Adaptação do livro homônimo, é uma tentativa do mestre do trash Roger Corman de imitar Jurassic Park

Carnossauro é uma das obras mais calhordas e sem vergonhas de sua época. Lançado em 1993, ele é lembrado por ter produção de Roger Corman em algum nível e por ser estrelado por Diane Ladd.
Sua estreia foi fortemente relacionada ao blockbuster Jurassic Park: Parque dos Dinossauros, além de ser largamente associado ao fato de ser o primeiro mockbuster, ou seja, a primeira imitação picareta de um filme grandioso e a ser lançado logo, embora já tenha ocorrido uma série de filmes feitos na esteira de sucessos internacionais por parte de estúdios menores.
Essa é uma produção B que mistura elementos de terror e ficção científica e que traz cenas de ação confusas, efeitos especiais tacanhos e claramente muito baratos
Baseado no livro de John Brosnan, ao menos em teoria, a história lida com uma empresa de estudos genéticos, que manipula DNA de animais e acaba trazendo à vida alguns dinossauros geneticamente modificados.
A medida que um desses seres vai se alimentando, a criatura cresce, enquanto são desenroladas tramas desinteressantes por parte do núcleo humano, além de muita teoria da conspiração de teor tão mal solucionado que se torna quase incompreensível.
A trama...ou quase isso
Um dinossauro geneticamente manipulado e faminto escapa de uma empresa de bioengenharia e causa estragos na cidade desértica local.
Além disso, a história segue a partir do ponto de vista de um segurança e uma ambientalista, que tentam deter o dinossauro, evitando permitir que ele mate mais pessoas, além de tentar conter a arma biológica apocalíptica da empresa que vai além do ataque dessa criatura.
Equipe criativa
O longa é dirigido por Adam Simon e por Darren Patrick Moloney, que é responsável por algumas sequências adicionais, filmadas posteriormente.
Tem roteiro de John Brosnan, que foi escritor do livro, embora tenha assinado ele como Harry Adam Knight. O texto também teve tratamento de Simon.
Roger Corman foi produtor executivo, enquanto Mike Elliott assinou como produtor.
Carnossauro é cópia de Parque dos Dinossauros?
Por mais que se diga que esse é filme que veio na esteira da fantasia sci-fi de Steven Spielberg, o que se dizia em volta da produção é que já se tinha intenção de filmar o conteúdo do livro de Brosnan antes de adaptação do romance que Michael Crichton concebeu.
Roger Corman teria adquirido os direitos do livro antes até das filmagens do filme famoso, no início da década de 1990, mas demorou a começar a rodar essa adaptação.

Tanto Simon, quanto o ator Clint Howard e o especialista em efeitos especiais John Carl Buechler negaram que esse era uma cópia do clássico spielbeguiano.
Um dos motivos alegados, era o fato desse ser bem mais sangrento, o que é curioso, visto que o romance de Crichton era mais violento que o longa de 1993.
Como o conteúdo do livro foi bastante modificado após a revisão do roteiro que o diretor fez, é natural que hajam comparações com outros filmes.
No entanto, Simon assume que se inspirou em duas obras famosas, para conceber o seu Carnossauro - embora nenhuma das duas pareça o que se vê nessa produção.
Sãos elas o clássico Dr. Fantástico de Stanley Kubrick, que brinca com questões de teoria da conspiração no auge da Guerra Fria, mas também, o livro O Enigma de Andrômeda, que é baseado em um livro de Crichton, mesmo escritor de Jurassic Park.
As filmagens e a estreia
Desculpas à parte, é fato quer Carnossauro foi rodado para surfar a possível onda do filme de Spielberg, com filmagens que começaram após o anúncio da adaptação de Jurassic Park.
Sua estreia nos Estados Unidos ocorreu em maio de 1993, no dia 21, enquanto Jurassic Park chegou apenas em junho do mesmo ano. Na maior parte do mundo, Carnossauro estreou apenas em vídeo.
Na Alemanha houve uma video premiere, em setembro de 1993, mesmo mês do Japão. Na Suécia o longa passou nos cinemas, no Stockholm International Film Festival. Em outubro de 1994, ele passou nos cinemas da República Tcheca.
Franquia
Chega a ser curioso como uma obra ripoff virou franquia, já que há sequências, Carnossauro 2 de 1995 e Criaturas do Terror (Carnosaur 3) de 1996.
Fora os filmes citados, há também Dinosaur Island, Raptor e The Eden Formula, todos filmes que se utilizam de cenas da saga, reaproveitando às vezes sequências inteiras, especialmente esse.
Ambas obras foram lançadas para TV ou vídeo, entre 1994 e os anos dois mil.
Nomenclatura e gravações
O título original é Carnosaur. Já na Argentina é Carnosaur Park. Na China 重返侏罗纪 第一部 ou 雷克斯暴龙 em mandarim.

Na República Tcheca se chama Carnosaurus, enquanto na Estônia é Karnosaurus. Na Grécia tem o nome parecido, Karnosauros ou Καρνόσαυρος. Na Itália é Carnosaur - La distruzione e em Portugal é Carnossáurio.
As filmagens ocorreram entre novembro de 1992 e fevereiro do ano seguinte, no Arizona e Novo México.
A obra é do estúdio New Horizons Picture, de propriedade da família Corman na época. A distribuição nos Estados Unidos foi deles.
A C/FP Video lançou o longa-metragem em VHS no Canadá e a New Horizons Home Video fez o mesmo nos EUA.
Recepção negativa
Simon contou que ficou tão envergonhado com a recepção crítica do filme que teve medo de sua carreira nunca se recuperar.
Chegou a evitar sair de casa por algumas semanas após o lançamento.
Livro x roteiro
Brosnan contou que teve a ideia de escrever um romance com dinossauros em 1983, quando um colega voltou de Hollywood dizendo que esse seria o próximo grande tema a ser explorado pelo cinemão.
O livro Carnosaur foi publicado no Reino Unido em 1984, mas teve pouca repercussão. Só chegou aos Estados Unidos em 1989, também sem grande sucesso.
The National Library.
O convite a Brosnan
O escritor foi convocado a escrever o roteiro em 1991 por Julie Corman, a esposa de Roger Corman. O acordo foi fechado em um momento pitoresco, em um bar, com o contrato escrito em um guardanapo.
Brosnan ficou surpreso ao saber que o orçamento era de apenas 1 milhão de dólares, ainda mais sabendo que a ideia era rivalizar com Jurassic Park.
Roger Corman garantiu que ele poderia escrever o que quisesse, avisando que ocorreriam pequenos ajustes depois, mas Brosnan perdeu contato com a produção após enviar o rascunho.
Segundo o autor, seu roteiro foi muito alterado, tanto que o crédito final foi apenas de criador da “história original”. Quando Corman contratou Adam Simon para dirigir, o realizador fez um rascunho da história, aparentemente sem ler nem o o livro e nem o roteiro de Brosnan.
Briga e lenda urbana
Anos depois, Brosnan encontrou Simon em um bar e os ânimos se acirraram.
Segundo um boato, o escritor teria ameaçado dar um soco no diretor, mas depois se acalmou, até tomou uma cerveja com o realizador e disse ter gostado do resultado que o filme teve.
Embora não tenha gostado da adaptação, Brosnan reconheceu que o filme ajudou a dar visibilidade à sua história original.
Semelhanças com o romance
O filme tem pouca em comum com o romance original.
Brosnan escreveu o livro sob o pseudônimo Harry Adam Knight e sua história se passa na Inglaterra, envolve um repórter investigando mortes brutais causadas por dinossauros trazidos de volta à vida por um lorde excêntrico.
O romance apresenta muito mais dinossauros e carnificina do que o filme, incluindo espécies como Deinonychus, Megalossauro, Tarbossauro, Plesiossauro, Dilofossauro, Altispinax, Scolossauro, Tiranossauro e Braquiossauro.
No filme, há duas, no máximo três espécies diferentes, se muito - esse aliás é um aspecto estranho do roteiro.
Outro roteiro recusado
Os roteiristas John Brancato e Michael Ferris - dupla que escreveu A Rede, Vidas em Jogo e Os Substitutos - escreveram uma segunda versão do roteiro, ao menos é o que ambos alegam.
Eles abandonaram o projeto quando Corman rejeitou essa versão e optaram pelo que Simon reescreveu, do script de Brosnan.
Quem fez
Adam Simon dirigiu Morte Cerebral, Uma Paixão Incontrolável 2, além de A Máquina de Escrever, o Rifle e a Câmera.
Foi coprodutor em Condenação Brutal, produtor executivo nas séries Salem, A Rebelião e Livros de Sangue.
Quando Simon foi contratado para dirigir e escrever o roteiro, ele teve seis meses para pesquisa e escrita, algo incomum nas produções de Corman, que normalmente, tinha ainda menos tempo para concepção da história principal.

O roteiro reduziu os dinossauros a apenas dois, ignorando elementos centrais do livro.
Moloney dirigiu Andromina: O Planeta dos Prazeres em 2000, também produziu Disaster Man e foi produtor executivo em Across the Lake.
Brosnan teve entre suas obras adaptadas para cinema o filme Fronteiras do Terror em 1994 e Proteus - O Mutante no ano seguinte.
Ele utilizava alguns pseudônimos como escritor, se destacando o já citado Harry Adam Knight,a mas também Simon Ian Childer, James Blackstone e John Raymond.
Mike Elliot produziu O Bebê Maldito 2, O Extraterrestre, o telefilme Piranha de 1995, também Rejeitados pelo Diabo de Rob Zombie, O Exorcismo de Molly Hartley, Corrida Mortal: Anarquia, o trio 31, Os 3 Infernais e Os Monstros que são filmes de Zombie também, além de Teen Wolf: O Filme.
Trabalhou na produção executiva de obras como O Bebê Maldito, A Face do Predador, Rogue: O Assassino, O Olho do Mal e a série Wolf Pack.
Também se aventurou na direção, fazendo Beethoven: A Corrida para a Fama, A Onda dos Sonhos 2, Escorpião Rei 4: Em Busca do Poder e American Pie Apresenta: Meninas ao Ataque.
Corman foi produtor executivo, mas acabou participando mais ativamente nesse que em outras obras.
Ele é conhecido como o padrinho ou o chefão do cinema B. Dirigiu obras como Um Balde de Sangue, O Dia do Fim do Mundo, A Loja dos Horrores, A Guerra dos Satélites e Frankenstein: O Monstro das Trevas. Produziu dezenas de obras, como Os Devoradores de Cérebros, Demência 13 e Massacre.
Orçamento
O custo real do filme nunca foi confirmado, fontes da imprensa na época davam conta de algo entre US$ 500 mil e US$ 7 milhões.
A estimativa mais baixa parece ser mais provável, visto que várias cenas foram alteradas ou cortadas, como algumas foram limadas, tal qual o momento onde houve um massacre familiar e uma luta entre T-Rex e um avião, é natural pensar que sim, os custos cresceram graças a problemas de produção.
Uma das ideias iniciais, antes desses cortes, é que a abordagem era mais sombria inspirada nos filmes de David Cronenberg.
Se percebe algo completamente diferente no que se aborda aqui.
Efeitos Especiais
A equipe de efeitos especiais foi chefiada por Alan Lasky, que trabalhou nos live actions de As Tartarugas Ninjas e O Sombra, além de ter trabalhado em O Último Grande Herói e Fuga de Absolom.
A pré-produção durou sete semanas, enquanto o time de efeitos teve três semanas para construir o modelo em tamanho real do T. rex, que media 4,9 m de altura, 7,6 m de comprimento e pesava 200 kg.

Esses efeitos foram feitos com um fantoche em miniatura, controlado de maneira remota, variando também em cenas onde um ator usava fantasia.
Também havia um robô com 4,8 metros de altura, mas o autômato era pouco utilizado por ter movimentos limitados.
A fantasia também se mostrou pouco prática e maior parte de suas cenas foram descartadas, ou seja, a maior parte dos efeitos foi feita com fantoches e miniaturas.
A decisão por modelos físicos
Corman e o responsável pelos efeitos John Carl Buechler - diretor de filmes como Sexta-Feira 13 Parte 7: Um A Matança Continua - decidiram que os dinossauros que não usariam stop-motion, embora se perceba alguns momentos onde se utiliza a técnica, sobretudo nos momentos de ataque dos monstros aos humanos.
Mike Jones, de Criaturas, esculpiu o Deinonychus e Jeffrey S. Farley (ou Jeff Farley) de O Demolidor, fez o T. rex.
O primeiro modelo de tiranossauro construído foi um animatrônico de 90 cm, que serviu de base para uma fantasia e o modelo gigante.
Já a pele do animal foi feita pela empresa Total Fabrication e levou cinco semanas para ser finalizada. A equipe do filme tinha um consultor do assunto dinossauros, Donald F. Glut e ele escreveu vários episódios dos Transformers de 1984, focando especialmente nos Dinobots.
Roupas e momentos reaproveitados
Uma versão em fantasia do T. rex foi criada, no estilo dos filmes de Godzilla, mas não entrou na versão final do filme.
Além disso, reaproveitaram os fantoches e animatrônicos do T. rex e Deinonychus. Por terem sido caros, Corman remanejou os modelos em várias produções, como nas sequências de Carnosaur, no spin-off Raptor, em Dinosaur Island, A Fera do Mar e The Eden Formula.
O fantoche do Deinonychus também foi usado como Plesiossauro na série Tarzan: The Epic Adventures (1996).
Crítica
Roger Ebert classificou Carnossauro como o pior filme de 1993, mas seu colega, Gene Siskel, surpreendentemente deu uma crítica positiva.
A história em si
O roteiro que Simon escreveu é bastante confuso, mas não fica exatamente claro se ele é assim graças a forma como o diretor escreveu ou se é graças a montagem, que é assinada por Richard Gentner e Lorne Morris.
Como Simon é o realizador também, é difícil não associar esse insucesso ao seu trabalho.
A mistura genética
Antes de mostrar qualquer personagem, é dado que a Eunice Corporation faz experiências com vários animais ovíparos, especialmente urubus, crocodilos e galinhas, ainda que haja pelo menos um albatroz e uma iguana.
Esse seres tem os seus "fluídos genéticos" misturados aos de outro, sobretudo com frangos. Curiosamente, os dinossauros revividos no filme Jurassic Park, tem o DNA completado por material genético de rãs.
Esses experimentos ocorrem a partir da ação da doutor Jane Triptee, a personagem de Diane Ladd, atriz veterana, oriunda de Chinatown e Coração Selvagem, que é mãe de Laura Dern, uma das estrelas do filme de Spielberg.

A senhora começou a fazer experimentos nos anos 1970 e segue fazendo isso até os dias do presente na história, usando alternativas genéticas a fim de, supostamente, substituir pesticidas.
Em meio as suas pesquisas, acabou achando uma espécie já extinta, uma predadora, que ajudou a dizimar uma série de outras criaturas do passado.
A grande questão aqui é que talvez o objetivo dela sempre fosse encontrar esse ser, talvez não tenha sido por acaso que ela encontrou, pode ser sido proposital, é provável, inclusive.
A recusa da atriz
Ladd admitiu que não achou o roteiro muito bom. Por isso, inicialmente, recusou fazer o papel. Ela foi convencida por Roger Corman, que além de ser seu grande amigo, ainda enviou a ela um cheque bem gordo.
A atuação dela foi elogiada por Raphael Sbarge. Segundo o interprete de Doc Smith, ela trouxe credibilidade ao papel.
Outro ator famoso é Clint Howard, que faz o papel de Slim Friar. Curiosamente, sua sobrinha, Bryce Dallas Howard, seria estrela na trilogia iniciada em 2015, no famigerado Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros.
O passado e presente da doutora
A personagem de Ladd trabalhou para o governo, para organizações secretas, mas na linha temporal do filme ela estava trabalhando incógnita, escondida. Nem mesmo os chefes da corporação Eunice sabem o seu paradeiro.
Seu envolvimento nas pesquisas não era totalmente sabido pela diretoria.
Células modificadas
Um momento recorrente esquisito é que sempre que as galinhas são mostradas, se faz questão de dar o número de células infectadas nesses animais, como se o público conseguisse entender do que se trata e como isso funciona, sem ter nenhuma explicação prévia.
Não há sequer uma explicação de como essa infecção muda os animais, eles virariam dinossauros?
Não se sabe, não fica claro, talvez houvesse alguma explicação a mais, que foi cortada, ou não se pensou minimamente nisso.
Penas
Um dos poucos momentos que justificam um foco tão grande no experimento com galinhas, é que o monstrinho principal, chamado de Deinonychus, tem penas.
Paleontólogos acreditam que os dinossauros tem penas.
No entanto mal dá para acompanhar isso, já que a cena é tão escura no primeiro ataque ao caminhoneiro no início do filme, mal se percebe essa interferência.

Falta de responsabilidade
Em meio a conversas telefônicas, os responsáveis da Eunice dizem que não sabiam que a criatura emergiria do ovo tão rápido, visto que demorou com os outros.
Do instante um até o fim o que se vê é uma tentativa de empurrar a responsabilidade sempre para terceiros, quase sempre em conversas expositivas e reveladoras de maneira muito óbvia.
Os outros problemas
Além da questão com a doutora Janice e a fuga de experiência - eventos esses que se mostram relacionados depois - ainda acontece uma grande celeuma com ativistas
Nesse ponto, aparece o misterioso Doc (Barger) um homem de óculos escuros e postura heroica, que tem a inglória missão de proteger os equipamentos da Eunice de vandalismo.
Entre os manifestantes, há uma moça bonita e idealista, interpretada por Jennifer Runyon. Ela se chama Ann, mas quer mudar o seu nome para Thrush.

Seu objetivo é nobre: proteger uma antiga rota de dinossauros no deserto, mas isso é tratado como algo mega importante, mas que não tem sua real relevância revelada.
Além disso, o dinossaurinho pequeno ataca jovens, como se fosse um vilão slasher, escolhendo a dedo os que são sexualmente ativos.
A quantidade de tramas bizarras apresentadas com pouco menos de 20 minutos de exibição assusta.
Visão
O filme é visualmente pobre, mas ousa em vários momentos, utilizando maneiras curiosas de propor imagens.Se não há muito monstro pelo menos o ponto de vista dele tem bastante destaque, com o uso de uma cor esverdeada, diferenciada.
Quando o dinossauro olha suas presas, a tonalidade do filtro muda. Com 27 minutos a criatura enfim aparece em detalhes, o Deinonychus, que foi retratado como Velociraptor em Jurassic Park e sequências.
Uma mulher confusa
O filme engrandece a doutora, mostrando-a como genial, como uma desbravadora pioneira, mas também desdenha dela, exibindo-a de forma tão insana, quase cruel, uma vez que ela manipula um colega, dizendo que a filha dele estava viva, perto no laboratório.
Ela fez tudo isso para que fosse abatido por um dos dinossauros que ela escondia.

Esse ser, semelhante a um tiranossauro, não é mencionado antes, nem fica claro qual é sua origem e como ele parou ali, sendo assim, é um dos experimentos escondidos, da cientista louca.
Direção de arte inexistente
Os cenários são pobres e qualidade do vídeo é sofrível. A maior parte dos releases é tão paupérrimo que é difícil identificar certas partes da trama.
Há receio em mostrar os ataques e a ação dos dinossauros, até mesmo no massacre que ocorre junto aos tratores, com os ativistas amigos de Ann, que estavam acorrentados aos carros.
Loucuras envolvendo os experimentos
Que Triptee enlouqueceu é evidente desde sua primeira ação, mas segue curioso que nenhum dos superiores da Eunice achou que seria má ideia entregar recursos e materiais genéticos a uma pessoa que ninguém mais confia.
Janice afirma com todas as letras que quer destruir a humanidade em prol dos dinossauros, por julgar que eles são mais inteligentes.
Ela é uma humana que ressuscita seres extintos, mas que torce para a própria espécie sucumba, tanto que se entrega ao desígnio dos dinossauros, protagonizando uma vergonhosa referência a Alien: O Oitavo Passageiro.

O Tiptree Original
A Dr. Jane Tiptree foi pensada como um personagem masculino, incialmente. Corman reescreveu como mulher e ofereceu o papel a Diane Ladd.
A atriz trabalhou apenas cinco dias nas filmagens, já as suas cenas são distribuídas por todo o filme.
Como nascem as criaturas
Os monstros dinossauros vem através de vários métodos, nascem de ovos pequenos, como os de galinha e crescem a medida que se alimentam, mas também nascem como homens, através da gestação de barriga de uma pessoa, o que inclui o já citado sacrifício de Janice, de maneira bem parecida com o que ocorre com os xenomorfos.
Já a caracterização visual dos dinossauros é escondida da tela. Parece que o filme tem receio de mostrar os seus monstro, o que é uma tolice, já que Buechler trabalhou bastante nos animais protéticos, mesmo sem uma grande variação na fauna.

Mesmo que tenha "raptors" e "tiranossauros", que são entre os dinossauros os mais populares, os seus corpos se parecem, então, não é tão impactante a diferença visual entre eles.
Tramas com pouco sentido
Há uma tentativa de causar drama, quando Doc afirma que o xerife da cidade pode suspeitar dele, mas isso não procede, já que Fowler, o tal xerife que Harrison Page interpreta, claramente sabe que há ataques de criaturas e inclusive tem um embate legal com uma delas.
Fica a impressão de que isso era mais desenvolvido, mas foi descartada alguma cena e essa sobrou sem o menor sentido.
Tentativa de dar profundidade
Aliás, por mais que a maioria das tomadas de ação sejam difíceis de entender, é notório que existe um esforço de filmar algumas cenas com ângulos diferenciados, como o ponto de vista de um dos ovos de dinossauro, ou através de lente de um microscópio em um momento de explicação mega chato.
Essa criatividade é curiosa, para dizer o mínimo. O problema na verdade é a edição, que acaba cortando tanto da situação geral, que torna os momentos em algo nonsense.

A escala dos seres também faz pouco sentido, fato que pode ser explicado pela mistura genética, mas não convence, já que em alguns momentos, os animais são do tamanho de humanos, em outros não.
Nem mesmo o fato de crescerem ao comer explica isso, já que é normal mostrar um dinossauro sendo maior no instante um e menor no instante dois.
A teoria da conspiração
É curioso que existe uma doença, criada para acabar com a raça humana, que destruiria as mulheres humanas, mas que curiosamente, tinha um antídoto, mesmo que Triptree ache os humanos uma praga e os dinossauros acabam sendo a solução para a existência.
Chama a atenção que praticamente nenhuma pessoa se importa em tentar reverter o contágio dessa praga.
As pessoas parecem se contentar que exista uma máquina de encubar criaturas, como se apenas uma máquina dessa vazão a toda a raça humana, que já nos 1990, passava do bilhão de habitantes.
Apenas Doc parece se importar com isso, ou seja, a essa altura, o personagem caricato é justamente o mais humanizado.
O final da trama se dá com um fogo consumidor, as pessoas da segurança, da infantaria móvel, colocam fogo na casa onde Doc e Thrush estavam, depois de atirar neles.
Essas cenas de queima de arquivo são bem cretinas. Nessas cenas finais foram usados fantoches e modelos reais.
Algumas cenas imitam o final de Aliens: O Resgate, fazendo assim mais uma referência aos xenomorfos idealizados por H.R. Giger.
O final original pensado para o filme revelaria que um jovem Pterodáctilo sobreviveu. Um fantoche chegou a ser feito, mas a cena nunca foi filmada.
Carnossauro termina tosco, como foi em toda sua duração, praticamente. É um dos espécimes mais sem vergonha e sem critério da filmografia de Corman, ganhando algum sucesso, visto que se tornou o episódio um de uma saga.