Amityville 2 - A Possessão : A Estranha e infame prequela de Terror em Amityville

Amityville 2 - A Possessão : A Estranha e infame prequela de Terror em AmityvilleAmityville 2: A Possessão é um filme de horror familiar bastante peculiar. Lançado em 1982, é uma obra que deveria se pautar na exploração dos clichês de filmes de casa mal-assombrada, mas acaba sendo mais sobre possessão demoníaca e menos sobre poltergeist.

Apesar de ser uma coprodução entre México e Estados Unidos, boa parte do seu staff técnico é ligado a Europa, a começar pela direção, que coube ao italiano Damiano Damiani, cineasta de exploitation bastante experiente e tem em Dino de Laurentiis um produtor executivo não creditado.

Hoje os direitos da obra e da franquia são ligados a MGM, foi feito pelos estúdios Dino De Laurentiis Corporation-Giada International junto aos Estudios Churubusco, distribuído pela Orion Pictures. Seus produtores são Ira N. Smith e Stephen R. Greenwald, profissionais que não estavam envolvidos na execução de Terror em Amityville, em 1979.

Houve inclusive uma série de polêmicas e imbróglios com o casal que serviu de inspiração para os personagens do primeiro filme, mas os direitos acabaram nas mãos de Laurentiis e companhia.

O roteiro ficou a cargo de Tommy Lee Wallace, que estreava como escritor. Nesse mesmo ano ele dirigiu Halloween 3: A Noite das Bruxas, trabalhando quase sempre junto a John Carpenter. Anos depois ele seguiria na direção, inclusive na famosa minissérie It: Uma Obra Prima do Medo, que se baseia no romance de Stephen King.

Wallace escreveu esse junto ao italiano Dardano Sacchetti, embora o escritor italiano não tenha sido creditado como tal. O script teria se baseado no livro em Murder in Amityville, escrito por Hans Holzer, com os anos, esse livro também foi chamado de Amityville: Fact or Fiction, em atenção ao fato de toda a história dele - e também de Horror em Amityville de Jay Anson – ser apenas um romance dramático e não um relato real de evento paranormal.

George Lutz, o "pai" da família que protagonizou a história do filme de 1979 - era na verdade pai adotivo das crianças, fazendo questão até de adotar os enteados, mesmo que o pai biológico das crianças fosse vivo - queria que houvesse uma sequência cinematográfica, mas que fosse baseada no livro The Amityville Horror Part II de John G. Jones, romance que narra as consequências da fuga da família de casa, ainda vivenciando eventos paranormais.

No entanto, Laurentiis decidiu basear a história no livro de Holzer, que narra a história da família DeFeo, onde de fato ocorreu uma série de assassinatos. Ele e a American International Pictures, decidiram montar essa prequel sem nenhuma menção as duas famílias, nem aos Lutz e nem aos DeFeo, tanto que o grupo de protagonistas se chama Montelli.

Lutz processou De Laurentiis, mas não teve sucesso. O filme foi veiculado nos cinemas e o único senão a ele, foi um aviso obrigatório, que estampava os pôsteres, avisando que a obra não tinha afiliação com George e Kathy Lutz.

Em algum ponto do projeto se pensar em filmar uma história original de Dardano Sacchetti, que não teria ligação com Amityville. O script se chamava do The Ogre e foi pensado para ser um filme de terror sobre um ogro aterrorizando uma família.

Laurentiis então chamou o autor literário Colin Wilson - A Gaiola de Vidro e Vampiros do Espaço - para colaborar no roteiro, também convidou Damiani para dirigir, fato que desagradou Sachetti, já que considerou um erro, uma má escolha para o projeto. Damiano e Dardano não chegaram a um acordo e o realizador convenceu Laurentiis a arquivar o filme.

O diretor cortou relações com todos os envolvidos, mas retornaria um ano depois para filmar Amityville II, texto esse que Dardano participou do primeiro tratamento. O conceito de original acabou sendo aproveitado em La casa dell'orco, obra de 1988, dirigida por Lamberto Bava.

As filmagens de Amityville 2 aconteceram entre Nova Jersey, em 18 Brooks Road - Toms River, St. Peter's Church - Point Pleasant Beach, com cenas internas nos Estudios Churubusco - C. Atletas 2 e no Country Club Churubusco em Coyoacán na Cidade do México.

Damiani tem uma carreira repleta de filmes de gêneros. Ele fez muitos westerns, como Gringo, além de alguns filmes românticos com elementos eróticos como Infidelidade à Italiana, A Feiticeira do Amor e Momentos Eróticos.

Após esse Amityville 2 ele seguiu entre obras de cinema e televisão, mas quase sempre na Itália. Suas obras mais famosas nessa fase são Conexão Siciliana e Sol Negro.

A narrativa inicia com a câmera passeando pelo quintal da famosa casa na avenida Ocean, enquanto a música instrumental de Lalo Schifrin embala um momento inspirado, levado de maneira tão doce que soa quase como uma obra infantil.

Amityville 2 - A Possessão : A Estranha e infame prequela de Terror em Amityville

Logo mostra em tela os Montelli, uma família composta por pai, mãe e quatro filhos, que se mudam para o subúrbio de Nova Jersey.

O chefe da família é Anthony, personagem de Burt Young, que vinha da saga esportista de sucesso Rocky, sujeito rígido e nervoso, um homem de hábitos agressivos e violentos, com uma visão bastante antiquada do mundo.

Ele não demora a mostrar como gosta de enquadrar os filhos, fazendo do mais velho o seu bode expiatório. O garoto é Sonny, personagem de Jack Magner. Completam a família a mãe Delores (Rutanya Alda), a filha mais velha Patricia ou Trish (Diane Franklin), a pequena Jan e o caçula Mark, feitos pelos atores e irmãos Erika Katz e Brent Katz.

Apesar dos conflitos entre os dois homens, os Montelli parecem felizes e alegres, sobretudo os dois filhos mais velhos, que tem uma intimidade bastante grande, capaz de gerar comentários maliciosos em quem assiste.

O começo do filme é tímido, especialmente no que toca os elementos de horror. Eles chegam a casa nova e a mãe nota a água avermelhada saindo da torneira da cozinha, mas logo jorra água incolor, mostrando que era apenas um pouco de sujeira no encanamento, ou seja, eram problemas de uma casa que não tinha uso.

Na trama desse segundo filme, os elementos estranhos são presentes desde o início, que é quando a família se muda para a Rua Ocean. No processo de mudança, um dos funcionários contratados, feito por Danny Aiello III, identificou uma parte escondida da casa, repleta de lama e formigas.

Ao entrar nesse micro cômodo, o homem se suja. Ele sai de lá imundo e avisa para Delores que deveriam ficar longe dali, exceto se houvesse um profissional de limpeza de casas. Obviamente que Sonny passaria por ali, em algum ponto da trama. Os elementos plantados funcionam à contento no quesito busca e recompensa.

A partir desse ponto o filme abre mão das sutilezas e vira uma obra cheia de sustos, tantos que chega a parecer uma paródia de filmes de assombração. A essa altura, em 1982, já havia ocorrido Poltergeist O Fenômeno, mas esse curiosamente lembra mais obras recentes, como Sobrenatural e Invocação do Mal de James Wan, um pouco também com A Entidade de Scott Derrickson.

O que já dá para estranhar desde o momento zero é a tensão entre Trish e Sonny, vindo especialmente da parte dela.

O rapaz é chamado de rabugento só por conta de ele rejeitar alguns níveis de intimidade, como agarrões e beijos muito...lascivos, para dizer o mínimo. Na verdade, ele é um perfeito cavalheiro, a afasta para que eles só tenham interações comuns a irmãos.

Ainda assim segue viva a sensação de que algo muito estranho ocorre ali. Todas as questões pontuais e estranhas do filme parecem já ocorrer com os Montelli antes mesmo deles entrarem na casa nova.

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Vale lembrar que, tal qual ocorreu em Terror em Amityville original, a casa locada não é a real residência dita como palco de assombrações. Em ambos os filmes era uma réplica em estilo colonial situada em Toms River, Nova Jersey.

Como se sabe, a base dessa história é o livro que narra a história de como Ronald Defeo Jr. matou sua família. Há algumas semelhanças entre o Ronald/Ronnie e Sonny, mas não são muitas.

Na verdade, Defeo jamais confirmou publicamente qualquer envolvimento com ocultismo ou influência espiritual em suas atitudes. Alegava um apagão, dizia não se lembrar como matou a família, mudava de versão o tempo inteiro e eventualmente dizia que foi outra pessoa, no caso, a sua irmã Dawn quem matou todos.

De qualquer forma, seja qual versão ele dava, simplesmente desmentia a versão dos Lutz de que houve uma interferência espiritual e satânica consigo. Em um documentário recente, Amityville: Origin Story há uma série de entrevistas gravadas por ele, que afirma o livro no qual o primeiro filme se baseou é uma invenção, uma união entre o seu antigo advogado e George e Kathy Lutz, que compraram a casa depois da tragédia dos DeFeo.

Dito tudo isso, o drama dos Montelli tem coincidências com o que ocorreu com os DeFeo, sobretudo na relação entre irmãos. Nesse mesmo documentário, amigas de infância de Dawn DeFeo negam que ela tivesse uma relação incestuosa com Ronald, até mesmo Diane Franklin é chamada para dar depoimentos no documental.

As mudanças mais significativas residem na parte próxima do arco final, que envolve os assassinatos. Falaremos delas mais tarde na crítica.

Franklin disse em uma entrevista que não teve grandes problemas em fazer as cenas polêmicas com o irmão de sua personagem. Ela era filha única, pessoalmente não via qualquer estranheza nesse tipo de relação, já que não tinha parâmetros de como um funciona o sentimento fraternal.

As brigas da família se tornam constantes e mais agressivas ao longo do tempo.

Sonny já se prepara para se defender de agressões de seu pai na primeira conversa que eles travam. Quando ocorrem pequenos acidentes (ou incidentes) pela casa ele se torna o alvo prioritário das reclamações. É agredido, apanha e é humilhado pelo chefe da família.

É dada que a relação dos dois não é nada saudável, além disso, há referências a uma capacidade psíquica do rapaz, possivelmente o rapaz tem capacidades mediúnicas. Vale lembrar que o casal George e Kathy Lutz não tiveram envolvimento com essa sequência, mas um dos filhos de Kathy, chamado Christopher Quaratino dizia ter capacidade controle da mente.

Não fica claro se Christopher era a fonte de inspiração para essa suposta capacidade de Sonny Montelli, mas no seriado documental ele comenta essa questão, afirmando que possivelmente foi uma ideia do seu padrasto.

Damiani não é sutil, com pouco mais de 15 minutos a casa já exibe movimentos de objetos inanimados, até pinturas "instantâneas" ocorrem pelas paredes, algumas rebuscadas, bastante rápidas, outras são meras repetições do que era comum em obras do tipo.

Sua direção é assertiva em vários pontos, sobretudo no uso de efeitos práticos e nas cenas de devaneio e pesadelo do personagem de Magner.

O que segue inalterado é o abuso do pai da família. Anthony se descontrola, quer bater com o cinto nas duas crianças, achando que foram elas que bagunçaram as cadeiras da casa.

Ele responde com violência a resistência que a esposa faz, se interpondo na frente dos meninos, para que eles não apanhassem de um homem adulto. A sequência termina bizarra, com o primogênito apontando a espingarda da família no pescoço do pai.

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O caminho que a arma fez para chegar até as mãos do rapaz é curioso. Ela só estava ali perto da porta por conta de Anthony ter ido no lado de fora da casa portando ela, depois de ter ouvido um barulho na entrada da residência. A espingarda foi plantada no cenário antes de ser de fato usada.

Delores se pergunta como eles chegaram aquele ponto, refletindo não só para o fato de ter parentes apontando uma arma para o outro, mas também pelas brigas constantes, que tem aumentado de grau constantemente.

Apesar de claramente a casa ter uma interferência espiritual, é um fato que o núcleo familiar já tinha crises. A mãe tenta trazer um padre, chamado Adamsky para abençoar o local. Ele é interpretado por James Olson, que é o primeiro nome nos créditos.

Quando o Sonny toca a mão dos sacerdotes, coisas voam e Anthony bate nas crianças, acreditando que tudo caiu graças a elas. Se havia qualquer dúvida sobre as habilidades telecinéticas do rapaz elas não existem mais, foram sepultadas.

A interrogação que fica é sobre a origem dessas capacidades. Elas viriam dele próprio, são influências malignas, são poderes usurpados do Altíssimo pelo diabo através da possessão? São perguntas que se tornam subalternas, ao menos para o Padre Tom, que se preocupa mais - corretamente - com a violência que o pai emprega as crianças.

Enquanto isso, Sonny muda, passa por mudanças corporais que ultrapassam as ligeiras modificações de corpo típicas da puberdade. Passa por um processo de horror corporal mesmo, em várias boas cenas.

O filme também surpreende ao mostrar aparições espirituais, não fica claro se fatos que aparecem em tela são ilusões, fruto da imaginação ou se de fato estão ocorrendo, a exemplo da mão que sai da parede, perto do filho mais velho.

Fato é que ela desperta a curiosidade por entrar no cômodo interditado da casa, além de chamar a atenção o fato de que ela é peluda, parecida com a de um animal, um macaco ou um urso.

O rapaz visita o local quando está sozinho e se surpreende. O filme passa a apelar para o surrealismo, aumentando o grau do body horror, já que o corpo e cabeça do rapaz incham, fazendo ele parecer um monstro, uma massa que vai se deformando aos poucos.

Os próximos momentos de aparição de Sonny seriam com o personagem aparecendo fisicamente normal, no máximo com algumas olheiras, mas suas atitudes estariam completamente diferentes, mas eventualmente, ele teria uma face mais dantesca e monstruosa.

A partir desse ponto, falaremos sobre os rumos finais do roteiro. Ou seja, teremos spoilers. Leia sabendo disso.

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Os Montelli são uma família bem esquisita e modernosa, especialmente se considerar que esse tenta ser um filme de época, mesmo que não haja um grande esforço visual para lembrar o filme original.

Trish é desinibida, verbal e corporalmente. Ela fala abertamente sobre a intimidade sexual dos pais e sobre a frequência em transam - ou não transam - mas não percebe a malícia de seu irmão se aproximando, avançando para cima do próprio desejo entre eles.

Também não há sutileza ao mostrar a evolução das situações incestuosas, relegando esses desejos e ações como culpa do demônio que possui Sonny.

Franklin não reclamou das cenas mais quentes, mas disse que achou estranho por outro motivo que não o incesto. Ela ficou nervosa com a insistência dos produtores para que ela não fizesse apenas topless, uma vez que queriam que ela ficasse completamente nua. A atriz mostrou os seios em O Último Americano Virgem, mas não queria mostrar mais do que isso.

Ela insistiu em não aparecer assim, mas a equipe filmou ela de costas e montou a cena de uma forma que dava a impressão de que ela estava completamente nua.

O quadro de estranheza evolui rapidamente. No aniversário do filho mais velho ocorrem eventos esquisitos, com o aniversariante abraçando de maneira lasciva os irmãos crianças. Ele ouve uma voz grossa, chamando os Montelli de patéticos, afirmando que eles estariam melhor mortos, claramente ele treme e pensa em ceder a esses gracejos.

Ele se transforma em uma coisa, se deforma, enquanto sua irmã tenta consola-lo, sem perceber a transformação física dele. Trish diz que não sente culpa pelo que ocorreu, não há nela nenhum remorso ou arrependimento pela relação que os dois consumaram.

O que se percebe é uma produção que visa chocar, que traz um tempero comum ao cinema de horror italiano, mas que dentro do que era comum a cena de terror estadunidense, faz muita diferença.

Os primeiros dois terços do longa surpreendem pela construção do horror, com uma dose considerável de suspense, muitas transgressões morais e um trabalho de maquiagem especial de John Caglione Jr. muito bem encaixado. Há vários momentos muito inspirados, sobretudo no final de Sonny.

As atuações são histriônicas e funcionam exatamente pelo exagero com que são levadas. A fotografia de Franco Di Giacomo também acerta, há uma variação grande ângulos e modos de filmagem, com a lente emulando o olhar e o andar do diabo.

O que de fata faltou foi gore e um estofo no roteiro, especialmente depois que a chacina familiar ocorre. Com 70 minutos já é estabelecido que os Montelli morreram, mas a duração total é de uma hora e quarenta e poucos minutos.

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A ideia de colocar o padre Adamsky se sentindo culpado pela tragédia familiar não faz qualquer sentido. A ligação entre ele e Sonny é absolutamente forçada, parece ser feita para encher linguiça, justamente para preencher os trechos que foram podados.

Como os momentos finais são entre ele e Sonny, fica patente que faltou um trabalho maior para estabelecer os dois como personagens próximos ou como rivais, de lados opostos da justiça divina, com o sacerdote sendo um paladino da ética e moral, enquanto o rapaz era um servo do diabo.

A atuação de Magner também não convence. Dentro da casa, até fazia sentido ele parecer inadequado e estranho, mas em ambientes neutros, como a cela da cadeia ou o tribunal, não.

Ele destoa da suposta seriedade da história, além de que sua participação possuída parece demais com Regan em O Exorcista

Diane Franklin falou que o clima no set era bom, mas afirmou que Jack Magner se mantinha distante do elenco e da equipe, era reservado, possivelmente para preservar o sentimento de medo em todos os interpretes.

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A dedicação é louvável, mas não funcionou minimamente. Enquanto Damiani conduz um filme de casa assombrada e uma obra sobre assassinato, o trabalho funciona.

Ao se levar a sério, perde força, parece patético. O diretor teve problemas por inexperiência, essa era a sua estreia dirigindo em filmes nos Estados Unidos. Ele também falava quase nada de inglês, sendo necessária a presença de um tradutor para ajudar na comunicação com o elenco e com a parte da equipe técnica que não era italiana.

Aparentemente, a versão que Damiani queria lançar era bem diferente, teve até um corte mostrado ao público. Como essa versão possuída um tom mais violento, várias cenas tiveram que ser cortadas e por diversos motivos.

Um deles foi a reação negativa do público, onde Anthony forçaria a esposa a fazer sexo anal, além de estender a cena de relação entre Sonny e Patricia. Damiani tinha a intenção de incomodar os espectadores.

Também apareceria um momento em que Anthony está sentado do lado de fora de casa, bebendo e limpando a arma.

Algumas cenas cortadas até apareceram no trailer para cinema, como um trecho onde Jan e Mark olham para a janela e de mãos dadas. No entanto, o que foi cortado não foi salvo, o que mais se aproxima disso é a chamada cena de Lost Souls, onde as almas que estão dentro da casa aparecem na frente de Adamsky durante o final do filme e ele as abençoa, ainda assim, não apareceu em vídeo, já que aparece em fotos, em uma edição especial em DVD.

O final é confuso, pois retorna a casa amaldiçoada, após alguns eventos de tortura envolvendo Sonny, mas fica evidente que o filme carece de identidade. São muitas ideias juntas, passando por colocar o personagem como um injustiçado oriundo de uma família disfuncional, também mostrando ele como um médium que é forçado a agir de maneira maléfica.

Como até esse trecho o filme era levado apenas como uma bobagem trash, até cabia essas muitas adjetivações, mas transformar o personagem em uma vítima do sistema jurídico é demais. O que de fato é estranho é o fato dele só demonstrar poderes quando está sozinho com o padre. Com policiais ou funcionários do tribunal, o diabo é obediente, não se manifesta em nada.

A postura do padre faz ainda menos sentido que essa exploração insana, para além das possibilidades de pecados e tentações do sacerdote. Os atos de Adamsky não fazem sentido e seu personagem também não é bem construído.

Amityville 2: Possessão é um produto sem identidade bem definida. Quando se aborda o tema de casa tomada por espíritos malignos, o filme acerta em cheio, já a trama do padre protagonista é completamente descartável. Vale a pena assistir pelos efeitos práticos, mas sempre com o aviso para o espectador sobre os enlaces incestuosos, ainda mais se considerar os fatos que inspiraram a história condensada aqui.

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