Chainsaw Man: Uma análise sobre o arco de final de temporada

Eis que no final de 2022 se findou a primeira temporada de Chainsaw Man, junto ao terceiro arco, conhecido como a saga do Katana Man. Para todos os efeitos, retornamos a fim de repercutir e analisar o ótimo desfecho das desventuras de Denji e companhia em busca de resolver suas questões com os demônios do Japão e sobreviver nesse cenário árido e violento.

Esse tomo compreende os episódios oito ao doze, e não existe mais qualquer pudor da parte dos produtores em produzir sangue em tela.

O início é tímido em relação a ação, se dedica na verdade a desenrolar as problemáticas emocionais do protagonista, especialmente no que toca a personagem de Himeno-Senpai, que tem uma breve relação com ele e quase resulta em um romance.

Não é dessa vez que Denji deixará de ser uma criatura solitária, mas esse trecho serve para mostrar as relações que ele terá no futuro, finalmente tendo amizades minimamente normais, traduzindo bem o que se espera da fraternidade entre ele e seus colegas, sobretudo com Aki.

Já no início ocorre uma bela cena de tiroteio num vagão de metrô, que por sua vez mostra a morte de moças de terno, semelhante aos trajes estilo Cães de Aluguel que os empregados de Makima usam.

É tudo bem orquestrado para assustar o público, ao passo que os personagens mesmo não se assustam nem com a possibilidade de tiros. É como se a violência fosse algo tão corriqueiro que nem mesmo causa espécie.

As batalhas são dignas de bons filmes de horror, sobretudo os mais fantasiosos. Seguem aparecendo criaturas bizarras, que valorizam o conceito de body horror.

Também há um confronto entre Denji e o demônio de lâmina, com efeitos sonoros tão grandiosos que se tornam quase ensurdecedores. O barulho e o grafismo dão a dimensão de que são duas criaturas que beiram a onipotência se combatendo.

Katana corta o herói ao meio, o fatia junto a um capanga de maneira rápida, tanto que nem parece que se moveu. Simplesmente larga o protagonista na rua, com os capangas sendo obrigados a recolhe-lo, sozinho, e a mercê de Makima e sua equipe.

Isso serve para evocar não só o clichê de Shōnen, com o herói sendo derrotado para aprender lições, depois resultando em algo maior, em uma jornada de crescimento, mas também outros arquétipos de múltipla cooperação entre personagens bondosos.

Mas é o terror que mais chama atenção aqui. Há belas e cruéis cenas de pessoas sendo destruídas por dentro, simplesmente se esvaem em sangue. As batalhas são violentas, claro, mas há também violência em momentos esparsos.

Finalmente Kishibe é apresentado. Makima os leva para ser apresentados e tutelados por ele que é caçador da Divisão Um. Chainsaw Man: Uma análise sobre o arco de final de temporada

Ele gosta dos alunos por eles serem independentes, por não terem lado, por serem a favor do próprio bem estar, mais egoístas e fisiológicos do que meramente honrados.

Kishibe jamais treinou demônios, e sua instrução corre por vários capítulos, mas ele também é mostrado em ação, em cenas contra uma criatura de armas de sangue, numa velocidade tão grande que usam slow motion para ilustrar seu poder.

Ele, que lembra uma versão asiática de John Wick e Constantine acaba fazendo a vez de Neo também, protagonista de Matrix que é outro personagem de Keanu Reeves.

Os últimos dois capítulos mostram um demônio bizarro, falando que o futuro será bom.

Ele vem a ser o demônio do Futuro tem um visual simples, porém peculiar. Lembra um monstro de tokusatsu com elementos de criatura lovecraftiana, além de semelhanças com O Rei de Amarelo, livro esse do autor Robert W. Chambers, que inspirou entre outras obras, a primeira temporada de True Detective.

Chainsaw Man: Uma análise sobre o arco de final de temporada

Makima também segue sua jornada mostrando cada vez mais porque é um alguém tão temido por todos.

Há um momento em particular bem...duro, quando ela ao encarar um chefe do crime organizado, expõe a ele uma sacola cheia de olhos de pessoas próximas a ele, incluindo parentes.

Curiosamente o seriado explora a personagem bem lentamente, não a expõe demais, dá pequenas pílulas sobre seu passado e sobre suas ações no presente, mas sempre permite ao espectador que ela é sinistra e macabra, além de muito manipuladora.

Ao treinar os personagens centrais, Kishibe fala do Infernal de Tubarão, e logo ele é mostrado junto a outros opositores, como o Demônio da Violência, Demônio da Aranha.

Chainsaw Man: Uma análise sobre o arco de final de temporada

Todos eles são personagens de design legal, bem sujos, lutam com zumbis, incluindo o quarto, Demônio Anjo, que suga o tempo de vida de quem está perto.

Mesmo sem ser explícito, o texto consegue determinar que mais e mais criaturas bizarras habitam esse mundo. Como a maioria deles aparece na abertura, acredita-se que serão explorados em breve, no possível retorno, uma vez que os próximos capítulos no mangá os envolve.

Entre os episódios onze e doze, Aki se envolve em uma batalha meio covarde, já que ele não usa sua possessão, lutando contra um demônio munido apenas de uma pequena espada. No entanto ele sobrevive, quase que por milagre.

Finalmente Kishibe é apresentado. Makima os leva para ser apresentados e tutelados por ele que é caçador da Divisão Um.

Ele gosta dos alunos por eles serem independentes, por não terem lado, por serem a favor do próprio bem-estar, mais egoístas e fisiológicos do que meramente honrados.

Essa é de longa a mais sanguinolenta das lutas. O anime aumenta o grau de exploitation quase irracionalmente.

Infelizmente o anime termina sem garantias de retorno, embora tenha cenas pós créditos, que remetem ao início do arco inicial, com Denji em uma espécie de sonho ou devaneio, que resultará em mais um desenrolar sentimental pesado para o combalido protagonista.

Chainsaw Man termina emocionante, valorizando coadjuvantes, prometendo bons momentos de Makima, além de tratar Denji como alguém complicado, para além do velho complexo de Seiya de Pégaso, já que ele parece possuir muito mais camadas que o simples herói de anime de luta.

Além disso, o visual dos demônios segue sendo um show a parte, assim como a ação desenfreada. Há pouco o que reclamar, mesmo que o roteiro seja bem mais simplista do que o visto no material original.

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