarde co-estrelariam A Noite do Dia seguinte em 1969. Lettieri também ajudou Brando a se preparar para o papel do Padrinho, trazendo-o para a casa de seu parente para um jantar em família.

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A recusa a entrar no negócio de narcóticos tem a ver justamente com os amigos políticos exigidos pelo Turco, que o abandonariam se ele traficasse.

No entanto, ele pensa que o futuro o negócio das drogas poderia matar a Máfia, inclusive fala abertamente sobre isso. A realidade é que a Máfia italo-americana, conforme é mostrada nesse filme, praticamente não existe mais desde os anos 1970; principalmente devido à guerra às drogas, trazendo atenção federal para as atividades da máfia.

As penas para tráfico são altas, falta que atrapalha o respeito a Lei do Silêncio. Portanto, acordos de delação poderiam ser acordados. De certa forma, Vito acertou o futuro.

Don Vito chama Luca Brasi, pede para ele fingir que está brigado com a família e o envia até os Tattaglia,

Depois desse ponto, pegam Luca, enquanto ele tenta fazer o seu teatro para Sollozzo. Por trás do grandalhão surge um homem com garrote. Curiosamente, a série de assassinatos com homens (excluindo claro o cavalo Khartoum) cometidos durante o filme começa e termina com um estrangulamento.

Depois raptam Tom Hagen, por último, atiram em Don Vito, que não tem defesa, já que está sozinho com o filho mais inútil, Fredo, já que o capanga Paulie está doente.

As cenas mais problemáticas foram filmadas na estreita Mott Street, com calçadas repletas de produtos mercantis. Foi aqui que Don Corleone sai de sua fábrica de azeite e é morto a tiros.

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Michael descobre o que ocorreu enquanto está saindo com Kay, para fazer compras de natal.

Essa cena é curta, mas foi custosa. Exigiu 143 figurantes, além de carros de época. Os postes de luz foram substituídos para combinar com o período a US$ 1.000 cada, assim como as placas de rua. 60 membros da equipe estavam presentes.

O primeiro dia de filmagem foi antecipado uma semana para 24 de março devido a previsão de nevascas. A gravação ocorreu sem nenhum sinal de neve, então encomendaram grandes sopradores de neve artificial, para criar neve falsa em frente à Best and Company na Quinta Avenida, com as vitrines da loja sendo adequadamente vestidas com um visual de Natal.

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Michael descobre o que aconteceu, dos tiros em seu pai pelo jornal. Liga então para Sonny, manda ir ter com sua mãe.

Clemenza chega, Sonny pede ao caporegime que traga Paulie, mesmo que esteja doente. Não aceita um homem dele, pois não sabe qual dos dois traiu seu pai.

Tom é liberado, ouvindo do Turco que seu pai sobreviveu. A cena entre os dois foi filmada em uma lanchonete abandonada. A tempestade de neve quando eles saem do estabelecimento foi real.

Quando Michael chega à casa o primeiro momento é um cômodo quase sem luz. O filho mais novo recebe a missão de ir atrás de Luca, mas não chega a cumprir seu intento, já que eles recebem o colete de Brasi, com um peixe dentro.

A missão Paulie Gatto

Depois de descobrir quem entregou o Don, Clemenza prepara um golpe.

Ele se despede da esposa, que é interpretada por Ardell Sheridan. A atriz era namorada de Castellano, na época. O ator fez um lobby junto a Coppola para ela conseguir o papel, que seria a estreia de Sheridan no cinema.

Os dois interpretaram marido e mulher na série The Super, em 1972 também. Anos mais tarde eles também se casariam na vida real.

Na cena em que Clemenza, Rocco (Tom Rosqui) e Paulie Gato dirigem por Nova York, são usadas de arquivo do início de 1940, já que a equipe de produção não conseguiu recriar as principais vias e arranha-céus da época passada. Quando as fotos exigidas pelo roteiro foram encontradas, a equipe só precisou encontrar um carro que combinasse com o modelo descrito no romance, para modificar a placa e inserir nas imagens,

A cena dos Cannoli

Rocco mata Paulie e Clemenza pede para ele deixar a arma e pegar os cannoli.

Não há menção desse item nem no roteiro e nem no romance. Coppola incluiu este detalhe de suas memórias das caixas brancas particulares de cannoli, que seu pai traria para casa do trabalho.

Sabendo disso, Castellano então improvisou a fala e o diretor gostou.

De acordo com Ardell Sheridan, Capo da Máfia (e futuro chefe) Paul Castellano visitou o set e conversou com Richard. Só depois que Paul foi morto em 1985 é que Richard revelou publicamente que Paul era seu tio.

A mudança de Michael

Até esse ponto, Michael renegava a própria identidade e sua família, mas ao ver seu pai baleado, ele muda de postura.

Passa a ficar frio com Kay. Ele diz que aquele mundo, aquela vida, não o define, mas ele mente.

Bastou a menção a uma perda familiar grande, bastou que houvesse uma possibilidade real de perda do pai para ele modificar a si mesmo. Se tornou frio, calculista, venenoso e temerário.

Está junto de Clemenza, enquanto ele cozinha para a “tropa” de soldados.

O homem gordo faz massa, com molho de tomate, até tempera na frente de seu afilhado. Os dois tem um momento de paternidade postiça, o padrinho assume brevemente o papel de pai para o herdeiro de Vito.

O Poderoso Chefão : A obra máxima sobre a Máfia e sobre a melancolia americana

Para essa cena Coppola originalmente escreveu no roteiro "Clemenza doura um pouco de salsicha." Ao ver isso, Mário Puzo riscou "doura" (browns) e substituiu-o por "fritou" (fries) escrevendo na margem da página, "gângsteres não douram."

O Molho e o universo expandido

De acordo com um artigo de agosto de 1971 de Nicholas Pileggi no The New York Times, a Paramount Pictures planejou lançar uma linha de molho de espaguete com o logotipo "The Godfather" para promover o filme.

Também planejou franquias de restaurantes que venderiam pizza, sanduíches, sorvetes italianos, pães italianos e doces. Uma série de televisão spin-off também foi planejada, mas nenhuma dessas ideias se concretizou.

Ainda de acordo com esse artigo de Pileggi no New York Times, um membro do elenco de apoio tornou-se tão comprometido com seu papel que acompanhou um grupo de executores da Máfia em uma viagem para espancar fura-greves durante uma disputa trabalhista.

Mas os executores tinham o endereço errado e não conseguiram encontrar os fura-greves. O nome do ator não foi revelado.

As visitas ao hospital

No hospital Michael percebe que o pai está só. Decide mudar ele de quarto. Coppola mostra Pacino arrastando ele, com uma enfermeira.

Luana Anders que participou do primeiro filme de Francis Coppola, Demência 13, foi contratada para dublar a atriz que move a cama de Vito Corleone.

De acordo com Pacino, as lágrimas de Brando nessa cena eram reais, especialmente no trecho em que Michael se compromete com seu pai.

Considerando que Brando tinha em mente que, cronologicamente a cena anterior dos dois foi também no hospital, quando ele chamou a atenção do filho antes de se despedir de Genco, ele poderia estar pensando que a última vez que falou com Michael foi uma bronca.

Essas sequências foram filmadas em dois locais diferentes, com as cenas externas sendo na entrada lateral do Hospital Bellevue e tomadas internas foram filmadas na The New York Eye and Ear Infirmary - Upper East Side, em Manhattan, Nova York.

Enquanto filmavam as cenas no hospital, médicos e enfermeiras continuavam escapando para dar uma olhada Marlon Brando.

A apreensão

Coppola cuida de mostrar toda a sequência de maneira tensa. O filho sabe que o pai cairá e fica apreensivo ao ouvir passos. Vê então Enzo (Gabriele Torrei) o padeiro, que aliás, retornaria a Parte 3, no lugar do sogro.

De acordo com Coppola, foi George Lucas quem o ajudou a resolver a falta de corredores vazios filmados na cena do hospital, usando os finais de cenas que foram filmadas depois que Coppola gritou "Corta".

Como haviam sobras de filmagens sem atores, foi fácil achar imagens assim.

Deformação facial e moral

No lado de fora, após afastar os possíveis assassinos de seu pai, Michael encontra o capitão de polícia e leva um soco, fica deformado, com o rosto inchado.

Al Pacino realmente teve sua mandíbula fechada na primeira parte das filmagens depois que levou um soco no rosto. Ele usava um aparelho facial de espuma de látex que cobria toda a bochecha esquerda e era feito com cores para combinar com o tom da pele e dar o efeito de hematomas.

Depois de ser acertado por Mark McCluskey, de Sterling Hayden ele sente muita raiva. O sangue em sua boca sobe para a cabeça. Sente ferido o seu rosto e o seu orgulho.

Depois desse ponto, já com os outros membros da família, Michael sugere fazer uma emboscada para Sollozzo e para o capitão McCluskey. A reação de Tessio, Pete e Santino é a de rir intensamente.

Sonny fala que atirar em alguém de perto é diferente da função do soldado, o tiro faz bada-bing . Caan ouviu originalmente essa expressão de seu conhecido, o mafioso da vida real Carmine Persico, e improvisou seu uso no filme. Certamente isso inspirou o nome da boate em Sopranos, a mesma que Sivio Dante tem já na primeira temporada de Família Soprano.

Engraçado que Sonny considera a ideia de Michael como pessoal, acusa ele do que Tom o acusa, salienta que são negócios, não algo pessoal.

Ele faria algo parecido ao discutir com Carlo, na mesa, reclamando de Connie em um momento, já que ela lembra que o pai não falava de negócios à mesa, ao passo que Carlo quer se inserir mais no trabalho da família, mas é recriminado por Santino, pelo mesmo motivo e logo depois.

A última guerra foi há dez anos e segundo Clemenza, o ato de Michael vai mergulhar a família e a cidade numa guerra. Ele estava certo.

Intervalo programado

Como esse é um filme com alta duração, se pensou em estabelecer um intervalo, para liberar o público para sair na sessão. De acordo com entrevistas nos DVDs da sessão Coppola Restoration, o filme seria interrompido imediatamente após Michael assassinar Sollozzo e McCluskey, o que explica o instrumental operístico que começa a tocar quando Michael é mostrado fugindo do restaurante, bem como o "jornal" que se segue" montagem, que teria sido a primeira cena pós-intermissão.

A conversa com o Turco é tensa, ele quer paz, mas não tem nenhuma garantia de que conseguirá. Michael bebe água, eventualmente toma vinho, mas isso ocorre continuamente nos dois primeiros filmes, insinuando que é diabético.

Anos mais tarde, ele sofre um coma diabético, já no terceiro filme. Na reunião no Louis Restaurant, Sollozzo fala com Michael em siciliano tão rapidamente que as legendas não puderam ser usadas.

O resumo do conteúdo é que o que ocorreu com o pai não foi pessoal, só negócios. Diz que tem respeito, mas reclama que o pensamento dele é antiquado. Depois que Michael retorna do banheiro, já armado, segue falando que foi inevitável isso e que tinha o apoio tácito dos outros dons da família.

Se seu pai estivesse com melhor saúde, sem o filho mais velho comandando as coisas - que é irônico, já que Virgil achava que Santino cederia as suas propostas - sem intenção de desrespeito.

Promete a paz, que incluiria as quatro outras famílias.

A maquiagem do Capitão

A morte de McCluskey foi conseguida construindo uma testa falsa para Sterling Hayden. Uma lacuna foi cortada no centro e preenchida com sangue falso, depois tampada com um tampão de carne protética.

Quando a cena estava sendo filmada, o plugue foi rapidamente arrancado usando uma linha de pesca de monofilamento que não aparece no filme. O efeito foi fazer parecer que um buraco sangrento aparecer de repente.

A Afirmação de Pacino

Em suas memórias, Pacino disse que o elenco e a equipe esperavam que ele fosse demitido do filme, já que sua atuação não estava sendo bem vista pelo estúdio. Depois de ver as filmagens com Francis Ford Coppola, o próprio Pacino admitiu que não estava confiante em sua habilidade.

No entanto, os executivos decidiram manter Pacino depois de ficarem impressionados com seu desempenho na cena em que Michael mata Sollozzo e McCluskey, tanto nos momentos de hesitação no banheiro, com dificuldade de encontrar a arma, quanto na hora do tiro e a demora para obedecer Pete Clemenza, de largar a arma assim que tivesse atirado, saindo para a rua.

O som estridente de um trem elevado pode ser ouvido ao longo da sequência. O efeito sonoro foi adicionado na pós-produção por Coppola e Walter Murch para aumentar a tensão da cena. Sem o conhecimento deles, há um conjunto real de trilhos de trem elevados bem em frente ao local de filmagem, 3531 White Plains Road, no Bronx.

Este seria o terminal norte da 3rd Avenue Elevated Railroad, que colocaria o restaurante em algum lugar perto do Crotona Park, no Bronx. Essa fase da ferrovia seria permanentemente fechada em apenas mais alguns anos.

Na montagem da guerra, aparecem recortes de jornal, além de um pianista, que é Carmine Coppola, o pai de Talia e Francis, também avô de Nicolas Cage.

George Lucas trabalhou como editor assistente e também filmou algumas cenas de transição de jornais que mostravam como os pontos-chave da história progredindo, como quando as famílias "foram para os colchões" e a manchete de Don Corleone sendo baleado, que Michael e Kay viram em uma banca de jornal enquanto faziam compras.

Lucas também fez várias homenagens a trilogia Corleone em seus filmes. Ele fez Jabba the Hutt parecer com um mafioso italiano, inclusive na sua morte, que lembra a Luca Brasi.

A cena do batismo foi homenageada em A Vingança dos Sith, quando Palpatine declara a formação de seu Império enquanto Vader mata os líderes separatistas. Ele até colocou Sofia Coppola, como uma das servas de Padmé Amidala em A Ameaça Fantasma.

A volta do Velho e a Sicilia:

Vito volta, a guerra ainda segue, na casa, netos saúdam ele.

Durante uma cena em que o Padrinho volta para casa e seu povo o carrega escada acima. Brando colocou pesos sob o corpo na cama como uma brincadeira, para dificultar sua elevação.

Os negócios vão mal, a polícia está em cima, há muitos inimigos, a imprensa solta notas favoráveis a família. Fredo vai para Las Vegas, aprender sobre cassinos.

Sobre Fredo e Cazale

Al Pacino citou John Cazale como um dos grandes atores do seu tempo.

Em entrevista ao The New York Times, Pacino disse que aprendeu muito com ele, já que fez muito teatro e três filmes com ele (os dois O Poderoso Chefão e Um Dia de Cão) disse que era inspirador, ele simplesmente e não recebia crédito por nada disso.

Pacino elogiou demais o seu papel em O Poderoso Chefão II e acha que ele não recebeu o reconhecimento devido.

Sobre Carlo e Santino

A cena em que Sonny bate em Carlo levou quatro dias para ser filmada e contou com mais de 700 figurantes. O uso da tampa da lata de lixo foi improvisado por Caan.

James desmente o boato de que ele bateu de verdade com o colega de elenco Gianni Russo no set.

Russo alegou em 2017 que uma altercação física entre seus personagens se elevou depois que Caan supostamente descontava frustrações da vida real nele. Disse:

"Jimmy ficou um pouco agressivo. Ele improvisou algumas coisas como aquele pequeno cassetete que ele jogou em mim quando eu saí da varanda. Ele me acertou bem na cabeça com isso, e então ele me jogou por cima do corrimão, ainda mordeu as minhas mãos quando eu rastejei para fora. Ele literalmente me levantou com seu chute, nada disso era para acontecer."

Russo disse que não era amigo de James e o chamou de louco.

Caan disse ao THR que Russo estava enganado. Ainda disse que ele brigou com outra pessoa, não com ele, já que a cena da luta foi com o dublê Paul Baxley. Os dois entraram e inventaram a coreografia da luta.

O sentimento do Don

Em casa, o velho fica triste, ao saber que Michael fez o que fez e está refugiado na Sicilia.

Enquanto isso, Michael é chamado de Miguel por Don Tomassino (Corrado Gaipa) o chefão siciliano manco. Ao seu lado estão dois homens, Calo (Franco Citti) e Fabrizio (Angelo Infanti) vão até Corleone, a terra de seus antepassados, do seu pai.

Pelas paredes, lembretes dos homens mortos, cartazes do PCI o partido comunista italiano, Michael anda sempre com 2, com Fabrizio, que sonha ir para América. Calo é mais tímido, só repete o que falam, diz que mulheres na Sicília podem ser mais perigosas que espingardas.

O Poderoso Chefão : A obra máxima sobre a Máfia e sobre a melancolia americana

Como Corleone era um lugar que estava muito desenvolvido, a equipe preferiu ir até a cidade siciliana de Savoca, nos arredores de Taormina.

A praça da cidade da Sicília tem um papel central nos três filmes. Aparece no banimento da Sicília, na parte II, Vito está na frente dele quando contrabandeado para fora da Sicília em um carrinho e em Poderoso Chefão Parte III, Michael e sua família estão na frente dele quando visitam a Sicília para ver Anthony se apresentar.

Em várias cenas Michael limpa o nariz com um lenço. O romance explica que o soco que tomou causou danos aos seios de sua face.

Apollonia

A moça, Apollonia o atinge como um raio e ele pede a mão ao seu pai.

Olivia Hussey foi considerado pelo diretor de elenco Fred Roos pelo papel de Apollonia. Coppola queria Stefania Sandrelli, mas ela recusou.

O discurso de Michael ao pai de Apolônia foi originalmente escrito para ser em siciliano, como foi no romance, mas Pacino não falava o dialeto fluentemente e não conseguia aprender um discurso tão extenso. Francis Ford Coppola reescreveu a cena no último minuto para que Michael falasse inglês e fizesse Fabrizio traduzir para ele.

Enquanto Michael e Apollonia estão passeando, eles são seguidos por um rebanho de acompanhantes femininas. A piada do rebanho é reforçada pelo som de sinos de cabra.

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Um casamento acontece e outro se desfaz, enquanto Michael se casa com a siciliana, Carlo mais uma vez bate em Connie, obrigando assim a Santino sair da casa em Coney Island às pressas.

Isso resulta na sua emocionante despedida, um dos momentos mais agressivos do cinema da época, em uma clara referência a Bonnie e Clyde: Rajada de Balas. Dean Tavoularis trabalhou nesse último, foi contratado por Coppola justamente por esse trabalho.

A cena da morte de Sonny aconteceria na Jones Beach Causeway, mas foi filmada em uma pequena pista de aeroporto em Mitchell Field, em Long Island.

A cena foi a mais cara do filme para montar e filmar, custou mais de $100.000 para ser configurada, e foi finalizada em apenas uma tomada de vários ângulos de câmera.

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O grande outdoor ao lado da cabine de pedágio foi montado para esconder a aparência de um moderno edifício alto ao fundo.

De acordo com Joe Gelmis, cento e dez sacos de sangue foram espalhados perto do corpo de James Caan. Além disso, havia mais de duzentos buracos perfurados em seu carro, um Lincoln de 1941.

A briga de Carlo e Connie tinha muita cara de armação, de fato foi...embora isso só fosse desenrolado mais à frente.

Enquanto filmava a cena em que Carlo a espanca, Talia Shire perdeu um sapato. Não querendo ter que restaurar o cenário e esperar que a câmera fosse configurada pela segunda vez, ela simplesmente continuou a reproduzir a cena, mesmo correndo o risco de cortar o pé em todas as cerâmicas que acabara de destruir.

O fim de Sonny ocorre com ele sendo chutado no rosto por um de seus assassinos, tal qual golpeou Carlo antes, chutando sua cara na surra. Vale lembrar que no livro, tanto a morte de Sonny quanto a de Luca são flashbacks.

Bonasera é cobrado do favor, tem que disfarçar o massacre que fizeram com o garoto de Corleone.

Aliás, cada um dos convidados do casamento que faz um pedido de Vito Corleone é chamado mais tarde no filme para devolver a sua graça. Enzo faz um favor a Michael, no hospital, em atenção ao pedido de Nazorine. Johnny Fontane, é contratado para aparecer nos cassinos de Michael, já que seu Padrinho o ajudou a entrar no cinema, além é claro, Amerigo Bonasera, deve preparar o corpo de Sonny para seu funeral.

Brando considerou que Salvatore Corsitto teve a melhor atuação do filme, ao menos é o que Coppola falava, disse que achou a mais genuína de todas. O ator fez apenas outra obra audiovisual, no caso, o telefilme What Are Best Friends For?.

Já Michael tem que ir para Siracusa, fugindo, já que pode haver uma emboscada, fato que ocorreu.

Simonetta Stefanelli, que interpretou a Apollonia, tinha apenas 16 anos durante as filmagens. Ela disse que se incomodou com a cena de top less, mas afirmou que já havia feito isso em outro filme, no caso, Non Commettere Atti Impuri de 71 e também em La profanazione, Lucrezia Giovane, La Nuora Giovane e Peccati in Famiglia.

No romance ela estava grávida de um mês quando foi morta no carro-bomba destinado a Michael. Essa foi a sua última chance de uma vida boa e digna, a partir daí ele abraçaria seu destino trágico e falido.

O destino de Fabrizio

Fabrizio, traiu Michael, plantou a bomba que deveria ser encontrado por Michael.

Ele apareceria em uma pizzaria na América, sendo posteriormente explodido com uma espingarda no final, de acordo com o romance.

Essa cena foi filmada, mas acabou cortada porque os maquiadores rebocaram o ator com tanto sangue falso que a cena parecia ridícula.

A morte de Fabrizio foi filmada novamente, para O Poderoso Chefão Parte II, desta vez pelo carro-bomba, mas essa cena também foi excluída da versão de cinema, mas foi restaurado em A Saga do Poderoso Chefão de 1977, a versão condensada dos dois primeiros filme no formato minissérie.

A reunião de cúpula

O momento de encontro entre os chefes mafiosos foi filmado na sala de reuniões da Penn-Central Railroad. Isso explica o mural do trem visto atrás de Don Barzini.

O grande retrato do homem vestindo um casaco preto é de William Vanderbilt, filho do fundador da Central de Nova York, Cornelius "Commodore" Vanderbilt.

Gente da Califórnia e Kansas, os Strachi (ou Stracci, como é no livro) Tattaglia, Barzini e Cuneo.

Na reunião, se decide que as famílias entrarão na venda de drogas, embora nesse início, seriam vendidos longe das escolas e somente para parcelas mais excluídas, como os negros. Há inclusive falas racistas, da parte do Don Zaluchi, ou Joseph Zaluchi (Louis Guss) de que só venderiam a pessoas "sem alma".

Há que se lembrar que são bandidos tradicionalistas e religiosos, em sua maioria, conservadores.

A cena em que os chefes da máfia concordam em não vender drogas nos seus próprios bairros foi parcialmente responsável por um equívoco popular de que a máfia americana só entrou no tráfico de drogas em meados do século 20 e além, também deixam a sensação de que eles tem escrúpulos.

Há alguma verdade nisso, mas os homens comoVito Genovese e Lucky Luciano estavam envolvidos na distribuição de heroína já na década de 1930 e não tinham escrúpulos sobre onde ela era vendida ou para quem. O próprio Luciano foi preso em 1916 por vender heroína. Os dois homens foram responsáveis pela expansão do comércio de heroína para um nível internacional, e Genovese foi posteriormente condenado por tráfico de drogas em 1959.

Vito consegue o acordo e providencia o retorno de Michael em segurança, sem receio de ser pego por qualquer um dos velhos chefes.

A Volta:

Na América, Michael age de maneira fria, mesmo com Kay.

Ele se mostra incapaz de mostrar sentimentos, nem quando se declara. Ele a usa para se fortalecer, para estabelecer uma base, também a utiliza para produzir um verniz social, a fim de ter uma vida dupla.

Michael jamais foi visto como alguém na linha de sucessão criminosa, precisava ter uma base sólida, uma família amorosa em volta de si, para conseguir fazer o que prometeu que não faria.

Até por essa insegurança, há uma reunião, onde Tessio e Clemenza querem emancipação, para agir contra os rivais de Nova York. Barzini avança sobre eles.

Graças as ordens de Michael, eles não podem recrutar mais homens. Eles só podem fazer algo dali a seis meses, quando todos se mudarão para Nevada.

Até Tom é retirado, Don Vito assume a função de consiglieri enquanto eles preparam mudança para Nevada, onde Carlo será o braço direito de Michael.

Sobre Tessio

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Quando haviam visitas no set era comum ver os visitantes achando que Abe Vigoda era um mafioso. O ator conseguiu o papel de Tessio respondendo a uma chamada de elenco aberta e derrotou centenas de outros atores.

Sobre Clemenza

De acordo com Castellano, na briga entre diretor e cinematógrafo, o ator que interpretou Clemenza defendeu Gordon Willis. Depois disso, Coppola se "vingou" de Castellano, obrigando-o a fazer vinte tomadas subindo quatro lances de escada.

O ator e o diretor não se deram bem durante as filmagens. Castellano reclamou da sequência das escadas, uma tarefa difícil para um homem obeso. Sua respiração pesada na tomada impressa não era atuação.

Vegas

Em Vegas Fredo e Johnny esperam o novo líder, com uma festinha, mas Michael manda dispensar tudo.

Chamam Moe Greene, personagem inspirado no mafioso judeu Bugsy Siegel. Ambos tiveram fins semelhantes, com tiro no olho. Bugsy não usava óculos, mas Moe usava, justamente para fazer o efeito especial no interprete, Alex Rocco. William Devane estava concorrendo ao papel, mas perdeu para Rocco.

Greene não aceita a oferta dele, cita Barzini e irrita Michael, especialmente quando justifica que bateu em Fredo por conta de ele estar transando com uma garçonete.

Freddy tenta defender Greene e seu irmão o avisa para não ficar contra a família. Aparentemente, Michael enxerga a sua ação como um tentáculo familiar. Os Corleone são ele e ele é Corleone.

É tudo uma questão de respeito. Atacar Fredo é atacar a família. Ir contra a família é traí-la.

Alex Rocco queria ser Al Neri

Alex Rocco fez o teste para o papel de Al Neri, mas Francis Ford Coppola insistiu que ele interpretasse Moe Greene. Rocco, um ítalo-americano, sentiu que não seria capaz de interpretar uma pessoa de ascendência judaica.

De acordo com Rocco, Coppola disse a ele como italianos gesticulavam, levantando os dedos, enquanto os judeus estendiam a mão com a palma aberta. A partir daí ele sempre interpretou judeus dessa forma, imitando o segundo gesto.

Vito, o mentor

Vito dá dicas do que fazer, fala do plano. Fica viva a ideia de que o ardil do batismo não foi feito por Michael, ao menos não sozinho. Vito certamente fez parte da ideia central, tempos antes da execução, afinal, os últimos momentos mostram o personagem de Brando já senil.

Ele repete algumas falas, se mostra inseguro, do alto de sua quase aposentadoria forçada e dos breves momentos de sobriedade e lucidez ele assume que não queria isso para ele.

Pensou que poderia ser Santino, mesmo que ele fosse um mal Don, sabia que Freddy era fraco, mas imaginava que Michael poderia ser um governador ou senador, que segundo Michael, seria outro pezzo novanta.

Essa cena teria sido escrita por Robert Towne, o roteirista de Chinatown.

A despedida

No jardim ao lado de laranjas e do neto Anthony ocorre enfim o último ato de Vito Corleone, logo depois de brincar e de usar casca de fruta como dentes, o Don enfim acaba.

A cena da morte não apareceria no filme, embora fosse apresentada no romance. Os executivos do estúdio sentiram que o público veria o funeral e saberia o que havia acontecido, mas diretor e produtor optaram por filmar sim.

Coppola rodou a cena com três câmeras, dentro de uma residência particular em Long Island. O jardim foi improvisado e criado do zero, sendo demolido imediatamente após as últimas tomadas.

No documentário Listen to me, Marlon, as fitas de arquivo de Brando contam que quando menino, sua mãe tirava a dentadura e fazia caretas para fazê-lo rir. Ele fez uma versão dessa brincadeira, no instante final da vida do velho Don.

Já o ator mirim Anthony Gounaris, respondeu melhor quando seu nome verdadeiro foi usado durante as filmagens do filme. Por isso que o nome do filho de Michael é Anthony.

O menino tinha apenas três anos e nem notou que se tratava de uma morte filmada.

O funeral

No funeral muitos carros pretos, foram utilizadas vinte limusines e 150 figurantes, com flores custando mais de $1.000 cada.

A maioria dos carros possui para-choques de madeira. Os para-choques foram removidos pelos proprietários de automóveis durante a Segunda Guerra Mundial e substituídos por peças feitas de madeira. Os cromados foram entregues para ajudar no esforço de guerra.

Após a guerra, foram necessários vários anos para que fossem substituídos.

O mesmo elenco do início do filme, da festa de casamento, é reunido novamente, para a celebração do fim da vida de Vito e também para o beijo de Judas de Tessio.

O Batismo:

Al Neri pega o uniforme de novo, se veste tal qual um policial. Rocco prepara e limpa sua arma, Clemenza leva uma grande caixa para um motel e Willie Cicci faz a barba. Cada um dos responsáveis se prepara para a ação.

Essa foi a estreia no cinema de Joe Spinell, papel esse que sequer foi creditado, que era de Willi Cicci. Faria um papel de mafioso em Rocky e protagonizaria O Maníaco.

Cada um deles vai a um ponto da cidade. Também pegam Moe Greene, com um tiro no olho, que atravessa a lente dos óculos, sangra e descansa. O fim do judeu foi inspirada em Encouraçado Potemkin, clássico soviético que seria referenciado também em Os Intocáveis de De Palma.

Frank Albanese, que interpretou o tio Pat Blundetto em Os Sopranos e o advogado sorridente de Henry Hill em Os Bons Companheiros foi um dos dois assassinos que pula no quarto, matando um dos Dons (Phillip Tattaglia) com sua amante, enquanto Michael elimina os outros Dons durante a cena batismal.

Michael Rizzi e Michael Corleone

Esse é um momento pesado, ao som do batismo de Michael Francis Rizzi. Ele fecha ciclos.

De acordo com Francis Coppola no comentário do DVD, a intercalação da cena do batismo com os assassinatos de gangues durante o clímax do filme não funcionou realmente até o editor Peter Zinner adicionou a trilha sonora do órgão.

O batismo foi filmado em duas igrejas, com tomadas internas na Catedral de Patrick, na cidade de Nova York. As cenas externas foram filmadas na Igreja Mount Loretto em Pleasant Plains, Staten Island, que queimou em 1973.

Sofia Coppola nasceu durante a rodagem do filme, na cena de encontro de Sonny com Lucy. Com dias de vida ela interpretou Michael Rizzi.

Entre os chegados, há também a despedida de Sal Tessio, que até pede clemência a Tom Hagen, diz que não foi pessoal, que gostava de Michael, mas não há perdão, se traíram um Corleone antes de Michael chegar, podem fazer de novo.

Até Carlo morre, pelas mãos de Clemenza. Era preciso ter havido uma razão pessoal para Peter matar Carlo com as próprias mãos, nem Paulie ele matou. Possivelmente tem a ver ou com Connie ou com Santino.

Se Peter era padrinho de Michael, poderia ser de um dos outros filhos, ou poderia só ter muito carinho por ambos, o que explicaria ser ele o algoz do traidor familiar.

Clemenza era capo, mandava seus soldados cuidarem do trabalho sujo, só faria algo assim por um motivo forte, que jamais é contado. Fazer isso sozinho, especialmente com algo tão horrível quanto garrotear, sugeriria envolvimento emocional.

O Batismo é a forma de Michael se afirmar. No início, quando Vito foi baleado, Tom afirmou que o poder da familia diminuiria pela metade o poder e a influência deles. Seriam facilmente suplantados pelos adversários

Michael matou todos, como prevenção. O bom jogador prevê as jogadas adversárias.

O filme começa e termina no escritório do chefão.

No início, Vito é o Don, e Michael diz a Kay com sinceridade sobre o negócio em que sua família está, e o fato de que ele não quer fazer parte disso. No final, o próprio Michael é o Don e mente para Kay sobre seu envolvimento na morte de Carlo.

A falácia que propaga é um sintoma de uma doença corrupta, não é causa de nada, é só consequência de toda a lama que vive. Nem há o que lamentar. Ela vê a coisa toda mudando, ele sendo elevado ao posto de chefe, ao capo di tutti capi.

O Poderoso Chefão é sobre como uma pessoa pode se perverter e sobre maldição hereditária. Uma boa mostra de como a América mente para os seus cidadãos e um retrato de como os imigrantes podem sofrer na capital moderna do capitalismo vigente no século XX. Coppola acertou em mostrar as contradições dos Estados Unidos pré e pós-guerra, ainda mostrou um bom retrato de sua família e dos seus paesanos.

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