Warlock - O Demônio : A doideira ocultista de Steve Miner e Julian Sands

Warlock - O Demônio : A doideira ocultista de Steve Miner e Julian SandsWarlock: O Demônio é um filme de mistério, suspense, com pitadas de horror lançado em que marca bem o fim da década de 1980, mesmo tendo sido lançado no ano final dessa época.

Longa dirigido por Steve Miner, tem em seu elenco um número grande de bons atores, especialmente sua estrela, Julian Sands e o "casal" formado por Richard E. Grant e Lori Singer, no entanto é mais lembrada por sua temática, pelo apelo ao trash e pela mistura de fantasia, ficção científica, além de parecer com uma comédia que em alguns pontos parece proposital e em outros não.

O filme traz uma história que brinca com clichês de viagem no tempo e acabou se tornando uma franquia que explora temáticas de bruxaria, louvor a figuras ocultas como Satanás, o Diabo e outros nomes da entidade que antagoniza o cristianismo.

A história se começa em Boston, no século XVII, onde a população assiste à condenação de um homem acusado de pactuar com o Demônio. Antes dele ser enfim executado, o sujeito some, aparecendo no futuro (ou no presente dos anos oitenta) basicamente para tentar roubar o poder de Deus, através da reunião das partes do Grande Grimório, que seria uma espécie de bíblia da bruxaria.

Como dito, o longa teve direção de Steve Miner, com roteiro de David Twohy, que assinava D.T. Twohy. Foi produzido por Miner, com produção executiva de Arnold Kopelson. O filipino Brian Yuzna também acabou sendo credenciado como produtor executivo, que o filme caiu nas mãos da Trimark Pictures.

A ideia original de Twohy era que o Feiticeiro seria um sujeito de boa índole que fugiu do século XVII para evitar a perseguição religiosa, apenas para ser perseguido de forma semelhante no século XX. Depois de trabalhar no script por dois meses, ele percebeu que a premissa não funcionava, já que faltava conflito.

Decidiu então fazer do personagem alguém malvado, ou seja, um vilão. Elementos do roteiro original permaneceram na reescrita.

Ao longo de várias cenas são mostrados sinais de bondade e misericórdia da parte do Feiticeiro, além dele ser irritantemente educado. Isso se percebe especialmente no fato dele parecer amigável com uma criança antes de descobrir que ela não foi batizada. Outra demonstração disso se dá quando ele respeita a santidade da casa de um pastor e até se recusa a fazer mal, quando se vê diante de um crucifixo, mesmo que não seja afetado por esse artefato. Ele mostra misericórdia para com sua esposa e filhos ainda não nascidos em troca de informações.

O filme estreou no festival de Cannes, na França, em maio de 1989. Depois passou na Austrália e no Reino Unido em junho do mesmo ano, na Dinamarca em agosto e nas Filipinas no mesmo mês.

No Brasil estrou em 3 de agosto de 1990 e nos Estados Unidos da América em 2 de novembro de 1990, em Dayton, Ohio. No resto do país, estreou somente em 11 de janeiro de 1991.

O título original é Warlock. Esse teve algumas variações de nomenclatura. Na Argentina por exemplo, se chama El brujo, no Canadá Warlock le sorcier, na Grécia, chama Desmotis tou Diavolou.

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Na Hungria é Warlock, a sátán fia, na Alemanha Ocidental era Warlock - Satans Sohn, já na Itália era Warlock: Il signore delle tenebre. Em Portugal tinha o sugestivo nome Sortilégio. Na Espanha era Warlock, el brujo. Ainda sobre a passagem do filme na Espanha, na dublagem do país, o livro sagrado não revela o nome de Deus, mas sim do diabo.

O longa foi gravado em Utah, Califórnia e Massachusetts. Tiveram cenas em Rampside Gate B13 no Aeroporto Internacional de Salt Lake City, também em Hansen Agricultural Research and Extension Center/The Faulkner Farm - 14292 W. Telegraph Rd., Santa Paula, Hermosa Beach e em Plimouth Plantation - 137 Warren Avenue.

Há múltiplas cenas no Workplace diner scene, looking out window seeing police pull into parking space, specifically 140 Pier Ave.; tanto no interior quanto no exterior. Também houveram cenas em Metaphysical book store, em 1134 Hermosa Ave.

Na Califórnia houveram gravações em Hollywood, Southern California, Los Angeles e California City, também em Boston - Massachusettse em Bonneville Salt Flats - Utah.

Essa é uma produção estadunidense, o estúdio que fez o longa foi a New World Pictures foi distribuído por Medusa Communications and Marketing pela New World Pictures no Reino Unido.

Nos Estados Unidos foi lançado pela Trimark Pictures, após problemas com a New World. No resto do mundo, foi feito distribuído pela J&M Entertainment.

O filme foi originalmente concluído no final de 1988 e foi um dos últimos concluídos pela New World Pictures. A empresa entrou com pedido de concordata logo após o término das filmagens desse. A falência ocasionou a demora para lançar em seu país de origem, o trailer do filme foi exibido antes do lançamento nos cinemas no início de 1989.

Se pensou em lançar direto para o vídeo, mas a Trimark Pictures decidiu lançar o filme em 1991. A obra fez tanto sucesso de bilheteria que acabou se tornando uma franquia, com Warlock 2: O Armageddon de 93, também foi lançado nos cinemas e o filme para vídeo Warlock 3: O Fim da Inocência, de 1999.

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A Trimark era recém-fundada em 1990. Quando comprou os direitos de distribuição do filme, também garantiu a possibilidade de fazer quaisquer sequências potenciais.

Miner era famoso por sua participação em diversas sagas do horror. Foi diretor em Sexta-Feira 13 Parte 2 e Sexta-Feira 13 Parte 3. Por ser contumaz parceiro de Sean S. Cunnningham (diretor do primeiro Sexta-Feira 13) esteve em obras que ele produziu, como A Casa do Espanto e Pânico no Lago.

Também dirigiu Uma Escola Muito Louca, Halloween H20: Vinte Anos Depois e em séries como Dawson's Creek e Smallville.

David Twohy escreveu Criaturas 2 antes desse, depois fez Fugindo do Futuro, O Fugitivo, Velocidade Terminal, Waterworld: O Segredo das Águas, A Invasão, Até o Limite da Honra e Eclipse Mortal.

Arnold Kopelson fez produção executiva em Porky's: A Cada do Amor e do Riso e Esta Torcida é Fogo. Ele produziu Platoon, O Fugitivo, Epidemia e Queima de Arquivo.

Sands vinha de participações em O Médico e os Monstros, Uma Janela Para o Amor, Harém e Gothic. Após Warlock ele fez Aracnofobia, Mistérios e Paixões, Encaixotando Helena e Warlock 2: O Armageddon.

Por esse filme o ator foi indicado a um prêmio de melhor ator, pela Fangoria Chainsaw Awards, venceu o prêmio do júri especial do International Film Festival for Peace, Inspiration and Equality por The Maiden and the Princess de 2012. Já saudoso, ele faleceu ano passado.

Sands demorou a aceitar o papel, quando recebeu o roteiro, ele presumiu que era filme de terror tão genérico quanto outras obras populares da época. Ele então protelou um tempo antes de começar a lê-lo, quando ele decidiu conferir o texto, achou bom e ficou cativado e animado para realizar o filme.

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Foram cogitados para o papel título Ian McKellen, Peter Greene, John Cleese, Sam Elliott, Jeremy Kemp, Lance Henriksen, William Hurt, James Maxwell, James Caan, Willem Dafoe, Richard White, Brian Cox, Rupert Everett, Stephen Fry e Patrick Stewart.

Lori Singer vinha de Footloose: Ritmo Louco, No Calor do Desejo e Viajantes sem Rumo.

Richard E. Grant, vinha de Os Desajustados e Como Fazer Carreira em Publicidade, mas era mais conhecido pelos filmes Hudson Hawk, o Falcão Está à Solta e por Assassinato em Gorford Park. Ele chegou a ser até indicado ao Oscar por Poderia me Perdoar? de 2019 e esteve no recente Saltburn.

O início do filme ocorre no passado, no século XVII, mais precisamente em 1691. Começa com homens religiosos andando na neve, passando por uma comunidade do que viria a ser a colônia de Massachusetts, em Boston trajados de maneira formal.

A música de Jerry Goldsmith ajuda a ambientar bem esse momento, confere as primeiras cenas um ar de mistério, sensação que é massificada pelo fato dos personagens se movimentarem em silêncio rumo ao lugar onde vão.

Sobre a trilha sonora, vale dizer a música Corazonita, interpretada por Los Almejas, permanece inédita e não está disponível em nenhum formato.

Os homens entram em uma sala de tortura, dentro de uma torre Hexenturm onde o personagem de Julian Sands está acorrentado, no centro dela, prestes a ser executado. A estrutura em que o personagem está preso se chama Hexenturm medieval, ou Torre das Bruxas, era usada para aprisionar aqueles que foram acusados ​​ou condenados por feitiçãria. A maioria das torres que ainda estão de pé está localizada na Alemanha.

Ele é condenado por não assumir a autoria dos pecados atribuídos a si, como a morte de inocentes e prática de magia oculta. Ele termina a sequência irritando Giles Redferne, personagem executor, feito por Grant.

O bruxo some diante dos olhos de Giles, não sem antes provocar um estranho tumulto, com precipitações no céu típicas de chuva e trovões. Os sacerdotes entram no lugar e chegam a ver as correntes suspensas, mas sem ninguém preso a elas.

Em algum ponto do projeto, Sands foi considerado para o papel de Redferne e Grant seria o Warlock. Miner optou por escalar os atores da forma como foi filmada, invertendo os seus papéis.

Já no presente, a Los Angeles que serve de base e cenário possui um céu escuro, com a lua avermelhada. Essa composição é bastante bonita, um ponto positivo para a direção de arte e fotografia.

O que não fica tão bom é o efeito digital paupérrimo e vagabundo, de um pequeno tufão, que passa e atravessa a janela de uma casa antiga, repleta de artefatos antigos.

Na casa habitam duas pessoas, o efeminado Chas, de Kevin O'Brien e Kassandra, vivida por Lori Singer. Os dois aparecem de uma forma que parece ser a de um casal, mas logo se percebe que eles não são, apenas dividem a casa, como companheiros de quarto.

Na parede da casa está pendurada "Gladys", uma pintura que aparece em Friends, a mesma que a personagem Phoebe considera como a 'mulher saindo da moldura'. Em Warlock, ela tem um penteado diferente e um vestido rosa em vez de azul, mas a moldura, o fundo e a pose de "Gladys" são idênticos.

O feiticeiro acorda no dia seguinte, Kassandra é simpática com o sujeito, avisa para ele parar de beber, mas ele não responde aos gracejos.

O longa é antigo, mas como há muitas revelações dramáticas ditas no texto, avisamos que haverá spoilers, após a imagem.

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Kassandra sai de casa e deixa o estranho com Chas. O amigo dela se assusta quando o homem desperta, mas é agressivo, até tenta flertar com o sujeito, só para no momento em que percebe que ele é agressivo.

Os dois travam uma briga, com momentos de ataque bastante estranhos, ele corta o dedo mindinho de Chas, para arrancar o anel do signo de Escorpião que ele usa, depois morde sua língua e joga na frigideira, com a força de um único cuspe.

O bruxo é irônico e debochado ao jogar essa parte do corpo em uma panela quente. Nessa cena o personagem-título puxa o rapaz, acaba batendo com a cabeça na maçaneta na maçaneta. Isso foi um acidente, mas Miner gostou da cena e manteve no filme.

Toda vez que ele mata alguém, ganha poderes, na verdade, os resgata de um campo espiritual intangível.

Em 1995 houve um caso de violência grave, atrelado ao filme. Uma adolescente de Saskatchewan Sandy Charles e um cúmplice de oito anos assassinaram um menino de sete anos, cortaram tiras de carne de seu corpo, ferveram e beberam na esperança de que, como no filme, isso lhes desse a capacidade de voar.

A menina foi considerada inocente por motivo de insanidade, mas foi condenada a permanecer no Centro Psiquiátrico Regional de alta segurança em Saskatoon, onde reside desde a ocorrência do assassinato.

A polícia procura Kassandra. Aqui se percebe uma grande marca da época, já que as autoridades tentam culpar a vítima, por ser gay, até infere a morte um possível crime sexual, provavelmente de defesa da honra, dizendo que o assassino quis matar Chas para apagar o passado.

O personagem procura ajuda de uma especialista espiritualista, encontra a charlatã médium - creditada como chaneller - vivida por Mary Woronov. Essa talvez seja a mais polêmica cena do filme.

Houveram cenas no material de divulgação para o cinema que foi cortada após reações negativas nas exibições dos testes. Entre as mudanças mais severas houve a suavização da morte de Chas, que originalmente era muito mais violenta.

A cena nos trailers que indicava que o Feiticeiro era o Messias satânico foi cortada nos materiais de divulgação, algum tempo antes da distribuição do vídeo.

Outra mudança foi com a personagem de Woronov, que seria congelada e de topless, depois que os olhos do diabo emergiam em seus seios. Warlock enfiaria a mão em seu peito, para abrir o tórax dela a fim de pegar os "órgãos", cena essa que foi colocada em partes no filme, embora de maneira mais comedida.

O objetivo do feiticeiro é reunir todas as três partes de um livro que lhe permitirá aprender o "verdadeiro" nome de Deus e desfazer toda a Criação falando o nome "real" dele ao contrário.

Em muitas religiões pagãs e espíritas, dizia-se que os espíritos malignos tinham nomes pessoais mantidos em segredo de todos os outros, pois aprender o nome verdadeiro de um espírito permitiria que uma entidade ganhasse controle sobre ele.

A médium é tomada por uma entidade, até muda de semblante, pouco depois de estourar um cristal. Ela usa uma máscara engraçada, mas a caracterização é efetiva, beira o horror corporal.

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Warlock quer saber por que foi trazido para essa época e o motivo seria o de unir o que antes foi um. Depois de ouvir a sentença misteriosa, ele entende que deve reunir os elementos que formarão a Bíblia Profana, trazendo então a realidade o que se entende por Grand Grimoire ou Grande Grimório.

Grimórios são coleções medievais de feitiços, rituais e encantamentos mágicos invariavelmente atribuídas a fontes clássicas hebraicas ou egípcias e o Grande Grimório é um grimório goético lendário, que reuniria de ritos ligados a magia negra.

Diferentes edições datam o livro para 1521, 1522 ou 1421, mas provavelmente foi escrito no início do século XIX. O historiador britânico Owen Davies sugere 1702 que é quando a primeira edição pode ter sido criada e uma versão Bibliothèque bleue do texto pode ter sido publicada em 1750, com as artes ocultas.

O personagem quer uma recompensa, para reunir as três partes elementos. Caso consiga, ele será Ele, o único o filho, o homem então retira os olhos da vidente, que seriam os olhos que o guiarão, os olhos do diabo.

Não há muita sutileza no simbolismo, ao contrário.

Kassandra chega em casa e mais uma vez percebe a entrada de um viajante do tempo. É outro personagem, com sotaque britânico, ou seja, é Giles Redferne. Ele tenta encontrar a Besta, repete falas sobre ele sangrar ou não, sobre ter cortes pelo corpo.

O discurso não parece ter sentido algum, mas ela colabora com ele, até mostra o lixo onde estavam cacos de vidro como sangue do personagem que apareceu antes.

Warlock volta a casa da menina, segura os olhos envelhecidos na mão, mas não mata Kassandra. A deixa mal, faz os vidros da casa quebrar, rouba papéis e enfeitiça ela de uma forma que a faz envelhecer 20 amos, por isso ela fica com cara e aparência de 40 anos.

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O filme tem um humor de constrangimento, que brinca com choque geracional, Giles demora a entender como funciona o sistema de portas nos carros e vive tendo conflitos bobos com situações típicas do século XX.

A química entre os personagens (Giles e Kassandra) lembra demais o visto entre Kyle Reese e Sarah Connor em O Exterminador do Futuro, mas sem a tensão sexual que ocorre no filme de James Cameron.

Aqui é como se pervertesse o clichê de viajante no tempo se apaixonando pela mocinha, Miner faz uma obra autoconsciente, que consideraria isso bobo. Há quem defenda até que Redferme seria homossexual, mas não há nada que comprove isso.

Ele instrui a menina a recuperar um item pessoal dela, um bracelete. Isso quebraria o feitiço. Se ela não fizer isso, vai envelhecer vinte anos por dia, ou seja, é preciso ter pressa.

As habilidades dele se assemelham a heróis de histórias em quadrinhos. Ele fecha portas com o poder da mente, possui uma espécie de telecinese portanto.

Também se recupera de ferimentos muito rapidamente, tal qual Wolverine e seu fator de cura. Ele flutua e corre em velocidade alta, possui cenas que lembram inclusive os efeitos especiais que seriam usados em versões de Flash e Mercúrio nos futuros filmes da Liga da Justiça ou X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido.

Os efeitos especiais variam de qualidade, a maioria é de qualidade ruim, seja a maquiagem de idosa de Kassandra ou os efeitos animados nos poderes de Warlock. Também tem um morcego cenográfico mega mal feito, que chama a atenção por ser péssimo e de mal gosto.

Embora os testes de maquiagem tenham sido finalizados e aprovados, no dia das filmagens, Lori Singer decidiu que não queria usar uma prótese para sua transformação em uma mulher de 40 anos, e mais tarde se recusou a usar algumas das maquiagens desenhadas. por sua transformação de sexagenária, já que ela envelhece mais momentos depois, quando o dia vira.

A perseguição de Redferne a Warlock, com um chicote preso ao pé do vilão enquanto o mesmo flutua é ridiculamente filmada, mas o resultado é sensacional, resultando em uma sequência divertida e ridícula.

Perto do final Warlock quase mata um senhor bonzinho, faz seus olhos ficarem escuros, depois faz sangrar um líquido preto e viscoso, semelhante a piche

Kassandra consegue pegar o bracelete. Até comunica ao parceiro que o abandonará, mas desiste ao perceber o mal que o bruxo poderá causar ao mundo.

Enquanto está no avião a caminho de Boston, Giles vê indícios de bruxaria, como chamas azuis e leite azedo. Ele entra em paranoia só por conta de ver uma pessoa com isqueiro. Acha que Warlock está com eles no voo e para piorar, os pedaços de ferro, que servem para afastar o bruxo e para construir a bússola de feitiçaria estão longe, no compartimento de varga, justamente onde o personagem de Sands está.

Na cena do táxi, o funcionário brinca, com a rivalidade entre Celtics e Lakers na NBA. Era 1989, época de auge da luta entre Larry Bird e Magic Johnson. Esse é um filme datado, que não tem vergonha de ser assim, até pelo fato de não se levar quase nada a sério.

As atuações são legais. Singer varia bem entre a menina badass e garota refém, Grant tem boas camadas, mesmo que o seu personagem faça uma grande exposição maluca e Sands está muito, mas muito inspirado, parece estar se divertindo muito, fazendo o papel de homem malvado e canastrão.

Toda a discussão com um pastor, feito por David Carpenter no final é engraçada, especialmente pelo fato dos personagens falarem a respeito da verdade que vivem, sendo sinceros e expositivos, mas ninguém leva a sério, afinal é difícil entender tudo aquilo como verdade.

É curioso como o bruxo queria ser o instrumento do mal, queria os escritos da bíblia das bruxas, queria desafiar a força do Deus cristão, mas pereceu de forma tão patética, depois de sofrer uma injeção de água salgada. Ele aquece, vira uma caveira em combustão bizarra e tem a cabeça pisoteada pelo guerreiro que o acompanhou na viagem temporal.

Depois de se despedir da garota, Redferne se torna também um tufãozinho, como seu algoz foi antes. A mocinha ainda lamenta que papéis sobraram. Em uma cena prólogo enterra eles, em "areias claras", em Bonneville Salt Flats, o maior reservatório de sal do mundo, acreditando que aquilo encerrará a vida do sujeito, ao menos em tese.

Warlock: O Demônio é bastante engraçado, uma obra que tempera bem comédia, fantasia e aventura, utilizando de vários clichês dos filmes de horror, mesmo que não seja exatamente do filão do terror, exceto claro pelo tema de louvor a Satanás e ao mal. É um filme que não tem receio de cair na malha do trash, que sabe não se levar a sério e que acerta justamente nisso.

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