Sorria surpreendeu a todos quando estreou, primeiro por ter sido bem recepcionado pelo público de nicho, depois pelo sucesso comercial que teve. A premissa é bastante simples e a execução repleta de momentos bizarros, fato que ajudou o filme a ter a maior bilheteria no ano de 2022, se sagrando recentemente o mais rentável no pós-pandemia, desbancando Invocação do Mal 3.
Oriundo do curta Laura Hasn't Slept, do diretor Parker Finn, o longa lida com questões envolvendo traumas, um surto de suicídios e uma entidade bizarra que transfigura levemente o rosto de suas vítimas, pouco antes de matá-las. As vítimas perecem com um sorriso bizarro, tão feio, mas tão feio que de fato lembra uma deformação.
Originalmente o longa-metragem foi pensado para o streaming da Paramount, mas foi tão bem recebido em audições testes que acabou migrando para o cinema, fazendo um sucesso considerável, angariando alguns elogios por parte da crítica.
Outro diferencial foi o marketing viral, orgânico e bem pensado. Entre as ações a mais lembrada foi o fato de colocaram atores com a expressão bizarra de sorriso em jogos de baseball nos Estados Unidos.
Da parte dramática, a narrativa acompanha a terapeuta Rose Cotter, personagem de Sosie Bacon, (a filha de Kevin Bacon), que teve uma perda familiar recente e é mostrada acordando desesperada, após um pesadelo bem aterrador.
Para ocupar seu tempo ela mergulha no trabalho, recebe muitos pacientes, e admite que está clinicando mais do que é recomendado. Entre pessoas catatônicas e esquizofrênicas, ela recebe a jovem Laura Weaver, personagem de Caitlin Stasey, que esteve também no curta Laura Hasn't Slept.
Ela diz que está sendo cercada por uma entidade, que utiliza o rosto das pessoas como máscaras, fazendo a careta do sorriso horrendo que permeou pôsteres e materiais de divulgação.
O texto possuirá spoilers, nada que atrapalhe a história ou que não seja esperado dada a premissa, mas fica o aviso.
O filme lida quase em sua totalidade com surtos, e o primeiro (e mais marcante) é o de Laura. A moça conta de sua experiência de ter acompanhado um suicídio ao vivo, e afirma que sua vida piorou radicalmente após isso.
Essa questão por si só já desperta no espectador a apreensão não só pelo macabro e pelo susto comum ao ver um rosto sorrindo da forma tão maligna quanto é apresentada, mas também porque suicídio se tornou um assunto sensível atualmente, ainda mais em tempos pós pandêmicos e de crise econômica mundial.
Sem muita cerimônia, a personagem cumpre para a doutora o mesmo discurso que acabou de dar, repete para ela o mesmo ato que ela viu uma pessoa fazer, passando assim a condição paranoica adiante depois de cortar a bochecha, perto da orelha, até a jugular.
Cometendo suicídio, a maldição passaria para a testemunha, ao menos foi o que Laura disse a doutora.
Curiosamente o filme tenta não assustar tanto no grafismo. Para não aumentar a classificação indicativa há uma economia de sangue, mas mesmo sem um gore explícito, a cena assusta e muito.
Mesmo com o susto e com o trauma de ver algo terrível diante dos seus olhos, Rose parece amortecida, anestesiada. Está tão soterrada de problemas pessoais que não leva fé na crença de sua paciente falecida.
O luto e os pesadelos oriundos da saudade reforçam a inação diante da possibilidade de crer que uma maldição foi realmente passada, sendo Rose uma pessoa não crédula, reforça-se o sentimento de que foi apenas um surto de uma pessoa psicótica.
O que realmente deixa Rose nervosa é que parte da sua terapia pessoal mirava compreender os motivos da morte da mãe, já que ela se suicidou. Ela já lida com uma sensação melancólica, ainda tem que lidar com questões mundanas, como a pressa de sua irmã em vender a antiga casa da família, e depois acaba vendo em uma paciente um movimento parecido com a da sua mãe.
Logo o filme mergulha no sentimento de tristeza e amargor. A ideia do roteiro passa também por encerrar as memórias dolorosas do passado familiar.
O estado de espírito dela conversa bem demais com o misancene. Finn começa seu registro visual de uma maneira normativa, tal qual a rotina de Rose, mas quando os dias dela passam a ser ruins, quando ela começa a perceber sua sina, as tomadas externas são registradas com ângulo invertido, de ponta cabeça.
Depois do susto com Laura, o hospital vira palco para coisas estranhas ocorrerem.
Carl Renken (Jack Shoset), um paciente aparentemente calmo passa a surtar, apresenta o mesmo sorriso da outra paciente e esbraveja para a doutora que ela e todos morrerão.
O roteiro ainda brinca com as expectativas, deixando a situação bastante ambígua. Não fica claro se o comportamento indócil do paciente foi um fato ou se foi fruto da imaginação combalida da médica, pesando mais para esse último.
Rose piora de maneira brusca, chega ao cúmulo de fazer cenas vergonhosas em uma festa infantil, no aniversário de Jacson, seu sobrinho. As consequências são catastróficas, ela passa a ser enxergada como um pária, como alguém incapaz de se controlar, paranoica, que afasta até as pessoas que lhe julgam querida.
O cúmulo desse comportamento é quando ela apela para uma das poucas pessoas que queriam sua presença por perto, se aproximando enfim do policial Joel (Kyle Gallner), um sujeito que tentou flertar com ela, mas que se afastou pelo fato de Cotter estar noiva.
Ela só faz isso por conta dele ser seu último recurso, já que até seu par decidiu se afastar dela, e tal comportamento desesperado, ao ser associado ao egoísmo, faz a personagem ter camadas. Não é uma simples heroína, e sim alguém confusa e que pensa demasiadamente em si.
Da parte da atuação não há o que reclamar. Sosie Bacon é convincente, varia bem entre a preocupada mulher madura e a pessoa paranoica. Sua expressão de choro é doída, o espectador se compadece e sente junto a sua dor, a percepção não só de alguém que está com medo da condenação.
O maior problema da produção é a sua duração. São quase duas horas exibidas e para preencher tanto tempo há um sem número de tentativas de reviravoltas, entre investigações de outras vítimas da entidade.
Curiosamente todas as pessoas que ela procura desejam não ter qualquer contato com ela, ao saber do que se trata, fato que perverte o clichê dos filmes de terror onde parentes de vítimas ou pessoas que quase morreram são heroicas e prestativas. Aqui as pessoas são humanas, portanto, covardes.
Outro bom ponto é que Rose ao descobrir que a maldição é como uma corrente, percebe que um caso parecido ocorreu no Brasil. Para quem residente no país é fácil perceber a popularidade desse tipo de comunicação por correntes, certamente esse seria um mal que contaminaria facilmente a população brasileira crédula.
Os momentos finais são dúbios, onde o nível dos delírios aumenta, com sustos e pesadelos cada vez mais criativos. Uma pena que o material de divulgação tenha antecipado tantos momentos, como uma cena onde a irmã da protagonista tem a cabeça pendura para fora do carro.
Em um dos enquadramentos de devaneios há uma referência bem curiosa. Cotter acredita estar na presença de sua terapeuta, quando na verdade está cercada pelo espírito. Ao ser encurralada, jogada contra a parede, o ser exibe seu sorriso característico e da boca sai bastante saliva, de modo nojento, muito estranho, de uma maneira irreal quase.
Faz lembrar um pouco uma cena clássica de Alien 3 de David Fincher, e caso realmente a cena tenha sido pensada para reverenciar o longa de ficção científica é curioso, pois ele é considerado pelo fandom como um objeto complicado do cinema de gênero, com conturbadas histórias nos bastidores.
Próximo dos créditos as ilusões ficam mais agressivas, e o trabalho de maquiagem de Christina Grant e Tom Woodruff Jr. é bem empregado, sobretudo em uma participação de Kal Penn, em que ele arranca a própria pele.
Mais tarde o monstro aparece de fato, em uma cena bem explícita. A sequência é visceral, agressiva e (infelizmente) bastante curta, mas é carregada de tensão, tendo uma entrada nada triunfal na vítima, deformando ela, igualando as duas figuras dentro, tanto de Rose quanto do próprio monstro como criaturas com o corpo marcado por deformidades.
Sorria carrega um bom suspense, tem uma boa cota de sustos e uma personagem principal digna de torcida, cuja interprete se entrega bastante, mas peca ao reduzir discussões pesadas como suicídio a uma mera maldição genérica, sem falar que não é nem um pouco aconselhável para pessoas com tendências e pensamentos de tirar a própria vida. Para as demais plateias, é um filme bem enquadrado, que peca mais por ser longo do que por sua arquitetura.
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