“A minha misericórdia prevalece sobre a minha ira”
A segunda parte da oitava temporada de The Walking Dead estreia para tentar enterrar de vez a pífia primeira parte dessa sessão, cujos oito primeiros episódios rodaram, rodaram, rodaram e rodaram, mas, não chegaram a praticamente lugar algum.
Neste episódio, intitulado Honor, temos a ação se dividindo em duas frentes: os acontecimentos em Alexandria, após a invasão das tropas de Negan, com Rick e o restante dos habitantes do local enclausuradas em um túnel, e os acontecimentos no Reino, com Ezekiel preso, e Morgan e Carol tentando retomar o lugar.
Interessante que esse paralelo não somente intercala as ações, mas também os momentos atuais vividos por dois personagens distintos: Carl e Morgan. Enquanto um está se despedindo da série por morte, o outro está se despedindo (literalmente), para, a partir de agora, fazer parte da série-apêndice Fear The Walking Dead.
De um modo geral, o episódio foi um dos mais bem construídos dessa temporada (pelo menos, o melhor, até agora), pois, deu um pouco daquele senso de urgência e claustrofobia que tínhamos logo no início da série, além de muitas pontas soltas em episódios anteriores terem sido bem explicadas.
Finalmente, entendemos porque Carl escrevia aquelas cartas em tom de despedida (afinal, ele já havia sido mordido por um zumbi, e sabia do seu inevitável destino), além de mostrar também como os Salvadores conseguiram sair do seu covil, usando zumbis como “escudos”. O episódio chega até a explicar aquelas cenas meio oníricas, mostrando Rick com uma avantajada barba branca: seriam os sonhos de Carl de um mundo melhor.
Ponto negativo fica por conta de algumas cenas de ação (em especial, as do Reino), mostrando aqueles velhos e batidos momentos convenientes que acontecem nesse tipo de sequência. Outra coisa incômoda neste episódio foi a trilha sonora, tanto no Reino, que meio que antecipa o que vai acontecer, quanto na despedida de Carl, que ficou demasiadamente forçada e piegas (o momento, por si só, já era triste o suficiente).
Inclusive, falando em Carl, foi muito bom ter visto como o personagem ao longo desses anos evoluiu, e conseguiu, em seus momentos derradeiros, despedir-se de maneira digna, e, principalmente, sendo uma inspiração importantíssima para o seu pai, já que estava se tornando tão selvagem e brutal quanto os próprios Salvadores. Agora, é a chance de Rick trilhar um novo rumo.
Só que estamos falando de The Walking Dead, então, nada é o que parece, e surpresas podem acontecer a qualquer momento (para o bem e para o mal). Nesse sentido, a última cena, com Rick ensanguentado, embaixo de uma árvore, e meio que acordando de um devaneio, pode suscitar a ideia de que os últimos acontecimentos (em especial, a morte de Carl) não passaram de um sonho.
Se isso realmente se concretizar, será péssimo, pois, significaria que assistimos dois anos de temporadas e vários episódios para, simplesmente, nada ter acontecido. Este artifício preguiçoso, usado aos montes por aí, com certeza, seria um belo banho de água fria nos fãs da série, que, por sinal, estão debando bastante no decorrer desses últimos anos.
Agora, é esperar que The Walking Dead tenha cacife para encarar as decisões que tomou até agora, para que possamos voltar a acompanhar uma boa história de fato.
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