O Massacre da Serra Elétrica 2 A continuação bufona conduzida por Tobe Hooper

 O Massacre da Serra Elétrica 2 A continuação bufona conduzida por Tobe Hooper

O Massacre da Serra Elétrica 2 é, um filme de horror lançado em 1986, embora a questão do seu gênero temático seja discutida até hoje, com muitas pessoas defendendo que é na verdade uma comédia com gore.

Continuação tardia do clássico exploitation O Massacre da Serra Elétrica de Tobe Hooper, foi lançado 12 anos depois, pelo próprio diretor e idealizador do clássico, mas volta toda a sua narrativa para uma forma de contar história absolutamente diferente, mais galhofeira, fato que fez com que boa parte dos fãs não gostassem dele.

De fato essa é uma comédia ácida, que utiliza uma violência extrema, caindo assim em um caráter splatter e repleto de gore, utilizando muito bom os efeitos de maquiagem do mestre Tom Savini.

A trama

A história novamente explora o cotidiano da família canibal, que (supostamente) é a mesma de O Massacre da Serra Elétrica, mas também dá destaque a duas figuras bastante intrigantes, uma radialista famosa, vivida por Caroline Williams, que testemunha um ato homicida no ar e um ex-policial, vivido por Dennis Hopper, que busca vingança para parte de sua família morta, lá no caso do primeiro filme, em 1973.

Além desses, ainda faz parte do elenco algumas figuras que se tornariam famosas futuramente, em especial, Bill Moseley, que faz um novo irmão da família canibal e Jim Seadow, que esteve no elenco original.

O acordo com a Cannon

Esse filme é parte do acordo da Cannon Group com Hooper.

Após o sucesso de Poltergeist: O Fenômeno, a empresa dos produtores Yoram Globus e Menahem Golan resolveram assinar um contrato com ele.

A Ideia Inicial

A vontade do diretor era fazer uma obra de ficção científica, inspirada nos clássicos italianos de horror e o estúdio concordou, desde que fizesse também uma sequencia de seu sucesso, sobre o massacre canibal no Texas.

Além disso, também se concordou em fazer uma refilmagem de um filme de invasão alienígena.

Esses foram feitos, mas o filme sci-fi exploitation Força Sinistra, foi um fracasso retumbante - embora tenha virado um clássico cult depois - já o outro, Invasores de Marte, também foi um insucesso.

O roteiro foi escrito por Hooper e L.M. Kit Carson. Produziram Golan, Globus, e Hooper, com produção executiva de Henry Holmes e James Jorgensen.

Uma outra ideia para a sequência

Houve outra ideia de Kim Henkel (roteirista do primeiro) e Hooper que contaria com uma cidade inteira de canibais, com trama semelhante ao filme Motel Diabólico de Kevin Connor, lançado em 1980.

O título dessa sequência seria Beyond The Valley Of The Texas Chainsaw Massacre - que traduzido, seria algo como Além do Vale do Massacre da Serra Elétrica - mas o estúdio pediu mudanças ​​no texto e por isso Kit Carson foi contratado.

A primeira ideia que Hooper e Carson apresentaram para Golan, foi aceita. O produtor concordou com a premissa depois de ouvir pouco, falou cerca de cinco falas e isso foi o suficiente.

A essa altura a ideia já era a que acabou sendo feita.

Sem direção de Hooper...ou quase isso

A princípio, Tobe Hooper iria apenas produzir este, mas assumiu a função de diretor graças ao baixo orçamento do filme, que impedia a contratação de um outro realizador.

A escolha também favoreceu uma ideia fixa do realizador, que nessa parte dois, resolveu se concentrar no elemento de comédia negra.

Segundo entrevistas da época, Hooper idealizava que O Massacre de 1974 fosse também uma obra engraçada, mas todo o seu humor foi cortado na hora de filmar, restando um ou outro momento constrangedor, especialmente na cena do jantar.

Sem sutilezas

Considerando que o primeiro filme tem uma reputação - imerecida - de ser extremamente sangrento, esta sequência dispensa essa noção e aumenta o conteúdo espalhafatoso.

A foto da família presente nas propagandas, cartazes e capas de vídeos, segue o mesmo posicionamento da tomada de grupo promocional do filme Clube dos Cinco, a comédia juvenil lançada um ano antes, que ficou bastante famosa.

 O Massacre da Serra Elétrica 2 A continuação bufona conduzida por Tobe Hooper

Essa escolha foi uma das diversas amostras de que o espírito entre as obras mudou, fato que fez com que muitos fãs não gostassem desse, devido à ênfase no humor sangrento tresloucado.

O diretor argumentou que esse tipo humor também estava presente no filme clássico, mas que o público não reconheceu isso devido ao conteúdo visceral, cru e chocante.

Questões entre estúdio e diretor

A Cannon estava preocupado com o atraso da produção e contratou Newt Arnold (que mais tarde, dirigiria O Grande Dragão Branco pela Cannon), para supervisionar as filmagens e garantir que as coisas fossem feitas mais rapidamente e com o menor orçamento possível.

Dados de estreia e detalhes técnicos

A estreia do longa ocorreu em 22 de agosto de 1986 nos Estados Unidos e Canadá.

Três dias depois chegou ao Japão. Na Dinamarca estreou em dezembro, enquanto na França passou em janeiro. Em fevereiro ele foi inaugurado na Itália. No Brasil chegou em 17 de setembro de 1987 e em Portugal foi em fevereiro de 1989, no Fantasporto Film Festival.

O título original do longa era The Texas Chainsaw Massacre 2. No Brasil pode ser encontrado como O Massacre da Serra Elétrica 2 ou O Massacre da Serra Elétrica: Parte 2.

Na Argentina é Masacre en el infierno, enquanto na Itália é Non aprite quella porta - Parte 2, no México é Masacre en Texas 2, no Peru é Terror en Texas, na Espanha é La matanza de Texas 2, enquanto em Portugal é
Massacre no Texas 2.

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Os locais de gravação e problemas de bastidores

A gravação ocorreu entre maio e julho de 1986, com locações no Texas. Gravaram no Prairie Dell, que são as cenas na Texas Battle Land. também no 6th Street em Austin que serviram de base para a KOKLA radio station.

A cena da ponte foi na Loop 150 em Bastrop, a batalha de carros foi no Aeroporto Boulevard e Montopolis Downtown Austin, enquanto a Cut-Rite Chain Saws foi gravada na Mean Eyed Cat Bar-1621 W. Fifth Street.

Certa noite um incêndio ocorreu no prédio do centro de Austin, onde grande parte do filme aconteceu. Quando os bombeiros chegaram, encontraram corpos e pensaram ter tropeçado no covil de um assassino psicopata.

Esse é um filme da Cannon Films e Golan-Globus Productions, com distribuição da Cannon Film Distributors nos Estados Unidos, da Pan-Canadian Film Distributors no Canadá.

No Brasil, foi distribuído pela Paris Filmes nos cinemas e chegou em Blu-Ray pela Obras-Primas do Cinema.

Quem Fez

Hopper fez alguns filmes B antes desse, como o primeiro O Massacre da Serra Elétrica, Devorado Vivo, Os Vampiros de Salem, Pague para Entrar, Reze para Sair além do seu maior sucesso, Poltergeist, junto a Steve Spielberg, também dirigiu episódios de Histórias Maravilhosas e depois, Mestres do Terror.

Carson escreveu A Força de Um Amor, Paris,Texas e Chinese Boxes. Depois fez A Carona e Perfume.

Goblus produziu muita coisa dentro do cinema de terror, como Esquizofrenia, Reveillon Maldito, Experiência Fatal, X-Ray: Massacre no Hospital, A Mansão da Meia-Noite. Foi produtor executivo Dez Minutos para Morrer, Golan fez todos esses juntos, e também foi produtor executivo em O Fantasma da Ópera com Robert Englund e A Máscara Da Morte Rubra.

Dennis Hopper atuou em Easy Rider: Sem Destino, um libelo do cinema marginal e underground, que ele também dirigiu.

Em 1986 também atuou em Veludo Azul de David Lynch, depois esteve em obras trash, como Super Mario Bros e Waterworld: O Segredo das Águas. Ainda esteve em Amor à Queima Roupa e Velocidade Máxima.

Moseley é parceiro de Rob Zombie, esteve em A Casa dos 1000 Corpos, Rejeitados pelo Diabo e Os 3 Infernais, também esteve em A Noite dos Mortos Vivos de Tom Savini quatro anos após esse, também esteve em Repo A Ópera Genética.

É dito que ele ganhou o papel graças a um vídeo paródia, um curta-metragem intitulada chamado The Texas Chainsaw Manicure - não confundir com a paródia excelente de Michael Kallio, lançado em 2007 -onde fazia uma versão do O Mochileiro, que Edwin Neal interpretou nos anos 1970.

Esse curta chegou a um roteirista/escritor, que por sua vez, mostrou a Tobe Hooper.

O realizador adorou a iniciativa do ator e manteve Moseley em mente para um papel caso ele fizesse uma sequência e quando chegou a hora de escalar os atores para sequência, ele foi contratado para o papel do irmão gêmeo do Mochileiro.

Moseley disse que Chop-Top é o seu papel favorito em toda a sua carreira.

Siedow atuou em poucos trabalhos, como em The Windsplitter, obra que Tobe Hooper atuava também. Ele foi o único membro do elenco que participou do filme original, além é claro de Lou Perryman, que faz L.G. nesse e trabalhou como assistente de câmera no filme original, mas não atuou na obra setentista.

Além de O Massacre da Serra Elétrica, Siedow também fez Red Alert, Ligação Direta e Histórias Maravilhosas. Esse O Massacre da Serra Elétrica 2 foi o último filme do ator.

Caroline Williams é conhecida por estar em vários filmes B e de ação, além de ser sempre lembrada por sua grande beleza.

Entre as obras mais conhecidas do seu currículo estão Dias de Trovão, O Duende Assassino, Contracterd, Terror no Pântano 3 e no recente Renfield : Dando Sangue Pelo Chefe e Megalodon: The Frenzy. Ela fez uma cameo em O Massacre da Serra Elétrica 3, esteve em A Volta do Padrasto.

Na época da audição, Williams queria causar uma forte impressão. Quando foi chamada ela foi até o final do corredor e correu gritando para dentro da sala, onde puxou Tobe Hooper e Kit Carson de seus assentos, usando as cadeiras para bloquear a porta antes de começar a cena.

Isso causou uma boa impressão, claro.

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O interprete do "cara de couro"

Sobre Leatherface, Gunnar Hansen foi chamado para reprisar seu papel, mas ele afirmou ter recebido uma oferta muito baixa financeiramente.

O publicitário da unidade Scott Holton deu uma versão alternativa a essa história, alegando que Hansen vacilou sobre a oferta e o contrato foi rescindido. Holton também não acreditava que o espectador comum soubesse quem eram os atores originais.

Foi escolhido então Bill Johnson que esteve também em A Violência do Futuro, em Confissões de um Matador, Loucos Paramédicos e Morto ao Chegar.

Dificuldades de distribuição:

O BBFC (British Board of Film Classification) notificou Cannon no sentido de reduzir o conteúdo em 20 ou 25 minutos.

O filme foi reenviado diversas vezes até que em maio de 1987 a BBFC achou que deveriam haver mais cortes. Desse modo, a Cannon desistiu do lançamento no Reino Unido.

O longa permaneceu nos cofres da entidade até 2001, quando foi lançado "sem cortes", após a aposentadoria do diretor do grupo, James Ferman.

A peculiaridade do lançamento australiano e alemão

A Hoyts distribuiu 90% dos títulos de Cannon na Austrália e submeteu este para classificação em 1986, mas a obra foi considerada altamente ofensiva pelo conselho de classificação e o longa acabou sendo banido.

A distribuidora pensou em cortar o filme, mas as cenas e elementos que ofenderam a junta foram tantos que decidiu-se não divulgar a obra por completo.

A proibição permaneceu em vigor até que a MGM reenviou o filme quase 20 anos depois, para ter um lançamento oficial.

O lançamento na Alemanha Ocidental não foi possível porque o filme foi proibido antes de poder ser lançado nos cinemas.

A Turbine Medien adquiriu os direitos do filme em 2012 e começou a trabalhar para revogar o banimento. Demorou quatro anos até que o tribunal local de Berlin-Tiergarten finalmente suspendesse o banimento.

Questões com a classificação

Os produtores Golan e Globus sinalizaram que buscariam a classificação 'R' da administração de classificação da MPAA, a Motion Picture Association of America.

Recebeu um certificado "X", o que levou o Cannon Group a lançá-lo como "sem classificação".

O filme enfim foi exibido em Los Angeles, sem obter um 'R' em ambas as ocasiões, mesmo depois de vários cortes em cenas mais violentas.

Ou seja, a versão lançada nos cinemas americanos não foi a montagem que o diretor queria para a sua obra. Em uma entrevista, Hooper disse que reduzir o filme para 90 a 100 minutos era uma grande prioridade para Cannon, mas não graças a problemas de violência e sim graças ao fato de ter a possibilidade de mais exibições por dia, para potencialmente ganhar mais em bilheteria e arrecadação.

Narrativa

Antes do início do filme se indica o incidente de 1973, 13 anos antes, afirmando que o caso foi negado de maneira oficial, ou seja, não há nenhum registro real da tragédia.

Dois imbecis cortam a estrada do Texas, são eles Rick (Chris Douridas), o nerd que usa óculos amarelo personalizado e Buzz (Barry Kinyon). Os dois ouvem a rádio onde Vanita Brock, a Stretch de Caroline Williams, trabalha. Enquanto isso, eles cortam a estrada, a bordo do seu Mercedes-Benz 380 SL [R107] de 1981.

Os dois importunam motoristas, atiram em placas, desviam carros da estrada, causam muita confusão.

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Na rádio, L.G. McPeters ou simplesmente LG (Lou Perryman) que é o auxiliar da técnica da rádio, não consegue desviar os telefonemas dos dois importunadores.

Curiosamente ele pareceria incompetente nesse ponto, mas seria mega útil no final, além de se mostrar como um bravo guerreiro no restante do drama.

Devido a essa inconveniência por parte dos meninos, Stretch acaba "testemunhando" o ataque de Leatherface aos dois.

No lado da linha que está sendo atacado, corre um carro na estrada, que emparelha com a dupla de rapazes. De dentro sai um homem grande, com uma espécie rosto estranho e pútrido.

Assim que leva um tiro, é revelado que ali estava Leatherface, segurando um cadáver, que momentos depois é revelado como o corpo do Caroneiro, que Neal fez no filme de 1974.

Aqui o irmão ganha o nome de 'Nubbins' e mesmo morto, ele aparece em muitos materiais de divulgação, como na capa original.

Tom Morga: experiente ator, que foi Myers e Leatherface

Nessa cena, Leatherface (ou Bubba, como é chamado depois) é interpretado por Tom Morga, o dublê que dois anos depois, faria uma cena como Michael Myers em Halloween 4: O Retorno de Michael Myers, na cena da ambulância.

Curiosamente ele fez poucas cenas como ambos monstros do cenário do cinema slasher, sendo assim uma boa trívia do estudo que os Filmes de Matança propõem.

A batalha na estrada

Os carros são emparelhados e o brutamontes fica em cima do carro, se movendo de forma criativa, como se dançasse. Aparentemente, a ideia aqui é fazer referência a cena em que o vilão perseguiu sem sucesso Sally Hardesty, mas obviamente, sem o mesmo peso.

Depois de levar um tiro dado por Rick em seu rosto, ele cai e revela na verdade ser Leatherface, carregando o corpo de Nubbins, cujo aspecto é quase de um zumbi.

O carro da dupla é cortado pela motosserra gigante do vilão e enquanto o veiculo é fatiado tal qual um pão antes de ser preenchido por manteiga, do outro lado da linha Stretch e LG ouvem tudo, além de qualquer ouvinte que estivesse ligado no rádio, já que o programa está no ar.

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Se "só" ouvindo a sensação é de medo e susto, o testemunho do que ocorre no visual é ainda pior, já que a cabeça de Buzz é cortada, mostrando sangue em um efeito muito bem empregado de Tom Savini.

O modelo da serra

A motosserra usada por Leatherface é uma Craftsman 4300. A que foi utilizada no primeiro filme também, a de marca raspada, aparece também, mas é um mistério onde ela está presente, em tela.

Há quem defenda que ela aparece uma vitrine de vidro, na loja especializada.

A participação de Strech em outras mídias

Caroline Williams revelou ao Dread Central que considera que sua personagem Vanita 'Stretch' Brock reapareceu em outros dois filmes, apenas um deles parte da série Texas Chainsaw Massacre.

Ela aparece em um papel não creditado de repórter de TV em O Massacre da Serra Elétrica 3.

Segundo a atriz, o diretor Jeff Burr disse a ela que queria manter o personagem dela vivo, disse que não havia menção no roteiro a personagem, mas se algum produtor resolvesse tentar revisitar o papel de Stretch, deveria ser ela interpretando, por isso os fãs veriam ela na Parte III, sabendo que era ela.

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Em 2013 ela esteve em Terror no Pântano 3, interpretando a repórter Amanda Palmer e a ideia do cineasta BJ McDonnell era que ela seria Stretch, que cresceu, mudou de nome, se casou com um policial interpretado por Zach Galligan e se separou por ser uma mulher obcecada em perseguir lendas e mitos urbanos, que em sua ideia, não eram mitos e sim realidade.

Williams também apareceu em Sharknado: Corra Para o 4º de 2016 como um personagem chamado "Stretch", mas Williams não inclui isso em sua descrição das outras aparições de Vanita Brock no cinema.

Em Dez Minutos Para a Meia-Noite ela também faz uma radialista, mas não é associada a Strech, exceto claro no teor de homenagem.

A entrada de Lefty na trama

Depois dessa introdução, é mostrado um policial aposentado, o tenente Boude Lefty Enright de Dennis Hopper.

Aparentemente, ele é tio de vítimas do massacre antigo, da dupla de irmãos, embora em um primeiro momento, não fica claro se é parente dos Hardesty, mas é dado que sim, depois.

Aqui também se diz que o filme clássico se passou no sul do Texas, algo que é curioso já que não ficou claro onde exatamente ocorreu.

Um detetive local, interpretado por Kirk Sisco, sugere a Lefty que ele vá embora, afinal, é um final de semana cultural, turístico. Pede para ele retornar a Amarillo, até tenta dar uma carteirada nele, sem sucesso.

O encontro da radialista com o veterano

Lefty resolveu publicar tudo na imprensa e dessa forma, Stretch vai atrás dele. O homem não aceita o auxílio dela, tem receio de receber ajuda e se ser tratado como piada.

Sobre piadas e humor, é dado que a atmosfera aqui mudou bastante, já que saiu a sujeira e a crueza para entrar muitas cores gritantes, nos cenários e também nos figurinos.

Até o cozinheiro feito por Jim Siedow está diferente, ganhando prêmios de culinária, sendo louvado pela comunidade de Dallas. Aqui ele recebe um nome, é Drayton Sawyer, ou seja, sua família é Sawyear, em atenção as serras que nomeiam o filme.

Ainda sobre motosserra, Lefty vai a uma loja especializada, comprar serras. Leva uma enorme, outras duas, para manejar em uma mão só, depois faz um número ridículo de teste, em um tronco na frente da casa de vendas.

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Lefty enfim aceita a ajuda da moça, mas de uma maneira "diferenciada", já que se vale dos esforços dela não para encontrar os bandidos e sim para publicitar o caso, exigindo que ela dê um jeito de tornar famosa a série de assassinatos do passado, já que a família homicida segue matando a mais de dois anos, mas as autoridades não se preocupam com o caso.

A família canibal

Enquanto isso, Drayton se enfurece ao perceber que o irmão foi pego. Depois e serem explanados, aparece um novo e sujo personagem, o psicodélico de visual hippie Robert, ou Chop-Top (Bill Moseley) que aparece na rádio.

O personagem aparece alguém de modos obsessivos, cabelo claramente falso, dentes muito sujos.

As luzes da rádio, de várias cores fazem com ele pareça ainda mais esquisito do que já é. Usa uma maquiagem forte, um colete do exército, cheio de bótons.

Ele quer a fita de Lefty, pede para tocar de novo, quer uma cópia, mas é interrompido por seu irmão rotundo, que usa a serra. Leatherface é chamado assim por seu fraterno, mas Chop-Top também o chama de Bubba.

No contato e ambos, a cabeça do mais magro é acertada, dessa forma, a peruca de Sonny Bono é derrubada, exibindo assim a parte de ferro da cabeça dele, que é riscada pela lâmina a arma.

Humor x obviedade

A opção pelo humor é válida, já que o filme funciona bem como uma total perversão do ideal do horror, mas um dos pontos negativos é que não existe nenhum fator surpresa nos ataques dos Sawyer.

É tudo muito telegrafado, não se sente receio por nenhum dos personagens, mesmo que a maioria deles mate sem dó.

As mortes e a violência acabam soando gratuitas, cercadas por danças e por descobertas sexuais tardias, como a de Leatherface, que usa a serra para se aproximar sexualmente de Stretch, enquanto ela está de pernas abertas, encharcada de refrigerantes, que ele sem querer abriu ao ligar a serra na geladeira que caiu.

Chop-Top parece ameaçador, apesar de ter um discurso tranquilo, carregado de ternura. É impossível não olhar para ele como um possível tarado e obviamente o espectador teme pela vida e pela integridade física de Stretch.

Mesmo parecendo perigoso, ele é alguém subalterno, um despiste para a entrada do seu irmão corpulento, que seria a principal ameaça do filme, ao menos em teoria.

Curiosamente ele se veste desse modo em contraponto a sua própria condição, já que um ex-soldado da guerra na Ásia, ou seja, é o exato inverso dos "ripongas".

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A serra fálica

Depois da entrada espalhafatosa de Leatherface entrar em cena faz a moça protagonista gritar bastante, entrando em pânico, em sequências que claramente tem um subtexto sexual, que não é nem um pouco sútil, já que a motosserra fica na altura da pélvis dele, possivelmente representando o seu falo.

Há quem defenda inclusive que ele é impotente e por isso usa a máquina para substituir a sua falta de pujança sexual.

Na aproximação do vilão, a moça tenta convencer ele a não atacar, o chama de bonzinho, enquanto o sujeito lambe os beiços, ao encostar a lâmina parada - ou seja, não ligada - na região sexual dela.

A frustração dele, com urros e lamúrias combina com a frustração de quem tenta fazer sexo mas não alcança o gozo, afinal, aquele ainda é um objeto e não é uma extensão literal de seu sexo, sendo apenas simbólica.

A direção de Hooper e o duelo entre pessoas insanas

Hooper dirige bem essas cenas, não poupa espectadores ou personagens, mesmo fazendo piada consegue ser absolutamente grotescos.

O Massacre da Serra Elétrica 2 A continuação bufona conduzida por Tobe Hooper

Não há demora em explorar outros cenários, mostrando que o realizador não tem receio de mostrar os personagens em várias situação.

Esse segundo lugar é uma espécie de parque temático abandonado, que parece é uma representação de selva urbana, ou seja, fica bem evidente que após isso demonstra que, diferente do filme de 1974, esse é em um lugar menos isolado.

Em Texas Battle Land (o tal parque) há um esqueleto de um lugar de entretenimento, que é onde a família vive.

Stretch segue os bandidos, acaba encontrando Lefty, mas não sem levar um susto antes, acreditando que estava sendo perseguida.

O design de produção desse cenário é sensacional, vários locais que parecem perigosos, com arcos em túneis, que se assemelham com costelas de animais gigantes.

Há uma representação de uma savana metálica, feita de pedra, aço e ferro. Lefty tenta pegar sua amiga, mesmo assumindo que a usou, estende um braço de osso, que certamente não a aguentaria.

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Os Sawyer são obviamente loucos, mas Enright não fica muito atrás. Reza para alguma divindade, se arma de motosserras, ao invés de focar em armas de tiros. Parece querer ferir seus inimigos como eles fazem.

O parque de diversões é um lugar bizarro, em alguns pontos parece ser irreal, não fazendo sentido certas partes. Uma parede dali sangra e quando Dennis Hopper a chuta, saem muitos órgãos e entranhas.

Com tanto espaço vago para esconder corpos, colocaram em um lugar mais externo, perto da estrada. Não faz sentido algum, fora a vontade de fazer piada.

Bubba fornecendo carne ao irmão

Depois de ter sido pega, Stretch enfim acorda e testemunha Leatherface retalhando carne humana, manufaturando para que seu irmão premiado cozinhe.

Além de arrumar novas máscaras para ele, o vilão "decora" a moça, com a face de alguém morto, não fica claro se é para disfarçar ela dos irmãos ou se é para igualar os dois, a fim de tornar eles iguais, como um casal, como a Criatura queria em Frankenstein e o Prometeu Moderno, já ele queria encontrar uma noiva para si.

Para causar ainda mais espécie no espectador e na menina, a pessoa com a face cortada está viva.

Quando desperta, mostra ser LG, que sobrevive bravamente e tenta ajudar a sua amiga. Apesar dessa descrição, é bom ressaltar que essa parte não é tranquila não, é na verdade nojenta e asquerosa, com um quase cenobita em uma época anterior a Hellraiser: Renascido do Inferno, se movimentando para tentar salvar a bela locutora.

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No esconderijo dos vilões, Lefty encontra um cadáver cadeirante, que ele diz ser Franklin, daí se conclui que, de fato, ele é tio de Sally e seu irmão, mesmo que nesse "encontro" não haja qualquer prova que aquele seja de fato o inválido gordinho do primeiro filme, até pela distância entre os filmes.

Se esse for de fato Franklin, os Sawyear precisaram de dar ao trabalho de levar um corpo específico e nada especial, para o outro lado do estado.

O fato dele de fato ser um Hardesty revela que a situação para a família foi tão agressiva e violenta que fez parte do grupo familiar mudar o sobrenome para Enright.

Delírios de Lefty

Em algum ponto, Lefty chama Stretch de irmã,, enquanto a incentiva a fugir. Isso pode ser um delírio dele, que enxerga nessa final girl a presença de Sally ou ele pode só estar sendo carinhoso com ela, tentando dar a ela uma motivação a mais.

Já é necessária uma grande suspensão de descrença para entender que a mesma família do primeiro filme, que estava falida e em uma casa paupérrima, 12 ou 13 anos depois teriam um parque de diversões em sua posse, um lugar enorme, onde poderiam guardar tudo, inclusive os corpos de gente que eles mataram há mais de uma década, em outro ponto do estado, não no sul, mas perto de Dallas.

A realidade é que não existe apego a cronologia, não é a intenção do realizador ou produtores, essa é tão somente uma versão mais colorida, neon e nonsense do primeiro. Além disso, eles podem só ter tomado posse do lugar. É bem provável que isso tenha ocorrido, aliás.

Chop-Top e Drayton encontram Stretch e quando percebem que Leatherface tem interesse nela, fazem referência aos desejos sexuais dele existirem. Eles desdenham do brutamontes, ajudam a desmontar ele como figura amedrontadora. Se no primeiro ele usava até máscaras femininas, aqui ele é alvo do deboche de todos.

Há versões novas para os momentos clássicos, como a repetição da cena grotesca do jantar, inclusive com o vovô, que, segundo o cozinheiro, tem 127 anos (ou 137 na dublagem brasileira).

Dessa vez o idoso é feito por Ken Evert no lugar de John Dugan, a maquiagem faz mais sentido.

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Tom Savini afirmou que os efeitos que criou para o vovô são motivo de maior orgulho, que ele compara à maquiagem do idoso Dustin Hoffman em O Pequeno Grande Homem de 1970.

Também se percebem vários elementos de cenários, no covil do clã, como um esqueleto pendurado no teto, montado em uma bomba e balançando um chapéu de cowboy sobre sua cabeça, que claramente é uma homenagem à cena final de Dr. Fantástico ou: Como aprendi a parar de me preocupar e amar a bomba de Stanley Kubrick.

O discurso comprometido

Considerando que a família é formada por indivíduos insanos, todo o discurso parece ser confuso.

Se Drayton fala a verdade, se essa é de fato o mesmo núcleo familiar do filme anterior, a automação do serviço de corte de gado o fez enlouquecer.

A tecnologia teria tirado o seu ganha pão e por isso sua família inteira mudou, as gerações dos filhos dele morreram e sobraram os netos.

No entanto o aprofundamento na relação do Clã Saw é interrompida pelo ex-policial. Cook até pergunta se ele veio a mando dos "maricas de Del-Mar", que podem ser vítimas ou meros competidores dos certames culinários

Quando Lefty diz que é o senhor da colheita, ele pergunta se é do ramo de comida natural, ou seja, ele estava delirando, achando que a celeuma não se dá pelos assassinatos e sim graças as disputas de comida que ele participou.

Drayton tenta comprá-lo, mas o tenente Boude está tomado de raiva e crueldade. Passa por cima, fatia a carne do homem mais velho, fazendo-o sangrar pelo traseiro. O visual dos dois em cena faz perguntar se a ideia para o Xerife Hoyt, do remake O Massacre da Serra Elétrica não mira uma amálgama dos dois...talvez.

Trecho do roteiro original

Em um rascunho do roteiro original, Stretch seria a filha ilegítima de Lefty Enright.

Essa seria outra possibilidade para explicar por que ele a chama de irmã, poderia ser uma versão alternativa a esse parentesco abandonado, mas a sensação que fica é que ele está tão louco, que mergulhou tão fundo na insanidade da situação que começou a achar que ele era Franklin e a menina era sua irmã sumida.

Como não há uma linha de menção a menina, é capaz intuir que nessa realidade ela fugiu do massacre, mas não voltou para casa, ou se voltou foi privada do convívio comum, sendo internada em um sanatório ou algo que o valha.

Mais uma vez, um jantar

Ainda ocorre um confronto de serras na mesa de jantar. É uma bagunça generalizada, onde o ex-ranger leva a melhor, enfiando sua motosserra maior no bucho do vilão.

Mesmo com todo o caos que acontece, com duas brigas diferenciadas - a já citada e a de Stretch e Chop-Top - o irmão cozinheiro segue em seus delírios, falando sobre como pequenos comerciantes sempre se dão mal. A crítica não é sem motivo, mas dita por quem a faz, só parece uma piada ruim.

A personagem de Caroline Williams tenta achar a saída, subindo por uma escada, onde obviamente não encontraria qualquer fuga, afinal, as regras dos filmes de matança pregam isso.

Acontece então uma luta pesada, que envolve ela encontrando o corpo mumificado da vovó, da onde ela encontra uma serra, que usa para enfim acertar Robert Sawyer. Ele aliás parece imortal, apanhava, caia, sofria ferimentos mas não parava, só hesitou quando a "heroína" violou o sagrado corpo da sua avó.

A motosserra que Stretch rouba no final era uma Poulan 361, a mesma que é a maior e que serve de adereço para Caroline Wiliams fazer seu último número de dança.

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Um slasher com regras diferentes

Ao contrário da maioria dos filmes de terror, todas as vítimas que morrem são homens.

Hooper ajudou a inaugurar todo o gênero dos Filmes de Matança e slashers, mas perverte até as suas regras. Além disso, todos os Sawyers acabam sendo serrados, Leatherface e Chop-Top são empalados nas entranhas, enquanto Drayton é esfaqueado nas costas como resultado de uma de uma briga com o parente de suas vítimas do primeiro filme.

Houveram várias cenas cortadas, inclusive uma em que a família Sawyer sai em busca de carne de primeira qualidade. Ela foi retirada para melhorar o ritmo, mas está presente no DVD da Edição Gruesome.

A cena excluída apresentava vários efeitos especiais elaborados de Savini. Outra cena excluída também inclui o crítico de cinema americano Joe Bob Briggs.

A trama termina sem deixar claro o que houve com Lefty, Leatherface, Cook e Chop-Top. Stretch então faz a sua dança para a câmera, que a flagra bela e suja, bailando no topo do estranho parque, enlouquecida e enraivecida, destruída mentalmente, tal qual se esperava, depois de todos esses traumas.

Acaba então trazendo uma camada diferenciada para sua saga, exercendo o direito de rir dos clichês que ajudou a estabelecer, sendo assim cínico, irônico e sacana, sem nenhum pudor de ser assim.

Como foi Hooper a fazer a primeira continuação, ele dita uma regra, de que não deveriam imitar o formato do primeiro, poderiam pegar os chavões, mas o modo documental e a sujeira crua é exclusividade do filme primordial, nem a sua refilmagem copia isso, mesmo sendo a obra mais elogiada da franquia, fora o primeiro.

O Massacre da Serra Elétrica 2 é como uma montanha russa de emoções, sendo a manifestação esnobe do realizador, provando que o cinema de franquias é um fracasso. Ele tenta cuspir na indústria, mas não em seu legado, já que preserva a sua obra famosa em um lugar inatingível, fazendo uma sequência que em nada lembra o original, distanciando assim as outras sequências, para que não tivessem a pachorra de repetir o que ele fez em 74.

Confira os outros filmes da franquia

1974- O Massacre da Serra Elétrica
1986- O Massacre da Serra Elétrica 2
2003- O Massacre da Serra Elétrica (remake)
2012- Butcher Boys

1 comment

  1. zoritoler imol 12 março, 2025 at 17:41 Responder

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