Natal Sangrento é um filme de horror slasher que se tornou conhecido por uma fama injusta, de ser associado a um cinema extremo e por supostamente cometer sacrilégio, embora passe longe dessas condições. A obra lançada em 1984 foi banida em vários cinemas simplesmente pelo fato de ter um assassino vestido de Papai Noel e tem em si vários altos e baixos.
É assinado como um filme de Ira Barmak, que é produtor e também compôs uma música para o filme (Christmas Fever) e Chuck Sellier e que passou a assinar como Charles E. Sellier Jr.
Sua estreia ocorreu antes da época de festas, em novembro de 1984 e seu trailer causou muita polêmica, já que mostra os bastidores de um matador, vestido de Papai Noel, enquanto se prepara para cometer seus crimes.
Nesse material de divulgação - que utilizamos no final do texto - não fica claro se é uma pessoa vestida de Santa Claus ou se é a entidade literal, mas o que realmente chama a atenção, ainda mais na época atual de nojo com spoilers, é que esse trailer antecipa vários detalhes das mortes do filme.
Parte da grita partiu do infame pôster, com alguém entrando de roupa/fantasia, pela chaminé de uma casa. Essa cena sequer está no filme, foi apenas um chiste do artista e designer gráfico Burt Kleeger, mas como é costume das histerias coletivas, não importava o contexto e sim o que as pessoas entenderam a partir disso.
A obra estreou nos cinemas, mas foi retirada cedo, com uma semana de lançamento, pela TriStar Pictures, estúdio que era subsidiária da Columbia Pictures, que por sua vez, na época, era da Coca-Cola Company.
A lenda urbana da época dizia que a marca de refrigerante mandou recolher a obra, com receio de isso respingar nela, uma vez que há toda uma identificação com o feriado natalino até hoje, vide os comerciais com ursos polares, que fazem sucesso até em países tropicais como o Brasil, onde o natal é ridiculamente quente.
Isso obviamente é boato, o que não é boato é que o estúdio por trás do longa era a já citada TriStar – que também distribuiu o filme inicialmente - apoiou a gritaria e as manifestações. O outro estúdio que fez o filme junto a Slayride assumiu a obra e se juntou a Aquarious Releasing para relançar o longa após essa retirada.
O longa estreou (na primeira exibição) no mesmo fim de semana que A Hora do Pesadelo e até superou o longa de Wes Craven, já que estava em exibição em mais que o dobro de salas. Alguns pôsteres apresentavam um longo preâmbulo que dizia, que traduzido seria algo como:
''Se "A Nightmare on Elm Street" lhe deixou noites sem dormir, ou se "Halloween" fez você pular em todas as sombras que viu ou se toda "Sexta-feira 13" fosse mais e mais assustadora que as outras sextas... ENTÃO CUIDADO!''.
É curioso que houve a criação de um grupo específico, chamado Citizens Against Movie Madness - que em tradução livre, seria algo como cidadãos contra o sadismo no cinema – que foi o amplamente responsabilizado como o fator mais preponderante pela retirada da obra dos cinemas.
O lobby dos fundadores desse grupo era para ser maior, no sentido de usar a vitória dessa retirada para desafiar a indústria cinematográfica sobre a quantidade de violência em outros filmes também, mas o grupo de dissolveria pouco tempo depois, graças a brigas internas.
É curioso que os motivos que chocaram as pessoas – leia-se ver um Papai Noel segurando um machado – já havia aparecida em outras obras, como Contos do Além de 1972 e Natal Diabólico de 1980. Esses não foram prejudicados, já Natal Sangrento foi arquivado, reeditado, relançado, saindo sem cortes na versão em VHS.
Ainda em 1984 houve uma tentativa de trazer o filme de volta, com menos seis minutos de filmagem, para evitar a classificação X. O tempo de execução caiu de 85 para 79 minutos.
Para o lançamento da obra em Blu-ray foi realizada uma busca pelas filmagens perdidas e embora as cenas tenham sido resgatadas em um cofre da TriStar, ela foi mantida em condições precárias. A restauração foi feita, mas se nota uma queda de qualidade enorme entre as cenas que foram para o cinema e as que não foram,
O produtor Ira Barmak teve que recomprar os direitos de distribuição do filme depois que a Tri-Star retirou o filme dos cinemas. O cálculo do estúdio era que o filme teria arrecadado bem mais de US$ 20 milhões de dólares, fato é que nos poucos dias que ficou no ar arrecadou bem, pagando o próprio custo muito facilmente, arrecadando quase o triplo do investido.
Curiosamente, quando o remake de 2012 chamado Natal Sangrento (Silent Night) conduzido por Steven C. Miller, a reação foi totalmente oposta à de 1984, com as pessoas aceitando o conceito de um assassino vestindo uma fantasia de Papai Noel e até gostando disso.
Provavelmente foi graças a isso que a Fangoria Films decidiu relançar esse Natal Sangrento original em 2013, fato que ajudou a repopularizar a obra, que passou a parecer em canais de tv a cabo em 2014 e depois nos streamings.
O longa tem direção do produtor de documentários e filmes para a tv Charles E. Sellier Jr., realizador de Os Aniquiladores e Curtição na Neve, mas que é mais conhecido por ter criado a série Heróis da Bíblia. Na época foram cogitados nomes como de Sam Raimi, Albert Magnoli e Ken Kwapis para a direção, mas isso não ocorreu.
Sellier não gostou de dirigir esse, tanto que ele pediu para o editor Michael Spence conduzir as cenas de assassinato, já que ele se chocava com esses momentos. Curiosamente as cenas de nudez não tiveram esse mesmo trato, mesmo que o cineasta tenha enveredado depois por explorações de histórias bíblicas.
A polêmica fez com que o cineasta tivesse dificuldade em encontrar mais trabalho como diretor, isso o ajudou a escolher se aposentar do cinema e se concentrar na produção televisiva.
O argumento é de Paul Caimi, que trabalhou em poucas obras, tendo participado de Trilha de Violência, na consultoria de diálogos. Sellier Jr. havia afirmado erroneamente que o filme foi baseado em um livro chamado "Slayride", cujo autor era Caimi, que era até então estudante da Universidade de Harvard.
O texto submetido aos produtores do longa era na verdade um rascunho de roteiro, que continha um Papai Noel assassino, a equipe relegou ao roteirista Michael Hickey a função de expandir a ideia e deram o crédito a Caimi, de story by.
O longa foi produzido pelo já citado Ira Barmak, que lutou bastante para que a obra fosse para frente e retornasse aos cinemas. Ele também trabalhou em Apenas Heróis, Hotel Colonial e Sinos do Abismo: Fé e Superstição na Rússia.
As cenas do filme foram rodadas em locações no estado de Utah, com a maioria sendo em Heber City, com tomadas também em Midway, Foster Hall em Salt Lake City e Wallsburg.
Durante a produção, o nome utilizado para o filme era Slayride, mas o título escolhido para o cinema foi o “enorme” Silent Night, Deadly Night. No resto do mundo tem pequenas variações, como Sangriento Papá Noel na Argentina, Silent Night, Deadly Night 1 no título de TV na Austrália, Noche de paz, noche de muerte e Noche silenciosa, noche de muerte na Espanha. Em Portugal foi chamada de O Fatal Silêncio da Noite.
Muita gente pegou carona na polêmica da retirada do filme de cartaz. O crítico Gene Siskel leu em voz alta os nomes das empresas proprietárias da distribuidora Tri-Star Pictures no programa de televisão dele e de Roger Ebert e disse que a obra era motivo de vergonha para todos os envolvidos, inclusive escritor, diretor e produtor.
Todos os anúncios de TV do filme foram retirados das redes de cinema. Phil Donahue dedicou uma hora inteira de seu programa de TV à polêmica em torno deste filme, chamando o co-produtor executivo Scott Schneid da MAMM -Mothers Against Movie Madness (mães contra o sadismo nos filmes) para discutir a polêmica do filme, mas ele recusou.
O ator e apresentador Mickey Rooney também se tornou um dos principais detratores de Natal Sangrento de 1984, mas surpreendeu a todos, quando estrelou Natal Sangrento 5: O Horror na Loja de Brinquedos em 1991. O que se falava nos bastidores é que esse quinto filme foi levado até o ator com outro título The Toy Maker, mas foi adicionado a saga Silent Night, Deadly Night posteriormente, na pós-produção.
Isso até faz sentido, já que é uma tática comum dos estúdios, tentar associar uma obra genérica a uma franquia grande, mas jamais foi comprovada, mesmo que esse e Natal Sangrento 4 não terem nenhuma ligação direta com o drama de Billy e de sua família.
Um fato "estranho" é que os dois primeiros filmes da saga, esse Natal Sangrento e Natal Sangrento 2 não tem nenhum grande nome no elenco, já as sequências diretas para vídeo tiveram nomes maiores, sendo Richard Beymer, Robert Culp, Maud Adams e claro, Mickey Rooney.
Em entrevista ao documentário Em Pedaços de Jeff McQueen, Lilyan Chauvin, atriz que faz a madre superiora, admitiu que foi um erro centralizar a campanha publicitária do filme no Papai Noel assassino. Afirmou que a obra teria gerado muito menos polêmica se o estúdio se concentrasse no psicológico do personagem Billy Chapman.
Em uma matéria da People Magazine de novembro de 1984, Robert Brian Wilson, que faz a versão de Billy com 18 anos disse que se sentiu tão envergonhado graças a repercussão que disse a amigos e familiares para evitarem ver o filme. Ele só voltaria atrás anos depois, após assistir a uma exibição de 30 anos e se encontrar com fãs. Desde então, Wilson fez aparições em convenções de terror e dá entrevistas sobre seu trabalho em Natal Sangrento.
A narrativa começa a partir do letreiro com o nome do filme, que aliás, lembra o mesmo efeito da logo de Sexta-Feira 13, já que vem até o centro da tela, com uma guirlanda e o nome original do filme.
Ainda imitando os clichês de Friday 13th, entra uma música histriônica, de Perry Botkin Jr. O compositor improvisou a maior parte da trilha sonora enquanto assistia a uma cópia impressa do filme em Betamax.
Depois, ele adicionou mais camadas ao ver a trilha unida ao vídeo, compondo assim a melodia e o acabamento final. Ele anos mais tarde participaria de trilhas de filmes famosos, como Honey: No Ritmo dos Seus Sonhos e Baby Driver: Ritmo de Fuga.
A trama começa na véspera de Natal, do ano de 1971, com a família Chapman indo até um hospital psiquiátrico em Utah, para visitar o avô de Billy e Ricky.
Esse momento é pitoresco e bizarro, do início ao fim. O avô não recebe nome e é caracterizado apenas como um idoso catatônico, interpretado por Will Hare de de obras trash como Ninja, Máquina Assassina.
A caracterização dele é pobre, com sobrancelhas e barba postiças, já que na época o ator tinha em torno de 65 anos, mas deveria parecer mais velho. Não fica claro se ele é avô paterno ou materno, já que Jimmy (Geoff Hansen) e Ellie (Tara Buckman) chamam ele de pai, é mais provável que seja pai de Jim, já que ele é chamado pelo sobrenome Chapman.
Assim que os pais saem, o vovô fala coisas entranhas ao pequeno Billy, praticamente profetiza a tragédia, diz que o natal é a noite mais aterradora do ano, fala que o Papai Noel é na verdade um sujeito cruel, que só dá presentes aos bons meninos, enquanto castiga os outros.
Avisa a Billy que se aparecer o bom velhinho é bom que ele corra, para conseguir sobreviver e manter a sua vida. A dúvida que fica é se esse contato bizarro realmente ocorreu, já que o velhinho estava em um estado vegetativo. Estaria ele fingindo que estava doente? Teria saído de um transe só nesse momento ou era apenas uma ilusão de Billy? Não fica claro.
Após isso um sujeito, interpretado por Charles Dierkop assalta uma loja de conveniência, vestido de Papei Noel e acaba assassinando o atendente por conta de alguns poucos dólares. Não fica claro também se a ideia do script é denunciar a violência do século XX, mas a trama segue tropeçando.
Billy assiste então o malfeitor abordando seu pai na estrada, pede para que o parente não pare o carro, mas não é atendido. Depois disso o sujeito mata o pai a tiros, ataca a mãe e tenta estuprar ela e assassina ela com uma faca.
O menino então vai para um orfanato, para ser cuidado por freiras, junto ao seu irmão Ricky, que é deixado de lado pela trama para somente ter algum destaque no final. O prédio do orfanato era uma escola abandonada que a equipe teve que decorar para o filme. O lugar foi demolido logo após o término das filmagens.
Danny Wagner faz Billy aos oitos anos e desde sempre o menino aparece ter problemas. É identificado como alguém difícil pela madre superiora, feita pela veterana Lilyan Chauvin, que já havia feito uma freira em Vitória em Entebbe, além de ter feito várias séries como Ilha da Fantasia e filmes como Soldado Universal e Predador 2: A Caçada Continua.
A seu favor há outra freira, a irmã Margaret, de Gilmer McCormick, uma religiosa que se apieda do rapaz e o trata com carinho e benevolência.
Em um dia qualquer Billy acaba xeretando um dos quartos do orfanato e testemunha dois jovens transando. Rapidamente ele associa essa relação sexual a tragédia, já que a última vez que viu sexo, sofreu, mais do que isso, ouve da freira que quando alguém erra, deve receber castigo. O próprio rapaz sofre com isso, apanhando por ter saído de seu quarto sem autorização.
Ainda que nesse trecho, a madre superiora pareça triste em corrigir o menino, fica claro um certo rancor guardado por ele, que enxerga esse tipo de punição como algo excessivamente violento. E é de fato.
O ritmo do filme é muito quebrado e lento, aparentemente o diretor esticava as cenas para aumentar a duração, para se encaixar dentro da classificação de longa-metragem. Isso atrapalha a visualização e a fluidez da obra.
Logo o menino cresce, ainda com traumas relacionados a figura do Papai Noel, passando a ser interpretado por Robert Brian Wilson, ator estreante que participaria de séries como Primo Cruzado.
A irmã Margaret segue próxima a Billy e pede que o senhor Sims (Britt Leach) dê um emprego para ele em sua loja, a Ira's Toys, que tinha esse nome provavelmente graças ao produtor, Ira Barmak. Em um primeiro momento, ele recusa, afinal, o trabalho era para um homem, não para um menino, mas depois, quando vê que o rapaz é grande, aceita de bom grado.
Teoricamente o patrão se convenceu por ele ser alto, embora os olhares dele sejam estranhos, ficando implícito que pode haver ali algum um interesse possivelmente romântico ou sexual, já que o olhar do homem é esquisito.
Também é curioso que a trama só se mova para linhas temporais sempre ligadas ao final do ano. É como se a jornada de Billy só ficasse ativa no final do mês de dezembro. Seria ele um sujeito normal nos outros onze meses do ano, surtando apenas no último período do ano? Não dá para saber.
O problema do roteiro é que falta sutileza, tudo é muito exagerado e bizarro, os dramas são normalmente apresentados como eventos quaisquer, é tudo muito repentino. Do nada um colega de trabalho, Andy (Randy Stumpf), é grosseiro e escroto com Billy, a troco de nada, basicamente por que ele não aceita beber com ele, afinal, o rapaz tem menos de 21 anos.
Ao menos ele gera simpatia em Pamela, colega sua feita pela bela Toni Nero. A moça é gentil com ele e até parece flertar com o menino.
Ao contrário da maioria dos protagonistas de Filmes de Matança, Billy não é alguém castrado, impotente ou sem sexualidade, tanto que tem sonhos eróticos com Pam, mas esses momentos são interrompidos pelo trauma.
Ele se imagina sendo atravessado pela faca do bandido que matou sua mãe.
Eis que o rapaz que se vestia de Papai Noel se fere patinando e Sims pede que Billy se vista como o entregador de presentes. Submisso, ele aceita, mas não se adequa ao ofício. Acaba sendo agressivo com as crianças, sussurra que vai castiga-las, embora os pais nem percebam essas falas.
Nesse ponto fica a dúvida se a intenção era estabelecer uma crítica social, de que as pessoas não ligam umas para as outras, ao ponto de os pais não perceberem os maus tratos com crianças, ou será era apenas um número involuntariamente cômico.
Novamente Billy acaba acidentalmente pegando duas pessoas transando, no almoxarifado da Iras Toy's. Esse testemunho unido a roupa que ele usava fez Billy despertar como uma máquina de violência e agressividade. Possivelmente ele acredita ter roubado a identidade do assassino dos seus pais.
Ataca então seu desafeto Andy, em um rompante de raiva que assusta Pamela. Ele age com uma força descomunal, que o faz ser capaz de levantar um homem adulto, enforcando ele com luzes de pisca pisca.
Essa talvez seja a morte que tem mais a ver com a temática natalina, as outras partem da utilização de armas brancas, como qualquer cópia de Michael Myers.
Depois do primeiro homicídio, ele passa a ferir todos que vê, enquanto assassina, ele murmura os traumas que viveu. Essa parte é boa, parece uma trama esperta sobre os problemas que um rapaz triste e solitário viveu. Como ele a vida inteira só teve contato com castigos e violência, é natural que ele traga isso como presente na suposta noite de natal.
O que é simplesmente inacreditável é quando a câmera vai até uma casa, onde Linnea Quigley trabalha como babá. Como era de costume, a atriz não dura nem um minuto em tela sem tirar uma peça de roupa.
A sua Denise se relaciona com Tommy, de Leo Geter. Ao ser interrompida, ela resolve cometer o cúmulo do absurdo enquanto cuidadora de crianças, decide subir para abrir a porta para que a gata Woody entre e faz isso de top less, em uma noite de neve. Haja aquecimento interno.
Ela morre com o torço enfiado nos chifres de um animal troféu, de um servo, que se assemelha as renas que puxam o trenó do Velho Noel. É o máximo de customização de morte possível. Ao menos Tommy se veste para andar pela casa, mas eventualmente, também cai.
Billy não mata a menina Cindy (Amy Stuyvesant), já que ela afirma que foi uma menina boazinha. Até presentearia ela com um estilete sujo de sangue, saindo assim com o seu machado vermelho, que aliás, não era uma peça cenográfica e sim um machado real.
O rastro de sangue que o personagem deixa é bastante aleatório. Não é preciso que a vítima cometa atos libidinosos, nem que ela seja má. Billy mata quem está no caminho e isso desperta a atenção da polícia, especial do Capitão Richards (H.E.D. Redford) tenta em vão achar ele, mas a irmã Margaret acha que ele vai voltar ao orfanato, para acertar as contas com a Madre Superiora.
A polícia ainda faz trapalhadas, acaba matando o Papai Noel errado, no caso, o Padre O'Brien, sujeito surdo, de meia idade que não atendeu a sirene de polícia por motivos óbvios. Enquanto isso a freira aguarda seu destino, agora impossibilitada até de andar, já que se tornou cadeirante.
Eventualmente o sujeito chega ao seu destino final, ameaça a Madre, mas não faz menção de acertar nenhuma criança.
Desnecessário apontar as obviedades do final e o acerto da polícia com o matador, o que de fato incomoda é a associação do irmão dele, Ricky (Alex Burton), sendo preparado para ser o sucessor do primogênito, mesmo que ele não tenha nenhum dos traumas do primogênito.
Aparentemente essa família era amaldiçoada ou insana no geral, já que o avô tinha problemas e seus netos também, com essa condição tendo pulado curiosamente uma geração, já que os pais não tinham nada. Ter visto o irmão sendo morto foi o suficiente para despertar no menino o mesmo espírito do parente. Ele seria de fato o vilão no outro filme, em Natal Sangrento 2 de 1987.
Natal Sangrento é um exploitation bizarro, que fez tanto sucesso que gerou uma franquia, que fica mais sensacionalista com o tempo. Infelizmente lida muito mal com os assuntos espinhosos que levanta, mas ainda consegue ser divertido, tendo vários bons momentos, especialmente no que toca o seu personagem central.