Review: The Flash S01E13 - The Nuclear Man

The Nuclear ManA cada semana, The Flash mostra o quanto está disposta a desenvolver seus personagens. De forma consistente, todo episódio traz algo para um dos protagonistas ou coadjuvantes, evoluindo subtramas, introduzindo informações importantes e estreitando ainda mais a relação do elenco com a audiência. Já faz algum tempo, o programa tem dado pequenas doses da história de Ronnie Raymond e do Doutor Stein, as duas metades do herói Nuclear (ou, neste caso, a versão original em inglês Firestorm, transformada em uma sigla, tornando a tradução em português obsoleta). Essa semana, no entanto, o seriado dedica seu episódio ao complexo personagem, deixando de lado convenções e oferecendo uma aventura sólida.

Quando finalmente consegue se encontrar com Ronnie/Stein, o Time Flash parte para a agressividade, em uma referência clara aos embates entre super-heróis nos quadrinhos. O Velocista no entanto leva a pior, em uma das poucas sequências de ação do episódio, mas que vale por muitas. Totalmente alicerçada na utilização de efeitos visuais, esse é mais um daqueles momentos que seriam impossíveis de convencer o espectador há 10 anos, mas que hoje, graças ao avanço tecnológico, consegue parecer empolgante, mesmo em uma produção cujo orçamento é limitado. Com Glen Winter no comando, a garantia de qualidade é sempre certa, mas dessa vez não foi apenas a competente mão do diretor (que sempre traz momentos incríveis em Arrow) que fez valer a pena, mas uma equipe de computação gráfica tão eficiente quanto os dublês da série do Arqueiro. Se uma precisa de coreografias de ação, a outra certamente precisa de boas imagens geradas digitalmente para retratar os super-poderes dos heróis e vilões.

Apesar da pouca ação, The Nuclear Man tem um ritmo absolutamente impecável, que faz o episódio parecer até mais curto do que é. A trama do Firestorm é interessante a ponto de não precisar de perseguições, cenas em alta velocidade ou algo do gênero, pois os personagens afetados pela história já são suficientemente desenvolvidos para gerar no público uma ligação forte. Robbie Amell já havia mostrado em The Tomorrow People que é um ator mais solto do que seu primo Stephen. Em The Flash ele se sai ainda melhor, pois precisa convencer não como um jovem atormentado, mas como um cientista maduro preso no corpo de alguém anos mais novo. Como a série mostra, logo no início, Victor Garber como o Dr. Stein, é nítido o quanto Amell incorpora a entonação de voz do ator veterano e até mesmo um pouco de sua linguagem corporal, sem parecer imitação.

O episódio aproveitou também para desenrolar duas tramas paralelas. Uma trabalha a vida social de Barry, que precisava realmente de algo além do triângulo amoroso com Iris e Thawne. A presença de Linda Park traz uma nova dinâmica, e dá chances para a série trabalhar um romance que não soe forçado. A química de Malese Jow e Grant Gustin é ótima e ambos conseguem trazer um certo grau de autenticidade para o relacionamento. A segunda subplot mostra Joe West e Cisco investigando a antiga casa da família Allen para tentar encontrar pistas sobre a morte da mãe de Barry e dos velocistas que estavam lá há 15 anos. Criando uma explicação deliciosamente absurda para gerar imagens 3D daquela noite fatídica, o programa também aproveita para fazer o jovem cientista desconfiar um pouco de Harrison Wells. Apesar de ter achado um ultraje a suspeita do detetive West, Cisco, logo depois, vê com outros olhos as atitudes de seu patrão nos Laboratórios STAR. Com o que o episódio mostra, fica evidente a adaptação da trama de Flashpoint, o que pode trazer um revés incomum em The Flash. Se a série seguir adiante com a ideia de viagem no tempo, e Barry voltar para impedir a morte de sua mãe, o programa pode começar a segunda temporada em um realidade paralela, em que o herói de vermelho simplesmente não existe. Se isso acontecer, como afetaria Arrow, uma vez que ambas adaptações se passam no mesmo universo?

The Nuclear Man

Sem precisar de um "vilão da semana" e focado inteiramente na boa trama do Firestorm, The Nuclear Man surge como um dos melhores episódios da temporada, terminando com um cliffhanger digno de uma história em quadrinhos. O melhor de tudo isso é que mesmo recheado de vários personagens, o programa não parece inchado, dosando cada trama de forma a gerar sempre o interesse do espectador, graças a bons roteiros e a um elenco competente, que jamais deixa seus respectivos personagens parecerem unidimensionais.

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Alexandre Luiz

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