Desde antes da temporada começar, os fãs já sabiam que Ra’s Al Ghul seria o vilão principal da nova empreitada de Arrow. Mas, por alguns motivos que envolvem a incompetência dos roteiristas e falta de presença do ator Matt Nable, a ameaça gerada pela existência do personagem nunca foi sentido de forma realmente convincente. Pelo menos não até o último episódio antes do segundo hiato, que leva imediatamente para este retorno em The Offer, que embora não seja uma grande adição ao currículo do programa, traz, finalmente, aquela que deve se tornar a espinha dorsal da trama.
Quando entrou em pausa de quase um mês, Arrow deixou os fãs empolgados com a revelação de um importante elemento de Ra’s nos quadrinhos, sua constante busca por um herdeiro, fazer parte de sua trama. Neste 16º episódio a série acrescenta ainda outras motivações ao vilão, que o aproximam ainda mais de sua versão original. O Poço de Lázaro finalmente é revelado, assim como a seu efeito não ser mais o mesmo no vilão, daí sua preocupação em encontrar um substituto para liderar a Liga dos Assassinos. Matt Nable finalmente tem a oportunidade de dividir mais do que alguns segundos de tela com outros personagens, algo que deve ainda crescer ao longo dos próximos episódios, mostrando que se esforça para encarnar o personagem em uma interpretação própria, longe da caracterização de Liam Neeson (que é ótima, dentro do universo criado por Chris Nolan em Batman Begins), por exemplo.
Este The Offer também se caracteriza por ser levado, principalmente, por diálogos, soando importante para as futuras decisões tomadas pelos personagens centrais do programa. Isso acaba levando a uma fraqueza por parte do roteiro. Quase como se não confiasse na força de seus próprios conflitos, o texto de Beth Schwartz e Brian Ford Sullivan acrescenta um vilão que poderia ser melhor aproveitado em um episódio que não houvesse tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Surge como distração e desculpa para algumas sequências de ação, ofuscando um pouco o trabalho de desenvolvimento de Oliver e sua constante busca por identidade.
Ao contrário de outras oportunidades, Arrow parece “empacar” com certas subtramas nesta terceira temporada, como a de Thea e Malcolm, por exemplo, ou a de Laurel e seu pai, o Capitão Lance. Colocar algumas cenas de perseguição a um antagonista genérico no meio de tudo isso não ajuda muito a situação. Por outro lado, a série finalmente parece ter feito Felicity superar o amor não correspondido, o que já deveria ter sido resolvido para evitar os diálogos de novela.
O episódio guarda algumas surpresas, como a presença de certa personagem nos flashbacks. Tomara que seja uma espécie de engodo, porque se ela estiver mesmo viva ali, todo o confronto com Slade Wilson na segunda temporada se torna injustificável. Como a trama do passado é exibida por “pílulas” em doses homeopáticas, o jeito é esperar para ver.
Apresentando nova dinâmica entre alguns personagens, como Nyssa e Laurel e Quetin com sua mudança de atitude em relação ao Arqueiro, e evoluindo a trama principal ao colocar Ra’s no final avançando em seu plano para trazer Oliver para o seu lado, The Offer pode não ser o melhor que a série tem a oferecer, mas com certeza é um episódio digno e acima da média desta temporada. A esperança é que daqui para frente os problemas encontrados em abundância neste ano sejam resolvidos, dando também algum senso de urgência ao programa, algo que sempre foi uma de suas características mais marcantes, mas que parecia não existir mais desde que Sara foi morta. A chance do seriado de finalmente encontrar seu lugar no processo de desenvolvimento de seus protagonistas é enorme a partir de agora. Os elementos foram colocados à mesa, agora resta esperar que os realizadores saibam o que fazer com eles.
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