Família Soprano - 2ª Temporada : A reflexão sobre as consequência do mafioso deprimido

Família Soprano - 2ª Temporada : A reflexão sobre as consequência do mafioso deprimidoFamília Soprano é uma das séries mais elogiadas entre os programados lançados pela televisão nos últimos 25 anos. Após uma primeira temporada que introduziu muitos personagens icônicos, além do drama de um capo e chefe mafioso que sofre de melancolia e possivelmente depressão.

O programa retorna para um segundo ano quase do mesmo ponto onde terminou anteriormente. Seguindo o padrão de 13 episódios por ano, o programa foi ao ar entre 16 de janeiro de 2000 e 9 de abril do mesmo ano.

O drama segue novamente o personagem de James Gandolfini, que interpreta Tony Soprano. O sujeito segue sem fazer as sessões de terapia com a doutora Jennifer Melfi de Lorraine Bracco, já que ela se tornou alvo dos seus inimigos criminosos.

As outras partes da narrativa seguem com ele sendo o grande mandatário do crime organizado de Nova Jersey, já seu tio Corrado Junior Soprano (Dominic Chianese) segue preso, desde o último season finale.

Aos poucos as pontas soltas anteriores vão se resolvendo, outros nós são desatados e mais drama ocorre.

Essa é sem dúvida uma narrativa em tom de novela, com elementos de melodrama, ultraviolência e discussões sobre o papel do homem na sociedade que termina o século XX e entra no século XXI.

A equipe de segue com Martin Bruestle, Allen Coulter, Ilene S. Andress como produtores. A equipe de produção executiva conta com Robin Green, Mitchell Burgess, Brad Grey além do criador do seriado, David Chase.

Os diretores são Coulter, Bruestle, Lee Tamahori, Timothy Van Patten, John Patterson e Henry Bronchtein. Os roteiros se dividem entre Chase, Burgess, Robin Green, Jason Cahill, Frank Renzulli, Terence Winter, Todd A. Kessler e até o ator Michael Imperioli, que faz Christopher Moltisanti, colaborou com esse quesito.

Essa é a temporada famosa por introduzir dois personagens bons e extremamente marcantes.

São eles Janice Soprano, a irmã mais velha de Tony, que retorna de Seattle para tentar cuidar de alguns interesses no mínimo curiosos, relacionados a mãe da família, Lívia Soprano (Nancy Marchand), além do seu ex-namorado, Richie Aprile, que acabou de sair da prisão, após ficar dez anos encarcerado.

Família Soprano - 2ª Temporada : A reflexão sobre as consequência do mafioso deprimido

Curioso que a introdução dos dois se dá em momentos diferentes, mas o acaba se cruzando o caminho dos dois, que foram um par vinte anos antes.

Richie é o irmão de Jackie Aprile, o finado chefe da família, que conduzia até o ano anterior os negócios da família, já que o verdadeiro chefe dos DiMeo estava (e está) em prisão perpétua.

Richard é interpretado por David Proval, ator de característica curiosa, que consegue imprimir uma sensacional presença amedrontadora, mesmo com sua estatura baixa.

Ele vinha de Caminhos Perigosos, filme de 1976 que Martin Scorsese dirigiu, também fez o telefilme Testemunha Perfeita. Seus filmes mais famosos são Um Sonho de Liberdade e O Fantasma, seu último trabalho creditado foi na comédia seriada Grace and Frankie.

Já Janice é interpretada por Aida Turturro, a irmã de John Turturro, conhecida pelos filmes noventistas Assalto Sobre Trilhos, Do Fundo do mar e Mickey Olhos Azuis. Esteve em Vivendo no Limite de Scorsese, esteve em Nurse Jackie, onde contracenou novamente com Edie Falco. Tem participação recorrente nas séries Lista Negra (Blacklist) e Lei & Ordem: Unidade de Vítimas Especiais.

Esse também é a parte do seriado que desenvolve a tentativa mais aguda de Christopher em se tornar alguém da indústria do cinema. Ele tenta escrever um roteiro baseado em suas memórias, encontra produtores, atores e diretores do cinema.

Na temporada, John Ventimiglia, que faz Arthur Artir Bucco, o cozinheiro e amigo de infância de Tony, é creditado como guest star.

A partir daqui falaremos com spoilers sobre o enredo e roteiros. Se ainda não assistiu, fica o aviso.

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O episódio primeiro começa em uma sala que jamais foi mostrada antes, como é bem típico do seriado, introduzindo dramas a partir de lugar estranhos.

Ao fundo, toca Its Very Good Year, de Frank Sinatra toca, mostrando aos poucos os rumos do personagem, com Christopher Moltisanti atendendo uma chamada na aula - embora seja uma outra pessoa ali, um rapaz de ascendência asiática.

Aqui se percebe também que Tony sobe na escala do FBI, no painel da parede ele se torna vira Street Boss, já que Corrado, o atual chefe, está preso, em vias de conseguir a dádiva da prisão domiciliar.

Também aparece a doutora Melfi, recebendo pacientes em motel, Chris aparece usando drogas, cada vez mais viciado, Paulie (Tony Sirico) está transando em cima de uma mesa de sinuca, Carmela (Falco) cozinhando, Tony variando entre aulas de direção junto a Meadow e transas com a sua amante Irina (Oksana Lada), Corrado Junior indo para um setor da prisão.

É uma baita montagem, que termina com Tony deitando em casa, após se livrar da roupa com que usou na casa de sua amante, deitando e olhando para sua esposa, que até faz menção de reclamar, mas volta a dormir, como quem dá de ombros.

A relação deles enquanto casal inexiste, ele se tornou assim alguém irrelevante, digno de desprezo, morno, nem quente, ao ponto de apreciar, nem frio ao ponto de ser odiado.

Quando vai buscar o jornal está de pijamas, largado, tal qual se vestia quando estava deprimido, quando Pussy sumiu. Nesse momento, ele encontra Big Pussy ou Salvatore “Sal” Bonpensiero de Vincent Pastore.

Depois de tomar um grande susto, convida o sujeito para entrar, dá um sermão. Ouve do seu antigo amigo que ele foi para Porto Rico, que não falava com a esposa porque se envolveu com uma mulher de 26 anos...quer voltar a ação, embora ambos estejam nervosos e desconfiados.

Tony até apalpa Salvatore, para entender se ele está usando uma escuta. Parte do grande drama da temporada gira em torno da traição de Pussy. O segredo sobre a colaboração ou não dele não demora a ser revelada.

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Sobre o acerto com os homens de Junior, já nesse primeiro episódio, é mostrado Philly Parisi, de Dan Grimaldi, homem que manda nos trabalhos do antigo chefe.

O sujeito é morto, por Gigi Cestone (John Fiore) que acaba de voltar da prisão e finge ser um agente duplo. No tiro que dispara, quase fica surdo. É curioso, pois ele morre depois que fala demais.

Philly tem um irmão gêmeo, que é mostrado mais tarde, chamado Patty, personagem esse que seria longevo, com mais de quarenta episódios creditados.

Tony liga para Melfi, avisando que ela pode voltar para a normalidade. Essa condição, dela consultando em um motel gerou uma série de problemáticas para ela, que são mais explanada depois.

Também é apresentado Mathew, personagem de Lillo Brancato (o mesmo que estrelou Desafio no Bronx), trabalha para Christopher, junto a Sean Gismonte (Chris Tardio). A introdução de ambos é violenta, com eles batendo em um corretor que não quer vender as ações da Webistics, uma empresa fruto de golpe.

Janice é apresentada. Ela diz que mudou de nome, se auto intitula Parvati, até recebe correspondências com esse nome. No entanto, ela retoma velhos hábitos, como os de causar gastos para Tony, além de tentar se valer de algumas vantagens, que dependem da boa vontade de seus familiares.

Ela vem de Seattle, se hospeda na casa de Tony.

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O chefe da família quer chamar sua irmã Barbara e o marido, para uma reunião de família, sem a mãe deles, obviamente, já que T a culpa pelo atentado a sua vida, nos últimos capítulos da outra temporada.

Na reunião familiar até os pais de Carmela reaparecem, já que Lívia não estará lá, para maltratar eles como fez no passado.

Depois de alguns eventos estressantes, Tony tem um outro apagão, até vai até um novo terapeuta, que o recusa, citando até a comédia Máfia no Divã como parte de sua justificativa. Parte do receio dele vem das broncas de Carmela, que pede incessantemente para ele se controlar, inclusive fala para ele voltar a terapia.

Tony procura Jennifer, invade o restaurante onde ela está e a impede de sair, segurando a mão dela. Melfi é intransigente, até afirma que uma paciente se suicidou, fato que a faz culpar o sujeito, por toda essa condição.

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Tudo o que Tony parece buscar nesse episódio e na temporada como um todo é ter uma vida normal, sem grandes sustos, sem as turbulências que atualmente o acometem.

O preço de ser o chefe, o padrinho da família o impede de viver assim, mas ele retorna a casa cedo, para ficar perto de Carmela, enquanto come uma janta requentada, cuidada por uma esposa que busca ser atenciosa, mesmo que esteja bastante irritada nos últimos tempos.

A temporada segue, com Tony visitando Corrado na cadeia, com dramas trabalhistas envolvendo alguns dos negócios legais dos Soprano/DiMeo, entregando assim parte das empresas dos irmãos Massarone e da tratadora de lixo Barone.

Entre os personagens recorrentes apresentados, se destaca o calado (e capacho) Bobby “Bacala” Baccalieri, de Steve Schirripa, um sujeito obeso, bonachão, que parece ser inseguro, mas que vai ganhando importância ao longo do programa.

Ele é apresentado como um puxa saco desde sempre, aparece primeiro para aceitar um acordo em nome de Junior, depois vira o auxiliar do idoso, quando vai para o regime de prisão domiciliar.

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Outra importante adição é o agente Skip Lipari, de Louis Lombardi, que é o contato de Pussy com as autoridades. A informação de que ele é de fato um informante do FBI é dada sem muito alarde, como se não fosse uma grande novidade, como de fato não é.

O que de fato surpreende é o jogo duplo que ele faz, entre a sua famiglia e os homens da lei, em alguns momentos pendendo para os seus paesanos, em outros com receio de morrer ou de ser preso. Também é notável a crise familiar que ele acaba tendo com a sua esposa, Angie (Toni Kalem) que suportou sua ausência e não gosta do seu retorno.

Uma frase recorrente da parte de Tony é sobre o desprezo que tem por sua mãe. É possível ouvir ele falando uma de vezes a frase "Essa mulher morreu para mim". Aparentemente esse é um mantra, um lembrete para que ele mesmo não abra a guarda para sua parente.

Isso não impede Janice de tentar levar a senhora para casa, saindo assim do asilo Green Grove, onde ela comete toda sorte de assédio com funcionários, médicos e internos.

Curiosamente, em uma cena onde Corrado cai no banheiro, Tony o leva no colo, cheio de dores, provavelmente com a bacia quebrada, como um filho faria com o pai. Sua mãe morreu para ele, mas o tio segue tendo frutos de seu carinho e cuidado.

Richie Aprile retorna no terceiro episódio. Recebe a carona de sua sobrinha, Adriana La Cerva, a bela personagem de Drea de Matteo. Assim que chega ele mostra qual é o seu espírito, já que vai até uma pizzaria, onde costumava e extorquir Beansie Gaeta (Paul Herman) não quer pagar a ele. Richie reclama que ele não o visitou nos dez anos de prisão.

Ele avisa que vai lá, todo sábado, depois quebra uma jarra de café na cabeça dele, depois bate em seu rosto. A relação dos dois teria uma escalada de violência considerável.

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Richie tem um momento sensacional com Christopher, onde o ameaça, discute com ele, vocifera um discurso mega machista e misógino, pressionando ele a casar com Adriana, se quiser continuar agredindo ela. Depois de esculhambar Chris, ainda fala que ele é um bom menino,

Mesmo que esses sejam mafiosos velhos e de uma mentalidade antiga, Tony não conversa de negócios na frente do açougue Satriale. São novos tempos e Aprile segue com muitos problemas de adaptação, até o final da temporada inclusive.

Eventualmente, Melfi acaba encontrando Tony, enquanto ele está com os seus amigos - inclusive, Johnny Sacrimoni, de Vincent Curatola - enquanto todos comem em um restaurante bonito. Isso se torna a gênese da reaproximação deles.

Ela até leva isso para o seu analista, o doutor Elliot Kupferberg, personagem do icônico diretor de cinema Peter Bogdanovich. Os dois doutores têm vários embates, algumas discussões ásperas, além de um lamento do homem, que percebe que Jennifer deseja retomar o tratamento com Anthony Soprano.

Curiosamente ele também demove a ideia dela de que a culpa da paciente suicida foi dela ou de Tony mesmo, já que Melfi estava sim presente e a disposição. Ainda assim ele acredita que ela não deveria fazer isso, mas não impõe a sua opinião sobre sua paciente e colega.

Aos poucos Richie retoma a relação com Janice. Ao passo que ele parece estar apaixonado de fato, ela se aproveita da relação, para tentar se reerguer financeiramente sem precisar se submeter ao irmão.

Ela também demonstra seus próprios problemas, sendo muito hipócrita, especialmente quando Meadow causa uma sujeirada na casa de Lívia. Até então, ela vestia a máscara da parente progressista e tolerante, mas finalmente mostra que quando se trata dela, é melhor ter disciplina e cuidado, afinal, ela levantou dinheiro para consertar a casa, até desfez a ideia de vender o local.

Nesse ponto, Richie se apresenta a Corrado como um soldado fiel, já que não engoliu o tratamento que passou a ter com Tony, mesmo que o atual chefe siga com o mesmo comportamento de todos, de ser paciente com ele, já que Richie ficou dez anos preso, sem nada falar, colaborando pelo coletivo.

O quarto episódio, Commendatori, dirigido por Tim Van Patten é bem legal, mirando uma viagem de Christopher, Tony e Paulie até o país da Bota. Curiosamente, ele começa com T elogiando a cena de Poderoso Chefão: Parte II, quando Vito volta a Sicília e encontram Don Ciccio.

A viagem é para Nápoles, eles vão na esperança de conversar com um autêntico chefão Zi Vittorio (Vittorio Duse). Lá eles encontram Furio, personagem de Federico Castelluccio que é um soldado cabeludo, voluntarioso e estiloso, que ganharia importância depois. Ele leva Chris, Paulie e T para um hotel, depois para jantar, onde falam com um dos assessores de Vittorio, sem certeza que ele aparecerá.

Há uma certa tristeza e frustração, especialmente por Tony perceber que não terá acesso ao chefão. Ele então encontra Annalisa, a filha do homem, interpretada pela bela Sofia Milos.

Ela é quem comanda, mesmo sendo uma mulher, afinal, seu pai já está senil e seu marido, o antigo subchefe, está preso e sem previsão de sair.

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A estadia nesse local serve para mostrar o quanto Christopher está viciado em cocaína e sem foco, também para exemplificar o quanto Paulie é infantil e cismado, tanto que fica tal qual criança reparando em todos os hábitos italianos, além de confrontar a misoginia de Tony Soprano, que se encanta por Annalisa não só por ela ser absurdamente bonita, mas também por ter personalidade e hábitos únicos, tal qual os de uma bruxa.

Depois que volta Tony pede a Artie que empregue um homem seu, o já citado Furio, que vem para os Estados Unidos. Esse pedido, para tornar ele auxiliar de cozinha visa ajudar com a imigração e é umas das muitas demonstrações de laranja que a série faz. Mais tarde quando aparece o personagem de Robert Patrick, David Scatino, isso também aparece, embora em situação bem diferente.

Furio se torna imediatamente um homem de confiança do chefe. Seus métodos são agressivos, violentos e atrozes, especialmente no quesito violência, mas fora do trabalho ele é adocicado.

Aos poucos tanto Christopher quanto Anthony têm suas sensibilidades afloradas, negando sempre essa condição, de maneira singular, aliás.

Chris faz um curso de atuação, para quebrar o ócio criativo em sua escrita de roteiro e Tony descobre que seu pai também tinha problemas com pânico. Ambos ficam desconfortáveis ao perceber que tem suscetibilidades, ou seja, renegam sua própria humanidade.

O personagem de Imperioli bate nos colegas de atuação em determinado ponto e T recusa o chamado de Jennifer para voltar a fazer terapia, mas acaba cedendo.

O drama de Scatino é mostrado de uma maneira que lembra uma mensagem institucional e didática, ao mostrar como um jogador compulsivo perde completamente a noção de como funciona a concepção de dívidas, especialmente quando essas envolvem a Máfia e a Cosa Nostra.

Mesmo que Tony avise para ele que não deve participar, ele insiste.

Em algum ponto há a primeira aparição de Vito, um homem obeso, que teria uma senhora questão nas próximas temporadas. Ele é feito por Joseph R. Gannascoli e trabalha para Richie Aprile. Seu personagem seria expandido e bastante modificado. Isso é algo comum em Família Soprano.

Há breves aparições, como a de Frank Sinatra Jr., que participa de um jogo de pôquer executivo, que vara a madrugada. Tony inclusive se orgulha muito dessa disputa, até agradece fortemente ao seu tio, por ajudar a propiciar esse, já que Sinatra e os outros jogadores eram amigos de Corrado.

David insiste em aparecer lá e é perseguido por Richie, que cobra uma pequena dívida dele. Scatino se enrola rapidamente, acaba virando refém de Tony, graças a dívida nova que contraiu.

Outra boa participação é de Jon Favreau. Na época ele era apena roteirista e ator, estava ensaiando a mudança de carreira para se tornar realizador de Homem de Ferro, Chef, O Rei Leão e The Mandalorian. Ele discute bastante com Christopher, sobre as histórias violentas que ele conhece.

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Jon filma Female Suspects, um thriller com personagens lésbicas, Christopher fica animado em ver os bastidores de gravação, até sugere fala para a personagem de Janeane Garofalo. Em conversas com a namorada de seu primo, Amy Safir (Alicia Witt), ele fala de anedotas de William Morettti e Sinatra, a lenda do contrato de 1 dólar que teria sido a inspiração para John Fontaine em O Poderoso Chefão.

Favreau quer o auxílio dele para fazer Crazy Joe Gallo no cinema, acaba ouvindo histórias pesadas, sobre uma moça deformada, jogaram ácido nela toda, depois de enganar um bandido.

Tony acaba descobrindo sobre o roteiro, na cena imediatamente anterior ao momento em que Pussy é pressionado a usar uma escuta, em um crisma. A temporada toda cita várias questões de maneira simultânea. É com essas questões, com as dificuldades de Richie, fora as dificuldades de Carmela em conseguir uma carta de recomendação para Meadow ir para a universidade de Georgetown.

Ao longo da temporada há até uma tentativa de assassinato com Christopher, movida por Matt e Gis, que são tão atrapalhados, que acham que fazendo isso, agradariam Richie.

Esse ponto, de recuperação do "garoto" causa alvoroço com Paulie, que ouve com atenção um pesadelo macabro do rapaz, de que todas as pessoas que eles mataram estão no interno, esperando pelos bandidos.

Como o seu coração para, Moltisanti foi considerado morto por um minuto. Sua ressuscitação o fez delirar, achando que viu o além. Ele cita que seu pai sofre todos os dias, morre como morreu na sua vida.

T dispensa Furio, na hora de resolver a questão com Matt. Quer tornar isso algo pessoal, até brinca com a expectativa do garoto...finge que não vai matá-lo, manipula, para ver o que ele vai falar, mas Matt morre sem assumir a culpa. É alvejado muitas vezes. Esse momento serve para reaproximar Tony e Pussy.

Em meio ao cerco da polícia, que tem uma testemunha que viu Tony perto de Bevilaqua, há um flerte de Carmela com o cunhado de David, o especialista em papéis de parede, flerta com Carmela. O roteiro é esperto o suficiente para mostrar as mulheres como pessoas comuns, com impulsos e não como santas.

Elas são pessoas comuns, não imitações da Virgem Maria. O mesmo se pode dizer de Janice, que ao transar com Richie, instiga ele a ser o chefe...tudo isso enquanto ele aponta uma arma para a sua cabeça.

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Tony fica sensível, quer aproveitar o tempo com AJ, confessa a Meadow que a ama e que sentirá sua falta, para onde quer q ela vá na faculdade, mas as questões que o obrigariam a fugir simplesmente somem.

Tony volta até o advogado Neil Mink (David Margulies), fala para que Tony assuma um posto na empresa de coleta de lixo, para ter um verniz social mais forte. Isso o aproxima de outro problema com Richie.

Os seus ataques de pânico não param e quando ele vai ao médico, se frustra, por não achar a origem disso. Curiosamente, ele é visto no Satriale, seu lugar de repouso, com vários de seus amigos, como o judeu Hash Habkin (Jerry Adler), Furio, Paulie, Sal, Sil, só parando os momentos de ócio para ver uma batida de carro, envolvendo um vizinho.

Nesse ponto, Tony conversa de maneira amistosa com o agente Dwight Harris (Matt Servitto) do FBI, sobre o bom período do time de basquete deles, o New York Knicks.

No penúltimo episódio começam a aparecer os preparativos para o casamento entre Janice e Richie. Introduzem o filho dançarino do mafioso e seu sobrinho, Jack Jr., interpretado por Jason Cerbone, que teria sua importância resgatada anos mais tarde.

A rixa entre Richie e Tony, só cresce, de uma forma que até Corrado tem de assumir um lado, preferindo ficar com o sobrinho, por questão obviamente estratégica, já que um é pura valentia, enquanto o outro tem estrutura, dinheiro e uma cadeia hierárquica consigo.

Entre confusões com uma amante quase suicida e confusões de Pussy, que acha que ajudará o FBI em campo, o episódio segue, terminando de maneira trágica, confusa e bizarra, já que Janice consegue matar o personagem mais destemperado das temporadas de Sopranos.

Ela atira nele, depois que ele desfere um soco nela. A sequência toda é tensa e suas consequências também, tanto que Anthony vai até eles para resolver essa questão armado, com receio de que fosse um golpe dos dois contra ele.

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Furio e Chris são chamados para fatiar Richie. Levam até o Satriale, mas não fazem tanta sujeira quanto em momentos futuros da série.

Tony volta, pega Janice e some com ela, nesse meio tempo, acaba defendendo a irmã das ofensas de Lívia. Ele se sente culpado, pelo que ocorreu com ela, depois toma um tombo.

O season finale ocorre a partir de sonhos e devaneios de Tony, que está sofrendo com uma intoxicação alimentar, cuja origem não fica clara, já que ele comeu no Vesuvio, mas também provou comida indiana.

Entre falas preconceituosas contra a culinária e hábitos dos estrangeiros oriundos da Índia, ele se imagina excitado, no consultório da psiquiatra, se enxerga entrando em combustão autoprovocada, vê mortos, vê os amigos.

Até conversa com um peixe que fala com a voz de Vincent Pastore, ou seja, Big Pussy abraça a simbologia dos mortos, já que no jargão da máfia, é sinônimo de pessoa que foi para o fundo do mar, com peso, para não ser encontrado.

Ele decide ir atrás de Salvatore, assusta o amigo, que não percebe ter indicado, sem querer, o esconderijo de uma das escutas. O momento derradeiro - e emocionante, tanto para os personagens quanto para os aficionados pela série - acontece com Silvio, T e Paulie em uma lancha, indo para o mar.

Aqui se nota que Silvio se sente mal, culpa o balanço do barco, mas claramente se sente ruim por perceber que terá que matar seu grande amigo. O trio atende ao pedido dele, de não atirar no rosto, mas Tony não permite que ele se sente, no final.

Os momentos finais da temporada têm muitos confrontos, despedidas e tristezas, não só para Tony, mas para a maioria dos personagens.

Melfi, que é alguém que gosta de parecer boa, mas é curiosa e vaidosa o suficiente para voltar a receber o paciente, se preocupando menos com o bem-estar dele, atendendo na verdade a uma obsessão dela.

É por isso que a segunda temporada de Família Soprano é tão rica, além disso, ela segue subindo o nível de qualidade, em matéria de roteiro, direção, criação de atmosfera e principalmente atuação. Tony se torna um personagem ainda mais rico, difícil de torcer contra ou de odiar e seus coadjuvantes também brilham demais, já que todos parecem pessoas reais, tangíveis e carismáticas. Os personagens seguem sendo a maior riqueza de Sopranos.

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