The Offer : A divertida minissérie sobre a produção de O Poderoso Chefão

The Offer : A divertida minissérie sobre a produção de O Poderoso ChefãoThe Offer é um seriado baseado nos relatos do produtor Al Ruddy sobre o clássico filme de Máfia O Poderoso Chefão. Programa criado por Michael Tolkin com auxílio de Leslie Griffin, foi transmitido entre 28 de abril de 2022 e 16 de junho de 2022 no serviço de streaming Paramount+, teve um total de 10 episódios e é uma ode ao cinema e a produção da arte.

O seriado foi baseado de maneira "oficial" nos relatos de Albert S. Ruddy, na época conhecido pela abreviação popular Al Ruddy, sobre como ocorreram as fases de pré e pós-produção do filme, além de mostrar em detalhes a época de filmagens, tendo obviamente MUITAS liberdades poéticas dentro da sua dramaticidade, além de inspirações parciais em eventos reais e bastidores mil da Hollywood dos anos 1960 e 70, colocadas em um contexto que favoreça a sua narrativa.

Há um forte trabalho da parte da direção de arte e design de produção de remeter a época em que a série se passa, sejam nos cenários, figurinos, penteados e na caracterização geral dos atores, que aliás, tem em suas fileiras figuras famosas, que protagonizaram e abrilhantaram obras de cinema.

Os atores

A produção conta com um elenco portentoso, que tinha Miles Teller como o protagonista Al Ruddy, Matthew Goode como o chefe do estúdio Paramount Robert "Bob" Evans, Giovanni Ribisi como o mafioso Joe Colombo, Colin Hanks como o burocrata Barry Lapidus.

Também se destacam Dan Fogler como o cineasta Francis Ford Coppola, Burn Gorman como o CEO da Gulf & Western, Charlie Budhorn e claro, a co protagonista Juno Temple como a divertida assistente de produção (e futura agente de atores) Bettye McCarthy.

The Offer : A divertida minissérie sobre a produção de O Poderoso Chefão

Curiosamente esse grupo reúne vários membros do elenco de Band of Brothers da HBO como Colin Hanks, Ross McCall, Frank John Hughes, James Madio e Kirk Acevedo, além de ter também o diretor Dexter Fletcher.

Bastidores e equipe técnica

A série tem música de Isabella Summers, direção de Adam Arkin, Colin Bucksey, Dexter Fletcher e Gwynet Horder-Payton.

Os episódios foram escritos por Leslie Greif e Michael Tolkin, que fizeram o argumento inicial baseado na tal "Albert S.Ruddy's experience of making The Godfather".

A dupla também fez os roteiros, junto a Nikki Toscano, Russell Rothberg, Kevin J. Hynes e Mona Mira. Produziram Dalia Ibelhauptaite e Alex Kerr, foram produtores executivos Dexter Fletcher, Leslie Greif, Albert S. Ruddy, Michael Tolkin, Nikki Toscano, Russell Rothberg, Miles Teller e Michael Scheel.

Estreia

A série é uma coprodução entre Estados Unidos Reino Unido, Itália e Canadá e estreou na maior parte dos países em 28 de abril pela internet, exceto Austrália e Suécia, que saiu um dia depois.

Na Turquia chegou em 5 de maio, enquanto foi ao ar no dia 30 de maio nos Emirados Árabes Unidos. No Reino Unido chegou em 22 de junho. Na Itália em 15 de setembro e na Alemanha apenas em dezembro de 2022.

A obra se chama The Offer na maioria das praças. Na Hungria é Az ajánlat, na Rússia é Предложение, na Ucrânia é Пропозиція, enquanto na Espanha é La oferta.

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As gravações ocorreram entre 12 de julho de 21 a 12 de janeiro de 2022 na Califórnia, com cenas na Paramount Studios - 5555 Melrose Avenue, em Hollywood, Los Angeles, que serviram de base para esse próprio e para as ruas de Nova York, especialmente em San Gennaro Festival.

O Universal Studios - 100 Universal City Plaza, em Universal City também foi modificado para parecer as ruas de Nova York.

O seriado é dos estúdios Black mass, DxD Films, Paramount Television Studios, Paramount Television e The White Mountain Company. Foi distribuído pela Paramount+ nos EUA em 2022 no VOD, na maioria dos países (incluindo Brasil) passou no mesmo streaming. Nos Estados Unidos também foi veiculado na Pluto Tv.

Quem fez

Dexter Fletcher é um diretor de cinema de mão cheia. Suas obras mais famosas são Wild Bill, Voando Alto, Rocketman, Ghosted: Sem Resposta. É lembrado também por ser produtor e por fazer cenas adicionais em Bohemian Rhapsody, após a demissão de Bryan Singer.

Adam Arkin é ator e filho do finado Alan Arkin. Está acostumado a dirigr séries tendo em seu currículo obras como Sons of Anarchy, Blacklist, Justified, Masters of Sex, Succession, O Agente Noturno e Sugar.

Colin Bucksey dirigiu vária séries como Fargo, Breaking Bad, Person of Interes, Wu-Tang: An American Saga, Billions e The Great.

Gwyneth Horder-Payton dirigiu episódios de seriados como Justified, The Americans, Feud, Pam & Tommy e O Paciente.

Tolkin escreveu Traindo o Inimigo, Impacto Profundo, Fora de Controle e a série Ray Donovan, Produziu O Jogador e o telefilme 1%, dirigiu O Juízo Final de 1991 e Loucuras de um Divórcio.

Greif escreveu o filme No Limite da Loucura, Dinheiro Fácil (que também dirigiu) Regras para um Relacionamento Aberto, foi um dos criadores da série Chuck Norris: O Homem da Lei (Walker, Texas Ranger).

Uma questão curiosa em sua carreira, é que ele dirigiu o telefilme Brando em 2007 e nessa série, há uma dramatização com o ator famoso.

Toscano escreveu episódios em Las Vegas, Detroit 1-8-7, Revenge, Motel Bates, Shades of Blue: Segredos Policiais, 24 Horas: O Legado, Hunters e American Gigolo.

Mina Mira é atriz, mais lembrada por participações em séries como Brooklyn Nine-Nine e A Vida Sexual das Universitárias. Escreveu também Me Conte Mentiras, onde foi coprodutora.

Russell Rothberg escreveu episódios de Legacy, Knightfall: A Guerra do Santo Graal e American Gigolo. É coprodutor executivo em Foundation e produtor executivo em American Gigolo.

Kevin J. Hynes escreveu Boss, Perry Mason e Atração Fatal, foi coprodutor executivo em Perry Mason e produtor executivo em Atração Fatal, produtor em Scorpion: Serviço de Inteligência.

Dalia Ibelhauptaite foi coprodutor em Ghosted e consultor especial em Rocketman. Alex Kerr produziu os telefilmes Torturada Pelo Próprio Pai, Você não pode levar a minha filha, Um Assassinato para Recordar e Em Busca da Irmã Desaparecida.

Albert S. Ruddy é conhecido por ser produtor e escritor. Escreveu capítulos de The Lloyd Briges Show, depois criou a comédia televisiva Guerra, Sombra e Água Fresca, fez o roteiro de Matilda, O Esquadrão do Terror, Um Rally Muito Louco, rascunhou o argumento de Quatro Mulheres e um Destino e criou a série Chuck Norris: O Homem da Lei (Walker, Texas Ranger) e o seu remake Walker, com Jared Padalecki

Ele produziu no cinema Vítima de um Pecado e As Máquina Quentes antes de O Poderoso Chefão, depois, fez Golpe Baixo e Quem Não Corre, Voa.

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Al Ruddy, Brando e Coppola, em foto de The Washington Post

Ainda teria um outro momento de brilho junto a Academia, já que produziu Menina de Ouro onde novamente ganhou o Oscar de melhor filme.

Produziu outras obras menores, como Garotas Show de Bola, Camille - Um Amor do Outro Mundo e Cry Macho: O Caminho para Redenção, foi produtor executivo nos dois remakes de Golpe Baixo, em Penalidade Máxima, com Vinnie Jones (que é sobre futebol/soccer) e Golpe Baixo com Adam Sandler, além de Sabotagem.

Narrativa

No primeiro episódio boa parte da "mitologia" a ser abordada é apresentada. Desse modo, é fácil que o espectador desistir logo nesse piloto, especialmente se esse for menos acostumado a histórias biográficas que são levadas de maneira menos séria.

É importante dizer que sim, a série tem seus problemas e parece pouco sério em boa parte do seu drama, mas vale dizer que mesmo com todas as cafonices, com as falas famosas do filme se tornando situações corriqueiras, ainda assim tudo é incrivelmente divertido.

O capítulo é conduzido por Fletcher e começa no bairro novaiorquino Little Italy, onde mafiosos reais se encontram, no caso, Sal Bonnano (Sal Landi) e Colombo. Os dois falam sobre outros dois chefes (Lucchese e Gambino) discutem sobre ascensão, poder e trato com o povo.

O personagem de Ribisi tem que fazer uma escolha, está em uma situação em que precisa tomar uma decisão importante e rápida, já que está prestes a se tornar um chefe de família mafiosa.

Sua postura parece exagerada e um pouco caricata, mas acerta ao mostrar que carrega em si as dúvidas grandes de seu personagem, já que mudará o seu grupo criminoso - de Profaci para Colombo - e está prestes a criar uma liga de defesa dos direitos dos ítalo-americanos.

O Robert Evans da Paramount

Depois é mostrado Goode em carro de luxo, chegando nas dependências do estúdio.

Ele é Robert Evans, um famoso produtor, que na época era um dos mandatários da Paramount. O sujeito foi ator em O Sol Também Brilha e O Homem das Mil Caras antes de tornar-se executivo da Paramount Pictures, e alcançar o cargo de chefe de produção em 1968.

Entre as obras que ajudou a fazer estão Um Estranho Casal, Love Story - Uma História de Amor (que ganha grande importância ao longo da trama, já que está em vias de ser lançado, protagonizado pela esposa do mesmo) O Bebê de Rosemary, Bravura Indômita, Serpico e O Grande Gatsby.

Ele se tornou produtor alguns anos depois, começando em Chinatown, Maratona da Morte, Domingo Amor em Jogo, Cowboy do Asfalto, insucessos como os live action de Popeye e O Fantasma, Cotton Club (que foi dirigido por Coppola) e A Chave do Enigma, que é sequência de Chinatown, dirigida por Jack Nicholson.

Há algumas fotos em que Goode parece mais com o personagem real, em outros, menos, mas independente do visual, fato é que Goode está também muito bem no papel.

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Mathew Goode interpreta o engraçado Robert "Bob" Evans

Ruddy aparece trabalhando em algo entediante e desimportante, em um escritório da Rand Corporation. Por força das circunstâncias - bastante forçadas, diga-se - ele aparece em uma festa em que Evans também está.

Por pouco o papel de Ruddy não coube a Armie Hammer. Ele foi originalmente escalado para interpretar o protagonista, mas foi substituído por Teller depois do escândalo que envolveu o seu nome e seus hábitos canibais.

A primeira aparição de Mario Puzo mostra ele bastante frustrado, por não ter tido sucesso com o livro O Imigrante Feliz, que era um livro mais positivo, sobre uma história de italianos que chegaram até a América, tendo coincidências com a jornada de sua mãe.

Ele é aconselhado por sua esposa Erika (Victoria Kelleher) a escrever sobre a Máfia, já que essa foi a parte mais elogiada do seu livro, mesmo que tenha sido apenas três parágrafos, segundo ele. Envolto em dívidas, ele segue o conselho, mesmo sendo muito medroso e covarde, decide focar do que achava humano nos bandidos.

Ruddy segue tentando sair da Rand e acaba encontrando uma bela moça, a dona de um hotel de luxo, Françoise Glazer, interpretada por Nora Arnezeder.

Esse ponto é um bocado estranho, afinal, ele é um sujeito razoavelmente bonito, embora não seja um galã, mas não parece ter dinheiro o suficiente ou classe para flertar com alguém tão poderosa, com uma membra da elite da época.

A despeito disso os dois se envolvem imediatamente e engatam um romance.

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Também é mostrado em detalhes a aproximação de Charlie com Evans, além de outros momentos, onde Bob recebe uma ligação de Jack Warner a respeito do livro, que eles compraram com apenas 60 páginas escritas por Puzo.

A ascensão de Colombo e a crescente popularidade do livro

Colombo consegue seu tento, se torna o Don de sua própria família. Deixa de ser capo dos Profaci para ganhar o seu nome.

Apesar dele parecer sofrido, os eventos e as coisas parecem fáceis, especialmente pelo montante de informações e detalhes serem dados tão rápidos.

É preciso pressa para chegar ao ponto onde se traduz o livro de Puzo para o cinema e a consequente transformação dele em um evento cinematográfico que se destacaria e mudaria o show business.

Esses pontos parecem momentos distintos e difíceis de ligar, que são entrelaçados de maneira meio torta. Como dito antes, é preciso apelar para suspensão de descrença para não achar ruim.

Enquanto a Paramount e o autor se ajeitam, Ruddy bola uma série de comédia, junto a alguns conhecidos que eram amigos de Françoise. Assim é mostrado ele criando o argumento da comédia televisiva Guerra, Sombra e Água Fresca, que fala sobre personagens nazista, na Segunda Guerra Mundial, curiosamente pensados por um homem de origem judia.

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Guerra, sombra e água fresca (Hogan´s Heroes)

Depois que Máquinas Quentes dá errado ele vira um especialista em filmes de baixo orçamento e acaba se tornando produtor de The Godfather, o livro do momento, que no Brasil se chamava O Chefão e que se tornaria a grande produção O Poderoso Chefão.

Enquanto isso, Joe vai conversar com os mafiosos que citou antes Tommy Luchese (Michael Rispoli) e Carlo Gambino (Anthony Skordi) antes dele chegar, falam de Sinatra murmurando sobre o livro a ser lançado, já que ele - e todos, aparentemente - imagina que Johnny Fontane é inspirado nele, além de haver também vários comentários sobre os mafiosos nos Estados Unidos.

Ruddy tem uma epifania, vendo Planeta dos Macacos. Ao lado de Françoise percebe que quer escrever para o cinema.

Entre os avanços de Ruddy para cima de Robert Evans, são apresentados o burocrata da arte Barry Lapidus e a comunicativa e graciosas Bettye McCarthy, que supostamente foi enviada por Bernie Fein.

Mário tenta convencer os produtores a escrever o roteiro. Nesse ponto ocorre até uma interação dele com Sinatra, que é feito por Frank John Hughes.

Fontane x Sinatra

The Offer: Frank Sinatra gets into a dispute with Mario Puzo - YouTube

Sobre a realidade, é dado (ao menos à boca pequena) que o cantor desprezava O Poderoso Chefão, graças ao personagem que lembrava ele.

Muitos dizem que Fontane era inspirado em Sinatra, justamente no momento em que o artista passava por altos e baixos na carreira. Ora, é verdade que o cantor fez sucesso quando jovem com as meninas e anos mais tarde, já mais idoso, era popular entre senhoras.

Na época em que o livro e filme eram lançados ele estava no meio termo entre os grandes sucessos, vinha fazendo obras para o cinema como Onze Homens e Um Segredo, Os Bravos Morrem Lutando, O Expresso de Von Ryen e O Mais Bandido dos Bandidos, mas em 1970 até os bons papéis eram raros, então haviam muitas coincidências entre Frank e Johnny, já que ambos fizeram sucesso e não conseguiam mais.

Também haviam muitos comentários sobre supostas relações com a máfia italiana. Teoricamente até o FBI o vigiava. Apesar de conhecer grandes gângsteres como Sam Giancana, Sinatra sempre negou fazer parte ou ter envolvimento com a Cosa Nostra ou qualquer outra manifestação da Máfia.

Puzo por sua vez nunca disse que o personagem foi criado a partir do cantor, mas é fato que o orgulho dele foi ferido. Quando o escritor se hospedou no Las Vegas Sands Hotel, Sinatra, que era um dos donos do local mandou vigiar o autor, que estava pesquisando justamente sobre a máfia em Nevada.

Essa informação é de Mark Seal, autor de Leave the Gun, Take the Cannoli: The Epic Story of the Making of The Godfather". Além disso, Puzo contou em The Making of The Godfather que os advogados de Sinatra entraram em contato com seus editores, exigindo o manuscrito para ler.

Ocorreu um evento na lanchonete Chasen's, em West Hollywood, Califórnia. Puzo lembra que estava jantando com Al Ruddy, quando Sinatra entrou no local. Os dois estavam em seus respectivos lugares quando outra pessoa quis apresentá-los. Puzo tentou recusar o convite, mas eles se defrontaram, no que deve ter sido a inspiração para essa cena.

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Até durante a produção do longa em filme, os produtores achavam que teriam problemas com o cantor, mas Puzo disse que Fontane aparece por muito pouco tempo no longa-metragem, o que de fato aconteceu e aqui, é associado a uma fala de Ruddy.

Problemas com a "inspiração":

Ruddy foi enrolado por Mario Puzo. Ao ignorar Evans - que disse para não contratar o escritor para roteirizar - ele se viu com um elefante lento, sem criatividade e expertise em fazer scripts, que além de tudo, estava empacado.

Peter Bart, de Josh Zuckerman, indica o iniciante Francis Ford Coppola. Peter aliás seria uma figura muito importante ao longo da série.

Em um artigo no Deadline, o real Peter Bart associou os fatos narrados na série há anedotas. Destacou especialmente que as ligas de ítalo-americanos não dificultaram a feitura do filme, ao contrário, incentivaram produtores a fazerem, já que gostavam do best-seller.

Segundo o jornalista Nicholas "Nick" Pileggi, os protagonistas do filme foram celebrados, não ameaçados. Na época ele escrevia reportagens para o New York Times e foi o único repórter convidado a visitar o set e conversar com os criadores.

Ele recorda a presença de importantes “wiseguys” que monitoravam ansiosamente a cena em que Marlon Brando leva tiros – uma cena externa filmada em locações em Little Italy, disse que eles aplaudiram até. Anos mais tarde, ele escreveu o livro Wiseguys e co-escreveu o roteiro de Os Bons Companheiros.

O convite, recusa e aceite de Francis

Francis é abordado e em um primeiro momento, afirma que não quer reforçar a ideia de seguir estereótipos de carcamos assassinos. Vale lembrar que até então, filmes de gângsteres eram obras que maltratavam a imagem dos italo-americanos, a exemplo de Scarface: A Vergonha de Uma Nação e Alma no Lodo.

A escolha narrativa foi a de mostrar as pessoas indignadas com isso, de um modo quase torto, de que a percepção geral é de que esses filmes menosprezavam todo um povo, embora a realidade é que a maioria das pessoas gostavam desse e de outros filmes do gênero e não o inverso.

Fica claro que Coppolo e os mafiosos não leram o conteúdo do livro, ou se leram, fizeram uma análise superficial, ao menos até esse momento. Francis não demoraria a se mostrar muito fã do material base, abraçaria Puzo, trataria ele como uma semidivindade, mas nesse momento inicial se dizia indignado.

Curiosamente era somente Frank Sinatra que parecia de fato ter lido o livro, justo o homem que trabalhou contra a produção, que é quase um vilão no seriado.

Apesar da contradição ele é divertido e bufão. O encontro dele, Evans e Al é soberbo. Quando eles discutem o projeto, se percebe claramente George Lucas em segundo plano, de barba e óculos, no fundo da cena.

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Essa menção visual ocorreu provavelmente por conta de o roteiro suprimir um pedaço da história real, que incluída o criador de Star Wars.

O fracasso do THX-1138 levou a Zoetrope Studios à falência, Lucas encorajou Francis Ford Coppola a fazer O Poderoso Chefão para reerguer seu estúdio e atuou como assistente de edição do filme, além disso, Marcia Lucas (então esposa de George) encorajou Coppola a escalar Al Pacino como Michael.

Esse tipo de adaptação é esperta, até para agilizar uma história já cheia de curvas dramáticas.

Don Colombo x Ruddy

Enquando Joe é elevado a Don de sua própria família. Deixa de ser capo dos Profaci, Albert faz tudo errado.

Além de ter chamado Puzo para escrever, desobedecendo Evans, que disse que não se torna um autor no roteirista do próprio filme, decidiu reunir Francis e o escritor, para que o primeiro contaminasse o segundo, sendo assim um fator de pressa junto ao romancista. Mas os dois rapidamente ficam próximos e protelam juntos.

Ao menos até onde se sabe, a proximidade dos dois foi de fato real, Puzo e Coppola se tornaram bons amigos, mesmo tendo 19 anos de diferença de idade, já que perto da produção do filme Puzo tinha 50 anos e Coppola tinha apenas 30.

O momento mais chamativo é uma discussão sobre cozinhar ou fritar, e então Francis sugere colocar essa conversa no filme, para mostrar o quão italianos e realistas os personagens são.

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Já Colombo pretende defender os interesses de seu povo, como fazem o NAACP (traduzido seria Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor) faz com as pessoas negras e a JDL (Liga de Defesa Judaica) faz com os judeus.

Cria então a Liga Ítalo-Americana dos Direitos Civis. Tudo leva a crer inclusive que o atentado cometido contra Al e Bettye, foi a partir deles, mas aparentemente, não, foi culpa de Michael Cohen, evento esse inventado para a série, assim como o episódio do rato morto na capa do romance O Poderoso Chefão, dado a Evans.

A ação segue variando entre os comícios comandados por Joe Colombo e a ação do FBI, que envia dois agentes até os estúdios da Paramount, no caso, Hale (Kirk Acevedo) e Moran (Ross McCall). Acusam Mickey Cohen de tentar matar os dois, enquanto as dificuldades para fazer o filme só aumentam.

Artistas pretensiosos x executivos gananciosos

O roteiro coloca em embate alguns artistas pretensiosos, enquanto do outro lado, há engravatados poderosos, capitalistas que só pensam no lucro. No meio deles, há um produtor e mediador novato, que é Ruddy.

Barry e Jack Pallard (Paul McCrane) aparecem para frear as ideias de Francis. Também é apresentada Andrea Eastman (Stephanie Koenig), responsável pela escalação de atores, uma personagem que se torna "aliada" dos mocinhos, mas que já de cara, descarta a possibilidade de ter Brando como Don.

É ela quem arranja Vic Damone para fazer Johnny Fontane, mas ele é demovido da ideia, por pressões externas, graças a influência de Sinatra.

Ruddy vai bastante a Nova York, conversa com o congressista Mario Biaggi (Danny Nucci) depois, com Al Pacino, que é interpretado por Anthony Ippolito, que faz uma versão caricata, tímida e pequena dele, um rapaz esfomeado e inseguro, que é impreterível para a visão de Coppola da história.

Quem era Françoise ?

Quem assiste a série e vê tantos personagens famosos aparecendo pode se perguntar sobre detalhes a respeito de alguns deles e uma dúvida frequente sobre isso é a personagem Françoise.

Teoricamente ela é uma pessoa real que costumava ter um relacionamento com Al Ruddy, uma mulher sobrevivente do holocausto nascida de pais poloneses na França em abril de 1937.

Françoise perdeu seu pai em 1942, em um campo de concentração e só se reuniu com sua mãe quando tinha oito anos. Em 1956, Françoise casou-se com Guilford Glazer, um empresário, e tiveram um filho e uma filha juntos.

Mais tarde declarou que sua rotina era a de ficar parada enquanto os empregados faziam as compras para a sua casa, que tinha 35 quartos. Passava seus dias entre festas com flores no valor caríssimas, com buquês que custavam 20 mil dólares.

Mais tarde ela de fato se tornou uma empresária e no seriado, foi responsável por vários eventos que movimentaram a trama, como a marcação da reunião de Al com o congressista.

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Rimas com o filme

Como parte da ideia de repetir momentos clássicos do filme, Robert Evans recebe um livro de Puzo com um rato morto dentro, imitando a cena do cavalo, que o produtor recebeu antes de aceitar dar um papel a Johnny Fontane.

É absolutamente cafona, mas é uma sequência ótima. Todos os episódios terminam com um bom gancho, além de buscar repetir momentos icônicos e falas do roteiro nas situações do seriado.

Realidade x boa ficção

Uma cinebiografia- ou telebiografia, no caso - não deve deixar que a realidade interrompa uma boa história e a forma de contar ela é fundamental. Se a coisa está fluida, divertida, se a atenção do público está presa não é necessário se ater a detalhes das vidas das pessoas é pura tolice.

Azar dos fatos, por mais fantasioso que seja, The Offer serve bem ao propósito. É nesse espírito que ocorre a conversa com Joe Colombo, protagonizada por Ruddy, que aliás, teria várias dessas.

O italiano tenta demover o judeu de fazer o filme, mas Al sugere que ele leia o que ele tem de script, quer provar que é uma história contra o sistema, contra a polícia e justiça, não contra italianos, para isso, precisa ter ao menos o rascunho do texto, mas os dois artistas obesos (Puzo e Coppola) passam o tempo se elogiando, cozinhando e comendo muito, mas também escrevem pouco.

Bettye é enviada para pegar os papéis dos dois, que obviamente, não querem permitir, afinal, é apenas um esboço, um rascunho, não o material de fato. Esse núcleo é bom demais, pura afetação artística, muito caricato, mas, divertido.

Eles conseguem ser driblados por uma mulher baixinha e destemida, também por que são pouco atléticos e gastam seu tempo se entupindo de comida e procrastinando. Em tempo recorde ela chega a NY, para levar os papéis grampeados a Joe Colombo, no prédio da Paramount para que ele leia o roteiro.

Esse foi um momento de puro simbolismo, como aliás, ocorre diversas vezes na série.

Joe não lê, mal abre o material, mas ele admira o esforço de Ruddy para convencer ele. É um homem da indústria da arte, mostrando respeito por um wiseguy, o sujeito não o enxergar um bandido e sim um amigo.

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Antes de se despedir, Albert arrisca alto, diz que não haverá a palavra Máfia no filme, inverte assim a função de perseguido por Joe para alguém que ele vê com simpatia.

Os dois se afinam, Joe diz que cuidará inclusive do deputado Biaggi.

No entanto, Joe Gallo (Joseph Russo) ou Crazy Joe é liberado da cadeia, personagem esse que foi referenciado em vários filmes, citado em uma fala de Henry Hill em Godfellas e inspiração para O Irlandês de Martin Scorsese.

Ele preocupa a junta de mafiosos, mas Colombo assume a responsabilidade pelo homônimo, enquanto Gallo promete destruir o mundo de seu homônimo.

Ruddy é um verdadeiro para raio.

O esforço de Ruddy para resolver problemas é grandioso.

Para pavimentar o caminho de Coppolla e para permitir que ele trabalhe sem tanta pressão, Albert tem que lidar com crise conjugal, briga de egos entre figurões do estúdio, lida até com a Máfia.

Por mais que pareça irreal - e de fato é, se romantiza muita coisa - é fato também que a função de facilitador e arranjador, é o maestro dessa ópera errática e seria ele quem se deleitaria com o encontro que reuniu os artistas com o seu maior astro.

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Al, Francis e Mario, esperando Marlon, em sua mansão

Brando!!

Em meios aos reveses, Puzo consegue convencer Brando a fazer o Don. O romancista mandou uma carta e uma cópia de "O Padrinho" autografada, dizendo que ele deveria ser o personagem-título.

A questão óbvia é que Marlon era um artista difícil de lidar.

Genioso, inconsequente, inconstante e imprevisível, entregava muito, era um ator genial, mas não seguia regras. Era difícil de prever se ele estaria bem, se gostaria de trabalhar e se colaboraria com todas as demandas exigidas na execução da produção.

Nada disso parece importar, já que o ator gostou do projeto e todos foram ao seu encontro, como se fosse ele uma entidade, uma divindade ou majestade da arte.

O encontro com o ator é curioso, especialmente pelo fato de que o ator, Justin Chambers não se parecer nada com o Marlon, mas o interprete conhecido por Grey's Anatomy imita bem a voz de Brando.

Aqui se abre uma liberdade criativa, para colocar a voz rouca, as bochechas e a graxa no cabelo sendo ideias do próprio Marlon Brando.

A mera descrição não faz jus ao momento, que é bem divertido, até catártico, mesmo que não haja o convencimento de que aquele é quem diz ser.

The Offer : A divertida minissérie sobre a produção de O Poderoso Chefão

A minissérie segue apresentando gente a esmo, como Gianni Russo, o amigo de Bettye, que se oferece para fazer vários dos papéis e acaba virando Carlos. Também mostra a briga por Pacino, mas ele tem contrato com a MGM para fazer Quase, Quase uma Máfia. Com o personagem saindo tal qual Michael se retiraria depois de atirar em McClusky e Sollozo.

Eventualmente, Bob consegue Pacino, até entrega os direitos de um livro de Harold Robbins como contrapeso - provavelmente, foi Os Desalmados, que se tornou filme em 1978.

Problemas com a Máfia e problema com o estúdio

Ocorrem conflitos entre homens de Joe Gallo e Colombo, inclusive, matam (e humilham) Carmine, personagem de James Madio, que tinha algum destaque, mas poupam o outro, Caesar, de Jake Cannavale.

Fora a preparação do elenco - que inclui até uma reunião dos futuros Corleone - também são mostrados vários detalhes de lançamentos da Paramount, como discussões a respeito de Chinatown e de Lua de Papel, mas o destaque real é sobre Ruddy, que acaba em uma solenidade de Liga Italiana, onde Joe promete que ele doará fundos para o hospital comunitário italiano, tudo sem ele saber. Ele é fotografado, estampa capas de jornais e isso interfere nos interesses da Gulf & Western, que quase vende o estúdio.

Também se desenvolvem relações mais desinteressantes, como o término entre Ali McGraw e Robert Evans, na época que a moça gravava Os Implacáveis com Steve McQueen, também se destaca a participação de Michael Gandolfini, o filho de James Galdolfini, o interprete de Tony em Família Soprano.

Ele faz um possível comprador da Paramount, mas o acordo não dá certo, também pela ganância do personagem.

Mais dramaticidade que o roteiro do filme

Não faltam reviravoltas, Ruddy é demitido e recontratado, graças a Bettye, que avisa a Colombo sobre o ocorrido. O gangster usa a sua influência junto aos sindicatos, que obrigaram Francis a pedir ele de volta.

Também se destaca a escolha de um capanga de Colombo, interpretado por Lou Ferrigno (o Hulk da série Incrível Hulk) que faria Luca Brasi, além da anedota a respeito de Brando ter inserido um gato na cena, mesmo que Don Vito, no livro, odiasse animais domésticos.

Chambers inclusive está mais parecido com seu personagem, enquanto estava caracterizado para as cenas de casamento.

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Jack prepara armadilhas para entregar o filme a Aram Avakian (Geoffrey Arend) o montador. Por isso, produtor e diretor antecipam a cena de Pacino no Louis Reasturant, convidando Charlie para testemunhar.

O movimento é um sucesso, ocorre um enfrentamento que resulta em um dos momentos mais voltados para o clímax.

Fica implícito que a cabeça de cavalo usada no filme era uma de verdade, uma vez que a fabricada ficou fajuta, mostrando o personagem de Cannavale trazendo uma, em uma cabeça de cavalo, real.

O paradoxo do poder

Ocorre enfim um atentado a vida de Joe Colombo, que após estreitar os laços com Albert, é baleado, no meio da apresentação da Liga. Isso ainda casa com um depoimento poético da parte de Brando, que afirma que quem tem poder não precisa falar que tem poder e ser alvejado é uma boa demonstração.

Albert recebe o FBI depois do tiro e grandes consequências com a Máfia se desenrolam, tudo isso em meio as gravações.

Carlo de Gianni

The Offer faz uma brincadeira e explica um momento histórico do filme. Aqui, Talia Shire (Cynthia Aileen Strahan) afirma que na cena em questão, Gianni realmente bateu nela, nas gravações. Ocorre então um momento curioso - e muito anti-ético - onde Coppola, que na é irmão de Talia, se vinga, pedindo a James Caan (Damian Conrad-Davis) para bater nele de verdade. Considerando que essa cena é meio artificial no filme, fica a pergunta se não foi tão real que precisou ser refeita, ficando a mais leve no corte final.

Crazy Joe

Joe Gallo ameaça Al, exige que ele pague, mesmo que o produtor deixe claro que jamais deu dinheiro a Colombo.

Ele até pensa em largar o dinheiro que separou para ir até a Sicília, para ser deixado em paz, fica nessa situação terrível por boa parte da trama.

The Offer : A divertida minissérie sobre a produção de O Poderoso Chefão

É nesse ponto que se faz um dos melhores paralelos e rimas visuais, misturando a cena de tiros com o Don deixando as laranjas caírem, com a morte de Gallo.

O real Joe Gallo

Crazy Joe de fato morreu em 1972, mas, obviamente, não foi por causa do filme de Coppola.

Seu fim se deu no restaurante Umberto’s Clam House, às 5h23. Gallo tinha 43 anos, usava um terno listrado azul e estava jantando à tarde com a família, comia salada scungilli e camarão. Começou então um tiroteio vindo de uma porta lateral, que o fez cair.

Ele tentou jogar a mesa na frente da esposa e enteada para protegê-las, ele tentou sair pela porta da frente, levando um tiro nas costas, caindo morto perto do seu Cadillac preto, estacionado na Mulberry Street.

Aqui é bem diferente, ele morre com seus capangas, sem gente de sua família, cercado dos homens negros que usava como força de ação. Essa união com negros do Harlem era inclusive mal vista por seus companheiros de Máfia e seria um álibi perfeito para quem quer que matasse ele.

O real Crazy Joe agia no Brooklyn em 1961, travou uma guerrilha contra sua família do crime, que, segundo ele, "não estava dando aos irmãos Gallo sua parte".

Ele entreteve leitores de tabloides pela década, se transformou em um radical que ousou desafiar o establishment da criminalidade organizada, sendo até alvo de uma música de Bob Dylan.

O cantor disse que nunca considerou Joe um gângster, pensava nele como um tipo de herói, um oprimido lutando contra os elementos de poder. Gallo foi mandado para a prisão por uma acusação de extorsão.

Joey foi dito como diferenciado por tentar tornar a máfia um empregador de oportunidades iguais, já que forjou as alianças com traficantes de heroína afro-americanos como o futuro chefão do Harlem, Nicky Barnes.

Em The Offer, houve a liberdade poética de associar Caesar, um assecla de Joe Colombo como um dos responsáveis por matar ele, junto a outro capanga.

Na Sicília

Os últimos capítulos mostram as filmagens na Sicília e a repercussão da edição final e lançamento.

Bem recebidos, mas temem a Cosa Nostra real.

Decidem não gravar em Corleone e sim em uma pequena vila, em Tolamina, uma cidade do interior, perto de um aeroporto.

Nesse ponto a coisa fica mais leve, se dedica bastante tempo a piadas com locais, como Betty falando italiano de forma seletiva e Al sabendo converter liras em dólares facilmente.

Aqui é importante dizer que todos os homens se encantam por Bettye. Tudo bem que Juno Temple é encantadora e sua personagem é divertida, mas ela captura Charlie, captura o filho do dono do bar onde se filma o encontro de Michael e Apollonia, todos a amam.

The Offer : A divertida minissérie sobre a produção de O Poderoso Chefão

Entre a quase demissão de Evans e a tentativa de Barry de derrubar as ideias criativas da Paramount, a trama segue, onde Lapidus por pouco não abre mão até de Chinatown e Lua de Papel.

O engravatado tenta controlar o corte do filme, manda comportar o longa em apenas duas horas. Bob chega nos finalmentes, para salvar o filme de ser retalhado, de ser vendido como uma obra de ação.

Interrompe a ascensão de Barry e joga tudo na mesa, entre frases de efeito, verdades e blefes para confundir Charlie, para convencer o magnata a não demitir ele e para não estragar esse e outras obras seculares.

Uma boa mostra de como Barry tinha uma visão diferente do que foi utilizado era a discussão da arte do pôster de O Poderoso Chefão, um dos designs está na formação Flying V, que é rejeitado por não ser preferido pelos consumidores.

Curiosamente a principal arte da minissérie está na formação Flying V, misturando personagens com elementos de O Poderoso Chefão na fonte e nas cordas da marionete.

The Offer : A divertida minissérie sobre a produção de O Poderoso Chefão

Barry cede, decide deixar Evans fazer o que sabe, até assume que ele possui talento.

Colin Hanks faz um baita executivo. O seu Barry Lapidus é um sujeito que acha que entretenimento é apenas distração e diversão. Não tem qualquer sensibilidade ou visão artística, com a queda de Evans, ele ganha mais espaço, mas decide abrir mão, para que a Paramount seguisse.

No final é mostrada a estreia e repercussão e o destino dos personagens, como Bettye imbicando sua carreira como agente de atores, além de mostrar Al Ruddy encomendando Golpe Baixo.

Também há um destaque para a manobra de reservar mais de 300 cinemas, que Barry pensou, para não só promover o seu filme, mas também para criar tendência de trabalhar com blocos grandes de reservas, ou seja, para mudar o jogo.

Tem despedidas, como a de Ali e Bob. Poderia ser cafona, mas não é. No final, revela que a série é na verdade uma ode a amizade de Ruddy e Evans, que se inspiram mutuamente, já que Robert decide se tornar produtor também.

Também se introduz Eddie Kurland, um rapaz interpretado por Nicholas Petroccione, que pede uma oportunidade a ele. Esse não é baseado em qualquer figura da real. Ruddy foi mentor de vários aspirantes a produtores, mas não afirmou que havia ninguém como seu protegido direto tal qual esse rapaz se tornaria, em Golpe Baixo.

Ele é apenas uma versão mais nova de Albert, que aprende com ele como o mesmo fez com Bob.

Enquanto Ruddy se prepara para enfrentar o próximo desafio em sua carreira, ele também dá oportunidade a Kurland.

The Offer é divertido, emocionante, extremamente cafona e genial exatamente por isso. Consegue glamourizar as partes ruins e boas de se fazer um filme, louva bem o legado da Paramount, tem algumas boas atuações apesar dos exageros e funciona exatamente por saber que é uma bobagem esticada, montada para parecer algo épico e inspirador.

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