Review: The Flash S01E22 - Rogue Air

Rogue AirAo contrário de sua série irmã, The Flash busca uma narrativa mais comum para chegar à conclusão dessa primeira temporada. Sem estabelecer um grande arco ou perigo iminente para Central City, o programa prefere investir em tramas que, mesmo funcionando dentro da mitologia e plantando pistas para colher no futuro, também soam como aventuras fechadas. Melhor que isso, a adaptação do Velocista Escarlate foca em recompensar o espectador por acompanhar um ano repleto de histórias de origens. Vários vilões que tiveram suas histórias contadas no seriado reaparecem em Rogue Air, parecendo parte de um plano maior dos roteiristas para chacoalhar um pouco o status quo.

O grande problema aqui é que, embora eficiente no timing e na escolha dos antagonistas, tudo acaba soando como um grande tapa-buraco, já que a série precisa cumprir o número de 23 episódios nesta temporada. Toda a trama envolvendo a transferência dos criminosos meta-humanos parece um pouco forçada e ainda por cima acaba se tornando uma perda de tempo, já que nada sai como planejado e agora a cidade tem vários desafetos à solta novamente. De qualquer forma, algo bom sai daí, com Barry percebendo de uma vez por todas que ele não é o herói para andar no lado sombrio, como seu colega de Starling City. Como sempre, a sua bondade acaba ficando no caminho do bom senso, dessa vez na forma da parceria com o Capitão Frio. No começo, todo o papo do personagem de Wentworth Miller aparecer para ajudar o Flash parecia como mera justificativa para sua participação na vindoura Legends of Tomorrow, série derivada em que será um dos protagonistas. Uma reviravolta, no entanto, descarta essa ideia, fazendo uso da boa e velha vilania de Frio, já explorada muito bem em quase todas suas aparições. O diálogo com Joe também funciona para reforçar a mensagem: ser o bom moço não é algo ruim, desde que se aprenda a usar isso como vantagem.

Se Rogue Air parece conveniente demais, por garantir o retorno de vários antagonistas na próxima temporada, acaba acertando ao mostrar que medidas desesperadas nem sempre geram bons resultados. O Dr. Wells nem planejava libertar os presos meta-humanos, algo que Barry acaba fazendo, inadvertidamente. São mensagens simples, que parecem ter se perdido em histórias de super-heróis, sejam elas adaptações ou as que tem surgido nas próprias HQs. Por serem simples podem fazer The Flash parecer um pouco antiquada, mas é parte da origem do personagem central e isso é algo que não pode ser negado pelos realizadores. As presenças do Capitão Frio e de sua irmã reforçam ainda mais esse espírito da Era de Prata dos quadrinhos, até com seus intérpretes ficando entre a caricatura e a ameaça, para não parecerem sérios demais (e a tensão existente entre Lisa e Cisco é divertidíssima por conta disso).

De forma um tanto corrida, há também um certo desenvolvimento da subtrama envolvendo Iris e Eddie. É um dos pontos fracos do episódio, mas é algo que tem sua importância, levando em conta o parentesco do detetive com o vilão e o futuro da moça com Barry. O problema é que no meio de toda a ação, acaba quebrando um pouco o senso de urgência criado pelo iminente religamento do acelerador de partículas.

No entanto, há uma recompensa enorme para os fãs no final. Claro, é preciso colocar de lado toda a logística da presença do Arqueiro (Nanda Parbat não parece ser um local tão distante assim) e do Nuclear naquele momento preciso. Feito isso, os cinco últimos minutos de Rogue Air são excelentes e mostram a melhor adaptação live action da Liga da Justiça (ou quase isso) que os fãs da DC tiveram até agora. Smallville tentou, mas sempre que envolvia ação entre vários personagens, as sequências eram truncadas e sem ritmo. Em The Flash isso não acontece e o resultado é surpreendente, pela qualidade dos efeitos visuais utilizados e pela boa direção de Doug Aarniokoski, que consegue criar uma sequência empolgante, com cada herói tendo seu momento para mostrar a que veio.

Rogue Air

Com um gancho que ajuda a definir como será o desfecho da temporada, o episódio consegue justificar boa parte de seu roteiro problemático, já que ganha tempo aqui para evitar subtramas demais na próxima semana, deixando espaço, tomara, apenas para o que interessa, que é o confronto definitivo (talvez) entre o Flash e seu nêmesis.

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P.S.: Tanto Arrow quanto The Flash têm feito várias referências à Ferris Air e Coast City, mas há uma citação em particular essa semana envolvendo um certo piloto de testes que parece mesmo ser a confirmação que o Lanterna Verde pode acabar entrando nesse universo televisivo da DC. Tomara que aconteça!

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Alexandre Luiz

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1 comment

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    Mariana Lima 14 maio, 2015 at 23:06 Responder

    Alexandre, muito boa a sua review! Eu adorei o episódio, nem a improvável presença do Oliver me tirou da história, foi legal demais a sequencia final.

    Como ouvinte fiel dos podcasts de vocês, sei que você também esta gostando de Agents of Shield….. seria muito legal se vocês fizessem um podcast sobre a série. Eu adoraria ouvir vocês falando sobre a temporada e suas especulações sobre o que irá acontecer na série ou fora dela. (Acho que a Marvel planeja dominar todas as mídias de tanto que seu universo expande!)

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