Review: Arrow S03E21 - Al Sah-Him

Al Sah-HimAparentemente Arrow chegou na fase da temporada em que cada elemento será revelado como parte de um todo muito maior que, inclusive, não deve se limitar apenas a este ano, mas também ao próximo, graças à dica dada quanto ao grande vilão do futuro, que tem ligações com eventos mostrados anteriormente. Os realizadores estão amarrando pontas, tanto deixadas pela trama, quanto pelo que, ao menos até aqui, pareciam falhas do roteiro. Algumas justificativas podem acabar soando forçadas até o season finale, mas, por enquanto, o que foi apresentado surge de forma convincente em sua maioria.

O episódio já começa acertadamente mostrando que para Oliver se tornar o próximo Ra's Al Ghul, seu treinamento não será apenas físico, mas também psicológico. Ou seja: se o personagem pensou por um momento que, assim que assumisse o manto poderia trazer mudanças na Liga dos Assassinos, pensou errado. Tudo é feito para que o protagonista passe por mudanças drásticas de comportamento, tornando Al Ghul um vilão de fato, e não apenas em um pretenso defensor do planeta que usa de métodos nada tradicionais para seus fins. O roteiro reforça essa característica de antagonista com a subtrama de Nyssa. Se a personagem ganhou as graças do público e até vinha treinando a Canário Negro, nada melhor que ameaçar sua vida para fazer o espectador enxergar o personagem de Matt Nable como alguém a ser derrotado.

Se Nyssa e Laurel representam boa parte da trama, com um relacionamento repleto de subtexto (palmas para o os roteiristas aqui), o episódio também surpreende, colocando quase todo o elenco feminino como destaque, mesmo que caindo em clichês quando aborda o arco de Felicity, que depois de três temporadas ajudando a combater o crime, poderia ter outra atitude ao invés de ficar chorando pelos cantos. Até mesmo a subtrama de Thea começa a dar frutos, não apenas pelo bem da personagem, mas também para a alegria dos fãs dos quadrinhos. Há um momento, em particular, que traz à tona tudo que a série mostrou da irmã de Oliver nesta terceira investida, principalmente todo o tempo gasto com o treinamento da garota. Lyla também é colocada no centro das atenções, mesmo que para servir de moeda de troca em determinado ponto, mas a série se redime ao colocá-la em ação logo em seguida.

Al Sah-Him serviu, principalmente, para desenvolver a "morte" de Oliver, colocando o Time Arqueiro para pensar na possibilidade de enfrentar o antigo líder. As desavenças internas e o momento em que Diggle e equipe percebem que o justiceiro pode ter embarcado em um caminho sem volta são fundamentais para estabelecer o cenário das próximas semanas. E, quando até os flashbacks trazem uma ligação maior com o presente, relacionada aos planos de Ra's para Starling City, a série fecha o círculo, mesmo que com alguns traços mal dados durante a jornada. Trazendo elementos típicos da mitologia das HQs (do Batman, sim, mas neste ponto não adianta mais reclamar) quando as tramas de Nyssa e Oliver se encontram, a aventura da semana ainda serve para trazer uma boa dose de fanservice que não foge às características de folhetim do seriado. Por falar em agrado aos fãs, a adaptação conseguiu trazer, com competência, o Grito da Canário, mesmo que a lógica da "habilidade" de Laurel funcionar apenas em quem ela quer seja um pouco falha (suspensão de descrença é necessária aqui).

Al Sah-Him

Neste ponto, com poucos episódios realmente bons, Arrow comprova a teoria de que temporadas longas podem ser um tanto prejudiciais. Em todo o caso, as duas últimas semanas servem para trazer um certo contentamento, e acalmar o fã, mostrando que, pelo menos o desfecho pode trazer as características que tanto marcaram a série em seu último ano.

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Alexandre Luiz

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4 comments

  1. Avatar
    Marcelo 30 abril, 2015 at 19:07 Responder

    Não acho a temporada tão fraca assim. Das criticas aqui por exemplo foram apenas 5 criticados de forma "ruim". Mas está sendo interessante. É um tom diferente das outras temporadas. Segunda temporada também teve alguns episódios ruins e medianos e muitos esqueceram os erros dela. Ao fim da Season será interessante ver o que vai ficar para a próxima.

  2. Avatar
    Lukas 1 maio, 2015 at 23:52 Responder

    Na verdade o Grito da Canário não funcionou em nenhum dos dois, pois o Oliver já é "imune" a ele desde a explosão na ilha que afetou sua audição como mostrado na 2ª temporada.

    Enfim, é uma pena que uma série tão boa e tão promissora, com um ator excelente interpretando o vilão da temporada, tenha fracassado tanto em uma temporada, o suficiente pra não se ter lá muitas esperanças pro que está por vir nos últimos episódios.

    Depois de tudo o Oliver vai mesmo considerar destruir Starling por causa de lavagem cerebral? Sério que essa é a trama desse final de temporada? Aff…

    (Aliais, se eu morasse em Starling, essa é uma época do ano em que eu não ficaria na cidade. 3 tentativas de destruí-la em 3 finais de temporada? Isso que é falta de criatividade…)

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    Allan Gomes 3 maio, 2015 at 01:57 Responder

    Realmente essa questão de se ter uma temporada longa parece ser bem prejudicial.

    No mais, o episódio foi espetacular, o desenvolvimento dos coadjuvantes foi feito de uma forma bem bacana e enxuta.

    Tu percebeu que o Colton Haynes ainda tá nos créditos do episódio? Queria entender direito pq ele saiu da série, pra mim soou muito vago… seria porque a série dos Titãs vai precisar dele?

  4. Avatar
    Alexandre Luiz 4 maio, 2015 at 00:22 Responder

    Não, ele tinha contrato só pra 3 temporadas mesmo. Mas já falaram que ele pode aparecer esporadicamente na S04 (o nome dele ainda aparece pq ele é do elenco regular). A série do Titãs não faz parte desse universo de Arrow, infelizmente, ou seja, além de perdermos a chance de ver o Arsenal por lá, também perdemos um retorno triunfal do Slade, que tem um papel importante nas HQs dos grupo dos jovens heróis…

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